Cap. 60
Elena P.O.V.
De repente um rangido ecoou pelo ginásio coberto, vindo provavelmente da porta principal. Jhonatan deixou de me beijar e me puxou dali, escondendo-nos embaixo dos bancos, onde era quase inevitável nos achar.
Eu: Quem se... - fui interrompida por meu namorado, que tampou minha boca com sua mão.
- Ué, não disse que eles estavam aqui? - uma voz foi ouvida, quase irreconhecível.
- Já procuramos por todos os lugares. Aqui era o último. - outra voz respondeu.
- Onde será que se meteram?
- Bom, as mochilas ainda permanecem nas classes, acho que eles irão voltar pra buscar, afinal já está quase na hora da saída.
- Tem razão, vamos ver se eles já voltaram pra lá.
Outro rangido ecoa, dessa vez pela porta sendo fechada. Jhonatan finalmente tira sua mão da minha boca, deixando-me respirar. Não nos preocupávamos se caso a diretora nos pegasse ali, já fomos inúmeras vezes até sua sala, mas aquilo era apenas como instinto de defesa.
Jhonatan: Impressão minha ou aquelas vozes eram conhecidas? - questiona pensativo.
Eu: É, também achei. - dou de ombros.
Jhonatan: Enfim, vamos sair daqui antes que dê problema pra nós logo no primeiro dia.
Concordo e saímos do ginásio, passamos a caminhar pelo corredor do colégio de mãos dadas sem nos preocupar se alguém veria ou não.
- Aonde vocês dois estavam? Posso saber? - ouvimos uma voz atrás de nós, que particularmente me fez arrepiar.
Jhonatan: Olá, querida diretora. Estávamos comentando sobre você agora mesmo e a imensa saudade que estávamos sentindo da senhora. - diz cinicamente fazendo ela fechar a cara.
Diretora: Desembucha, Jhonatan. - cruzou os braços seriamente.
Eu: Estávamos vindo do banheiro, diretora. - minto. - Eu estava passando mal e o Jhonatan foi me ajudar.
Diretora: Ah sim... Espero mesmo que seja somente isso. - nos olha desconfiada. - De qualquer maneira, quero os dois na minha sala. - a mesma passa entre nós, nos deixando confusos.
Jhonatan: Mas nem fizemos nada. - pronuncia.
Diretora: Agora, Jhonatan! - grita da metade do corredor.
Eu: Vamos. - suspiro e puxo ele.
Fomos até a sala da diretora, que estava pegando um pouco de café e depois sentou em sua cadeira giratória. Sentamos nas cadeiras em sua frente e esperamos ela dizer o porquê de estarmos ali.
Diretora: Como vocês estão? - indagou de repente.
Troquei olhares com Jhonatan, perdida no meio do assunto ainda:
Jhonatan: Estamos bem. - deu de ombros. - E a senhora?
Diretora: Bom... - a mesma respirou fundo. - Não muito. Ainda estou abalada com a morte da minha sobrinha, mas estou pior pelo fato de não ter tido a chance de enterrá-la.
Eu: Como assim? Por que não? - junto as sobrancelhas.
Diretora: Me disseram que não encontraram o corpo dela. - disse com a voz embargada. - Queria tanto ao menos enterrá-la ao lado da minha irmã, pois havia prometida cuidar dela, mas quando Gabriella começou a se meter com coisas erradas... Ficou difícil. - em instantes ela começou a chorar.
Abraçamos a diretora e demos vários conselhos, em seguida saímos de sua sala. A dúvida sobre não terem achado o corpo de Gabriella permanecia em minha cabeça, e provavelmente na de Jhonatan também que parecia bastante pensativo.
Passamos em nossa classe cautelosamente e pegamos nossas mochilas, depois caminhamos para a saída.
Henrique: Jhonatan. - pronunciou e vi meu namorado parar de caminhar.
Jhonatan: E aí, cara. - diz e faz um toque de mão.
Henrique: Aonde estava? Perdeu algumas aulas. Não achamos você.
Jhonatan: Estava ocupado. - coça a nuca e olha-me discretamente.
Henrique: As aulas mal começaram e você já está pegando as gatinhas, cara. Que rápido hein. - ambos sorriem.
Reviro meus olhos e cruzo os braços. Estava com fome, cansada e impaciente. Queria ir para casa e deitar na cama, relaxar e esquecer do mundo.
Eu: Jhonatan, vamos. - apresso ele.
Henrique: Está esperando ele pra que? Pode ir embora. - diz estupidamente.
Eu: Cala sua boca, Henrique. - digo e viro a cara para o lado contrário.
Henrique: Ixi, menina doida.
Jhonatan: Cara, eu tenho que ir. Até amanhã. - despede-se.
Henrique: Ué, mas já? - franze a testa.
Jhonatan: Não quero arranjar mais briga com a minha namorada. - responde.
- Aí que bonitinho, ele disse isso finalmente para o seu amigo estúpido que não pega ninguém. Por isso amo esse cara.
~ aí, vou vomitar depois dessa.
Henrique: Que namorada? - indagua.
Eu: Tchau, Henrique. - aceno e puxo Jhonatan para fora do colégio.
- Se aquele menino não entendeu até agora que estamos namorando, ele é muito lerdo ou muito burro.
Entramos no carro e Jhonatan dirigiu para nosso prédio. Estava silencioso dentro do veículo e foi desse jeito o trajeto inteiro, apenas podendo ouvir a música que tocava no rádio.
(...)
Depois de pensar bastante e conversar com Jhonatan, decidimos ir até a antiga casa onde nós escondemos para procurar algum vestígio de Gabriella, pois não queríamos ver nossa diretora e a salvadora de nossas vidas tão tristonha. Passamos logo de manhã no apartamento de Judete para avisá-la.
Judete: O que?! Vocês enlouqueceram? - questionou incrédula. - Vocês se lembram muito bem o que passaram naquele lugar, o que aconteceu e o motivo pelo qual isso ocorreu. Estão querendo voltar até aquele local pra que?
Eu: Ju, já explicamos. É por um bom motivo.
Justin: Qual? De ir atrás de uma garota morta, por causa da diretora de vocês? - arqueia a sobrancelha.
Olho para Jhonatan ao meu lado, trocando breves olhadas com o mesmo. Até que demos de ombros e assentimos, pois só íamos em busca de uma pista pela garota.
Justin: Já que não podemos impedi-los, ao menos iremos com vocês. - sugeriu.
Eu: Tudo bem.
Direcionamos nossa atenção para Judete, esperando que ela fosse opinar sobre essa decisão. Mas ela apenas suspirou fundo e disse que trocaria de roupa. Permanecemos na sala de estar esperando que a mesma voltasse, até que nos dirigimos aos carros e adentramos, seguindo em direção a grande e velha casa de campo.
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Olá, pessoal!
Aqui está mais um capítulo de O Inesperado, espero que gostem, fiz com muito amor e dedicação.
Se possível, votem e comentem.
Um beijo do coração, e até a próxima... 😘👽🌟
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