Eu estávamos super nervoso e ansioso para o jantar de hoje, nem consegui dormir direito, conhecendo bem meu pai, ele com certeza iria acabar falando o que não devia, me levantei cedo, tomei meu banho, desci e dona Lourdes já estava preparando o café, o cheiro era muito bom, tenho ela como mãe, já que perdi a minha, ela me da todo auxílio possível, sou tirado dos meus pensamentos quando a mesma me pede pra sentar à mesa e que vai servir o café.
-Caiu da cama hoje, meu filho? -Pergunta ela.
-Não, eu só não consegui dormir. -Digo.
-Tudo isso por causa da volta do seu pai? -Ela insinua.
-Sim, não quero que ele machuque a Gaby, com aquele ego enorme dele. -Falo por fim.
-É de fato seu pai é uma caixa de surpresas, mas a menina é um amor de pessoa, quando eu ia achar que alguém fosse te aquietar, colocar juízo nessa sua cabeça dura. -Ela se diverte e eu acompanho sua risada.
-Você tem razão, ela mexeu e mexe muito comigo, não sei se vou me controlar se meu pai falar alguma coisa com ela. -Digo.

A noite chegou, me arrumei e fui buscar minha garota, toco a campainha à espera da mesma, me encosto no carro, quando escuto a porta abrindo meus olhos vão na sua direção, um sorriso incontrolável sai de mim e vou até ela, entramos e percebo que ela está nervosa, tento passar confiança, mas no fundo até eu estou, mas faço o possível pra não transparecer.

Minh ficha ainda não tinha caído sobre tudo o que tinha ocorrido, meu pai saltou em cima da Gaby, mas o que ele não imaginava era a astúcia dela, ver ela indo embora sem poder fazer ela ficar estava me matando, nessa casa eu não fico mais nem um segundo, decido de uma vez mostrar ao meu pai que não preciso de nada dele para sobreviver, entro em casa, subo direto pro quarto e começo a arrumar minhas malas, Klyvia entra sem entender.
-Ray o que você vai fazer?-Ela pergunta nervosa.
-Eu não vou ficar aqui mais nenhum segundo, Klyvia, não vou tolerar as ignorâncias dele, você pode até aceitar, mas eu não vou. -Digo.
-Eu não quero te perder, já basta não ter a mamãe, você é a única coisa que eu tenho. -Ela diz chorando.
-Não chora, quando eu decidir onde ficar, você pode ir morar comigo, ou então me visitar quando quiser. -Paro o que estou fazendo e abraço a mesma.
-E enquanto a Gaby? Acabou mesmo? -Ela pergunta.
-Eu não vou desistir da pessoa que me faz bem, a Gaby me fez enxergar coisas que nenhuma outra fez, o jeito dela bruto e fofo é tão assim, sabe? -Digo desconsolado enquanto passa uma fita de coisas na minha cabeça.
-Ela te ama muito, espero que isso não acabe com o amor de vocês, ela é muito difícil de lidar, mas vai ficar tudo bem.-Ela me abraça e me ajuda a fazer minhas malas. Vou descendo com a as coisas quando escuto uma voz atrás de mim.
-O que pensa que vai fazer Ray? -Meu pai pergunta.
-O que eu deveria ter feito a muito tempo, mas não tinha coragem e nem maturidade.-Digo com convicção.
-Acha mesmo que vai aguentar se virar sozinho? Você não sabe nem da metade das coisas sobre o mundo. -Ele diz rindo.
-Bom eu não nasci falando, e eu aprendi, só não vou ficar aqui aguentando o senhor me dizendo o que acha que é o melhor pra mim e humilhando os outros, eu e nem muito menos a Klyvia teve culpa da morte da mamãe, já tá bem na hora de você superar. -Falo firme e ele me encara.
-Você é igual a ela, muito atrevido e sabe o quer, eu não vou te prender, se é isso que você quer, vai em frente. -Ele diz e sobe para seu escritório sem olhar para trás.
-Meu menino virou homem e já vai embora. -Diz Lourdes chorando.
-Hey, eu volto pra te buscar, você sabe que te tenho como minha mãe, te amo. -Aquilo foi o suficiente pra ela chorar, fico um tempinho com ela, e depois vou ao encontro do meu advogado que conseguiu um apartamento pra mim, chegando lá ele me entrega as chaves e eu vou diretamente para o mesmo, estava cheio de ódio, preocupado com a Gaby, ela não me atendia, não respondia minhas mensagens, nenhuma das meninas sabia aonde ela estava, eu estava louco, só queria que tudo isso fosse um pesadelo, e tê-la novamente comigo.

Chego no apartamento, organizo tudo e vou tomar um banho pra ver se eu consigo parar de pensar nisso um pouco. Se passou uma semana desde o ocorrido e não vejo Gabrielly, meu despertador toca e eu me levanto para ir me ajeitar pro colégio, faço tudo que tem que ser feito sem ânimo, chego ao colégio e vou em direção a minha turma de amigos, não vejo a minha garota, não sei até quando ela vai ficar me crucificando com esse sumiço.

-Irmão cê tá bem? Tua cara tá péssima? -Pergunta Gabriel.
-Eu tô indo-Respondo.
-AI MEU DEUS, não acredito que eu tô vendo isso. -Fala Vlady, me viro para ver e porra é ela, Gaby tá com o cabelo curto, toda arrumada, todos os olhares vão para ela, não consigo tirar meus olhos dela, minhas pernas ficam bambas.
-Eita meu filho, ela veio pra matar, os cara tão comendo ela com os olhos. -Diz Fernando que recebe uma uma cutucada da minha irmã. -Ai vida.
-Oi Galera, perdão pelo sumiço, tava precisando. -Diz ela com sua voz macia, o olhar dela se encontra com o meu e ela desvia.
-Filha da mãe, fiquei muito preocupada, não só eu,mas o importante que você tá bem e gata pra caramba.-Fala Giovanna abraçando a mesma.
-Relaxa a mãe tá de volta, suave. -Diz ela e sorri de lado, piscando o olho, foi o suficiente pra eu não resistir mais, peguei minha mochila e fui em direção ao meu armário para pegar trocar os livros. Quando fecho dou de cara com Evie com seu sorriso sacana.
-Ih Evie, tô fora dos seus joguinhos. -Digo tirando as mãos dela do meu peitoral.
-Nossa Ray, porque não? O mais novo solteiro. -Diz ela mordendo os lábios.
-Não para você, Evie, com licença. -Falo me retirando de lá e indo para sala de aula, as horas parecem não passar, e ainda ter que aguentar os babacas dando em cima da Gaby, só posso tá pagando meus pecados agora. Desconto toda essa raiva no boxe.
-Tava inspirado né meu bebê. -Brinca Gabriel.
-Tá puxado irmão. -Digo
-Como tá lá com teu pai? -Pergunta ele.
-Saí de casa, comprei um apartamento e tô me virando, cansei dele se metendo na minha vida, viver dizendo o que tenho ou não o que fazer, ele pode até jogar muita coisa na minha cara, mas magoar a pessoa que eu amo, ele foi longe até demais.-Respondo.
-Se alguém me contasse isso anos atrás de ti, eu iria rir e dizer "impossível", "Ray não quer ninguém", mas quando a gente encontra aquela pessoa cara, fode. -Ele diz
-Vambora então, tô cansadão.-Falo.

Chego em casa, tomo um banho bem tomado, o dia foi muito puxado, me deito na cama, pego meu celular, me deparando com a minha foto com a Gaby e me bate uma bad danada, paro de pensar um pouco e logo o sono me vence.