Parte II
II
Os pais de Alicia não compreendiam porque daquele comportamento dela, e ficaram preocupados. A mãe de Alicia resolveu conversar com seu marido em particular e juntos decidiram retornar a falar de um assunto que juraram nunca mencionar novamente, tão pouco contar a sua filha...
Às nove horas Marcos chegou à casa de Alicia, esta estava já mais calma e não mencionou nada que acontecera com ela naquela madrugada ao amigo.
- Bom dia... nossa como você se sente? Quero dizer, desculpe por tudo aquilo, embora sei que desculpas não vão adiantar muita coisa nesse momento, mas... – ia dizendo ele e ela o interrompeu.
- Você me magoou muito, mas, pode consertar a situação. – disse ela.
Ele sentou no pé da cama e em seus olhos ardiam à vontade de se redimir.
- Eu quero muito em poder ajudá-la!
- Então fará como eu pedir? – indagou ela.
- O que tenho que fazer? – perguntou inseguro.
Ela sorriu. Aquele sorriso significava algo bem ousado.
- Você deve ter ficado ciente pelos jornais que estou barrada para dar qualquer tipo de entrevista sobre o caso do professor, não é?
Marcos balançou a cabeça em confirmação, e comentou.
- Nenhuma rede de televisão vai querer desrespeitar a lei do juiz... até eu fui impedido pela polícia a dar qualquer esclarecimento sobre o assunto... mas o que você pretende fazer, Alicia? – indagou desconfiado, pois viu que ela sorria desafiadora.
- Tenho que mostrar a população o lado verdadeiro da história, Marcos, o lado que a imprensa e a população estão distorcendo contra o professor Antônio.
- Mas nenhuma televisão ou jornal vai ceder oportunidade a você, você sabe disso! E como vai sair daqui? Se conseguir vai ser acompanhada pela enfermeira e meia dúzias de seguranças!
Alicia riu e pediu que o amigo sentasse, já que tinha se levantado para expressar sua opinião.
- Marcos, relaxe, tá?
- Então?
- Tenho um plano e preciso de sua ajuda.
- Bem, foi para isso que vim, não foi? – brincou ele.
Alicia sorriu e mordeu os lábios.
- Só para isso que você veio? – insinuou ela.
Ele captou o que ela estava querendo dizer.
- Bem... se você não tivesse nessa situação até que podia rolar uns carinhos, né?
Alicia começou a desabotoar a camisa e Marcos viu a intenção dela.
- Para uma chupadinha não tem problema. – sorriu ela. Marcos olhou para a porta fechada.
- E se a enfermeira entrar de repente, hein?
- Esse é um risco que teremos que correr. Mas se eu fosse você me adiantaria, e caía logo de boca nos meus peitos, seu bobo. Venha...
Ele foi de mansinho até ela e apalpou seus seios. Sentiu-os duros e quentes, e ficou excitado, fazendo que seu pênis reagisse.
Alicia passou a mão pela nuca cabeluda do rapaz e o puxou para seus seios, obrigando-o a chupar a aurora dos seus mamilos emudecidos.
- Chupe com carinho, meu querido... assim... oh!!!! – gemeu ela enquanto o abraçava. Mas Marcos parou e saiu dela. Alicia estranhou. – O que houve?
- Isso não está certo.
- Como assim não está certo? – indagou curiosamente confusa. – Sempre fizemos isso.
- Alicia, eu... – ele deixou se fraquejar.
- Diga – ela o deu oportunidade.
- Eu te amo. Eu te quero para mim, mas não dessa forma, entende?
Alicia ficou calada por uns instantes e depois concordou como se tivesse avaliado bem aquela declaração.
- Então se apaixonou de verdade por mim?
- Sim.
- E você quer namorar comigo mesmo com a confusão e o escândalo que arranjei para tanta gente? Por minha causa pessoas inocentes perderam a vida, sabia?
- Você não teve culpa, e sabe disso. Ou será que isso é um jeito de dizer não ao meu pedido de namoro? – desconfiou.
- Será que daremos certos? – indagou ela insegura.
- Se nos demos bem até agora, acho que não será por nos assumir numa relação mais séria que não daremos bem, concorda? – ela ficou surpresa e pensativa. – Por favor, Alicia, quero te amar sim, mas com amor verdadeiro em vez de prazer momentâneo.
- Bem, eu confesso que já me perguntei várias vezes se um dia alguém ia me amar de verdade, sabe, e por isso fui tão desconfiada no amor... mas você mudou tudo em mim de tal forma que me deixou suspensa no ar... – ela começou a tremer os lábios como se fosse chorar, e Marcos a abraçou, e beijou docemente em seu rosto.
- Estou aqui para fazê-la feliz, meu amor... não se culpe, eu cuidarei bem de você...
- Então antes de iniciarmos uma nova página de amor em nossas vidas, temos que preparar um plano para livrar a pele do professor Antônio – disse Alicia.
- E o que fará então?
- Quero que grave um vídeo de mim contando a história toda, e divulgue no Youtube.
Marcos ficou surpreso.
- É sério?
- Será que isso impede seu amor por mim, Marcos? – perguntou a ele calmamente.
- Mas você está se expondo demais, Alicia... e sabe como isso é. O delegado e aquele detetive vão nos estrangular se descobrir, e claro, vão descobrir!
- Está preocupado por que sua futura namorada vai dizer como tudo aconteceu ou está preocupado em sofrer as consequências em me ajudar a livrar um homem de ser crucificado inocentemente pela opinião pública e por toda a mídia?
- Não estou nem aí se você vai dizer como aconteceu entre você e aquele cara! – respondeu ríspido. – Estou preocupado no que pode acontecer a nós, sim! Já parou para pensar no que isso vai gerar? A internet é rápido como a luz do sol, e em questões de minutos ou horas esse vídeo estará sendo acessado por milhares de pessoas em torno do mundo inteiro!
Alicia sorria.
- Esse é o plano, meu amor... e tudo que gera polêmica de um jeito ou de outro sempre acaba caindo na jornal e em programas de fofoca de televisão. O ministério da justiça ou que diabo sejam não poderão interferir em tudo, e logo a opinião pública vão parar para pensar no que estão fazendo ao um homem tão bom que é o Antônio.
Marcos ainda não aceitava a ideia de se envolver tão arriscadamente com Alicia, mas ela sentenciou.
- Não ficarei sossegada até em poder ajudar o professor Antônio de algo que não teve culpa. Eu e você fomos responsáveis por ele estar nessa encrenca. Se quiser namorar comigo terá que ser assim.
Marcos sentou numa poltrona que pertencia à enfermeira e balançava a cabeça tentando encontrar outra solução, mas estava cego de paixão por Alicia.
- Tudo bem... aceito.
- Obrigada.
Ele levantou.
- Que dia pretende fazer essa gravação?
- Tenho que preparar um rascunho no que vou falar, e não se preocupe você não precisará aparecer no vídeo, apenas irá gravar e postar o vídeo numa conta no Youtube. Se algo de ruim acontecer eu assumo a responsabilidade sozinha e não direi quem foi meu ajudante.
- E você acha que vou dar o luxo de você ganhar os créditos toda sozinha? – tentou sorrir. – Se algo der errado, e sei que dará, irei assumir a responsabilidade com você. Ou achou que vou deixá-la ir para a cadeia sozinha, hein?
Alicia riu.
- Será que tem cadeia que abriga casais de namorados?
- Quem sabe. Se não tiver damos um jeito de arrumar uma cela só para nós dois.
- Então está combinado. Traga amanhã uma câmera e me ligue antes para vir para cá, entendeu?
Ele lhe aproximou novamente e a beijou nos lábios, e foi bem no momento em que a porta se abriu e entrou a enfermeira.
- Mas que falta de vergonha de você, hein, rapaz? Nem se recuperou a coitadinha ainda e está todo assanhadinho!
Alicia e Marcos se entre olharam e sorriram conspiratoriamente.
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