Cap. 53

Elena P.O.V.

Era quase sete horas da noite. Estava no quarto, terminando de me arrumar. Hoje seria o casamento do meu irmão, Édson. Não podia estar mais feliz. Ele estava realizando seu maior sonho e, após seis meses tive a notícia de que seria tia.

- Imagina... Eu sendo tia! Que emoção!

~ vai matar a criança quando nascer...

- Quieto, cons.

Termino de colocar meus brincos de pérolas e calço meu salto alto bege. Estou usando um vestido rosa claro, com alguns detalhes em renda na barra, com as costas nua e justo por completo.

- Sinceramente... Estou parecendo um vaso de flor, mas não tenho culpa se minha mãe me obrigou a usar essa roupa.

Jhonatan: A dama já está pronta? - disse, adentrando o quarto.

Sorrio de lado ao vê-lo, ele está tão lindo, vestido com um terno preto e calça social. Dessa vez pelo menos está usando sapatos adequados para a ocassião, e não all star como na noite que me pediu em namoro.

Eu: Estou quase pronta, só falta alguns detalhes. - respondo e pego meu batom vermelho.

Jhonatan: Pra que tudo isso, Elena? - revira os olhos. - Iremos apenas num casamento, não num desfile. É uma igreja, e não uma passarela.

- Ultimamente ele reclama de tudo, não posso me arrumar o mínimo que seja, que ele já está me enchendo o saco.

~ mas ele está certo, não tem essa necessidade.

- Isso deve ser ciúmes.

Eu: Jhonatan, larga do meu pé e me deixa ser bonita do jeito que eu quiser. Que saco! - bufei.

Jhonatan: Mas você já é bonita, criatura, linda na verdade. Quer se mostrar para alguém, é isso? - cruzou os braços.

Eu: Jhonatan, não viaja. - me viro pra ele. - Pra quem irei me mostrar? Fala sério, né.

Jhonatan: Estamos em Los Angeles, Elena, tem diversas pessoas aqui pra você se mostrar.

Eu: Você acordou chato hoje, hein! - digo e saio do quarto.

Apanho a chave do quarto, pois estamos hospedados num hotel. Desde que chegamos, Jhonatan ainda não viu meus pais. Resolvi o apresentar na hora do casamento, pelo menos dessa maneira minha família não irá fazer tanta pergunta na hora da cerimônia.

- Espero que não mesmo...

Eu: Anda logo, Jhonatan, senão vamos chegar atrasados. - o apresso, enquanto guardo meu celular e as chaves numa pequena bolsa de mão.

Jhonatan aparece em poucos minutos e pega a chave do carro. Saímos do quarto e descemos até o estacionamento. Entramos e o mesmo liga o motor.

Eu: Vai devagar, tá bom? Sabe onde fica a igreja? - indago.

Jhonatan: Sim. - responde sem dar muita importância.

Ficamos quietos durante o percurso, Jhonatan mantinha sua atenção na pista, enquanto eu observava a cidade pela janela. Não estava tão movimentada, por conta de já estar anoitecendo. Provavelmente as boates devem estar lotadas nesse horário.

- Que falta me faz uma festa, uma transa boa com um desconhecido...

~ se comporta, garota! Você tem namorado agora!

Logo chegamos ao local, onde tinha diversos parentes meus do lado de fora conversando e alguns desconhecidos, que deveriam ser parentes da Beatriz.

Abro a porta e desço, Jhonatan faz a mesma coisa e em seguida trava o veículo. Dou a volta em seu carro e fico do seu lado, o mesmo estrelaça sua mão na minha.

Glória: Filha! Finalmente chegou? Que alegria vê-la novamente! - desce as escadas rapidamente e me abraça apertado.

Eu: Oi, mãe. - sorrio fraco.

Glória: Quem é esse rapaz? - murmura.

Eu: Ah, quero lhe apresentar o Jhonatan, meu namorado. Amor, essa é minha mãe, Glória. - apresento-os.

Jhonatan: Prazer em conhecer a senhora. - sorri e dá-lhe um abraço.

Glória: Senhora? Meu querido, não estou tão velha assim. - brinca e rimos.

Eu: O casamento já começou? - pergunto, mudando de assunto.

Glória: Ainda não, falta a noiva chegar. Seu irmão está super nervoso, parece que vai ter um treco a qualquer instante.

Eu: Vou lá falar com ele. Me espera aqui, tá? - olho para Jhonatan.

Jhonatan: Tá bom. - dou-lhe um selinho e subo as escadas, adentrando a igreja.

Tava tudo muito lindo, maravilhoso na verdade. Havia enfeites de fita cetim branco e prata, vasos pelo corredor de lírios brancos e um lustre de cristal no meio da igreja. Fiquei encantada com o lugar, nunca havia entrado nesse local, talvez eles colocaram esses acessórios só para o casamento.

- Mas convenhamos que está perfeito.

Um pouco distante do altar, avistei meu irmão, de terno e calça social preto. Ele olhava para os lados, como se procurasse algo. Mas não havia quase ninguém na igreja, a não ser meu pai, o padre e alguns convidados.

Eu: Ei, noivo! Que nervossismo é esse? - indaguei ao me aproximar dele.

Édson: Maninha! Que bom que você veio, estou feliz em vê-la aqui. - disse e me abraçou.

Eu: Quando fui embora, após minha visita, disse pra me chamarem para o casório. E aqui estou eu! - abri um sorriso largo.

Édson: Elena, estou muito nervoso, você precisa me ajudar. - disse num tom de súplica.

Eu: Édson, calma. Sei que é seu casamento, por isso está mega nervoso, mas tente se acalmar.

Renato: Elena, filha! Você veio! -interveio e me abraçou.

Eu: Oi, pai. - sorri. - Você precisa ajudar o Édson, ele está muito nervoso.

Renato: Ajudar? Bom... Tá bom. - deu de ombros. - Filho, pensa o seguinte, que você está aqui, em um dos dias mais felizes da sua vida, pois terão outros, como o nascimento do seu próprio filho. Você hoje se unirá em patrimônio com a mulher que você ama, que te faz feliz. Você não vai dar pra trás agora, né? Ou ter um infarto quando ela entrar vestida de branco, com a barriga de grávida, te olhando com muito amor, tendo certeza que você é o cara certo, não é mesmo?

Assim que meu pai disse tudo isso, notei que Édson e eu estávamos o encarando. Aquelas palavras tinham sido tão bonitas, que me tocaram de uma maneira inexplicável.

Édson: Não, pai. - respondeu e sorriu.

Renato: Ótimo, então recomponha-se. - ordenou.

Glória: Meu filho, se prepare, pois a noiva acaba de chegar. - aproxima-se sem percebermos.

Édson suspirou fundo e arrumou a postura. Olhei para ele e o abracei forte:

Eu: Boa sorte, meu irmão. - ele me aperta ao ouvir aquilo, mas logo me solta.

Desde quando Édson transou com a minha melhor amiga, Judete, na minha cama, nunca mais o chamei de irmão. Sentia tanto ódio dele e mal o olhava na cara, por esse motivo meus pais o expulsaram de casa. Na época Judete morava com a gente, foi logo após os pais dela morrerem que tudo isso aconteceu.

[...]

A cerimônia já havia encerrado, estávamos todos do lado de fora, esperando os noivos entrarem na limusine e irem para o salão de festas.

Erick: Mana! - aproximou-se saltitando. - Você vai pra festa?

Eu: Vou sim, meu anjo.

- Preciso de uma festa...

Erick: Cadê aquele seu namorado? O Raphael?

Eu: A gente não namora mais, Rick. Agora estou com outro.

Erick: Mas, porque? Quem roubou o lugar dele? - perguntou, fazendo uma carinha de bravo.

Eu: Você é muito pequeno para entender essas coisas agora, mas aquele ali é meu novo namorado. - falei e apontei para Jhonatan, que conversava com uma prima minha.

- Prima minha? Mas que merda ele está fazendo com ela?

•••

Olá, pessoal!

Aqui está mais um capítulo de O Inesperado, espero que gostem, fiz com muito amor e dedicação.

Se possível, votem e comentem.

Um beijo do coração, e até a próxima... 😘👽🌟

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