Cap. 73

Jhonatan P.O.V. 

Quando acordo, o sol invade minha visão, fazendo minha cabeça latejar. Tento me acostumar, só que é um pouco difícil. Levanto e sento na ponta da cama, lembrando dos acontecimentos da noite passada. Um sorriso se alastra pelo meu rosto e a porta do quarto é aberta. 

Henrique: Bom dia. - murmura, com o cabelo bagunçado e cambaleando em minha direção. 

Eu: Cara, você está péssimo. - ironizo, enquanto observo o mesmo se jogar no colchão. 

Henrique: Cala boca, você está pior. - retruca, me fazendo rir. 

Eu: Acho que não hein. Não bebi oito copos de cerveja e sei lá mais o que você ingeriu, mas ficou bem doidão. 

Henrique: Ah! Fica parado. - diz, segurando meus ombros. 

Eu: Nem me mexi, besta. - desdenho. 

Henrique: Estava me divertindo, ok? Foi a melhor noite da minha vida, como a muito tempo não tinha. - sorriu e fitou o teto. 

Eu: Huh, posso dizer a mesma coisa. - ressalto e ele me olha imediatamente. 

Henrique: Você nem bebeu tanto, nem transou com três garotas de uma vez... Como pode estar com esse sorriso de idiota na cara? - franziu a testa. 

Eu: Se troca, vamos tomar café fora e conto tudo. 

Ele assente e levanta da cama, quase caindo de cara no chão, que causa muita risada em mim. Vou até o banheiro e tomo um banho gelado, para diminuir a dor que sentia. Visto uma calça preta, uma blusa cinza de manga comprida e um tênis. 

Desço até a cozinha e bebo um pouco de água com remédio, logo meu amigo aparece e saímos do apartamento. Fomos ao estacionamento e adentramos meu carro. Quis colocar uma música pra distrair, mas ele me impediu. 

Paro o veículo em frente a uma cafeteria, que me faz ter um flashback de quando trouxe Elena até aquele lugar, e ela fez questão de armar um escândalo e ir embora. Saio de meu devaneio com Henrique me chamando e saio do carro. 

Eu: E aí, vai querer o que? - indago, ao nos acomodarmos numa mesa perto da janela. 

Henrique: Um café. Bem forte, por favor. - exclama, com a cabeça apoiada na mesa. 

Eu: Me traz um cappuccino e torradas. - diga para a garçonete ao meu lado, que tenta flertar comigo. 

Assim que ela se retira, meu amigo trata de analisar a bunda dela numa saia minúscula e direciona um olhar confuso para mim. 

Eu: Está olhando o que, maluco? - arqueio a sobrancelha. 

Henrique: E-Ela estava dando em cima de você esse instante todo... E você não esboçou nenhuma reação? Qual seu problema? Virou gay? - balbucia. 

Eu: Não. - nego e gargalho. - Só que tem coisas que ocorreram ontem, e isso me faz não querer errar de novo. - ressalto e debruço sobre a mesa. 

Henrique: Espera... Que tipo de coisa ocorreu ontem? - questiona. 

Suspiro fundo e penso um pouco, antes de respondê-lo. 

Eu: A Ângela me beijou. - declaro e o mesmo fica boquiaberto. 

Sabia que em seguida viria um surto da parte dele. 

Henrique: Porra... E porque diabos você não me contou?! 

Eu: Talvez porque você estivesse bastante ocupado bebendo e pegando qualquer garota que visse pela frente. - digo, singelo. 

Henrique: Se eu fosse você persistia nela. 

Eu: Mas você não é, e sabe que é complicado. - rolo os olhos pelo estabelecimento. 

Henrique: Você complica, babaca. - revira os olhos. 

Eu: É, também. - sorrio sem humor. 

Henrique: Brother, escuta. Já se passou bastante tempo desde que tudo isso aconteceu, você e a... Elena. Acho que tem o direito e talvez o dever de seguir em frente, seja lá com quem for. E saiba que se quiser fazer isso com a Ângela, terá meu total apoio. - diz, sincero. 

Eu: Valeu. Mas, sabe, antes disso considerava ela minha melhor amiga, que me apoiou e ajudou durante o tempo que estive no hospital e depois que saí de lá... - pronuncio. 

Henrique: Já havia percebido e não comentei nada porque não achei que você fosse tão lerdo, só que ela, o jeito que ela te olha, o modo como fala com você, todos os sinais que ela emite ao demonstrar que gosta de você, pra valer, é algo nítido. - expõe. 

Eu: Não sei... - murmuro, inseguro. 

Henrique: Ela que beijou você, certo? - indaga e balanço a cabeça. - Tenho que acrescentar que não deve ter sido efeito da bebida, ou se foi esse o motivo, deu coragem à ela para fazer algo que antes não conseguia. Sabemos que Ângela é muito tímida, nem sequer apresentou um trabalho escolar por vergonha dos próprios colegas. 

Eu: Vou pensar a respeito disso, vamos... Só relaxar. - desvio o assunto. 

A garçonete traz nosso pedido e ingerimos numa conversa aleatória, um tanto engraçada que gerava risos pelo espaço todo. 

(...)

Ao voltarmos para meu apartamento, Henrique, que passaria o fim de semana comigo para evitar os problemas familiares, informou que tomaria um banho e descansaria. Era cerca de onze horas da manhã, e não adiantaria planejarmos em almoçar, sendo que acabamos de tomar café da manhã. 

Me joguei no sofá e liguei a televisão, com o controle remoto passei por todos os canais, sem encontrar nada interessante que me entretesse. Bufo indignado e desligo, apanho meu celular e disco um número.

|Ligação on|

- Alô? - escuto sua voz serena.

- Olá, Ângela. - digo, o mais natural possível.

- Jhonatan...? Ahn... Oi.

- Como você está? Com ressaca, que nem o Henrique? - brinco, arrancando um sorriso dela.

- Não. Ele exagerou ontem. - ressalta.

- Com certeza, que bom que estava sóbrio o suficiente para trazê-lo pra casa.

- Sim, fiquei até mais aliviada. - suspirou.

- O que pretende fazer hoje? - questiono.

- Huh, nada, eu acho. Não tenho nada planejado ainda.

- Entendo. - desdenho, pensativo.

- E você, quer dizer, vocês? - indaga, enrolada.

- Henrique está dormindo. E eu, estou sem compromisso. - declaro.

- Compreendo. - pronuncia e damos risada.

- Ei, quer... Quer sair comigo? - gaguejo, ansioso.

- É claro que sim! - exalta, me fazendo sorrir pelo nariz.

- Tudo bem. Passo na sua casa daqui quinze minutos, ok?

- Ok, ok. - afirma, empolgada.

- Ok. Até daqui a pouco.

|Ligação off|

Mordisco o lábio num sorriso e avisto Henrique vindo na minha direção, enquanto secava o cabelo na toalha. O mesmo descarrega seu corpo do meu lado e olha para mim desconfiado.

Henrique: Está com esse sorriso estúpido na cara por qual motivo?

Eu: Vou sair com a Ângela. - digo de uma vez.

Henrique: Isso aí, garanhão. É um encontro?

Eu: Talvez. - falo com desdém, e levanto para buscá-la.

Henrique: Ei, compra comida pra mim, na volta. - exclama, enquanto estou aguardando o elevador.

Eu: Esfomeado!

•••

Olá, pessoal!

Aqui está mais um capítulo de O Inesperado, espero que gostem, fiz com muito amor e dedicação.

Se possível, votem e comentem.

Um beijo do coração, e até a próxima... 😘👽🌟

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