Cap. 32
1 semana depois...
Elena P.O.V.
Estava caminhando pelo calçadão de Califórnia, refletindo sobre a minha vida e, tudo que havia acontecido ultimamente. Desde o ocorrido na festa do Jhonatan, que Gabriella estragou tudo, não temos nos comunicado. Vejo apenas ele no colégio, trocamos alguns olhares, mas ele me evita ao máximo.
Luísa: Oi, amiga. - se aproximou de mim, que estava sentada agora na areia da praia.
Eu: Oi. - sorri fraco.
Luísa e eu voltamos a nos comunicar, ela me contou que tinha ido para Nova Iorque, visitar uns parentes. Desde então, nem sabia que ela tinha familiares morando lá.
Luísa: E aí, o que me conta de novidade?
Eu: Ah, nada demais. - dei de ombros.
Luísa: Tenho uma coisa pra te contar. - falou e olhei de imediato pra ela.
Sua aparência havia mudado, sua pele estava pálida, havia engordado um pouco, ao invés de usar roupa curtas como de costume, agora usava umas largas.
Eu: Diga. - ela me olhou e notei olheiras em seu rosto.
Luísa: Meus pais querem mudar para Nova Iorque. - suspirou.
Eu: Por que? Como assim? Tão de repente? - falei surpresa.
- não posso perder minha melhor amiga...
Luísa: Eles já estavam pensando nisso faz um tempo e, depois do que aconteceu, tomaram essa decisão definitiva.
Eu: Depois do que aconteceu, o que foi que aconteceu? - franzi a testa.
Luísa: Lembra aquela vez que fomos numa boate, dois rapazes nos ofereceram uma bebida e, você não aceitou? - balancei a cabeça em positivo. - Eles realmente iam nos drogar, mas você não quis beber. Como tomei os dois, fiquei extremamente dopada e... Eles abusaram de mim. - vi ela começar a chorar.
Eu: Luísa, você tinha que ter denunciado, eles te doparam e ainda abusaram de você. Isso não se faz, deve ir pra cadeia quem faz uma coisa dessas.
Nunca tinha visto minha amiga chorar tanto em toda minha vida, na verdade, nunca vi ela chorar. Assim como a Judete, ambas eram fortes até o fim.
Luísa: Nã-não adianta mais, Elena... Eu... E-Eu estou... Grávida.
Arregalei meus olhos na mesma hora:
Eu: Como assim... Vo-você está grávida...
Luísa: Você sabe como isso funciona, Elena, nossa professora de ciências já explicou o processo disso...
Eu: Eu sei, Luísa, eu sei. É que... Vo-você grávida... Isso é... Estranho, ma-mas também é algo bom, amiga. - sorri fraco.
Luísa: Por isso meus pais querem me levar para Nova Iorque, acham que vai ser melhor viver lá e criar esse bebezinho longe de todos daqui. Sabe, meus pais são bem religiosos e está fora de cogitação abortar, mas acham que se eu ficar aqui, talvez todos os que convivemos vão me julgar. - a mesma fungou.
Eu: Bom... Seus pais são responsáveis por você, apesar de ter já dezoito anos, eles ainda te sustentam e vão sustentar seu filho até você ter condições para cuidar dele sozinha. - olhei para as ondas e pensei. - Vai ser difícil continuar aqui sem sua presença, mas seus pais sabem o que estão fazendo, vai ser o melhor para você. - sorri e voltei a olhá-la.
Luísa: Amiga... - me puxou e me abraçou. - Vou sentir sua falta.
[...]
Era quase nove horas da noite, quando cheguei no apartamento. Havia passada a tarde toda com a Luísa, nos despedimos, relembramos tudo que já vivemos juntas, choramos e rimos. Em momento algum contei sobre o ocorrido com Jhonatan, ela já estava passando por muita coisa, se preocupando demais com essa gravidez repentina, não queria deixá-la mais eufórica com meus problemas.
Judete: Elena... Que bom que você chegou. - disse descendo a escadaria.
Eu: Aconteceu alguma coisa? - arqueei a sobrancelha.
Judete: Estou indo numa festa, estava esperando você chegar para irmos juntas. - falou ofegante.
Eu: Ah, desculpe, mas você terá que ir sozinha, Ju. Não estou animada para ir em festa alguma, quem sabe na próxima.
Judete: Poxa... Aconteceu alguma coisa? - franziu o cenho.
Eu: Não, não aconteceu nada, eu estou bem, pode ir. - sorri em forma de tranquilizá-la.
Judete: Tudo bem, não me espere, talvez durma na casa de algum homem sarrado. Beijinhos. - disse e saiu.
Suspirei e subi até meu quarto. Os dias estavam sendo realmente entediantes, e agora sem a Luísa aqui, serão ainda piores. Segui até o banheiro e me despi, liguei o chuveiro e deixei a água morna cair sobre mim.
- ele deve me odiar... porque tive que fazer aquilo?
~ porque é uma viciada em sexo, assim como o tal pai dele.
- agora Luísa está grávida, irá morar em Nova Iorque, não terei mais nenhuma companhia aqui para me ajudar.
~ pare de drama, tem a Judete ainda e tem a mim, que posso te instruir a não fazer mais besteiras.
- aí cons, cala boca e me deixa.
Vinte minutos depois, desliguei o chuveiro. Me enrolei na toalha e voltei para meu quarto. Assim que abri o guarda-roupa, refleti sobre outras coisas, enquanto escolhia algo para vestir.
- quando as coisas começaram a dar errado, cogitei a ideia de ir visitar meus pais, mas não fui. Quem sabe agora seja uma boa hora...
Peguei uma calça jeans escura, uma blusa longa de frio vermelha e uma lingerie branca. Coloquei as peças de roupa e calcei meu All star branco.
- é, está na hora de visitar minha família...
[...]
3 dias depois...
Demorou três dias para ajeitar tudo. Tive que esperar o colégio entrar em recesso, para assim poder viajar sem preocupação. Já havia comprado a passagem, meu vôo sairia às onze horas da noite. Judete ficou surpresa quando lhe contei que visitaria meus pais e, ficaria um tempo a mais por lá.
Judete: Pegou tudo? - disse, encostada no batente da porta do "meu" quarto.
Eu: Acho que sim... - respondi, analisando e, certificando que não faltava nada.
Justin: O táxi está esperando lá embaixo. - disse adentrando o cômodo.
Ah é, esqueci de comentar, naquela tal festa que Judete foi há três dias atrás, ela conheceu o Justin. Sei que ele é mais novo que ela, mas idade não é documento e, ambos tiveram uma conexão incrível quando se viram. Desde então eles estão se conhecendo melhor, digamos assim.
Eu: Okay, me ajuda com as malas, Justin? - o mesmo assentiu e pegou algumas.
Judete: Você vai fazer falta durante esses dias que ficar fora. - se aproximou e me abraçou apertado.
Eu: Vai ser somente algumas semanas, logo estou de volta. - falei e me afastei um pouco. - Você nem perceberá, de tão ocupada que ficará com o Justin. - sorri sapeca.
Judete: Deixa de bobagem, menina, é lógico que sentirei sua falta, ele não ficará todo instante comigo. Com quem verei Simplesmente Acontece agora e falarei sobre assuntos de garotas?
Eu: Falando assim até parece que não vou voltar. - sorrimos.
Justin: Ei, Elena? - me chamou.
Eu: Estou indo. - sorri, entendendo seu recado. - Tirou a sorte grande, viu? Ele é bem legal. - sorri para Judete, que deixou uma lágrima cair. - Te adoro, amiga. - a abracei pela última vez.
Desci até a ala principal, onde me despedi de Justin:
Eu: Vê se cuida dela, enquanto eu estiver fora, viu?
Justin: Com certeza, vou cuidar como uma rainha. - sorriu e lhe abracei.
Mandei um beijo no ar para Judete e peguei o elevador, descendo até a recepção. De longe já via o taxista me esperando, de repente um ar gelado preencheu meu estômago, o que me fez lembrar de Jhonatan.
•••
Olá, pessoal!
Aqui está o trigésimo segundo capítulo de O Inesperado, espero que gostem, fiz com muito amor e dedicação.
Se possível, votem e comentem. E logo sairá o trigésimo terceiro capítulo, então aguardem.
Um beijo do coração, e até a próxima... 😘👽🌟
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