Cap. 49

Elena P.O.V.

* 1 semana depois... *

Depois do ocorrido entre Jhonatan e eu, as coisas mudaram e, posso dizer que foi pra melhor. Todo dia nos divertimos, damos risada, como se nem estivessemos nos escondendo de alguém. Compramos algumas roupas novas, num armazém próximo do casarão. Alguns alimentos e demos uma pequena reformada na casa.

A varanda foi pintada de amarelo, bem chamativo. Alguns móveis que davam para serem consertados, conseguimos montar de novo. O quarto pintamos de azul marinho e agora está bem menos assustador.

Nesse momento, são quase dez horas da noite. Estamos sentados num morro, observando a cidade iluminada de longe e as estrelas que ainda brilham forte.

Jhonatan: Isso podia durar para sempre. - disse, de repente.

Eu: Isso, o que? - indaguei.

Jhonatan: Isso da gente estar juntos, longe de tudo e de todos, estando bem, sem brigar e discutir. - disse e me olhou, sorrindo de lado.

Realmente, podia durar...

Não respondi, apenas sorri de lado e apoiei a cabeça em seu ombro. O mesmo passou o braço em volta da minha cintura e, me abraçou de lado. Ficamos admirando a vista, encantados com tudo aquilo.

Depois de um tempo, voltamos para o casarão, andando pela grama alta, segurava a mão de Jhonatan. Acabei por tropeçar em uma pedra, mas ao invés de cair, ele me segurou.

Jhonatan: Calma, estou aqui. 

Sorri e retornamos a andar. Próximos já da casa, dispostos a subir e deitar, fomos interrompidos por um farol alto vindo em nossa direção.

Jhonatan: Não disse que ninguém sabia onde ficava essa casa? - franziu a testa.

Eu: Ninguém sabe mesmo, nem contei para Judete que estava vindo para cá.

O farol do carro aumentava a cada quilômetro que ele se aproximava.

Eu: Jhonatan... Consegue ver a placa? - olhei pra ele.

Jhonatan: Mais ou menos. - falou, estreitando os olhos. - Merda!

Eu: O que foi? - falei já aflita.

Jhonatan: É o carro do meu pai, Elena! - arregalou os olhos e me puxou para dentro da casa.

Eu: O que a gente vai fazer, Jhonatan? - perguntei, enquanto subiamos correndo para o segundo andar.

Jhonatan: Vai ficar tudo bem, tá? Pega as coisas e me encontra lá embaixo. - disse e me deu um selinho, em seguida, saiu do quarto.

Pensei em correr atrás dele, não queria que o machucassem, mas decidi fazer o que ele mandou. Peguei minha mochila e comecei a guardar todas as coisas que compramos, tanto comida, como roupas.

Joguei a mochila sobre meu ombro e, desci as escadas rapidamente, indo até a ala principal. Acabei por tropeçar e cair no chão, por conta da má iluminação. Levantei apressada, mesmo com o joelho doendo e, provavelmente estava ralado. Ia abrir a porta para sair, mas parei ao ouvir uma voz.

- Finalmente te achei, filho.

Naquele momento, meu corpo arrepiou. Me lembrei do que Jhonatan havia falado de seu pai e, era provável que nós não sairiamos vivos daqui. Dei alguns passos para trás, ainda me recuperando do choque.

Jhonatan: Como me encontrou aqui?

Thiago: Foi fácil, sabia que logo pediria ajuda a alguém e tentaria fugir, por esse motivo coloquei um rastreador no seu celular.

Um... Um rastreador?

Peguei o celular do Jhonatan, que estava no quarto conosco, abri a parte da bateria e vi uma luz vermelha piscando. Arranquei ela na hora, sabendo que aquilo era o rastreador.

Olhei em volta, procurando uma porta para contornar o casarão e sair dali. Não sabia quanto tempo demoraria para Thiago entrar e verificar se havia mais alguém na casa. Segui até a cozinha, onde tinha uma porta que dava para o jardim.

Ao sair do lado de fora, corri, contornando a casa. Parei próximo da onde estava Jhonatan e Thiago. O pai dele não estava sozinho, tinha mais alguém no carro, que não conseguia ver.

Thiago: Tem mais alguém com você? Seus amigos, Henrique e Marcos? Ou... Elena? Pois eles sumiram. Sabe onde estão?

Jhonatan: Não, eu não sei deles.

A voz de Jhonatan me parecia calma, até demais:

Thiago: Vou verificar então. - disse e virou-se, fazendo um gesto para alguém do carro.

A porta do veículo foi aberta e, de lá, saiu a Gabriella. Sua cara não era uma das melhores, parecia bem irritada. Ela se aproximou de Jhonatan. Thiago balançou a cabeça e adentrou o casarão.

Gabriella: Pensou que se livraria de mim, amorzinho? Vamos ficar juntos para sempre.

Para sempre... Essa palavra vinda dela, me arrepia.

Olhei para o lado e vi o carro que havia pego de Raphael, me aproximei dele sem que ninguém visse e entrei no mesmo. Tentei ligar, mas estava muito escuro.

Eu: Droga! - resmunguei irritada.

Avistei Gabriella se aproximando de Jhonatan, parecia que iria beijá-lo, ele tentava se afastar, mas ela o segurou firme pelo braço.

Não... Ela não vai mais encostar nele.

Abri a porta rapidamente e corri até eles, empurrei Gabriella, que caiu no chão. Ela me fuzilou assim que conseguiu me olhar.

Gabriella: Vagabunda! O que está fazendo aqui com o meu namorado?!

Eu: Seu? Dúvido muito que ele seja seu, depois de tudo que passamos juntos aqui.

Gabriella: Sua...! - a mesma se levantou, mas antes que pudesse relar em mim, Jhonatan me puxou.

Jhonatan: Não encosta nela, Gabriella! - falou raivoso.

Thiago: Ah, então essa vadia está aqui? - olhei para trás e vi ele descer os degraus. - Mentiu para mim, Jhonatan? Que coisa feia, sou seu pai, se esqueceu?

Jhonatan: Bem que gostaria de ter esquecido mesmo.

Eu: Jhonatan... - pronunciei, segurando forte em sua mão.

Thiago: Não acredito nisso, o casalzinho está junto? Que coisa patética. - gargalhou exageradamente.

Gabriella: A gente podia brincar de matar, não é, Elena? - sorriu macabro.

Jhonatan: Deixem ela em paz! - colocou-se em minha frente.

Jhonatan apertou minha mão e correu até o carro, entramos e ele tentou ligar.

Jhonatan: Merda! Ilumina aqui, Elena! Acha alguma coisa pra iluminar, rápido! - disse quase gritando.

Peguei um fósforo e o acendi, mas com a demora dele para ligar o carro, acabei queimando o dedo e deixando o palito cair no chão.

Jhonatan: Elena...! - me olhou desesperado. - Desci... Agora!

Tive apenas a chance de abrir a porta e me jogar do veículo, pois em questão de segundos, o carro explodiu. Partes dele sobrevoaram minha cabeça e, algo caiu sobre minha perna, queimando a mesma.

Jhonatan: Elena, corre! - gritou do outro lado.

Eu: Não consigo! - gritei de volta.

Vi Thiago se aproximar de mim e começar a me arrastar pela terra, até próximo de seu carro. Vi também quando Gabriella trouxe Jhonatan arrastado.

Gabriella: Pronto, casal, podem se despedir, antes de morrerem. - sorriu entusiasmada, o que me deu medo.

Thiago sacou uma arma de fogo e carregou a mesma, depois nos olhou e sorriu. Apontou para nossas cabeças e fez uma pausa:

Thiago: Qual a última palavra de vocês, antes de partirem dessa para melhor?

Gabriella: Dúvido muito que Elena vá para um lugar melhor, já que é uma viciada em sexo. - debochou.

Thiago: Tá insinuando o que, Gabriella? - a encarou.

Gabriella: Ér... Na-nada. - respondeu nervosa.

Thiago: Você está se tornando uma inútil... - olhei para Jhonatan, que me olhou de volta.

Jhonatan: Consegue levantar? - disse, sem emitir som.

Balancei a cabeça em negativo:

Jhonatan: Eu te ajudo. - falou e envolveu seu braço na minha cintura.

Thiago: Você não presta mais, nem para me dar tesão, garota. - dito isto, mirou a arma nela e atirou.

Eu: Jhonatan, corre! - me desesperei e saimos correndo, o mais rápido possível.

Ouvi disparos ainda, alguns passavam de raspão por nós. Pela minha dor na perna, não estava conseguindo correr mais.

Eu: Jhonatan... Para... Para... Eu não consigo mais... Tá doendo muito. - me encostei numa árvore.

Jhonatan: Não... Você tem que continuar, não vou te deixar aqui. - se aproximou.

Eu: Você tem que ir, Jhonatan, vai! - o empurrei.

Jhonatan: Não, sem você eu não vou!

Escutamos o acelerar de um motor e, logo o farol do carro de Thiago estava se aproximando da gente.

Eu: Vai logo, Jhonatan! - me desesperei ainda mais.

Jhonatan: Vem comigo, por favor, não vou te deixar! - esticou a mão para mim.

Lágrimas já começavam a descer sobre meu rosto, intensas e dolorosas, não suportaria perder ele. Indo junto com ele, nós dois morreriamos. Ficando, talvez teria uma chance dele sobreviver. Uma buzina me tirou de meus pensamentos, olhei para o lado e o carro estava quase nos alcançando.

Eu: Jhonatan, você precisa sair daqui, agora! - gritei.

Ele balançou a cabeça em negativo, percebi que ele também chorava. O mesmo se aproximou e selou nossos lábios.

Jhonatan: Eu amo você. - murmurou.

Fui cegada com o farol, que estava mais próximo do que antes, o veículo vinha em alta velocidade em nossa direção. Sabia que o intuito de Thiago era matar nós dois, mas não deixaria isso acontecer, pelo menos não com o Jhonatan.

Eu: Também amo você... Mas... Me perdoa. - dito isto, percebi que ele ficou confuso, mas no mesmo instante o empurrei e entrei na frente do carro, sendo atingida.

Caí no chão, sentindo uma dor imensa em meu corpo. Com dificuldade de escutar, pois meus ouvidos estavam zunindo, ouvi Jhonatan gritar por mim. Olhei para o lado e vi o carro de Thiago se afastar.

Jhonatan: Elena... Elena... Você está bem? Vai ficar tudo bem, tá? Eu tô aqui. Fica comigo.

Ele pegou o celular em meu bolso e discou um número e falou por instantes, mal estava conseguindo entender o que ele falava e, de repente, mal estava conseguindo enxergar. Jhonatan começou a se tornar um borão e, comecei a perder meus sentidos.

Jhonatan: Elena...!

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Olá, pessoal!

Aqui está o quadragésimo nono capítulo de O Inesperado, espero que gostem, fiz com muito amor e dedicação.

Se possível, votem e comentem.

Um beijo do coração, e até a próxima... 😘👽🌟

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