Como em toda prática BDSM, é importante que as pessoas envolvidas tomem as devidas medidas de segurança para que nada saia do controle. E no ballbusting, precisamos tomar certos cuidados especiais ao praticar sadomasoquismo numa região tão frágil.

Conheça os limites

Como já foi dito na introdução, consentimento é o pilar central de toda prática BDSM. Portanto, todas as pessoas envolvidas devem estar de acordo com o que está sendo realizado.

Comunicação é fundamental. É importante que as pessoas envolvidas deixem bem claro o que desejam e como desejam. Tenha sempre uma comunicação limpa e transparente antes, durante e depois da prática.

Também é essencial entender quais são os limites da pessoa que irá receber a dor. E esse limite deve ser sempre respeitado.

Caso o bottom tenha pouca ou nenhuma experiência, é possível que ele não conheça os próprios limites. Uma dica para contornar esse problema é o top começar de forma bem leve e ir intensificando aos poucos se necessário.

Aliás, iniciar numa intensidade mais baixa para depois ir aumentando é algo que até mesmo muitas pessoas mais experientes preferem, pois começar de maneira mais brusca pode fazer com que a brincadeira tenha que acabar bem antes do esperado.

A resistência varia de pessoa para pessoa

Cada pessoa tem uma resistência diferente para esse tipo de dor. Porém, a maioria esmagadora dos bottoms que se interessam por ballbusting aguentam apenas torturas bem leves. É importante que todas as pessoas envolvidas tenham bom-senso e não tentem ir além do que o corpo aguenta.

Aliás, é de suma importância que haja uma recuperação adequada do corpo do bottom entre um ballbusting e outro. Não respeitar isso aumenta drasticamente as chances de dar algo errado. Cada pessoa precisará de um intervalo diferente entre uma prática e outra dependendo do quão pesado foi o último ballbusting ou do quão alta é a resistência do bottom.

A pessoa que está aplicando a dor também precisa dar uma atenção especial para as reações do bottom a cada tortura/golpe. Dessa forma, ela vai aos poucos se familiarizando com a resistência dele e vai entendendo se pode ou não pegar mais pesado, ou se deve ou não pegar mais leve, por exemplo.

É até comum encontrar vídeos pornográficos de ballbusting onde há um homem levando vários chutes fortes num curto período de tempo. Mas como todo mundo sabe, pornografia não é um retrato fiel da realidade. Bottom com esse nível de resistência é extremamente raro. Você não precisa tentar reproduzir algo na mesma intensidade do vídeo que você viu na internet.

Para uma dominadora, encontrar um homem que goste de se submeter é super fácil. Mas encontrar um submisso que aceite ter as bolas torturadas, mesmo que seja de leve, é um pouco mais difícil. E encontrar um submisso que goste de ballbusting pesado é tarefa quase impossível.

Golpes que devem ser evitados

Há inúmeras maneiras de causar dor nessa região. É óbvio que ao bater, é importante que a pessoa sempre bata (seja usando a mão, o pé ou algum objeto) com uma força que respeite o limite imposto pelo bottom, conforme já foi explicado acima. E se os testículos estiverem amarrados, eles ficam muito mais frágeis do que já são normalmente. Então tenha cuidado redobrado nessas situações.

Dentre os muitos golpes possíveis, também é preciso tomar um cuidado especial com pisões. Deve ser evitado utilizar todo o peso do corpo, pois as bolas dificilmente aguentarão tamanha pressão. A pessoa que for pisar deve pressionar de forma leve e aumentar conforme necessário, mas sem colocar todo o peso sobre os testículos do bottom.

Torcer os testículos também é algo bastante perigoso e que pode facilmente ocasionar uma lesão chamada torção testicular. Essa lesão pode ocasionar na perda de um ou ambos os testículos e será melhor explicada no próximo capítulo.

Morder também é perigoso por motivos óbvios. Qualquer pessoa consegue facilmente castrar um homem com uma mordida nas bolas. Mas se as pessoas envolvidas acham que morder é algo muito excitante e essencial para a prática, é possível fazer com os dentes pressionando de forma bem leve (mas bem leve mesmo).

Tenha uma palavra de segurança

É imprescindível que haja uma palavra de segurança (também conhecida como safeword) durante o ballbusting. Esse recurso é nada mais do que uma senha que pode indicar quando o submisso deseja parar a prática, pausar por um momento ou apenas diminuir a intensidade.

Palavras como "pare", "não" ou "chega" muitas vezes podem fazer parte de uma encenação, então a palavra de segurança geralmente acaba sendo uma palavra fora do contexto BDSM, como o nome de uma fruta ou uma cor, por exemplo.

Ao ouvir a palavra de segurança, a pessoa que está aplicando a dor deve parar o que está fazendo e avaliar se está tudo bem com o bottom, se ele precisa de um intervalo, se ele deseja continuar, etc. Não respeitar a palavra de segurança é abuso.

Realize um cuidado após a prática

Outra coisa de suma importância é o cuidado pós-sessão, também conhecido no meio BDSM como aftercare.

Algumas práticas podem ser muito pesadas emocionalmente, colocando os envolvidos num estado de vulnerabilidade. Conversar sobre a sessão ou perguntar como a pessoa está são formas de dar uma atenção especial para ajudar a pessoa a se sentir mais segura, garantindo sua estabilidade emocional e evitando o surgimento de sentimentos negativos.

Também há práticas que podem exigir um cuidado especial na questão física, como cuidar de um ferimento, hidratar, tomar um banho, etc. Para a dor nos testículos em específico, repouso, analgésicos e compressas frias são boas opções para aliviar o desconforto. Se a dor permanecer por muito tempo ou se houver sintomas de lesões mais graves, procure imediatamente um médico. Aliás, esses perigos são o assunto do nosso próximo capítulo.

É muito individual o que cada um irá sentir após determinada prática, tanto emocionalmente quanto fisicamente. Nem toda pessoa precisa do mesmo tipo de aftercare. E tem pessoas que nem precisarão dele. Mas mesmo assim, é algo necessário para manter um BDSM responsável.