Cap. 95

Autora P.O.V.

1 ano depois.

Quando um ano se passa, Jhonatan se olha no espelho e ajeita o paletó. Era um dia especial ou deveria ser para todos e, principalmente, para ele. O mesmo abre a pequena caixa de veludo e encara o anel de diamante. Suspira fundo e guarda em seu bolso, saindo do cômodo e indo em direção a sala de estar. Lá estavam todos que se tornaram importantes para ele.

Glória: Olá, querido. - sorriu, gentilmente. - Você está lindo. - abraçou-o.

Jhonatan: Obrigado, dona Glória. - retribuiu o sorriso.

Luísa: É uma pena que a Elena tenha aproveitado você, antes de mim. - suspirou, decepcionada.

Henrique: Cara, você não namora? - franze a testa.

Raphael: Namora, né Luísa? E tem filho, né Luísa? - encarou-a.

Luísa: Aí, eu só estava brincando. - revirou os olhos.

Marcos: Luísa... Se-Seu filho se machucou. - apareceu eufórico.

Luísa: O quê? Ah, mas esse menino vai apanhar por não se cuidar. - saiu do apartamento.

Judete: Que ótima mãe. - ironizou.

Justin: Elena também era. - deu de ombros.

O rapaz sente uma pontada no peito ao ouvir o nome de sua amada e abaixa o olhar. Judete dá um tapa em seu namorado, para que ele se desculpe pelo que disse.

Justin: Des-Desculpe... Jhonatan. Não foi por querer. - balbuciou.

Jhonatan: Tudo bem. - sorriu fraco. - É melhor irmos.

Glória: Tem razão. Cadê meu marido e meus filhos? - gritou, achando que eles apareceriam.

Judete: Eles devem estar lá embaixo, tia Glória. Vamos descer e nos encontramos com eles. - sugeriu e apanhou seus pertences.

Eles foram até a portaria de elevador, aonde todos estavam. Aguardavam a chegada de Jhonatan, para poderem seguir ao restaurante e comemorar. O jovem suspirou fundo e caminhou até seu carro, o qual tinha sido devolvido após aquele dia do incidente. Ele encontrou o telefone de Elena, que por um tempo tinha sido considerado como prova do crime, mas não havia nada além de fotos da Aurora.

Jhonatan: Aurora... - fitou o céu, recordando-se que sua filha também sumiu após aquela noite catastrófica.

Limpou seu rosto que escorria algumas lágrimas e destravou seu veículo, prestes a entrar no mesmo, quando todos já haviam seguida ao estabelecimento pouco distante. Abriu a porta e entrou, encarando o volante do carro e aguardando qualquer coisa, mesmo sem saber o quê.

- Ei! Abra aqui! Por favor... Tem alguém me seguindo. - uma mulher bateu freneticamente no vidro do automóvel, enquanto uma criança em seu colo chorava. - Eles estão vindo! Me deixa entrar, por favor! - implorou.

Jhonatan: Tá. - abriu a porta para ela, sendo cavalheiro.

- Obrigada, obrigada mesmo. Será que pode dirigir? Eles ainda estão vindo e podem me pegar. - pediu.

Jhonatan: Quem está atrás de você? E por que? - questionou, enquanto ligava o motor.

A mulher olhou pelo retrovisor e avistou três homens com sobretudo correndo em direção do carro. Seus olhos arregalaram e ela pisou no acelerador, antes que o rapaz pudesse fazer isso.

- Não temos tempo, Jhonatan. - proferiu.

Jhonatan: Co-Como sabe meu nome? - balbuciou.

- Eu sei mais que isso. - sorriu fraco e seu rosto iluminou-se sobre a luz do poste de rua.

Jhonatan: Ga-Gabriella? - o mesmo freiou o veículo, bruscamente. - Que merda é essa? Você estava morta. Era para estar, mas não está. Como...?

Gabriella: Para de fazer pergunta desnecessária. - bufou. - Segura a menina. - entregou a criança para ele e assumiu a direção do carro. - Droga, droga, droga... Eu ferrei com as coisas e atrasei tudo. Fiz coisa errada e agora tenho que correr contra o tempo. Que droga, droga, droga. - resmungou, sem que o rapaz entendesse do que se tratava.

Jhonatan: De quem é essa criança? Você a roubou? - arqueou a sobrancelha.

Gabriella: Claro que não. - exclamou, ofendida. - Acha que sou o quê? Ladra? Nem pensar.

Jhonatan: Então...?

Gabriella: Céus, como você é tapado. - revirou os olhos. - Bem que ela disse que eu teria que explicar.

Jhonatan: Ela quem? - indagou.

Gabriella: Porra, Jhonatan! Sua namorada, lesado. - esbravejou e ele arregalou mais os olhos. - Ela confiou a Aurora em mim, para cuidar dela enquanto ficou presa.

Jhonatan: Então é... Minha filha? - olhou para a menina crescida.

Gabriella: Sim. - concordou e estacionou o carro, em frente muros altos com cerca elétrica. - É sério, cuidar de criança não é fácil, principalmente quando se tenta fugir de capangas ao mesmo tempo.

Jhonatan: Capangas? - disse, confuso.

A porta traseira do carro se abriu e uma jovem de cabelos escuros longos até a cintura, usando um capuz preto sentou no estofado. Ela fechou a porta em seguida e jogou uma bolsa, verde musgo, ao seu lado.

- Por que demorou? - questionou.

Gabriella: Foi mal, foi mal. Eu disse que tinha gente me seguindo. - justificou e ligou o motor novamente.

- Eu falei para tomar cuidado, Gabriella. Caramba... Se tivesse machucado minha filha...

Gabriella: Relaxa. - interrompeu-a. - Ela está bem. Está com o paizão aqui do lado. - apontou para o rapaz.

- Mas, que merda você tem na cabeça?! Eu disse para não constatar ele, em hipótese alguma. - repreendeu.

Jhonatan: E-Elena? - gaguejou.

Gabriella: Ei, não vem me culpar não. É difícil roubar um carro, quando uma criança não para de berrar. Então, dei meu jeitinho. - sorriu.

Elena: Tanto faz. - suspirou fundo. - Só vai para o galpão de uma vez, como combinado. E dê minha filha para mim. - exigiu e pegou a criança dos braços de Jhonatan.

Aurora: Mama. - bateu as mãos, animada.

Elena: Oi, pequenina. - beijou-a.

Jhonatan: Dá para me explicar o que é isso tudo? - pediu.

Elena: Você não contou? - perguntou para Gabriella.

Gabriella: Contei, mas ele é tapado. - deu de ombros.

Elena: Tudo bem... Jhonatan, após o dia do incidente, sabe que fugi com Aurora, não é mesmo? - ele assentiu. - Pedi para que Gabriella cuidasse dela por mim, enquanto me entreguei para a polícia e cumpri um ano de detenção por ter matado o Thiago.

Gabriella: Graças à Deus aquele embuste morreu. - decretou.

Elena: Fui liberada agora pouco e pedi que ela viesse me buscar, mas com um carro roubado, pois sabia que teria pessoas atrás de mim e da nossa filha.

Jhonatan: Por que? - questionou.

Elena: Estão zangados por eu ter matado o chefe deles e isso me faz um alvo e, Aurora também. Por ser minha filha. - explica. - Enquanto não houver alguém que substitua o Thiago, como um sucessor de sangue, eles não vão parar.

Jhonatan: Entendo... De sangue, não é? - refletiu.

Elena: Nem pense nisso. Já pensei nessa possibilidade, mas não quero você envolvido nisso. - declarou, séria.

De repente o pneu do carro estourou e Gabriella freiou o veículo bruscamente. Elena olhou para trás e viu vários automóveis os seguindo. Eram os capangas, vindo para se vingar.

Elena: Vamos descer. Rápido. - ordenou e todos saíram do carro.

Gabriella: Sabe que não dá para fugir pela floresta, né? - encarou o mato alto em sua volta.

Elena: Eu sei... - balançou a cabeça e sentiu algo em sua mão.

Olhou rapidamente e percebeu que Jhonatan a segurava. Levou cerca de um ano para que sentisse aquele toque novamente e para que pudesse olhar para o rapaz que era tão apaixonada.

Jhonatan: Deixa que eu cuido disso.

Os capangas vieram correndo, segurando armas de fogo e apontando para as quatro pessoas paradas. Aurora escondeu o rosto no peitoral de sua mãe, que a abraçou para protegê-la.

Jhonatan: Eu sou Jhonatan Bertollini, filho de Thiago Bertollini, o possível sucessor dele. Se me aceitarem como chefe de vocês, agora em diante, não terão que matar mais ninguém e muito menos pessoas inocentes como essas garotas. - exclamou.

Os homens se entreolharam e pensaram, logo abaixaram as armas e as guardaram.

- Bem-vindo, novo chefe. - disseram em uníssono.

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