Capítulo 10 - parte 1 (rascunho)
O sabor de liberdade verdadeira era indescritível para Morgana, mas saber que o pai estava ali e bem, isso não tinha preço. Ela sabia que também era assim com a mãe porque, volta e meia, Eduarda ria sozinha.
Assim que pousaram, começou a espera pelos demais amigos. Na dúvida, a sacerdotisa sugeriu um perímetro de defesa e passaram a esperar. Quase meia hora depois, ouviram passos e prepararam-se, mas era Ezequiel e os outros.
Caroline correu para os braços do marido, também muito feliz.
– Avô – gritou Morgana, louca de alegria. – Estava a morrer de saudades.
– Eu também, querida. Eu, seu pai e os outros passamos um mau bocado tentando descobrir vocês, mas no final deu tudo certo.
Valdo aproximou-se e abraçou Eduarda, emocionado.
– Dudinha do céu – disse ele. – Tu nem imaginas como foi difícil encontrar vocês. Eu quase surtei, em Céltia, quando Ez apareceu com Ailin e nos contaram tudo. Foi um Hor-ror.
Morgana e Eduarda viram o trio de lemurianos chegar perto deles e Marlon disse, com um sorriso:
– Estou muito feliz que esteja bem, Morgana. Jamais me perdoaria se não a conseguíssemos resgatar.
– Então não é um simples estudante de línguas mortas – disse a sacerdotisa. – De onde você é?
– Eu sou Marlon, esta é Lídia e aqui o nosso bom amigo e companheiro Zéfiro – disse, apontando os correligionários. – Nós somos observadores lemurianos, inimigos dos atlantes.
– "Igor chega em cinco minutos, segundo Saci" – avisou Gwydion. – "Ele pede que estejam preparados para a evasão de forma a não perdermos tempo."
Findo o prazo, Igor surgiu do nada e, segundos depois, Saci pousava. Igor olhou para os companheiros e amigos.
– Alguém se feriu?
– Não, estamos todos bem.
– Muito bem – disse ele, preparando-se para abrir a passagem, bem tranquilo e alegre. – Vamos para Céltia. Não quero que tentem nos procurar em Londres.
― ☼ ―
Nealie, Gwenhwyar e Shayla faziam guarda na praça dos portais. Além delas, mais dez guardiões ficavam junto, e eram revesados em períodos regulares de odo a não haver ninguém cansado, caso fossem solicitados.
No momento em que o portal se abriu, tanto eles quanto os dragões prepararam-se para atacar, em especial se a pessoa que atravessasse não fosse um deles. Mal viram Igor relaxaram, mas os aplausos começaram tão logo os cativos apareceram. Nealie, a mãe e a avó correram a abraçar Morgana.
Com a gritaria da chegada, em poucos segundos a praça estava cheia de magos e alguns cidadãos que os aplaudiam. Igor fez sinal para que fizessem silêncio e começou a falar:
– Salve, meus irmãos – fez um gesto, abrindo os braços. – A Deusa foi benevolente e recuperamos os nossos amigos e familiares queridos.
O grupo voltou a bater palmas e a jorrar raios verdes para cima, ms o mago fez um novo gesto para silenciarem.
– Se as circunstâncias fossem outras – continuou, sério –, apenas iríamos embora e deixaríamos o inimigo sozinho. Infelizmente, hoje isso não é opção porque os atlantes desejam invadir e tomar a Terra para eles. É claro que estão fadados ao fracasso por causa das armas mundanas, mas muitos morrerão de ambos os lados. Por isso, amanhã nós vamos invadir a Nova Atlântida, dar um jeito na sede de conquistas dele e libertar os prisioneiros que ainda faltam salvar. Então descansem e mantenham vigilantes.
A curta reunião dispersou-se e Valdo convidou-os a passarem a noite na casa dele, mas Igor achou melhor ficar com o seu exército, indo apenas Morgana, os lemurianos e os ingleses.
Ezequiel, os líderes, Igor e Eduarda, que não saía do perto dele, ficaram boa parte da noite a discutir estratégias, em especial porque o mago não desejava que o povo fosse vitimado. Felizmente, o palácio, que era o centro administrativo e bélico daquele mundo, ficava afastado da cidade por quase um quilômetro.
Já era tarde quando foram dormir e Eduarda aconchegou-se ao marido, feliz por estar de volta. Lembrando-se da filha, perguntou:
– Com quem ficou a Ailin?
– Com Batsheba.
– Então está bem segura – disse a esposa, aninhando-se nos seus braços. – Ai que saudade que eu tinha disto.
– Eu também, amor – comentou, apertando-a contra si. – Quando vocês foram sequestradas eu fiquei muito aflito. O coitado do Hernandez, quando viu o estado que ficou a casa da Carol, tremia desesperado. Fizeste bem em esconder Ailin porque isso ajudou a acelerar a buscas. Depois que conheci a Lídia, as coisas foram melhores ainda.
– Não é por nada, amor, mas essa mulher tá caidinha por ti.
– Tu achas? – Igor riu. – Sei não. Bem, vamos dormir que amanhã vai ser um inferno com i maiúsculo.
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A manhã seguinte, em Céltia, veio chuvosa, mas isso não incomodava ninguém porque os magos apenas ergueram uma cúpula protetora para que não se molhassem antes do combate. Tomaram um café da manhã coletivo e começaram a se dividir em grupos, conforme fora combinado.
Valdo e os demais apareceram e juntaram-se ao grupo de Igor, que lhe sorriu. Os três líderes de grupos juntaram-se e aguardaram a ordem do guardião supremo.
– Visualizaram bem as coordenadas? – perguntou ele.
– Sim, Magnífico – exclamaram em coro.
– Então vamos a isso. Já.
Como se fossem um só, Igor e os três lideres abriram quatro portais, cada qual em uma posição específica. O grupo maior surgiu no jardim do palácio de frente para a parede arrebentada, que descobriram ter sido consertada. Magos e dragões atravessaram a passagem de forma ordenada e o mais veloz possível. Eles sabiam que seriam detectados em qualquer momento e aguardaram perfilados.
O segundo mago abriu o portal também no jardim, mas do lado oposto do palácio. Da mesma forma que os confrades, atravessaram velozes e perfilaram-se, aguardando.
O terceiro grupo entrou no mundo dos atlantes pelo quaro da Morgana e foram saindo, mas, ao contrário dos outros, começaram por rebentar a parede que dava para o corredor e saíram, atacando qualquer coisa que se movesse. Aquela ala estava com algum movimento por conta da fuga e a batalha começou, ao mesmo tempo que um apito soou nos andares inferiores, sinalizando o alarme.
O quarto e último grupo era um tanto quanto pequeno e foi feito assim pela mobilidade, composto de apenas Ezequiel, os três atlantes, Valdo, Morgana, Hernandez, Eduarda, Igor e os dois dragões, ainda disfarçados. Por orientação da filha, surgiram no hall bem às portas do gabinete de Argonos. Esse portal foi feito de forma tão sutil que era improvável que fosse descoberto e os fatos comprovaram isso porque o hall gigantesco estava vazio.
Morgana apontou a sala correta e Igor colocou-se à frente do grupo. Começou a caminhar e nem mesmo reduziu a velocidade quando, a cinco metros da porta, jogou uma bola de plasma e a explodiu, continuando a andar e só parando no meio da sala.
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