O Passado_ Penúltima Parte.
Quando Rosa desmaiou enquanto plantava margaridas entre os canteiros do seu modesto jardim, todos imaginaram que poderia ter sido por causa da insolação. Mas quando o médico a examinou, viu que não era necessário tamanha preocupacão_ Rosa apenas estava grávida.
Oito semanas.
A felicidade do novo casal de papais, era extremamente intolerável para as vistas de Michele. E ela tinha certeza absoluta que Humberto deixaria de lado os encontros secretos por conta da inesperada novidade.
Se bem que desde que Michele começou apresentar uma barriga enorme e desajeitada, onde se encobria a maior parte de todas as belas curvas ( antes tão admiradas )Humberto se mostrou um tanto desapegado e distante. E a cunhada já não parecia assim tão atraente. Dessa maneira, ele decidiu dar um tempo, se mantendo longe e indiferente. Agora tinha todas as atenções e cuidados somente na esposa, que segundo os médicos, passaria por uma gestação delicada e de risco.
"Nada de esforço e preocupação a partir de agora, Dona Rosa. Afinal não se esqueça de que foi quase um verdadeiro milagre a senhora conseguir engravidar... Não quero que crie grandes expectativas, por isso preciso que saiba das reais condições da senhora. Não será nada fácil manter essa gestação até o fim"
O médico falou muita coisa para Rosa durante quase meia hora, e ela tinha total consciência que para as coisas correrem perfeitamente bem, precisaria obedecer à risca todos os procedimentos imprescindíveis. Por mais maçante que fosse.
Rosa não teria uma gravidez tão saudável como gostaria. Isso já sabia. E sua gravidez seria assistida de perto pelo o seu médico, que usaria de medicamentos e tratamentos específicos para segurar e prolongar uma gestação difícil como a dela. Ia ser uma verdadeira batalha. Mas isso, em momento algum, tirava o brilho de seus olhos.
Com tudo, Michele se viu inferior novamente e pior, muito mais atarefada agora. Rosa não podia mais ajudar tanto nos afazeres domésticos e Michele ficou responsável por quase tudo dentro da "casa".
Mariane pra cuidar, uma garagem-casa gigante pra limpar e uma barriga pesada pra carregar. Estava sendo cansativo.
Quando dava, os rapazes ajudavam com alguma coisa. Mas também não podiam abandonar a construção assim, senão do contrário aquela casa nunca seria terminada. Até deram uma aliviada no trabalho, mas não completamente. Geralmente Humberto ficava cuidando da esposa enquanto Pedro continuava sozinho na obra.
Michele sentiu que voltaria a ser Nada para ninguém. O homem que parecia se importar com ela, agora só tinha olhos para a esposa grávida. Era irritante o modo como Humberto tratava Rosa. Michele as vezes sentia vontade de gritar e dizer que a esposa dele não era de cristal.
"Querida, você não pode isso"
"Querida, você não pode aquilo"
"Amor, dirige devagar"
"Amor, cuidado pra não tropeçar"
Era tão injusto, porque Michele também estava esperando um bebê e ninguém tinha aquele cuidado. Era o que pensava.
Pedro se matava construindo a casa da irmã enquanto deixava a própria esposa praticamente ao léu. Bem diferente de Rosa e Humberto, que tinham se tornado muito mais unidos. E era incrível como Humberto conseguía fingir que nunca tinha tido nada com Michele. Isso a deixava cada vez mais péssima.
"Sinto sua falta"
Disse ela uma vez, baixinho, aproveitando a oportunidade dos dois sozinhos perto da pia, no momento exato em que Humberto foi beber uma água.
"Por favor, Michele... Aqui não! Depois a gente conversa"
Sussurrou, olhando para trás receoso e saíndo de imediato dalí.
Rapidamente Michele foi deixada no vazio, e contemplou com sofrimento o homem alto e forte retornando para o sofá e se jogando nos braços da futura mãe de seu filho.
E enquanto os dois estavam aninhados diante da TV, Michele continuou em pé, como uma estátua, desejando que um raio caísse bem alí entre eles. Não era uma pessoa má, só não suportava vê-los juntos.
*******
Rosa não tinha nem completado os três meses direito e Humberto já tinha ido fazer as compras para o enxoval. Numa tarde calorosa e abafada, típica daquela região, Michele se concentrava nos fios de cabelo do marido. Aparava sem muita destreza as pontas irregulares que desciam pela a nuca de Pedro. Eles estavam fazendo isso à sombra de uma das árvores que ficava alguns metros longe da garagem, quando viram o carro do casal chegando.
Michele instantaneamente silenciou a tesoura e ficou observando Humberto descendo do veículo e tirando um berço de madeira da capota. Ela não se deu conta do tempo que ficou paralisada fitando toda movimentação. Até ouvir o marido falar...
"Ainda bem que não vamos precisar gastar dinheiro algum com o nosso outro bebê. Essa é uma das vantagens de ter filhos após filhos. Tudo pode ser reaproveitado"
Michele suspirou, revirando os olhos pelo o comentário mesquinho de Pedro, e voltou para a tesoura. Suas mãos tremiam diante do entusiasmo do casal feliz com a mobília do primogênito. Achou melhor se controlar, ou acabaria decepando as orelhas do marido.
***************
Chegou o tempo de Michele dar à luz. E os primeiros sintomas vieram durante um jantar calmo de família. Todos estavam reunidos, inclusive Alfredo.
Quando o líquido amniótico desceu pelas as pernas de Michele enquanto ela era forçada a fazer um brinde pelo o bebê de Rosa e Humberto, ela teve certeza que já era hora de ir para a maternidade. Alfredo muito nervoso foi um dos primeiros a segurá-la enquanto ela soltava incansáveis gemidos de dor. Pedro a colocou no carro e foram direto para o hospital.
A Chegada foi rápida mas mesmo assim as coisas se complicaram para Michele. A criança além de ser quase um super bebê de quase quatro quilos, estava também enrolada e presa pelo o pescoço ao cordão umbilical. Estava à beira de um estrangulamento. Desse modo Michele não poderia de modo algum passar por um parto natural. O jeito então foi partir para uma cesariana.
Pedro e Alfredo ficaram apreensivos com a notícia. E mais ainda quando souberam que mesmo depois do susto o bebê apresentava ser um recém nascido fraco e debilitado apesar do tamanho. Tinha os pulmões frágeis. Aconteceu que Michele acabou voltando sozinha pra casa sem seu filho, que teve que continuar na Unidade Neonatal se recuperando.
Aquilo tudo tinha sido como um desastre para Michele. A gota d' água. Retornar pra casa sem o pequeno nos braços foi como picar seu coração com um perfurador de gelo. Apesar do apoio de Rosa e o carinho estimado de Alfredo, ainda assim não era o suficiente para tentar confortar sua alma quase morta.
Pedro também estava triste e até tentou consolar a esposa. Humberto apenas se limitou num simples Sinto muito bastante formal. O bebê não tinha morrido, mas todos agiam e a tratavam como se ela já tivesse perdido o filho.
"Ele não vai ficar por muito tempo lá. Só até ficar mais fortinho. Logo eu vou buscá-lo"
Dizia, quando via os olhares de pena em sua direção e diante dos dias já passados. Quase um mês e seu filho não mostrava nenhum sinal de que sairia tão cedo da UTI.
Michele ia visitá-lo todos os dias e tinha certeza que os médicos não mentiriam caso o bebê não tivesse chance. Então se agarrou nos sorrisos das enfermeiras que a olhavam com doçura e firmeza. Não sorririam para ela daquela maneira se seu bebê estivesse correndo risco de morte. Algumas poucas horas ao lado do menino e lembrou que tinha outra criança em casa para cuidar. Olhou para o relógio na parede, conversou um segundo com o médico e seguiu para a saída. No saguão, viu quando Humberto entrou.
_ Oi.
_ O horário de visitas já acabou.
_ Achei que você ia precisar de uma carona.
_ Não precisava ter se incomodado. Eu posso voltar de ônibus.
Michele desviou, caminhando pra lado de fora quando ele a Segurou.
_ Michele, por favor... Rosa me pediu pra buscar você... Se não voltarmos juntos ela pode achar estranho.
Ficaram se encarando até ela ceder e ir com ele.
No carro, quietos e pensativos, passaram pela a estradinha que dava para a propriedade de Alfredo. De repente Michele quase saltando pediu que Humberto parasse. Intrigado, ele obedeceu, vendo-a em seguida deixar à Pick Up.
_ Aonde você vai?
_ Quero ficar um pouco sozinha._
Respondeu atravessando o mato.
_ Espera!
Que parte: Quero ficar sozinha Humberto não tinha entendido?
E ele a seguiu.
O silêncio profundo reinou até chegarem no fabuloso Lago. Michele tirou os calçados e sentou com os pés na água, escorando- se no tronco da grande árvore de rente às margens.
_ Posso me sentar com você?_ perguntou, já se acomodando do lado dela.
Michele parecia não ligar para qualquer coisa ou ação e pegou um ramo seco na areia e ficou a girar nos dedos. Continuou calada e ele insistiu puxar conversa.
_ O que o médico disse?
_ Ele vai melhorar. Então não finja que se importa.
Com a rispidez de respostas; para Humberto só restava se calar. Mas não fez isso, claro.
_ Eu não tenho sido um bom amigo ultimamente_ Começou _ Mas você precisa entender que wu não poderia pôr em risco a saúde de Rosa. A situação dela é muito delicada.
Amigo?
Michele sabia que era um pedido de desculpas, por toda a indiferença nesses últimos meses.
_ Você tem uma esposa grávida que precisa de cuidados. Tem mais é que estar do lado dela mesmo_ pausa_Eu não estou lhe cobrando nada.
_ Eu só não quero que pense que estou te procurando só porque se livrou da barriga_ Ele baixou a cabeça entre os joelhos_ Eu tinha que me manter distante... E precisava respeitar suas condições também.
_ Se sua preocupação é essa... Fica tranquilo_ Suspirou_ Eu não sou mais criança, e não fiz nada que também não quisesse fazer_ jogou o raminho nas águas _ Não Acho que seja um aproveitador embora algumas vezes tenha duvidado disso.
_ Michele, eu jamais me aproveitaria de você!
_ Então está apaixonado por mim?_
A pergunta foi tão súbita que ele engoliu em seco.
Silêncio constrangedor.
_ Não sou muito bom em demonstrar meus sentimentos.
_ Com a Rosa você não tem esse tipo de problema.
_ Rosa é minha esposa.
_ É verdade_ Balançou a cabeça em concordância um tanto sarcástica _ Desculpe! É que acabei me esquecendo da minha real posição.
_ Não é nada disso. Eu só não posso agir com você pela a casa da forma que eu gostaria. Convivemos com outras pessoas e não é certo magoa- las. Elas não merecem.
_ Não me importaria de magoar quem quer que fosse para ser feliz com quem eu quisesse_ Michele esperou alguma frase ou mesmo um gesto que a fizesse acreditar que aquele homem pensava igualmente mas não aconteceu _ Mas eu sei que só eu que penso assim. Pelo o que vejo, você não abriria mão da sua vida perfeita para viver com outra pessoa. E eu sou muito idiota em manter essa esperança.
_ Michele, as coisas não são tão simples como gostaríamos. Estou construindo uma família agora, vivendo o sonho de ter minha própria casa e pela primeira vez na minha vida as coisas estão realmente entrando nos eixos. Eu não era nada quando conheci a Rosa, não tinha expectativa de coisa alguma. Ela sempre esteve comigo, nos momentos mais difíceis. Não posso simplesmente chegar e dizer que vou deixá-la. Você consegue entender isso? Não é tão simples como você pensa.
_ Não vai passar disso, não é? Eu serei sempre a cunhada gostosa que de vez em quando você gosta de transar. Nada além disso. ..
¥
Enquanto isso na casa do dono do lago, o velho pai de Alfredo o aborrecia com suas manias e reclamações. E naquele dia ele insistia para que o filho desse sua típica voltinha pelo os arredores da propriedade em busca de indesejáveis invasores.
_ Pai, estamos no meio da semana... E nós sabemos que Ninguém nunca invade a prioridade durante esses dias.. Eu prometo que no Sábado, bem cedinho, começo fazer a ronda por lá.
_ Não, Alfredo. De jeito nenhum! Aqueles moleques já sabem o dia em que você faz a patrulha... Ontem mesmo o nosso vizinho aqui do lado, me ligou avisando que no início dessa semana uma turma de meninos estavam indo justamente na direção do Lago ... Já imaginou se um desses garotos morre afogado? Vai acabar sobrando pra quem? Adivinha? Vai acabar sobrando pra mim. E eu não quero confusão pro meu lado, então é melhor você ir todos os dias e não só no sábado e domingo. É muito melhor prevenir do que remediar, você não concorda? Eu mesmo iria se minhas costas colaborasse mas infelizmente eu não posso...
_Tá bom, pai! Tá bom! Eu vou até lá agora. Pode deixar_
Revirou os olhos. Odiava ter que fazer aquilo.
_ Espera, você vai assim? De mãos vazias?
Perguntou o velho rabugento. Alfredo abriu os braços olhando para ele sem entender.
De repente o velho pegou uma pá que estava jogada no canto da parede e lançou rapidamente para o filho.
_ Leva isso!
_ Uma pá?
_ O que você queria? um 38? Não somos psicopatas.
Alfredo quase riu enquanto balançava a cabeça negativamente. Bateu a porta com força quando saiu.
¥
_Desse jeito você me ofende... Afinal, o que eu preciso dizer pra provar que gosto de verdade de você?_
Humberto falava na defensiva e ela o encarou seriamente.
_ Diz que me ama_ O vento soprou na direção dos dois. E Ela continuou _ É só uma frase, Humberto. Diz.
_ Vem cá.
Ele se levantou suspirando fundo e pegou uma pedrinha do chão. Michele foi puxada e ficou quieta, vendo-o rabiscar formas no tronco do carvalho com a ponta da pedra, e logo as letras M & J dentro de uma gravura, parecida com um coração, se tornaram compreensíveis.
_ Enquanto essa árvore estiver aqui_ Ele explicou_ Também será o tempo de nós dois... talvez haja tempestades, ventanias, talvez tentem derruba-la, suas folhas cairão, e quem sabe até ela seja cortada um dia. Mas enquanto tiver raízes, Michele, Essa árvore nunca será completamente destruída. E sabe porquê? Porque não se pode matar o que já se enraizou por dentro. Mesmo que ela nunca mais cresça novamente. Sempre vai está lá. Enterrada na lama, mas ainda viva...
Alfredo adentrou no mato totalmente distraído mas mesmo assim não deixou de notar o casal que estava tão próximos em pé de frente para a árvore. Apertou os olhos com força atentamente na tentativa de identificá-los.
"Mas o que eles estavam fazendo ali?"
Alfredo soltou a pá de um modo veloz e agressivo se camuflando entre a vegetação. Não queria ser visto até ter certeza do que estava acontecendo. Para sua surpresa viu quando Michele foi empurrada com selvageria contra o carvalho, e ficou mais surpreso ainda quando percebeu que ela tinha gostado. Michele sorriu e Humberto passou as mãos atrevidas nela. Ainda torcendo para que tudo não passasse de um grande mal entendido, viu quando os dois se deleitaram nos lábios um do outro.
Alfredo sentiu um sentimento ruim lhe subir pelas as veias que o deixou cego e ofegante. Era um sentimento de ódio, decepção e ciúme. Ficou um pouco zonzo por um período e quando melhorou deu meia volta e saiu pelo o mato chorando.
"Não! Não pode ser..."
Correu em desgovernado rumo ao grande galpão da propriedade vizinha.
*********
Rosa estava sozinha arrumando algumas roupinhas do seu bebê quando Alfredo escancarou a porta com força.
_ Alfredo?_ Franziu o cenho assustada, vendo o quanto ele parecia agitado.
_ Você precisa ver isto_
Disse, quase botando os bofes pra fora.
Ele mal esperou que ela falasse alguma coisa e saiu puxando Rosa pelo o mato adentro. De vez em quando ela pedia para que fosse mais devagar e perguntava sobre o que estava acontecendo. Alfredo nada respondia, apenas andava rapidamente sem se importar com as condições da amiga. Estava insano demais para se lembrar do estado vulnerável dela.
Rosa mesmo sentindo cansaço e um certo incômodo no ventre continuou seguindo Alfredo.
Quando chegaram próximo a localidade das margens, Alfredo parou subitamente e apontou para a direção da árvore.
_ Olha.
Rosa que vinha com dificuldade por detrás dele simplismente paralisou quando viu Michele e Humberto nos braços um do outro como dois namorados.
Custou um pouco pra ficha cair, e ficou por alguns segundos, como um robô, observando os beijos ardentes que eles trocavam. De repente sentiu quando uma pontada forte no útero lhe atingiu e ela se curvou num grito de dor.
Alfredo se apavorou e a segurou evitando que ela perdesse o equilíbrio. Rosa se contorcia toda com as mãos sobre a barriga.
Quando Humberto ouviu ao longe todo aquele alvoroço, soltou- se dos lábios de Michele.
_ Você ouviu isso?
Disse ele atento.
Michele também tentou escutar alguma coisa e olhou diretamente para onde vinha o barulho, tampando a boca com espanto.
Humberto seguiu a direção dos olhos de Michele e viu sua mulher se contraindo nos braços de Alfredo.
"Meu Deus, Não!"
Correndo foi até a esposa, deixando Michele na árvore, aflita e sem saber o que fazer. E ela só se mexeu pra cair sentada com os joelhos dobrados. Seu mundo estava desabando, bem diante dos seus olhos.
No instante em que Humberto foi chegando mais perto, logo viu que Rosa estava sangrando entre as pernas e agoniado pôs as palmas das mãos na barriga dela.
_ Querida...
_ O nosso filho! Humberto_ Suplicava em lágrimas olhando para ele.
Ele a colocou nos braços e apressadamente percorreu o caminho de volta para casa.
Alfredo ficou parado lá, quase entorpecido. E só depois percebeu que Michele também ainda estava ali. Olhando para o nada. Ele caminhou até a árvore e ficou diante dela.
Michele sentindo a sua chegada levantou o olhar e ele viu o inferno.
_ Foi você?
Cuspia cólera.
Ele baixou a cabeça e voltou a chorar.
_Eu sinto muito..._ Ele parecia sincero e arrependido.
Michele se levantou e Alfredo achou que ela podia se compadecer dele.
_Você não tinha o direito..._ Em posição de ataque _ Eu nunca vou te perdoar por isso, você tá me ouvindo? Nunca!
se dirigiu para o matagal.
_ Michele!..._ Ele Tentou _ Me desculpa.
Em desespero se encostou no carvalho com as mãos na cabeça e depois com os punhos fechados esmurrou várias vezes em cima das iniciais recém cravadas. Nem mesmo quando o líquido vermelho começou a descer dos dedos ele parou.
Pedro vinha dos lados de onde se concentrava a construção com um carrinho de mão repleto de ferramentas. Era horário de descanso e ele aproveitaria para comer alguma coisa. De repente, viu Humberto saindo do mato no carro com a irmã quase desfalecida no assento. Pedro jogou o carrinho para longe no chão e preocupado foi até o cunhado que não parou.
_ O que houve?_ gritou diretamente para as janelas de vidro do veículo.
Humberto não respondeu e acelerou o carro quase passando por cima de Pedro. Se ele não tivesse saído da frente na hora certa teria sido atropelado. Só a poeira ficou. E quando se dissipou, ele viu Michele entrando no galpão aos prantos. Pedro foi atrás.
Michele caiu na cama e em poucos segundos Pedro apareceu atravessando as cortinas. Mariane dormia tranquilamente ao lado.
_ Você sabe o que aconteceu? _ sem resposta de novo_ Michele?
A sacudiu pelo o braço e ela só soluçava.
_ É tão grave assim?... Foi alguma coisa com o bebê?...Fala alguma, mulher!
Michele parecia não escutar e Pedro decidiu que a melhor coisa a fazer era deixá-la alí e procurar saber da irmã no hospital próximo.
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