Escrevo-te, em linhas tortas e com letras garranchadas, o que sente meu coração.

Ciente de tua relutância, escrevo-te como a ultima esperança que interpretes o que sinto, pois assim poderei partir sem medo de saber que, não viestes até mim não porque estavas desinformado, mas sim, porque provavelmente a vida te deu maiores prioridades. Melhor pensar assim, do que apenas ser uma denegação.

Parto eu para meu universo, afim de não retornar, ao menos que exista outro a qual possa habitar.

Dor há em minha alma, ao ver-te e não poder externar o que sinto.

Talvez meu trem tenha chegado tarde. Ou o teu muito cedo. E desencontramo-nos na estação do amor. 

Meu bonde passa ao lado do teu, e vejo-te pela janela... Não sei se triste ou satisfeito, acompanhado de um sorriso que não é o meu.

Não sei denominar em palavras, ou em medidas, mas tentarei.

Meu amor é tamanho, que esperaria-te na rodoviária da vida o tempo que necessário for, se ao menos tiver eu certeza de uma mínima jura de amor. Almejava ser nem que fosse uma unica vez, o teu primeiro pensamento...

Sei o que por mim sentes, só não entendo o que te impede de vir ate mim... Na verdade entendo... é o outro sorriso que não queres ferir...

Mas ainda sim. Esperaria-te. Ou melhor. Esperarei. Ate que meu trem chegue e possa desembarcar na estação da felicidade, que fica ali, logo após teus abraços.

*"Besame, besame mucho

Que tengo miedo a perderte

Perderte después..."

Ainda que em vão eu aguarde, e que o tempo passe, eu posso sentir que,  ao menos uma vez,  eu fora importante pra ti.

**"Devias vir

Para ver os meus olhos tristonhos

E, quem sabe, sonhavas meus sonhos

Por fim."

*Musica de Andrea Bocelli

**Musica de Cartola.