Uma Miragem sob o Sol
Eu quase deixei a bandeja cair ao me deparar com tanta beleza. Fiquei tenso com seu corpo deitado de bruços entre os lençóis brancos de seda.
Seus cabelos longos, espalhados pelo o travesseiro, eram quase tão brilhantes quanto o sol que entrava pela as frestas da janela.
Sua pele clara, misturava se com a camisola transparente que usava. Todo o contorno de suas curvas se mostravam audaciosos. Perdi um pouco a cabeça e quis tocá-la, mas seria estranho se ela acordasse e me visse bulinando.
Agitei a cabeça como se voltasse de uma hipnose quando ouvi meu nome.
_ Alexandre?
Mariane com a voz rouca, ao me ver parado como uma estátua na entrada.
"Eu a acordei! Que pena! Estava tão linda!" Pensei.
_ Oi, eu trouxe seu café.
Me aproximei, mostrando o mimo.
Ela se sentou, esfregando os olhos.
_Que fofo!
sorriu.
_ Viu, quanta sorte?
Falei, lhe entregando a bandeja.
_ É? De que propriamente?
Beslicou um pouco do pão enquanto fazia a pergunta.
_ Ter um namorado que traz café na cama_
Brinquei.
Ela me olhou assustada mas sorrindo ao mesmo tempo.
_ Namorado?
_Oh não! Falei besteira.
Franzi a testa, servindo o café na xícara.
_ Não!_ Ela riu_ E que eu achei um tanto estranho ... Afinal, até agora ainda não tinha sido formalmente pedida em namoro por ninguém então... Não sabia que estava namorando....
Mariane lambia a colher enquanto falava de um modo sarcástico.
_Tem razão... Acho que fui mesmo um pouco desatento nesse sentido... Mas posso concertar isso agora mesmo.
Ajoelhei diante dela e peguei sua mão.
_ Quer ser minha namorada, Mariane?
Ela riu com delicadeza e tocou em meu rosto.
_ Vem cá!
Ela pós a bandeja de lado e me puxou para seu corpo.
A beijei com força num intenso desejo.
Deitado sobre seu corpo, senti toda a ardência de algumas partes vindas de mim. Minha vontade era tão gigante que nem fui capaz de pensar se estaria de alguma forma machucando seus ossos. Mas creio que não, pois parecia que o desejo dela era do tamanho do meu.
Pela primeira vez, ousei tocar onde jamais achei que tocaria um dia. E quando fiz isso pensei que todo o meu ser iria explodir com tanto furor.
Nesses meses que a gente ficou só se pegando por aí, pelos os cantos da casa, nunca fomos além do limite. Foram apenas alguns beijinhos e abraços. Estar assim, com ela quase seminua, em uma cama, era o mais longe que tínhamos chegado até agora.
Pra ser bem sincero, era o mais longe que eu tinha chegado com alguém. Nunca tive coragem de tocar assim numa garota. Sempre fui um cara muito respeitador com as poucas meninas que já tinha ficado.
E por conta disso, por causa desse meu jeito tão metido a respeitador, logo muitas duvidaram da minha masculinidade.
Infelizmente, para alguns era assim, se você não desse uma geral na menina logo de cara, ou você era um total idiota ou não gostava da fruta. E se fizesse, era visto como um tarado "seco" que não era acostumado a ficar com mulher. Então as vezes isso me deixava meio confuso. Não sabia como agir perto das meninas. Em todo caso, sendo desse jeito, preferia não me arriscar.
O pior nisso tudo era que justamente as próprias meninas é que saiam falando mal de mim mas nunca me preocupei com isso.
Conclusão disso tudo é que sendo assim, ainda permaneço virgem aos dezessete anos( Quase uma anormalidade nos dias de hoje!) e pensando bem, foi a melhor escolha que fiz, me manter assim, porque se eu tinha que perder minha virgindade com alguém, que bom e maravilhoso que seria com ela... a garota mais perfeita do mundo na qual eu estava completamente apaixonado.
Então valeu a pena esperar, sem sombra de dúvidas.
Mas logo a gente se aquietou quando o celular tocou.
Poderíamos perfeitamente ignorar, mas Mariane me olhou com aquele olhar como quem diz
"Você não vai atender?"
Fiquei a encarando, implorando para que ela não me pedisse isso. Estava tudo tão perfeito...
_ Oi, mãe...
Respondi com desânimo.
_Você ainda estava dormindo?
_ Estava no banheiro, desculpe!
Olhei chateado, revirando os olhos pra Mariane.
_ Espero que lembre e que faça as coisas que lhe mandei.
_ Não se preocupa, não esqueci. Fica tranquila.
_Ótimo, filho! Agora acorde sua prima e peça gentilmente para que lhe ajude.
"Já acordei! hehehe" Pensei com maldade.
_ Tá bom, mas alguma coisa?
_ Não por enquanto. Faça tudo bem direitinho que lá pelas cinco da tarde estarei voltando pra casa. Ah! E tem comida na geladeira para o almoço é só aqueçer no forno e estará pronto. Beijo, filho! Até mais tarde.
_ Tchau, divirta - se!
Depois que desliguei o telefone, joguei o aparelho na cama ao lado de Mariane, que levantava a alça de sua camisola caída no ombro.
_ E, ai?
perguntou sorrindo.
O que eu poderia dizer depois daquele tremendo balde de água fria? O único jeito agora, era seguir com as tarefas do dia.
_ Temos uma missão: Colher frutas para a feira de amanhã.
Falei, sem nenhum entusiasmo.
_ Fazer o quê? Vamos lá então...
Respirou fundo _ vou me vestir.
Ela levantou da cama com sua camilosa transparente. Estava tão acostumando a vê-la de pijama que quase tive um troço com tanta sensualidade.
Foi até o seu guarda roupa e escolheu alguma coisa mais casual pra vestir. Uma camiseta rosa e um short jeans lavado foi sua escolha.
Jogou as roupas na cama e num segundo não acreditei no que ela fez. Se despiu completamente, bem diante de mim.
Eu virei o rosto para a janela.
Não sei se era o calor ou eu estava mesmo passando mal, só sei que minhas pernas começaram a tremer imediatamente.
A janela do quarto estava semi aberta e entrava um feixe de luz que caia diretamente sobre seu corpo nu. Então, aquela visão, daquela menina seminua sob a luz do sol, parecia uma Miragem.
Depois de muito tempo, me questionando qual seria a cor dos seus cabelos, finalmente consegui descobrir. Quando eles se acenderam com o reflexo da luz, pude ver que eram de uma cor caramelo. Isso mesmo! Caramelos iguais a cor de seus olhos.
Aquela seria uma cena que jamais esqueceria e disse pra mim mesmo que precisava urgente de uma trilha sonora.
Mas percebi que nenhuma músicas no mundo poderia ser perfeita para aquele momento. Meu cérebro entrou em pane e não trouxe nada, afinal que som seria capaz de traduzir aquela visão de tamanha magnitude.
_ Vou pegar as caixas e te espero lá fora.
Falei, voltando ao planeta terra.
Saí rápido do quarto, não queria que notasse meu nervosismo infantil.
~#~
Desci as escadas e me dirigi ao "Quartinho da Bagunça" que ficava do lado da cozinha.
"O Quartinho Da Bagunça" era assim chamado por que nele estava tudo que não tinha mais utilidade, então como tínhamos muita coisa velha, ele se encontrava sempre numa bagunça sem fim. Daí, pus esse nome naquele compartimento da casa.
Era uma desorganização de enlouquecer. Tudo empoeirado e espalhado. Era o único local da casa que a gente não se dava o trabalho de limpar. Então já viu né?
Você poderia se deparar com qualquer tipo de bichos e insetos peçonhentos, inclusive baratas.
( Cá entre nós, eu tinha pavor! )
Isso mesmo! Eu morria de medo dessas coisinhas nojentas. NÃO me envergonho de confidenciar isso. Uma barata agora e eu correria pela a casa aos gritos... RIDÍCULO! Eu sei.
O meu problema com as baratas é que elas sempre te atacam quando menos você espera. Sempre voam em direção ao seu rosto, cabelo... Chega desse assunto! Tá começando a ficar constrangedor!
Afastei algumas cadeiras antigas em busca do carrinho de mão. Apesar de está entre as velharias, o carrinho era bem útil e bastante utilizado para o transporte das frutas que colhíamos. O puxei com dificuldade e o tirei da sujeira colocando do lado de fora.
Entrei novamente, para pegar agora algumas caixas grandes de plástico, que também serviam no armazenamento das frutas e legumes.
Numa distração me desequilíbrio e quase caio, derrubando um espelho manchado e trincado, que parecia ter saído do castelo de alguma bruxa de história infantil. Com destreza segurei à tempo, e evitei danificá-lo ainda mais.
Ao colocar o espelho no lugar, bem posicionado no chão, vejo por baixo de uma cama de solteiro cheia de cupim, uma maleta preta com fechos dourados.
Fiquei curioso e decidi trazer a maleta até a mim e com ela veio junto uma poeira fina que me faz espirrar várias vezes.
Me sentei e abri, me deparando com algumas coisas antigas de minha mãe.
Havia alguns documentos, uns cartões de Natal, um rosário de madeira, e várias fotografias...
Tinha umas fotos bem antigas mesmo, do tempo ainda em que meus pais só namoravam. Tinha outras também da festa de casamento deles, e algumas minhas quando criança.
Sorri de uma foto em que eu estava de óculos escuros, brincando na praia com meu pai. Devia ter uns três ou quatro anos naquela foto.
Diante de tantas recordações, encontrei uma fotografia diferente que me chamou totalmente a atenção.
Era uma fotografia da Mariane... Só que não era a Mariane.
Era alguém parecida com ela.
O mesmo rosto, o mesmo cabelo, os mesmos olhos...
"Como assim? O que é isso?" Pensei, sem entender.
Olhei no verso e li alguma coisa, escrita com letra legível e graúda:
"PARA MEU GRANDE AMOR"
ASS: MICHELE.
JAN/1994
Como minha mãe costumava dizer "De repente a ficha caiu"
Foi então que me veio a cabeça que aquela mulher poderia ser a mãe de Mariane, lembrando da história que ela tinha me falado de nunca ter visto o rosto de sua mãe...
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