"Estranho no Ninho"
Fiquei observando Mariane o tempo inteiro. Naquela noite, ela era todo o centro das atenções. Todo mundo querendo um pouco dela. Eram Abraços pra cá, beijos pra lá e eu na minha, como um telespectador. Pelos os cantos. Só admirando a beleza da garota de cabelo caramelo e esperando minha vez.
Ela estava tão linda naquele dia ( Se é que isso era possível ) parecia como um anjo, dando voltas no salão à dançar com seu vestido vermelho rodado.
Ela tinha comprado o vestido no shopping e Samara a fez vestir e voltar pra casa com ele. Já sabendo da festa e que ela já entraria pronta.
Em seus cabelos, notei pequenas margaridas em forma de coroa. Flores que minha mãe colheu e colocou nos cabelos dela assim que a viu. Com essa visão, ela se tornou quase como uma Deusa, sendo cultuada pelos os pobres mortais ao seu redor.
Sorri com um sorriso bobo, ao pensar sozinho com meu íntimo, que aquela Deusa que todos bajulavam, na verdade era minha.
Esperei pacientemente que enfim a soltassem, e quando isso aconteceu, me aproximei devagar até onde ela se encontrava.
Pediu uma bebida e me puxou com o olhar.
_ Pensei que nunca viesse falar comigo hoje.
Falou sorrindo, com lábios cor de sangue.
_Todo esse tempo, eu estava tentando me controlar, na verdade.
Falei sussurrando quase ao pé de seu ouvido.
_Se controlar de que?
_ De começar a te beijar aqui mesmo...sem parar.
Ela sorriu, dando mais um gole em sua bebida.
Também sussurrou:
_ Não precisava... Pois seria algo de que gostaria.
Provocou.
Acho até que corei, mas talvez ela não tenha percebido por conta das luzes coloridas.
Eu já estava disposto a tirar minha prima dali e fugir com ela para qualquer lugar distante de todos aqueles olhos curiosos.
Um lugar onde pudesse tê-la somente para mim.
Mas meus pensamentos de fuga foram totalmente apagados com a chegada de André.
-_Não me diga que não está bebendo nada?
André nem esperou a resposta e foi logo me entregando um copo com vodka e refrigerante. Nem tive tempo para nenhuma reação mas dispensei pegando apenas o refrigerante.
André estava meio engraçado numa mistura de Nerd com Barman. Naquela noite, ele era o responsável de servir as bebidas.
Nesse mesmo momento fomos quase atropelados por Samara, que passou por nós como um furacão indo até o bar proliferando intermináveis palavrões.
Pegou a dose que dispensei das mãos do André e com raiva e engoliu rapidamente.
_ Algum problema?
Perguntou Mariane preocupada.
_ Sempre!_
_ Seja o que for, precisa se acalmar... _ André _ Tá quase infartando, garota.
_Me acalmar? Você só pode tá brincando!... _ Quase berrou com ele _
_ Meu Deus, mas o que foi que aconteceu?_ Tentei com a testa enrugada.
_ Seu amigo... Aquele idiota... _ Tentou segurar o choro
Entendi tudo. Estava claro. Marquinhos àquela altura já tinha aprontado alguma com ela.
Mariane e eu nos olhamos e minha prima disse baixinho:
_Me deixem sozinha com ela só um pouquinho.
André e eu saímos, deixando as duas a vontade.
_O que houve?
_Acho que essa sua idéia, de me deixar menos ridícula, não funcionou muito, Mariane_ falou com ironia sob lágrimas _ Aquele imbecil nem reparou, nem olhou na minha cara a noite inteira.
Mariane ouvia silenciosamente.
_ Agora mesmo... Nesse mesmo instante, eu vi ele agarrado com uma qualquer detrás do galpão ... _ Limpou as bochechas com força_ Eu sou mesmo muito trouxa!
_Isso não é verdade
Falou Mariane docemente.
_ Não sou ? Olha só pra mim... Eu mudei totalmente meu estilo de roupa pra agradar um homem... E ele tá lá, engasgado com a língua de um outra menina... Se isso não é ser trouxa, então eu não sei mais o que seria...
Mariane ficou em silêncio.
_ Quer saber? - disse Samara_ Vou pra casa e tirar tudo isso.
_ Samara não.
Ela não escutou Mariane e saiu
esbarrando e empurrando as pessoas de seu caminho.
Mariane a seguio, pedindo desculpas as pessoas que tinham sido quase derrubadas por Samara.
Correu atrás dela gritando seu nome até a saída do salão mas ela não queria muita conversa naquele momento. Então não deu muito ouvidos aos berros de Mariane e andava depressa feito uma louca pelo o terraço em direção a minha casa que ficava alguns metros à frente.
No percurso quase tropeçou em Marquinhos o empurrando violentamente.
_ Mas o que deu nela?
Falou marcos, perguntando diretamente à Mariane.
_ E você não sabe?
Respondeu com outra pegunta cheia de certa ironia. E ele permaneceu mudo.
_ Vai atrás dela.
Pediu.
_ Minha noite está muito boa pra deixar que a Samara estrague... Eu não vou me meter nisso...
"Mas você não se importou de estragar a noite dela" Pensou Mariane.
_ Eu só ia entrar mesmo pra te procurar e depois voltar para onde eu estava... _ continuou e Mariane pensou como deveria mesmo está bom com a garota lá atrás do galpão_ Tem um cara que eu nunca vi por aqui perguntando de você pra todo mundo... Eu só vim avisar.
_Onde ele está?
Ficou curiosa.
_ Está em frente da casa.
Mariane percorreu o caminho quase escuro que levava até a entrada da casa. Durante o percusso encontrou algumas pessoas que vinham no seu sentido contrário e que lhe desejavam Feliz Aniversário mais uma vez.
O banheiro do casarão era o único, então quem precisasse usar tinha que percorrer esse caminho meio escuro e de terra, sendo assim, Mariane se encontrou com muita gente que vinha de lá, e foi assim também que Marcos deve ter encontrado o estranho que a procurava.
Quanto mais se aproximava, mais as luzes da varanda se tornavam nítidas e logo de cara conseguiu identificar a pessoa que lhe esperava.
_Rafael?
Perguntou surpresa.
O rapaz forte, de jeans escuro e camiseta branca descruzou os braços, sorrindo animadamente.
_ Oi, Mari...
Ela se aproximou mais.
_ O que você está fazendo aqui?_ Totalmente pasma.
_ Vim te ver..._ Dando de ombros_ Afinal, é o seu aniversário. Não podia esquecer do seu presente.
Desencostou do carro e pôs as mãos através da janela aberta, trazendo um embrulho e entregando a ela.
Demorou alguns segundos para que ela recebesse de suas mãos.
_ Não precisava fazer isso _ por fim disse_ Vim de tão longe.
Silêncio outra vez.
Olhou para o embrulho dourado e balançou a cabeça como se estivesse chateada ou algo parecido.
_ Como descobriu onde eu estava?
_ Seu pai. Liguei pra ele pra perguntar se vocês iriam comemorar, fazer alguma festa e então me contou tudo sobre a viagem à trabalho e a sua estadia aqui na casa de sua tia...
"Meu pai, claro" pensou, afinal eles sempre foram muito amigos mesmo.
Pedro tinha uma enorme afeição por Rafael, apesar da diferença de idades os dois gostavam das mesmas coisas e tinham muitas coisas em comum. Uma delas era torcerem para o mesmo time, então quase sempre estavam indo a estádios e tomando cervejas juntos. Era quase como um filho para o pai de Mariane.
_ Ele me deu o seu novo endereço e aqui estou.
_ Agradeço mesmo que tenha vindo de tão longe só pra me entregar um presente _ Suspirou_ Mas agora eu preciso voltar... Meus amigos estão me esperando... Adeus, Rafael.
Mariane virou as costas e Rafael num sobressalto falou, tentando desesperadamente uma trégua:
_Nossa! Você não pode me tratar assim? Como você mesma disse, eu vim de muito longe... Foram três horas cansativas de viagem até aqui! Quase capotei o carro meia hora atrás numa estrada ruim, e é assim que você me trata?
_Sinto muito que quase tenha morrido para está aqui... Mas o que você queria que eu fizesse? Soltasse fogos de artifícios? Você sabe que não merece tanto, Rafael.
Disse meio zangada.
_ Só gostaria que fosse mais educada... Que me convidasse pra entrar... Me oferecesse um copo com água... Ou até quem sabe, me chamasse para a sua festa.
Apontou em direção de onde vinha a música.
_ Não sei se seria um boa ideia_ Sorriu quase irônica.
_ Porquê não? Qual o problema? Não somos amigos também? E eu adoraria comemorar seu aniversário como sempre fizemos todos os anos.
_O que você quer afinal? Porque está fazendo isso?
Mariane não tinha boas lembranças da época que namorava Rafael, pelo menos os últimos dois anos foram conturbados.
Namoraram por três anos e durante metade desse tempo Mariane foi realmente muito apaixonada por ele. Viviam maior parte do dia grudados um no outro.
Rafael era surfista profissional, e passava a maior parte da sua vida entre competições e viagens, sempre que possível ele levava Mariane junto.
Uma vez a pediu em casamento e jurou que casaria com ela um dia, até porque já possuía uma certa estabilidade financeira e com esse pedido ganhou também a confiança de Pedro,
que aliás achava Rafael o rapaz perfeito para sua filha. Responsável e financeiramente bem, poderia ter dado certo se as circunstâncias não provassem ão contrário.
_ Você sabe o que eu quero.
Ele, respondendo a pergunta anterior.
_ Não, eu não sei.
Cruzou os braços em forma de protesto.
_ Quero a gente de volta. Já disse isso uma vez. Você sabe.
Colocou as mãos no bolso.
Ela suspirou fundo, quase impaciente.
_ Já tivemos essa conversa milhares de vezes. E você sabe o que eu penso à respeito.
Ele balançou a cabeça negativamente.
_ Você não pode ter me esquecido tão rápido assim, não mesmo...
_ Você fez por onde.... Lembra?
Havia mágoa na voz dela.
Ele se aproximou depois de um segundo de silêncio.
_ Você nunca vai me perdoar, não é? Por mais que eu mostre o quanto me arrependo... Nunca vai ser o bastante pra você.
_ Eu já te perdoei... Só não quero ter essa conversa com você de novo...
Se aproximou mais e mais.
_ Você não me ama Maís? Nem um pouco?
_Como? Se na hora que eu mais precisei, me deu as costas? Enfrentei tudo aquilo sozinha, Rafael, enquanto você tranquilamente surfava na Califórnia.
_ Eu sei! Fui covarde! Reconheço minhas falhas, Mariane... Mas eu também estava com medo!
A segurou pelos os braços e continuou :
_Sei que não foi nada fácil pra você... Mas pra mim também não foi _ apertou os braços dela _ Eu sofri muito com tudo isso... E ainda sofro! Pago hoje um preço muito alto pelo o que eu fiz... Só de ter te perdido, eu nunca vou me perdoar.
Tentou se livrar dele mas à segurou com mais firmeza.
- Preciso que me responda se Você ainda me ama.
Ela ficou olhando para os olhos castanhos dele de um modo já bem decidida à responder.
Nesse mesmo instante, ela viu Samara saindo da casa quase tropeçando na escadinha da entrada. Torceu para que ela viesse falar consigo e a tirasse daquela situação, mas Samara passou direto e acho que nem ao menos à viu.
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Por alguns segundos, durante a festa, eu senti a ausência de Mariane e comecei procurar pelo o salão. Ninguém tinha a visto, então lembrei que André poderia me dizer onde ela se encontrava. Talvez estivesse acalmando a Samara em algum lugar.
_ Ainda deve está com a Samara...
Disse André, servindo refrigerante para um grupo de meninas de quinze e quatorze anos, zangadas porque insistiam em querer tomar bebida alcoólica.
Procurei Samara com os olhos e a encontrei dançando feito uma alienada no canto do salão.
_ Cadê a Mariane?
Ela dançava de olhos fechados e parecia que eu estava falando sozinho.
_ Samara.
Tentei de novo. Nada.
_ SAMARA!
gritei em seu ouvido.
_ Ai!_ tampou os ouvidos_ O que foi?
_ Desculpa... Mas Você viu a Mariane?
Buscou na memória _ A última vez que vi, ela estava lá fora.
Voltou a sua dança esquisita e solitária.
Fui em busca do Marquinhos. Demorei um pouco para achá -lo.
Depois de alguns segundos me deparei com Marcos e também perguntei por ela.
A música estava estridente.
_ Vi sim, acho que ela foi ver um amigo dela...
_ Que amigo?
_ Nunca vi ...Chegou procurando por ela... Devem está lá na frente da casa agora.
Há alguns metros de distância já pude presenciar toda a cena, o cara desconhecido a segurava pelos os ombros e não gostei daquilo.
Me aproximei e eles nem me notaram. Ela estava de costas para mim e virou se rápido quando pronunciei seu nome.
_ Mariane.
O cara desconhecido a soltou, me encarando.
_ Alexandre...
Parecia nervosa.
_ Tá todo mundo te procurando lá dentro...
Menti.
_ Eu já estava indo.
_Oi, sou Rafael.
Deu a mão.
_ Oi, Rafael. Beleza?
Não tive vontade de cumprimentar mas acabei cedendo e lhe dei a mão.
Som de grilos e foi então que ela decidiu enfim me apresentar ao estranho.
_Rafael, esse é o meu...
Olhou para mim e achei melhor eu mesmo fazer as apresentações. Estava claro que aquilo estava sendo constrangedor para ela.
_ ... Primo.
Completei instantaneamente.
_ Rafael chegou agora de viagem e veio me deixar um presente.
Mostrou-me toda sem jeito o embrulho.
_ Legal! _ falei sem nenhum entusiamo_ Bom... Já que seu amigo teve tanta consideração assim de vim até aqui só para deixar um presente, acho que deveria convida-lo para a festa.
Tentei mostrar muita educação, apesar da vontade absurda de mandar aquele cara embora.
Eu senti quando os dois se olharam, que ela pedia desesperadamente, que Rafael não aceitasse meu convite.
Depois de alguns segundos ele falou:
_ Não posso ingerir nenhuma bebida alcoólica, como vê, estou dirigindo_ apontou para o troller verde perolizado à sua direita.
Mariane não disfarçou o suspiro de alívio.
_ ... Mas, aceito um refrigerante. Terminou.
E dessa vez pude ver os olhos esbugalhados de Mariane.
¥
Ela realmente parecia estar incomodada com alguma coisa, e eu ia descobrir o porquê, se bem que eu já tinha minhas desconfianças de que aquele desconhecido tinha alguma coisa a ver com o jeito estranho de Mariane.
Seguimos calados até o galpão e mal entramos quando Samara veio aos braços de Mariane quase lhe sufocando.
_ Aí está você !
Não deixou que ela reagisse aos Abraços esmagadores e foi logo se ajoelhando aos seus pés. Samara estava bêbada.
_ Preciso que me perdoe amiga... Eu fui uma vaca com você... Me ajudou tanto hoje e eu fui tão mal agradecida ... Eu peço mil desculpas, me perdoa.
_Tudo bem, Samara.
A levantou.
_ Você me perdoa mesmo? De verdade?_Alisava a face de minha prima.
_ Não tem porque... Mas eu desculpo.
_Jura?
_ Juro!
_ Pois vem dançar comigo.
.
Puxou minha prima para o centro da pista sem esperar por sua resposta. Senti o desespero de Mariane em deixar Rafael e eu sozinhos. Aquela seria a oportunidade perfeita para descobrir alguma coisa sobre esse cara.
O levei até o bar e lhe entreguei um refrigerante de limão, que aliás foi o que ele exigiu. Enquanto assistíamos as duas dançando, aproveitei para puxar assunto.
_E, ai? Veio só visitar minha prima mesmo ou tem alguma outra coisa pra fazer pela a cidade?
_ Sim, só pela a Mariane mesmo..._ Isso sooou tão esquisito pra mim_ Mas na verdade não é a primeira vez que estive por aqui.... Já conhecia as praias dessa cidade que aliás são lindas... Mas dependendo dos planos, talvez fique mais tempo do que a última vez.
"Planos"
Isso ficou martelando na minha cabeça.
_Aquela prancha é sua?
Estava me referindo a prancha que tinha visto no troller.
_ É Sim... para qualquer lugar que eu vá, levo junto comigo. Nunca se sabe quando você vai se deparar com uma boa onda.
_Você surfa há muito tempo?
_ Profissionalmente há cinco anos.
_ Hum, legal...
Saiu quase zombando.
_ E você? Pratica algum tipo de esporte?
Me observou como se criticasse meu corpo sedentário.
_De vez em quando jogo futebol... Mas não profissional... Normal mesmo... Com os amigos no quintal.
Ele sentiu a ironia.
_ Engraçado, Mariane nunca me falou que tinha um primo ou qualquer outro parente por aí...
_ Você conhece Mariane há tanto tempo assim?
_ Um bom tempo _ soltou um sorrisinho _E Sempre tivemos muita afinidade.
Juro pelo os céus, que contei até dez
Mariane continuava dançando sem tirar os olhos de nós dois.
E o babaca não parava de falar.
_ Ela é mesmo linda, você não acha? Lembro quando vi ela pela a primeira vez _ riu e eu quis matá - lo _ Eu tinha acabado de pegar uma das melhores ondas da minha vida em Florianópolis, quando de repente eu a vejo na areia, de biquíni rosa, deitada como uma sereia, ela tava passando as férias lá com o pai... Aí eu pensei imediatamente: Preciso conhecer essa garota agora mesmo. Joguei a prancha do lado e fui correndo me apresentar, assim, na cara dura...
_ Interessante....
Rezei baixinho pra Deus calar a boca de Rafael, senti o sangue ferver nas veias.
Mariane decidiu que já era hora de intervir, então fez uma proposta a Samara.
_ Preciso da sua ajuda, Samara.
Continuavam dançando.
_ O quê você quer?
_ O Maior favor de todos
_ Então sou a pessoa perfeita pra isso. Manda.
_ Tá vendo aquele cara que está conversando com o Alexandre?
Puxou Samara para perto de si, que apertou os olhos buscando o dito cujo pelo o salão, quando enfim visualizou e apontou sem nenhuma descrição.
_ Bonitinho. Gostei ... Mas O que tem ele?
_ Ele é um amigo... Depois eu te conto melhor os detalhes mas agora eu preciso que você tire ele de perto do Alexandre.
_ Mas como vou fazer isso? Eu nem conheço ele direito.
_ Chama ele pra dançar, ué.
_ Porque essa preocupação toda de tirar ele de perto do Alexandre?
_ Depois eu te explico. Vai me ajudar ou não?
_ Acho que já entendi o que está acontecendo aqui....
Mariane a olhou surpresa. Como poderia entender? Se ela não falou nada ainda sobre Rafael.
_ Não se preocupe... Eu vou salvar o Alexandre.
Samara saiu rindo, deixando Mariane confusa.
Em meu consciente, já me preparava para a luta contra Rafael. Estalava os dedos me aquecendo para o grande golpe que iria lançar na face dele foi quando Samara veio até a minha direção frenética e saltitante.
_ Oi, Alê.
Me desarmei.
_ Oi, e aí? Melhorou?
Perguntei, afinal meia hora atrás ela parecia outra pessoa.
_ Estou me sentindo ótima! Só quero mesmo me acabar de dançar está noite.
_Que bom!
_ E, ai? Não vai me apresentar seu amigo?
_ Ele não é meu amigo_ fui seco _ É amigo da Mariane.
_ Oi, amigo da Mariane, eu me chamo Samara.
_ Oi, Samara, eu sou Rafael.
_ E, ai Rafa?_ Já cheia das intimidades_ O que você acha da gente dançar?
_ Eu vou confessar uma coisa pra você, eu não sei dançar.
_ Não tem segredo. Eu te ensino! Prometo.
Samara não deu a oportunidade para Rafael recusar, puxou o cara na maior para o meio do salão, e de certa forma agradeci por ela ter tirado aquele nojento de perto de mim.
Samara iniciou a conversa logo de cara _ Mariane me contou sobre você. Como vive.
_ Contou?
_ Deve ser bem difícil...
_ Nem tanto. Adoro o que eu faço.
_ Pode até ser... NADA contra! Mas acho que não pode ficar fazendo isso em qualquer lugar. Tem muita gente que não entende essa sua paixão e pode acabar sendo grosseiro com você.
_ Se o lugar for propício, porque não? ... E eu não ligo para o que pensam ou dizem. Eu amo o que faço e meus pais me apoiam.
_ Seus pais? Sério? Legal!_ Depois de um segundo _ Tá louco pra fazer isso agora né?
_ Se tivesse onde, com certeza já estaria em cima de uma... Por isso sempre trago a prancha porque se tiver praia e onda eu não perco tempo.
_ Prancha?_ Samara se intrigou.
_ Sim... Não era disso que estamos falando? Surf?
Rafael tentou ler nas entrelinhas mas não conseguiu acompanhar o raciocínio de Samara.
_ Na verdade eu achei que você era... Que estava dando em cima do meu amigo.
Rafael quase gritou sem acreditar.
_ Ele é um cara bonito mas ... Não! Eu não estava dando em cima dele até porque homens não me interessam muito no momento.
_ Desculpa._ Samara sem saber onde enfiar a cara.
_ Porque essa preocupação com quem seu amigo fica?
_ Eu que entendi tudo errado... Achei que minha amiga estava me pedindo pra livrar o primo de alguém que estivesse tentando algo com ele.
_ Então a preocupação veio dela..._ Falou desconfiado_ Mas porque? Tá parecendo até ciúme.
_Desculpa mesmo..._ Se soltou dele_ Por tudo! E principalmente por estar bêbada demais!
_ Bom, acho que podemos concertar isso. Que tal você me levar para maís uma bebida e então eu aproveito pra conhecer melhor os amigos da Mariane e saber mais sobre o primo... o primo que eu quase beijei hoje se você não tivesse chegado a tempo._ Brincou e ela riu.
Acho que vou dispensar o refrigerante e ir mesmo para as bebidas. Algo me diz que não vou pegar a estrada está noite.
Samara o levou até o Bar e pegou uma garrafa e foram juntos para fora do galpão.
Mariane suspirou aliviada e não viu mais os dois.
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