Capítulo Um
O despertador tocava incansavelmente, depois da noite de farra no dia anterior, Jungkook estava, de fato, apagado em cima da cama. Ainda vestia as mesmas roupas, até mesmo os seus sapatos estavam nos seus pés.
Driiiiiimmm!! - O despertador insistia em acordar o moreno.
- Filho da puta! - Com um único golpe, acertou o punho cerrado em cima do objeto de alarme, destruindo-o e cessando o barulho.
Havia um pouco de vômito no chão, próximo a entrada, quando a porta fôra aberta dando passagem a Sra. Jeon, ela se aproximou da cama e notou o despertador quebrado, depois olhou para seu filho, com o rosto vermelho, coberto pelo cabelo crescido.
- Acorda! - Hana balançou o corpo do moreno, ouvindo um sussurro em forma de resmungo. - Levanta Jungkook! Vai viver desse jeito ? Igual um vagabundo sendo sustentado pelos seus pais ?!
O moreno abriu os olhos, sentindo o gosto amargo na boca, ele levantou o torso, encostando-se em seu cotovelo, com a outra mão, jogou seu cabelo para trás e suspirou profundamente.
A dor de cabeça começava a dar sinais de que ficaria mais forte, principalmente depois da visita matinal da sua querida mãe.
- Bom dia pra você também. - O moreno respondeu ironicamente, enquanto levantava da cama e caminhava até o banheiro.
- Hoje você vai ver o doutor Sullivan, marquei uma consulta para você no horário da tarde.
- Não preciso disso. - O moreno respondeu ainda dentro do banheiro, onde abria a porta do pequeno armário sobre a pia. Ele pegou um pequeno recipiente que guardava seus calmantes, pegou um e o engoliu.
- Você tem que se tratar...
- Não! - Bateu a porta do armário com tamanha força que o vidro trincou. - Eu já disse que não vou me consultar com nenhum psiquiatra.
Hana suspirou, e resolveu que seria melhor desistir, por hora. Ela sabia que se insistisse naquela conversa, seu filho poderia quebrar mais do que apenas o espelho do banheiro.
E de fato, Jungkook já sentia sua frequência cardíaca acelerada e um tremor pelo corpo, suas mãos apertavam a borda da pia quando ouviu a porta do seu quarto sendo fechada. Aos poucos, seus batimentos foram regularizados e ele suspirou em seu pequeno momento de paz.
Após o banho, ele desceu a escadaria e seguiu até a sala de jantar, onde seus pais e uma visita já se encontravam fazendo o desjejum. Assim que apareceu na ombreira todos pararam o que estavam fazendo e olharam na mesma direção.
- Venha, filho. - O Sr. Jeon convidou. - Junte-se a nós.
Os olhos de Jungkook encarou todos os rostos que estavam naquela mesa, um por um, até parar no de uma mulher que conhecia desde pequeno, e que desde sempre, fôra prometida como sua noiva, devido a acordos antigos feito por ambas as famílias.
- Oi, Jungkook. - Seyoon o cumprimentou sorridente. - Como você está ?
- Morrendo de dor de cabeça. - O moreno respondeu, juntando-se aos outros.
- Também, com a noite que teve. Bebendo e usando drogas...
- Hana! - Youngjae a interrompeu. - Estamos tomando café... E temos visitas. Agora não, por favor.
- Claro, claro. - A mulher assentiu, dirigindo um sorriso para Seyoon. - Desculpe por isso, querida. São coisas de mãe.
- Tudo bem, eu compreendo. - A jovem respondeu.
- Mas conte-me querida, como foi a viagem à Paris. - A mais velha continou.
- Maravilhosa! - Seyoon respondeu. - Foi ótimo ter esse tempo com papai, depois que minha mãe faleceu. Ele precisava desses dias de descanso.
- Sim, e você como uma ótima filha que é, ajudou-o com isso. - Hana comentou. - Com certeza será uma ótima esposa para o nosso Jungkook.
O moreno, que bebia um pouco de suco de caju, tossiu engasgado com o líquido, após ouvir as palavras de sua mãe.
- Oh meu deus, você está bem ? - Seyoon questionou preocupada.
- Sim, eu apenas estou atrasado. - Respondeu levantando-se da mesa.
- Aonde você vai ? - Youngjae quis saber.
- Tenho uma entrevista de emprego.
- Outra ? - Hana perguntou com um sorriso forçado. - Meu querido, você sabe que não vai conseguir arrumar um bom emprego, sem antes fazer um tratamento adequado.
- Já disse que essa não é uma opção. - Após concluir, o moreno se retirou do cômodo.
- De qual tratamento a senhora está falando ? - Seyoon perguntou.
- Jungkook não está bem, querida. - Hana respondeu, segurando carinhosamente a mão da mais jovem. - Ele continua explosivo como sempre. A última vez que teve um de seus ataques de fúria, foi demitido pelo próprio pai.
- Pobrezinho. - Seyoon lamentou, levando uma mão ao peito. - Se existir alguma coisa que eu possa fazer, por favor, não hesite em me informar.
- Você ajuda muito se não sair do lado dele, querida. - Hana respondeu. - Ficarei grandemente satisfeita se você me apoiar e convencer Jungkook a fazer esse tratamento.
Seyoon assentiu sorrindo, e todos voltaram a terminar o desjejum.
Enquanto isso, Jungkook chegava no prédio de uma grande corporação, para fazer uma entrevista que fôra marcada pelo próprio, alguns dias atrás. Após se identificar na portaria ele fôra encaminhado para o andar apropriado.
A reunião não durou muito tempo, e logo depois de alguns minutos, respondendo algumas perguntas que, talvez, fossem supérfluas a visão do moreno, e antes que pudesse revelar toda a sua experiência no ramo executivo na empresa do seu pai, foi interrompido cordialmente pelo entrevistador.
E mais uma vez recebeu uma resposta negativa. Em circunstâncias normais, aquilo não deveria acontecer, tendo em vista o amplo currículo educacional e profissional que Jungkook carregava nas costas.
Contudo, o seu pai, sendo instruído pela esposa, solicitou à todas as grandes empresas que não empregassem o seu filho, alegando que o mesmo sofria de um grave transtorno comportamental e necessitava de tratamento. Em alguns casos, Jeon Youngjae teve de fazer alguns acordos, mas todos aceitaram o seu pedido de não contratar o seu filho Jungkook.
Enquanto voltava com seu carro para casa, imaginou as diversas palavras que saíriam da boca de sua mãe. As coisas que diria com certeza não seriam agradáveis. Ela o ofendia dia e noite gratuitamente, o fato de ter falhado em uma nova tentativa de conseguir um emprego, seria mais um motivo para que Hana utilizasse do seu veneno natural, para ultrajar a imagem do filho.
Durante uma parada no semáforo, olhou pela janela e notou um aviso colado no poste, onde uma sorveteria dispunha de uma vaga, sem exigência de experiência. O moreno fechou os olhos e pensou no que iria fazer.
Pensou por um instante que seria humilhante para a sua imagem trabalhar nesse tipo de estabelecimento. É claro que, qualquer trabalho que seja honesto, não é motivo de vergonha, mas um homem formado na melhor universidade do país, e com anos de experiência em uma das maiores empresas, vender sorvete para sobreviver seria muito rebaixamento.
Quando o sinal abriu, ele seguiu dirigindo e o caminho que tomou fora automaticamente o do endereço citado no cartaz. Assim que parou seu carro no minúsculo estacionamento da sorveteria, que nada mais era do que a própria calçada. O moreno adentrou no local, tendo apenas alguns clientes sentados, e se dirigiu até a bancada.
- Boa tarde senhor, o que vai querer ? - Um rapaz de cabelo negro questionou sorridente.
- Eu vim pela vaga.
- Oh, entendi. - O moreno virou-se para um outro funcionário que estava abaixado organizando alguns gelados na vitrine. - Jiminie, avise ao Sr. Kim que chegou um candidato para a vaga.
Assim que o menino ergueu o seu corpo, Jungkook virou seu rosto instintivamente para vê-lo. Seus olhos não estavam enganados, aquele rapaz era de fato, o ser mais lindo que já viu na vida. Seus lábios volumosos combinando perfeitamente com o desenho do seu rosto angelical, e o que mais lhe chamou a atenção, o seu cabelo de coloração vermelha, uma cor forte e quente, que contrastava com aquele rosto delicado.
- Tô indo, Hobi. - O ruivo respondeu, passando por uma porta logo atrás.
- Vai querer alguma coisa ? - O moreno perguntou à Jungkook. - Escolha um sabor. É por conta da casa.
- Por sua conta, Hoseok. - O dono do local respondeu antes que Jungkook o fizesse. - Não vá oferecendo nosso produto e colocando a conta na sorveteria. Se quer ser gentil, que seja usando o próprio bolso.
- Sim, senhor. - Hoseok respondeu, recebendo um olhar piedoso do ruivo.
- Me acompanhe. - O dono solicitou e Jungkook logo foi seguindo o mesmo, até uma espécie de escritório. - Sou Kim Namjoon, este é o meu irmão* Kim Seokjin e temos mais um irmão chamado Kim Taehyung, mas ele não se encontra no momento. Somos os três, donos da sorveteria herdada de nossos falecidos pais.
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N/A: Namjoon, Seokjin e Taehyung são irmãos, mas não dos mesmos pais. Taehyung e Seokjin são filhos da mesma mãe, já Taehyung e Namjoon são filhos do mesmo pai, mas Seokjin e Namjoon não possuem ligação sanguínea, eles apenas tem um irmão mais novo em comum, que seria o Taehyung.
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- Me chamo Jeon Jungkook. - O moreno se identificou, observando que ambos os irmãos lhe estudavam com os olhos. - Eu não possuo experiência nesse ramo mas aprendo rápido e estou disposto a fazer qualquer coisa que mandarem.
- O modo como está vestido fala que você vem de uma família rica... - Seokjin comentou. - Tem certeza que precisa desse emprego ?
- Se não precisasse, eu não estaria aqui. - Jungkook respondeu seriamente.
- Olha como fala... - Namjoon começou, mas fôra interrompido pelo irmão.
- Tudo bem, Joonie, ele está certo, minha pergunta foi um tanto tola. - Seokjin observou mais uma vez o corpo do moreno, ele era bastante alto e possuía um corpo evidentemente musculoso. - O rapaz é forte, vai ajudar muito com o estoque, aqueles dois são uns molengas.
- Tudo bem então. - Namjoon se pronunciou. - Mas tudo o que podemos pagar é um salário mínimo.
- Estou de acordo.
- Neste caso, está contratado. - Seokjin respondeu.
- E quando eu começo ?
- Chegue cedo amanhã, vou solicitar que um de nossos funcionários explique a você como funciona o trabalho aqui.
- Obrigado. - Jungkook se levantou fazendo uma breve reverência para ambos. - Vocês não irão se arrepender.
- Espero que não. - Namjoon falou.
Após sair da sala, Jungkook fez o mesmo caminho de volta, quando passou pela bancada, olhou de relance e viu o garoto ruivo servindo uma das mesas, ele seguiu seu caminho e entrou no veículo, dirigindo a caminho da casa dos seus pais.
Quando chegou, já estava no fim da tarde, assim que abriu a porta principal, sua mãe que estava andando de um lado para o outro, caminhou na direção do moreno.
- Onde estava ?! - Questionou furiosa. - Eu tive que adiar a consulta com o Dr. Sullivan, seu irresponsável! Você sabe o quanto é difícil obter um horário vago com ele, huh ?
- Deveria desistir disso, já disse que não quero...
- Eu não perguntei o que você quer - Hana o interrompeu. - Enquanto viver nessa casa e ser sustentado por mim e seu pai, você vai fazer o que eu mandar!
- Estou indo embora daqui.
- Você não tem pra onde ir!
- Eu consegui um emprego.
- Está mentindo...!
- Pense o que quiser, estou indo embora. Não serei mais um peso na sua vida e não terei mais de ouvir suas ofensas, mãe.
- Você não pode fazer isso! Pra onde você vai ? - A mulher insistia, ela não estava acreditando que o filho realmente tinha conseguido um emprego. Todos os empresários concordaram em não empregar o seu filho e ela jamais imaginaria que Jungkook, aceitaria trabalhar em uma sorveteria. - Me diga, Jungkook, aonde você vai se não tem onde cair morto ?
O moreno ignorou as perguntas da mãe e subiu as escadas até o seu quarto, colocou algumas roupas em suas malas e logo em seguida, desceu outra vez. Quando chegou na sala novamente, sua mãe estava na frente da porta, na intenção de impedir a saída do filho.
- Meu filho, reconsidere. Você prefere morar embaixo da ponte do que com a sua família ?
- Qualquer lugar é melhor do que aqui! - Jungkook a respondeu rispidamente. - Mas eu não vou morar embaixo da ponte. Vou vender o meu carro e alugar um flat.
- E depois, huh ? Vai viver do que ? - Jungkook tentava retirar a sua mãe de firma pacífica, mas Hana estava decidida a não deixá-lo ir. - Porque eu não vou deixar o seu pai ficar te sustentando se você não está disposto a fazer o tratamento.
- Que porra de tratamento, mãe! - O moreno gritou tão alto que a mulher estremeceu de medo. - Será que não vê que não é disso que preciso ?!
- Você tem que se tratar... - E a mais velha insistia em bater na mesma tecla.
E era o que todos diziam: "Você precisa se tratar". Jungkook estava cansado de ouvir isso, que era um problema e que precisava se "tratar", era mantido quase como um leproso.
Com efeito, qualquer pessoa que estiver passando por um problema psicólogo, deve e precisa procurar auxílio profissional, afim de obter uma melhor qualidade de vida.
Contudo, elas também necessitam do apóio familiar, precisam saber que não estão sozinhas, e empurrá-las à força para um psicólogo ou psiquiatra não é a melhor forma de ajudá-las.
Porque é mais fácil empurrar o "problema" para outro encarregar-se, do que você mesmo colocar as mãos na massa.
As intenções de Hana não passam de orgulho e vaidade, mostrar que possui controle sobre tudo, inclusive dos filhos. Sua preocupação não era apenas que seu filho machucasse os outros ou a si mesmo, mas também, que Seyoon desistisse do casamento que valeria milhões.
- Consegui um emprego em uma sorveteria. - Por fim, o moreno confessou. - Não é muito, mas, não serei mais um peso morto em sua vida, mãe.
- Sorveteria ? - A mulher sorriu em escárnio. - Você só pode estar de brincadeira.
- Olha pra minha cara de quem está brincando. - O moreno travou a mandíbula com o semblante fechado. - Agora faça o favor de sair da minha frente, não quero te machucar.
A mulher permaneceu no mesmo lugar, Jungkook a empurrou levemente para o lado, forçando-a a ceder a passagem.
- Eu vou contar pro seu pai! - A mulher gritou do umbral.
- Ele vai fazer o que ? - Jungkook indagou entrando no carro. - Eu tenho trinta e dois anos, mãe.
A mulher volveu a entrar dentro de casa, batendo a porta com um estrondo. Em seguida, ela ligou para o marido contando tudo o que havia acontecido.
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Sem nenhum trocado no bolso, Jungkook rodou pela cidade a procura de um lugar onde pudesse estacionar o carro gratuitamente, para poder passar a noite dentro do veículo.
No dia seguinte, o moreno estava com o corpo todo dolorido, por ter dormido de jeito desconfortável em um espaço mínimo. Trocou de roupa no banheiro de um shopping e logo após, seguiu para a sorveteria. Antes de entrar, ele colocou uma placa de vende-se no carro.
- Bom dia. - O moreno adentrou no estabelecimento que ainda não estava aberto para os clientes. - Me chamo Jungkook. O Sr. Kim informou que hoje eu teria uma especial de treinamento...
- Oh, você é o rapaz de ontem, que bom que conseguiu a vaga. - Hoseok respondeu enquanto organizava o caixa. - Meu é Hoseok, aquele alí é o Jimin, ele que vai dar seu treinamento.
Jungkook assentiu e logo caminhou na direção do ruivo, que estava limpando algumas mesas em um pequeno espaço para clientes.
- Bom dia. - O moreno falou, para chamar a atenção do garoto que nesse momento, passava um pano nas pernas da mesa com uma concentração absurda, como se aquela atividade fosse a coisa mais importante do mundo. - Me chamo Jungkook, estou aqui para ser instruído por você.
- Bom dia! - O ruivo ergueu-se rapidamente, respondendo animado com um largo sorriso no rosto. - Seja bem vindo à Kim's Ice Cream! Você já trabalhou em alguma sorveteria antes ?
- Não.
- Entendo. - Jimin observou as roupas que o maior estava vestindo, quem em sã consciência iria trabalhar de terno e gravata em uma sorveteria ? - Suas roupas são muito bonitas, você vai acabar sujando elas. Vem comigo.
O ruivo segurou a palma do maior e o conduziu até a área dos funcionários, uma pequena sala nos fundos onde eles podiam trocar de roupa ou descansar em horário de descanso.
- Toma, coloca esse avental. - Disse entregando para o moreno. Jungkook retirou o paletó e a gravata, e dobrou as mangas da camisa social antes de vestir o avental. - Como eu pensei, deu certinho em você, o Sr. Namjoon que usava esse.
- E agora, o que eu tenho que fazer ?
- Vou te ensinar a usar a máquina de caldas. Eu coloco o sorvete no pote ou na casquinha e você pode acrescentar a calda, granulado e canudinhos de biscoito. - Ambos se aproximaram da bancada e Jimin ensinou o maior a utilizar a máquina.
Ele colocou a mão embaixo da torneira metálica e moveu a pequena alavanca. Calda de chocolate caiu na palma do ruivo, mais do que o suficiente. Ele levou até a boca e lambeu todo o conteúdo doce, novamente colocou a palma embaixo da torneira, quando estava prestes a repetir o processo, Jungkook colocou a sua mão por cima da pequena de Jimin, e o impediu de mover a alavanca.
- Eu já entendi como funciona. - O ruivo o olhou surpreso e Jungkook continuou. - Não deveria ficar comendo o estoque.
- É só um pouquinho, eles nem vão sentir falta. - Jimin tentou puxar a alavanca mas o moreno colocou mais força na mão, transmitindo com o olhar uma ordem silenciosa para que o ruivo soltasse . - Ai! Tá bom... Mas você tem que tirar sua mão primeiro.
Confiando nas palavras do menor, Jungkook retirou a sua mão, e quase que imediatamente, Jimin moveu o aparelho e mais calda caiu sobre sua palma. No mesmo instante, o moreno levou a mão a alavanca e a subiu, interrompendo o fluxo do doce.
Devido a força que colocou, ele acabou quebrando o registro e assim, a calda voltou a cair continuamente. Jimin o olhou assustado mas logo em seguida, sorriu radiante e se colocou embaixo da torneira com a boca aberta, permitindo que a calda caísse em sua boca.
- Meu deus! O que estão fazendo ? - Hoseok indagou se aproximando de ambos.
- Preciso de alicate e chave de boca. - Jungkook o informou.
- Uh... ? Tem ferramentas no quartinho dos funcionários. - Hoseok indicou, e rapidamente Jungkook passou por ele, para procurar os instrumentos.
Depois de consertar o registro, os três abriram a sorveteria e iniciaram o expediente. No horário do almoço, Jimin tirou uma pausa e instruiu Jungkook a fazer o mesmo e assim eles foram para o quartinho.
Jungkook sentou em um pequeno banco e ficou apenas observando de longe, o ruivo abrir uma bolsa e retirar uma caixa. Jimin começou a comer o seu almoço, que era alguns cupcakes que ele mesmo havia feito.
- Você quer ? - O ruivo o ofereceu.
Para Jungkook, pareceu que Jimin sentiu pena e sabia sobre a sua vida e que estava sem comer desde a manhã do dia anterior, um sentimento de vergonha se apoderou dentro de si, e o orgulho lhe dizia para rejeitar o bolinho. Mas, seu estômago faminto insistia para aceitar.
Antes que pudesse decidir, o seu celular tocou e ele atendeu. Era um possível comprador do seu carro.
- Sim, estou indo. - O moreno se levantou e caminhou até a saída.
Jimin o observou curioso, mas ficou calado, observando a atitude do maior.
- Boa tarde, estou interessado no seu carro. - Afirmou o cliente. - Mas estou curioso em saber porque um carro desse está sendo vendido por um valor tão abaixo do mercado.
- Estou precisando urgentemente do dinheiro. - Jungkook justificou. - Tenho todos os documentos necessários se quiser verificar.
- Se esse é o caso, eu fico com o veículo. - O homem respondeu feliz. - Mas antes, gostaria de fazer uma vistoria com um mecânico de minha confiança.
- De acordo, só preciso avisar ao meu chefe que preciso sair.
Jungkook retornou para dentro da sorveteria a procura de Namjoon ou Seokjin mas estes não se encontravam no local. Hoseok, então, o apresentou ao terceiro dono.
- Este é o Taehyung, você também pode falar com ele. - Afirmou o moreno. - Tae, esse é o novo funcionário, Jungkook.
- Hmm... - Taehyung observou Jungkook dos pés à cabeça, mordeu o lábio inferior e ergueu uma sobrancelha. - O que deseja ?
- Estou fechando a venda do meu carro, preciso me ausentar para prestar os devidos trâmites.
- No seu primeiro dia ?
- Se não fosse urgente eu não estaria pedindo Sr. Kim.
- Ora, o que é isso ? Me chame de Tae, sou mais novo que você. - Taehyung brincou. - Mas se você quiser sair dentro do horário de trabalho, terá de pedir para um de seus colegas cobrir você.
Jungkook olhou para Hoseok mas o moreno se adiantou, antes que o mais velho pudesse lhe pedir.
- Eu não posso. - Hoseok ditou. - Não tem como ficar no caixa e servindo ao mesmo tempo.
Neste ínterim, Jimin surgiu pela porta dos fundos, Jungkook caminhou apressado até ele. Quando chegou perto, notou seu queixo um pouco sujo, provavelmente pela cobertura dos cupcakes.
- James, eu preciso sair urgentemente agora, será que você poderia me cobrir ? Eu pago.
- Claro, Jungkook. - O ruivo respondeu sincero. - Não se preocupe eu trabalho por nós dois!
- Muito obrigado! Eu vou te recompensar por isso...
- Não precisa. - O menor respondeu sorrindo. - E... Uh... Não que seja importante mas, o meu nome é Jimin.
- Sim, claro, Jimin. Me desculpe... Bom, estou indo.
O ruivo movimentou a mão em despedida, mas tudo o que recebeu em troca fôra as costas de Jungkook saindo do estacionamento com bastante pressa.
- Educação mandou lembranças... - Taehyung comentou, arrancando risos de Hoseok. Jimin permaneceu com cara de paisagem, olhando para a saída. - Tá olhando o que ? Volta ao trabalho! Não esqueça que hoje você está trabalhando por dois!
Jimin libertou-se do seu transe e voltou para trás do balcão, continuando a sua jornada de trabalho.
Continua...
⭐
Desejo do fundo do coração que esse sorriso nunca deixe de brilhar e que continue conquistando o mundo e realize todos os sonhos!
Parabéns amor da minha vida ❤
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