Ossuário
No cemitério das minhas lembranças
Jaz sob pedra as almas errantes e suplicantes que um dia enterrei...
No ossuario revisito cadáveres há muito esquecidos
Ou quisera eu que bem assim fosse...
Pois para cada lápide uma lembrança,
Para cada nome um golpe de dor,
E por mais profundo que tenha enterrado
Ainda posso sentir seu odor.
Mediante há anos de exílio
Ainda sinto o putrefe cheiro das palavras malditas
Ou das bem-ditas, que ainda sim, por melhor que fossem, não deveriam terem sido proferidas...
Em cada Jazigo deixo uma flor, pois, ainda que por pior o motivo que fora de estarem ali, serviram de alguma forma para o que eu me tornei por mais que me doa admitir...
Cada um possui seu próprio Réquim por assim dizer... Não algo clássico em todos os casos, mas uma música onde cada vez que ouço lembro do dia (e motivo) de cada sepultamento.
Sempre fui fiel aos sentimentos. Inclusive ao ódio.
Não ao que a pessoa fez. Ou o que deixou de fazer ou falar...
...Mas de não conseguir esquecer.
Conviver com a cólera...
Mágoa...
Arrependimento até...
Seguindo a jornada silenciosa por entre cada cruz datada e descrita, para que nunca mais em minha vida possa tornar a errar.
Para cada um reservo uma lágrima.
Uns de tristeza, porque por mais que eu quisesse não poderiam estar vivos em meu mundo.
Uns por raiva, por terem despertado o pior em mim com atitudes e palavras...
Uns com indiferença, me perguntando o porque e como foram parar ali...
Mas em todos os casos, O *"choro de Capitu" que corre em meus olhos é uma Misselania de cada sentimento descrito com uma considerável dose de pesar, pois de alguma forma a cada um eu amei
E temo que por mais que enterre, de nenhum jamais me esquecerei.
*Citação a Capitu no enterro de Escobar,
personagem do livro Dom Casmurro de Machado de Assis.
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