Epílogo
A moça segurava a mão do rapaz, olhando para baixo com os olhos marejados. Fora uma das coisas que aprendera com ele: chorar.
— Não imaginei que teríamos outro jogo tão cedo — disse ele a ela, sem tirar os olhos dos concorrentes, dispersos pelo salão.
— A ideia do meu pai de comemorar o meu aniversário com um campeonato de Xadrez foi realmente incrível. — Ela olhou para o par de jovens jogadores. Uma mocinha de cabelos castanhos como os seus e um rapaz de pouco mais de dezesseis anos, focados no jogo. — Já até encontrei uma versão minha, ali — disse ela, reparando na forma exímia com a qual a menina jogava.
Laerte atravessou o braço direito sobre os ombros de Aveta e aproximou os lábios de sua orelha.
— Você pensou no que eu disse?
Ela virou o pescoço na direção em que ele estava e encarou aquele par de perdições, como carinhosamente passou a chamar os olhos do príncipe.
— É... pensei.
— E então? Vai me responder ou eu vou ter que te vencer no Xadrez primeiro.
— Não precisa. Eu digo. — Aveta sorriu. — Acho que me casar não é uma má ideia.
O príncipe aproximou seus lábios dos dela e eles se beijaram timidamente, pela presença dos demais.
— Querida, quero ver o que andou treinando longe de mim! — disse Jonathan enquanto passava por eles e se sentava em uma das mesas, despejando seu manto para trás e ajeitando a coroa pesada sobre os cabelos.
— Se eu vencer, o senhor manda tirar os arabescos do teto — falou ela.
— Por quê? O que tem errado com eles?
Aveta e Laerte se entrolharam, riram por dois segundos e responderam a uma só voz:
— Eu detesto estes arabescos.
— Eu detesto estes arabescos.
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