O triunfo de Park Jimin

votem e comentem! ✨

Saber que duas semanas já haviam se passado, levando embora o Natal, Ano novo e tudo o que havia acontecido até ali, fez Jimin acordar pensativo naquela manhã. Havia tido uma ótima noite de sono, estava tranquilo, porém com a mente cheia. Sua ansiedade e o humor depressivo insistiam em trazer à tona pensamentos negativos. O ruivo estava tão acostumado a ter seus momentos felizes transformados em pesadelos que seria realmente surpresa se agora desse tudo certo.

Ainda chegava a perguntar se merecia aquilo. Se merecia Jungkook e todo o amor do namorado. Sabe que é recíproco, que está disposto a amar o moreno com tudo de si, mas ainda assim, continua lutando com a faísca de medo que pode ser acesa e atingir todos ao seu redor. Se ainda estivesse fazendo terapia, ele tinha certeza que ouviria a psicóloga dizer que ele deveria viver um dia de cada vez, sem dar espaço para todo o aborrecimento.

E Jimin estava disposto a viver dessa forma, só que havia algo lhe fazendo voltar dois passos a cada passo adiante, e ele teria que dar fim a isso logo.

Passou a manhã toda no quarto. Jungkook havia mandado uma mensagem avisando que passaria o dia com o irmão, então o ruivo decidiu não estragar o momento do garoto com suas paranoias. Porém, o Jeon não era o único a se preocupar com Jimin. Sua mãe esperou na sala o dia inteiro até que o filho saísse do quarto, mas, horas depois, quando a mulher já estava preparando o jantar, decidiu que iria atrás do Park.

Estava saindo da cozinha, caminhando até o corredor do quarto, quando a porta se abriu e um Jimin desconfiado saiu dali, encontrando seu olhar instantes depois.

- Podemos conversar? - Minji deixou que um longo suspiro de alívio escapasse por seus lábios.

- Claro, meu bem. - Largando o pano de prato em qualquer lugar, a morena segurou um dos braços do filho, entrelaçando o seu ali, e juntos, eles adentraram o quarto.

Park Minji era uma pessoa inquieta. Impaciente. Sempre o contrário do que deveria ser. Então o balançar de suas pernas não surpreendia Jimin, que era da mesma forma. Gostaria de ter herdado toda a paciência e calmaria do pai, mas, aparentemente, o Park mais velho foi o único que manteve a personalidade calma na casa.

- Ok, eu vou falar, pode parar de segurar o surto. - O ruivo riu, encontrando o olhar arregalado da mãe.

- Por Deus, eu estava para endoidecer já - Minji comentou, respirando fundo e se acomodando no colchão macio da cama. - Pode falar, filho.

- Quando a senhora e o Jihyun comentaram sobre eu estar triste por algum garoto, eu não respondi. Não neguei ou confirmei por vergonha. - Suspirou alto, ajeitando a postura e tentando encontrar as palavras certas. - Sempre tive essa personalidade instável, e todo mundo sabe. Ou estou maravilhosamente bem, ou lamentavelmente triste, e quando fui estudar em Seul, o primeiro contato que tive foi com Lee Taemin. O cara parecia legal, tinha toda aquela pose de jogador caro, como se o mundo fosse pouco demais para ele, e eu desejei estar com alguém assim, talvez porque dessa forma eu estaria bem. Foi o que pensei. - Jimin deu de ombros, sorrindo entristecido.

- Eu já estou arrependida de ter deixado você estudar lá. - Sua mãe negou com a cabeça, preocupada com o fim daquela história.

- Eu olhava ao redor e todos pareciam ter alguém com quem contar, alguém em quem poderiam se apoiar e eu invejei isso por bastante tempo. Até que me convenci de que estava apaixonado pelo Taemin. Ele já tinha deixado claro que nunca daríamos certo porque somos diferentes e toda aquela merda, eu sabia disso, mas já tinha colocado aquilo na cabeça e só Deus sabe o quão teimoso eu sou. Só paro quando consigo o que quero. - O Park se remoía com as lembranças que lhe afetavam. - Nesse meio tempo eu fiz amizade com o Yoon e o Jin-hyung, meus melhores amigos e colegas de quarto. Eles sabiam dessa minha paixão estranha e sempre deixaram claro que eu não deveria perder meu tempo com alguém como o Taemin. Eu não entendi no começo, porque o Lee era todo babaca com todo mundo, mas um por cento de sua atenção era voltada a mim, e eu estava me achando por ter a atenção dele. - Riu ao ver a expressão incrédula no rosto da mãe. - Eu sei, foi horrível. E eu continuei me invalidando por muito tempo. Me surpreendi comigo mesmo porque alguém como Lee Taemin estava ficando com alguém que não valia absolutamente nada. Eu me odeio por ter sido tão cego, mãe. E se tivesse parado por aí, tudo bem, mas só piorou.

- Jesus, Jimin! O que aconteceu?

- Eu já estava saindo com ele quando conheci o Jungkook e os outros meninos. Eles são ótimos, mãe, espero que um dia todos venham pra cá. Enfim... Eu finalmente estava me sentindo parte de um grupo, estava bem, mas ainda tinha que lidar com o sentimento pelo Taemin. E ao mesmo tempo tinha que tentar evitar a curiosidade que surgiu quando conheci o Jungkook. Fiquei frustrado por ter conhecido alguém tão incrível, o mundo não merece esse garoto... - Sorriu, sem se dar conta disso, e sua mãe riu baixinho. - Ele sempre foi perfeito comigo. Eu dormia e acordava feliz por saber que tinha ele na minha vida, e em algum momento comecei a perceber que isso estava se tornando mais importante que o que quer que fosse que eu tinha com o Taemin. Então fiz a coisa mais idiota que eu poderia fazer... - Mordeu o lábio, desviando o olhar.

- Eu nem quero saber. - A mulher negou com a cabeça, exasperada.

- Não quer?! - Jimin riu baixo.

- Óbvio que sim, conte logo, garoto - reclamou Minji, deixando um tapa fraco na coxa coberta do mais novo.

- Pedi ajuda ao Jungkook para conquistar o Taemin.

- Puta merda, Jimin, nem parece que foi criado por mim. O que rolou? - A morena estava realmente chocada diante do que ouvia.

- Ele me ajudou, claro. Porque gostava de mim e a minha felicidade estava acima disso, eu não sabia, mãe. Se eu ao menos desconfiasse... Aconteceu tanta coisa... Perdi muito tempo dando bola pra quem só estava me empurrando para o buraco, me afastei do Jungkook e dos nossos amigos, até perceber que eu valia mais que aquilo. Que tinha que correr atrás do quê e de quem realmente me fazia bem. - Foi sincero, sentindo uma ponta de esperança surgir.

- Isso é bom, não é?

- É ótimo. Não existe mais problema nenhum que envolva eles. Agora estou com o Ggukie e isso é maior que tudo o que já vivi, mas... eu tenho medo de ser o problema. De nunca ser suficiente para ele. Tenho medo de errar e acabar com esse momento. Alguma coisa sempre acontece pra que eu fique triste e sozinho. - O ruivo bufou, se jogando para trás e afundando os fios tingidos nos lençóis dobrados.

- Sabe que coisa é essa, Park Jimin? - Sentindo o olhar do filho em si, Minji não hesitou em continuar. - Essa coisa é você. Você é o único capaz de decidir o que quer da sua vida, é você quem escolhe qual caminho seguir ou que atitude tomar. Isso de se invalidar já é velho, você superou, mas fica voltando atrás...

- Mãe...

- Eu sei que não é proposital, mas, meu bem, você conseguiu! Saiu sozinho desse relacionamento todo errado com aquele garoto idiota e recomeçou com o Jungkook e seus amigos. Deveria estar orgulhoso. Não precisou se apoiar em ninguém. Caiu, mas levantou, e levantou com força. Me diga uma coisa, você quer que as coisas deem errado entre você e o Jungkook? Que as suas amizades se afastem? Você quer ficar sozinho e continuar pensando que não merece a vida? - Por mais que soasse irritada, Jimin podia ver no olhar da mãe toda a ansiedade, preocupação e carinho que ela sentia por si.

- Não quero... - murmurou.

- Então esqueça isso. Você não precisa superar nada, não precisa dar valor ao que aconteceu, porque não acrescentou nada de bom. Hoje você está bem, lindo, saudável, vale mais que o mundo inteiro, tem um namorado incrível e amigos maravilhosos, deveria dar risada do que aconteceu. Se entregue ao que está vivendo. É o seu momento, Mimi, e não aceito um "não" como resposta. - Não puderam evitar o sorriso quando o apelido infantil soou num tom carinhoso e divertido.

- Eu não seria maluco de dizer não. Acho que só precisava disso para deixar tudo pra trás. Eu realmente amo como as coisas estão agora e não preciso me preocupar. Obrigado por abrir meus olhos. Eu te amo, mamá - diz o ruivo, se encolhendo no colo da mãe e sentindo o coração quente ao chamá-la da forma que chamou até os dez anos de idade. Eram Mimi e mamá, sempre juntos e protegendo um ao outro, isso não mudaria nunca.

- Eu te amo, Mimi. Agora levante essa cabeça e vá viver sua vida, na sua idade eu estava... Merda, eu já estava apaixonada pelo seu pai, mas ele me acompanhou em todas as aventuras e eu aposto que aquele Jeon está disposto a viver tudo isso com você. - Riram juntos e Jimin concordou.

- E se eu chamar ele para dormir aqui hoje? - Pensou alto, corando ao ver o sorriso travesso brilhando no rosto da mãe.

- Então iremos fingir não ter escutado nada.

- Mãe! - Jimin saiu do colo alheio, levantando e abanando o rosto com as mãos. Flashes da noite que passou com o Jeon voltando à sua mente.

- Aiai, esses jovens. Vou terminar o jantar, avise ao Jungkook que deixarei um espaço para ele na mesa. - Assentiu, vendo a mais velha sair do quarto em meio a risadinhas.

Acabou rindo sozinho. Não conseguiu ficar com raiva de si mesmo ao se dar conta de que era isso que precisava para se sentir melhor. E sua mãe insistindo na conversa o tempo inteiro, aish.

Jogando os cabelos para trás, pensando no que fazer, Jimin ignorou a tontura devido à fome e pegou o celular, mandando uma mensagem para Jungkook.

PJM: acho que minha mãe já te ama

PJM: disse pra avisar que vai deixar um espaço na mesa pra vc, hmm

PJM: e seria legal se você viesse... poderia dormir aqui também, sabe?? ou não..

Largou o celular para pegar uma muda de roupas no armário, mas correu de volta à cama quando o aparelho vibrou.

Ggukie ❤: isso foi um convite?

PJM: uhum, mas por trás dele tem eu implorando para que vc durma comigo

Ggukie ❤: agora você me convenceu

PJM: ei! vc negaria meu convite? *emoji bravo*

Ggukie ❤: claro que não, denguinho

Ggukie ❤: Junghyun está dirigindo. assim que eu chegar em casa, tomo um banho e vou aí

PJM: sabia que vc não negaria algo a mim

Ggukie ❤: fazer o quê se vc é o dono do meu coração?!

PJM: eu sou o dono do seu coração *emoji chorando*

Rindo baixinho ao reler as mensagens algumas vezes, Jimin sentiu o estômago reclamar pela milésima vez no dia e correu para a cozinha a fim de pegar algo leve para comer.

Ignorou o olhar raivoso da mãe, que sabia que ele não comeu nada o dia inteiro, e comeu alguns biscoitos e um copo de leite de banana. Se sentindo revigorado, focou no que a mulher fazia e ergueu a sobrancelha, curioso.

- É tinta de cabelo? - questionou, vendo algumas caixinhas nas mãos da morena.

- Sim. Tenho que retocar já, os fios brancos estão me matando, aigoo - ela disse séria e Jimin riu.

- Qual é o tom? - perguntou, trocando um olhar suspeito com a mãe.

- Castanho... Castanho alguma coisa, mas esse é bem escuro, creio que seja o tom do seu cabelo natural. - A Park já estava sorrindo e abrindo a caixinha.

- Acha que dá pra fazer antes da carne queimar?

- Não acredito que vai largar o ruivo... - Ela o olhou, desacreditada.

- Deixo assim, então? - Jimin já estava dando as costas com os biscoitos e o copo de leite em mãos quando foi parado pela voz da mais velha.

- Pegue uma camisa velha e uma toalha, já estou indo para o banheiro. - É, aquilo aconteceria mesmo.

E, enquanto a bagunça rolava na casa dos Park, Jungkook revirava os olhos após ouvir alguma piada sem graça de seu irmão. Haviam chegado em casa a alguns minutos e Junghyun insistia em provocar o mais novo.

- Não vou dormir em casa hoje. - Ignorando o irmão, Jungkook informou à mãe ao se aproximar do balcão da cozinha.

- Vai ficar com o Jimin? - Sohui sorriu ao lembrar do ruivo baixinho.

- Sim, a mãe dele me chamou para jantar e acho que os pais não se importam que eu fique por lá - falou o moreno, sentindo as bochechas esquentarem ao se dar conta de que dormiria com Jimin depois do que haviam feito, e os pais do namorado, e o irmão, estariam dormindo a metros de distância.

- Tudo bem, aproveite o jantar. Diga ao Jimin e aos pais dele que estamos mandando um "Oi". - A morena riu baixinho da vergonha do filho. Seu pai passou com algumas pastas e concordou ao ouvir o que a esposa dizia.

- Pode deixar.

Se sentindo, finalmente, sob controle outra vez, Jungkook respirou fundo. Seu olhar caiu sobre a cama feita e ele riu, negando com a cabeça.

- Não sai da minha cabeça mesmo longe, Park Jimin. O que eu faço com você?

Deixou que alguns momentos da noite da virada tomassem conta de sua mente, mas desviou daquilo quando sentiu um calor em seu baixo ventre. Não poderia chegar desse jeito para jantar com os pais de seu namorado. Que horror.

Jogando algumas roupas e coisas necessárias em uma mochila, deixou tudo pronto em cima de sua cama e pegou algumas roupas escuras para vestir após o banho gelado de quinze minutos. Ele precisava daquele tempo, ok?

Tentara não demorar muito já que não sabia bem de que horas a família do Park costumava jantar, e a pressa que tinha em se preparar para sair era a mesma que Jimin tinha para terminar de lavar os cabelos, agora em seu tom natural, e terminar o banho quente. Estava satisfeito com o resultado, mais ainda por lembrar que Jungkook tinha curiosidade em vê-lo moreno.

Com um sorrisinho brincando em seu rosto a todo o momento, o ex ruivo colocou uma camisa de manga listrada com uma calça preta e decidiu ficar descalço. Sentia o cheiro da comida de sua mãe adentrar suas narinas mesmo quando estava no quarto, iria dormir com um buchinho hoje.

- O Jungkook vem pra cá? - Se assustou, borrando o protetor labial, quando Jihyun invadiu o quarto, a voz dois tons mais alto que o normal.

- Jesus Cristo, porra! - praguejou, ouvindo o irmão dar risada.

- Amém! Ele vem? - insistiu.

- Vem.

- Sinto muito, irmãozinho, vou roubar seu namorado por uma noite. A TV também é toda minha, vamos zerar algum jogo ainda hoje - Jihyun cantarolou, mexendo em alguns acessórios do Park mais velho.

- Ei, você é o irmãozinho aqui. E não fique atormentando o Jungkook, aigoo - Jimin implicou, limpando o protetor labial de sua bochecha e passando no local correto.

- Nem tamanho você tem, hyung. Me deixe aproveitar um pouco dele, hum? Juro que depois deixo vocês em paz. Até posso dar algumas camisinhas.

- Park Jihyun! - Sacudiu o potinho de protetor labial no irmão, o ouvindo gargalhar enquanto fugia do quarto.

Encarando o reflexo de seu rosto, Jimin bufou diante das bochechas avermelhadas e respirou fundo. Definitivamente, seria uma noite longa.

vazou eu esquecendo de att a fic toda quarta hihih

tt: pjmluvsjjk

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top