Capítulo Quatro
As luzes e o barulho ensurdecedor da sirene policial, chamaram a atenção do ruivo que estava abraçado a Jungkook. O maior parecia perdido no próprio mundo enquanto chorava silenciosamente. Sempre sério, aquela era uma visão do moreno que Jimin jamais pensou que veria.
Estava tão fragilizado, que nada fez quando dois policiais, seguiram até onde eles estavam e levantaram o moreno de forma ríspida, algemando seus pulsos atrás das costas.
- Estão machucando ele! - Jimin exclamou, acompanhando-os levar o preso até a viatura e posteriormente, jogá-lo de jeito bruto no camburão.
Enquanto que Taehyung, conversava com outro policial junto a Hoseok, próximos ao loiro desmaiado na calçada.
- Você vai com eles, é a testemunha. - Taehyung argumentou para o namorado. - Faça esse selvagem ser preso! É isso o que ele merece, fiCAR EM UMA JAULA! SEU ANIMAL! - Bradou furioso, olhando na direção da viatura.
- Calma, Tae. Yoongi vai ficar bem. - Falou pro namorado.
- Eu sei disso. - Respondeu mais calmo. - Mas eu quero que aquele louco pague pelo que fez! Faça ele pagar, Hobi!
Jimin olhou para trás assustado, mas em seguida ignorou, estava preocupado com a forma desconfortável que Jungkook seria transportado para a delegacia. Ele se dirigiu até o outro lado do veículo para entrar, assim como Hoseok, mas fôra impedido pelo fardado.
- Aonde pensa que vai, garoto ? - Questionou o policial, segurando a porta. - Você viu o que aconteceu ?
- Não senhor. Não tudo. - Negou sendo sincero. - Mas eu tenho que ir, não posso deixá-lo sozinho.
- O que você é dele ?
- Nós trabalhamos juntos.
- Sinto muito, mas apenas parentes e familiares podem acompanhar.
- Eu... - Tentou argumentar. Ele tinha que responder alguma coisa que convencesse aquele policial a deixá-lo ir. Foi então que o ruivo disse impulsivamente: - E-ele é meu namorado.
O policial o estudou, viu que os sinais de suas expressões sinalizava nervosismo, e que possivelmente estava mentindo, mas não poderia julgar sem saber, já estavam de partida e não quis atrasar ainda mais a resolução daquele problema. Decidiu por fim, deixar o ruivo entrar na viatura, e logo depois fez o mesmo.
- Hoseok, diga a eles que ele não fez por mal. - Jimin pediu para o amigo, e o moreno que antes olhava pela janela, pensativo, voltou sua atenção para o ruivo. - Por favor.
- Por que se preocupa tanto com ele, Jimin ? Você viu o que ele fez ? - Fez uma pequena pausa, dando a chance do menor relembrar das condições em que Yoongi ficou.
- Eu vi. Mas Hos...
- Jimin, eu olhei nos olhos dele. - Hoseok o interrompeu, já sabendo que o ruivo tentaria interceder mais uma vez. - Eu o vi como ele realmente é. Um descontrolado que precisa ser detido antes que machuque outra pessoa.
- Ele não é mau. - Foi a resposta que deu fim a conversa.
Seguiram o restante do caminho em silencio. Quando chegaram na delegacia, todos os envolvidos foram levados á sala de espera, e um por um entraram na sala do delegado, para serem ouvidos pelo mesmo. Hoseok foi o primeiro.
- Sente-se. - Indicou ao moreno, uma cadeira de frente a sua mesa. - Então, o que aconteceu ?
- Eu estava conversando com meu amigo do lado de fora de onde eu trabalho, e aí meu colega de trabalho apareceu se intrometendo, eles começaram a discutir e do nada o Jungkook começou a agredi-lo. Eu tentei separar mas ele me empurrou também.
- Eles tinham alguma desavença ?
- Não que eu saiba.
- Então de repente, o rapaz chegou agredindo o outro ?
- Yoongi, o que apanhou, estava tentando me beijar, mas isso não vem ao caso, isso foi agressão física, eu quero prestar queixa, eu posso ?
- Nesse caso, a vítima se encontra incapacitada de realizar tal ato. - O delegado explicou. - Você como testemunha pode fazê-lo.
- Ótimo, quero que ele seja preso.
🍰
Jungkook estava sentado, com uma da mãos algemada ao braço de metal da cadeira, com Jimin ao seu lado, ambos ainda em silencio. Eles prestaram depoimento e foram interrogados também pelo delegado, estavam esperando a chegada dos advogados de ambas as partes, e da família do moreno, que fôra imediatamente avisada, por se tratar de um Jeon.
- Você está com sede ? - Jimin questionou, mas o moreno permaneceu calado, olhando para o nada. O menor então se levantou e pegou um copo de água, voltou para onde estavam e ofereceu ao maior
- Bebe um pouco, seus lábios estão secos.
O mais velho suspirou e assentiu, segurando o copo com a mão livre, tomando todo o líquido. Uma movimentação na entrada chamou a atenção de ambos, quando olharam na direção da porta, viram a Jeon Hana na companhia do filho mais velho Junghyun, e quatro advogados.
Jungkook soltou um suspiro incomodado e ajeitou o corpo antes desleixado em cima da cadeira. Ele fechou os olhos e murmurou algo baixo, apenas para si mesmo. Quando abriu os olhos outra vez, viu sua mãe e irmãos conversando com a moça da recepção.
- Quem são ? - Jimin questionou observando a apreensão do maior.
- Minha mãe e meu irmão mais velho. - Respondeu ainda fitando os familiares.
- Oh, acho melhor eu ir embora. - Falou se levantando. - Ela pode não gostar de ver um desconhecido aqui com você.
- Não! - Pediu, segurando a mão do ruivo. - Eu sei que não tenho nenhum direito para pedir tal coisa, mas por favor, fique comigo.
Jimin assentiu e voltou a sentar. A pressão que o moreno fez com a mão em seu pulso, levou o ruivo a entender a verdadeira necessidade que Jungkook tinha de ter alguém para apoia-lo. O problema não era a prisão em si, mas sua família.
Ele não sabia ao certo o motivo, mas percebeu pelo olhar do moreno, o quanto ele estava exausto daquela senhora. Era triste ver como ele se sentia em relação a mãe, parecia nada a vontade e relativamente retraído.
Jimin não era nada do moreno, não tinha nenhuma ligação, exceto colegas de trabalho ou locatário e inquilino. Mas ainda assim, decidiu ficar ao lado do maior e ser um apoio para ele, não apenas naquele momento, mas sempre que ele precisar.
Aquilo não era pena. Não sabia exatamente o por que, mas a maneira como Jungkook apertava sua mão, a medida que a Sra. Jeon se aproximava, fez com que Jimin sentisse uma absurda vontade de estar com ele, de protegê-lo, embora o outro fosse doze anos mais velho.
- Você é impossível. - Hana afirmou, negando com a cabeça. Logo, ela percebeu a presença do ruivo ao lado do filho. - Quem é este garoto ?
- Park Jimin. - O menino se colocou de pé, se apresentando.
A mulher o estudou da cabeça aos pés, com um olhar reprovador, resmungou algo e o ignorou.
- Não precisava ter vindo. Posso resolver sozinho.
- Ah, pode ? - Hana desdenhou. - Você pode pagar a fiança de dez mil dólares ?
- Posso. Eu vendi o meu carro, tenho dinheiro guardado.
- Nunca pensei que iria me prestar a esse papel ridículo de pisar em um delegacia. Junghyun nunca me deu tanto problema quanto você... - Fez um pausa olhando outra vez para o garoto de cabelo vermelho, parado ao lado do moreno, ainda de mãos dadas. - E você, por que não foi embora daqui ainda ? Suma daqui. Isso é assunto de família.
- Ele acompanhou o Jungkook até aqui. - Junghyun apareceu acompanhado dos advogados, do delegado e um policial.
A mando do delegado, o policial livrou Jungkook das algemas, e o moreno quando se viu livre, massageou a área que ficou presa pelo metal.
- Dê-lhe vinte dólares e o despache de uma vez. - A mulher disparou impaciente.
- Jimin não vai a lugar nenhum. - Jungkook informou. - Quem deve sair daqui é você, mãe.
- Ele não é da família! - Hana bradou. Como se tivesse alguma importância para o moreno. - Não pode ficar aqui.
- Ele é meu namorado. - Jungkook respondeu sem pensar, assim como Jimin em outro momento. O ruivo se surpreendeu, mas ficou calado. - Então sim, ele pode.
Hanã ficou tão perturbada com aquela revelação que não teve o que responder.
- Hm hm... - O delegado pigarreou, interrompendo a pequena discussão que se formava. - Preciso que assine alguns termos, me acompanhe Sr. Jeon.
O moreno sinalizou algo para Jimin e logo em seguida, acompanhou o delegado até sua sala.
- É mentira, certo ? - Hana perguntou para o ruivo. - Vocês não são namorados.
- Somos sim, senhora. - Respondeu, levando a mentira adiante.
- Mentiroso! - A mulher acusou, na tentativa de desnortear o ruivo ou convencer a si mesma de que era mentira, mas o garoto apenas suspirou e sentou. Hana também fez o mesmo, e sentou-se na cadeira ao lado. - Jimin, certo ? - Ele assentiu. - Quanto você quer ?
- Como assim ?
- Quanto você quer para deixar o meu filho em paz. - O menino arregalou os olhos e abriu a boca, mas não conseguiu articular nada, de tão absurda que aquela proposta lhe pareceu. - Vamos garoto, diga seu preço!
- Eu não quero o seu dinheiro.
- Então o que você quer ?
- Nada. - Respondeu simples e um tanto ofendido. - Eu só quero que o Jungkook fique bem.
- Então temos algo em comum. - Afirmou arqueando uma sobrancelha. - Olhe garoto, não tenho nada contra você, e é por isso que estou te fazendo um favor, acredite, você precisa se afastar para o seu próprio bem. Jungkook é perigoso quando está com raiva. É um desequilibrado, pavoroso e agressivo. Ele me dá medo, você deveria se afastar o mais rápido...
- Senhora - Jimin a chamou espantado e Hana lhe deu atenção, pensando que havia assustado o garoto, exatamente como queria. Mas estava enganada, sendo surpreendida pela resposta do mais novo. -, o seu filho não é nenhum monstro. Por que está falando essas coisas dele ?
- Eu não disse que ele é um monstro. - A mulher olhou para o outro filho, que apenas observava em silêncio. - Mas escute, ele é um doente. Foi diagnosticado com um transtorno que o faz ter explosões de raiva e violência. Apenas estou falando essas coisas para o seu próprio bem, pois cedo ou tarde, guarde minhas palavras, ele irá lhe machucar! É sempre assim, tudo o que ele toca se destrói. Ele é como uma bomba que acaba com tudo que estiver ao seu redor. Menino você é jovem, tem uma vida pela frente, não desperdice seu tempo com um fracassado doente que não tem nada a lhe oferecer.
- Eu também não tenho nada a oferecer, senhora. - Respondeu calmamente. - Mas estou aqui por ele, sem interesse algum, e vou continuar. Isso eu posso fazer.
- Seu tolo, não o conhece de verdade. Está encantado com um rosto e um corpo bonito. Mas por dentro ele está estragado, quebrado, e não tem conserto.
- É uma pena que pense assim. - Jimin pressionou os lábios. - Não preciso conhecer alguém pra saber que todos temos salvação.
- Do que está falando ? Pena eu vou sentir de você, quando for parar em um hospital depois de apanhar dele, seu idiota!
- Mãe! - Junghyun, que antes apenas observava calado, se pronunciou. - Ele é muito novinho - Umedeceu os lábios com a língua. -, precisa de ajuda com Jungkook. Tome Jimin, me passe seu número, sim ? - Pediu, entregando um pedaço de papel.
O ruivo enrugou o nariz, segurou o papel e anotou seu número, depois o entregou para o mais velho, que sorriu ardiloso. Neste momento, Jungkook retornou sem mesmo olhar para sua mãe ou seu irmão. Ele fingiu que apenas Jimin estava alí.
- Vamos ? - Dirigiu-se ao ruivo.
- Vai ignorar sua mãe ?
- Oi mãe. - Falou seco. Estendeu a mão ao mais novo para leva-lo consigo e Jimin segurou, seguindo-o.
- Jimin - Hana o chamou. -, Venha jantar conosco qualquer dia desses.
- É, Jimin, será um prazer tê-lo como nosso convidado. - Junghyun reforçou. - Posso buscá-lo em sua casa.
- Fique longe dele! - Jungkook falou entre dentes.
- Calma maninho. - O mais velho ergueu as mãos cedendo. - Só estou sendo gentil com meu cunhadinho.
- Está vendo ? - Hana sussurrou para o ruivo. - Um descontrolado.
- Vem. - Jungkook revirou os olhos, saindo com o ruivo.
🍰
O celular de Jimin tinha várias ligações não atendidas, todas de Seokjin e Namjoon, que estavam ávidos para conversar com o ruivo sobre os fatos ocorridos. Hoseok saiu da delegacia logo após prestar queixa, logo não sabia sobre o desfecho daquela história.
Uma coisa era certa, Jungkook já sabia que seria demitido por justiça causa, ele havia agredido um cliente e ainda estava na sorveteria quando aconteceu. Isso era inadmissível.
Estava Jungkook, de volta a estaca zero, ou pior, pois além de desempregado, agora ele estava sendo processado por lesão corporal. O moreno sentou num banco de madeira em um parque, fechou os olhos e suspirou profundo.
"Não adianta." Era o que o moreno pensava. Sempre que tentava dar um rumo a sua vida, algo acontecia e o colocava ainda mais para trás.
Tudo dava errado.
Se sentia perdido.
Sozinho.
Nem mesmo sua família acreditava nele, e também já estava perdendo a fé em si mesmo.
"Quantas vezes alguém pode recomeçar ?"
Ele refletia ainda com os olhos fechados e a cabeça erguida. Sentia o vento fresco do fim de tarde bater em seu rosto, jogando seu cabelo para trás. Sentiu que seus olhos estavam ficando úmidos, as lágrimas já molhavam os cílios, passando pelos limites das pálpebras e descendo lentamente pelas faces.
Sentiu a ponta de um dedo em sua bochecha, seguindo o mesmo caminho que a lágrima fez. Alarmou-se e quando abriu os olhos, franziu as sobrancelhas ao perceber que o garoto de cabelo vermelho ainda estava alí.
Sim. Jimin esteve com ele durante todo o dia, não era nada dele, não estava ganhando nada com isso, e mesmo assim ficou ao seu lado. Não entendia o por que.
O ruivo sorriu, sincero e simples. Aquele sorriso quente e acolhedor, que transformava seus olhos em duas linhas e fazia a angústia de Jungkook desaparecer como mágica. Ele sorriu também, mas não mostrou os dentes. Jimin secou mais algumas lágrimas que insistentes, começaram a descer uma após a outra.
Jimin segurou os ombros do mais velho, e o puxou para que inclinasse o seu corpo para o lado e assim, Jungkook deitou a cabeça no colo do ruivo. Os pequenos dedos de Jimin foram parar nos frios de Jeon, acariciando-os, enquanto penteava para trás.
Jungkook com seus trinta e dois anos, chorava como uma criança, sendo tranquilizado pelo mais novo. Não sentiu vergonha quando suas lágrimas começaram a molhar o tecido na perna do ruivo, pois este não se importava com isso, tudo o que Jimin queria, era que aquele homem deitado no seu colo, fragilizado e sem rumo, ficasse bem. E apenas isso.
Não sabia o que Jungkook sentia, não sabia ao certo o que fazer. Tudo o que podia era mostrar que ele não estava só.
- Por que não teve medo ? - O moreno questionou, após longos minutos em silêncio.
- Por que eu teria ? - Jimin devolveu. Estava sendo sincero, ele realmente não teve medo em nenhum momento.
- Eu não sou assim... - Disse, se referindo a toda a agressividade que o menor presenciou.
- Eu sei. - Respondeu colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha do moreno. - E não precisa provar nada pra ninguém, Jungkookie.
O moreno virou o rosto e olhou para cima, encarando o rosto do ruivo, que logo sorriu para si. Ele levantou o braço e levou a mão até a bochecha gordinha, fazendo carinho com as costas dos dedos.
- Você é um anjo ? - Questionou retoricamente, arrancando algumas risadas do mais novo.
- Não! - Respondeu entre risos e mordendo o lábio inferior.
O moreno ergueu-se, ficando sentado outra vez. Passou as mãos nos rosto, tentando afastar o aspecto de choro, mas foi um pouco difícil. Seu rosto estava vermelho assim como seus olhos, que também se encontravam inchados.
- Eu acabei te envolvendo na bagunça que é minha vida e minha família. Me desculpe.
- Oh, não. Sem problemas.
- Não precisa jantar com minha família. Acredite, você não vai querer. - O menor assentiu e Jungkook continuou. - E sobre o namoro, eu, uh... - fez uma pausa, buscando as melhores palavras. - Eu não deveria ter te usado, eu realmente sinto muito.
- Não precisa se desculpar. - Jimin sorriu nervoso, lembrando-se de que também havia utilizado aquela desculpa um pouco antes do mais velho. E confessou: - Eu meio que falei a mesma coisa pros policiais deixarem eu ir junto.
Jungkook encarou o menor com a boca no formato de um perfeito "O" e viu o rosto do pequeno corar imediatamente. Mas Jimin foi salvo pelo celular que voltou a tocar insistente, o ruivo olhou para o visor e viu que se tratava de sua mãe, claramente preocupada.
Estava tarde e só agora que Jimin foi perceber.
O menino atendeu o telefone e Jungkook se levantou resolvendo dar privacidade, dando alguns passos na direção de um grande lago que havia por alí, e começou a interagir com os patos, enquanto esperava o ruivo e sua ligação.
Quando ele olhou para trás, viu o ruivo com a aparência apreensiva no rosto.
Caminhou de volta e se sentou ao seu lado.
- Aconteceu alguma coisa ? - Indagou preocupado.
- M-meu pai... - Jimin olhou para o maior, seus olhos já ficaram marejados. -... Ele sofreu um infarto e foi socorrido. Minha mãe disse que ele está muito mal.
- Ela disse em qual hospital está ? - O menor assentiu. - Então vamos, eu te levo.
- Não precisa. Seu dia foi cheio você precisa descansar. - O moreno negou com a cabeça e ignorando, foi caminhando junto ao mais novo. - Sério, não precisa.
- Mas eu quero. - Segurou na mãozinha do ruivo e apressou os passos para chamar um táxi.
Jimin olhou para ambas as mãos e suspirou fundo. Ele não queria que o moreno, que já tem a vida bagunçada e cheia de adversidades, se envolvesse com mais problemas, ainda mais quando não eram deles. Mas o ruivo se sentiu aliviado por estar com ele, se estivesse sozinho provavelmente desmonoraria alí mesmo.
Mas não, ele tinha uma mão forte em todos os sentidos segurando a sua, caminhando consigo. Então era isso, precisava ser forte pela sua mãe e pelo seu pai, e com aquele homem ao seu lado, era como se tivesse uma dose extra de força.
Assim que chegaram no hospital, obtiveram as informações necessárias e subiram até o andar correspondente ao que o pai do ruivo estava. Eles encontraram a Sra. Park e seguiram até onde ela estava, e assim que viu o filho, Eunjin se levantou e o abraçou firme.
- Onde você estava ? - Perguntou com as duas mãos nas faces do menino. - Deu a hora de você chegar e você não chegava, eu liguei e você não atendeu. Eu fiquei tão preocupada...
- Eu tô aqui mãe. Vai ficar tudo bem.
- Ele estava comigo Sra. Park. A culpa foi toda minha. - Jungkook confessou.
- Não mãe, ele não tem culpa de nada, eu que quis ir com ele.
- Isso não importa. - A mulher os interrompeu. - O importante é que você está aqui agora. - E virou-se para o moreno. - Obrigada por ter vindo com ele, Jungkook. - O moreno assentiu.
- Como ele esta, mãe ?
- Levaram ele para a sala vermelha e fizeram uma ressuscitação. O médico informou que ele precisa fazer a cirurgia mas está muito fraco, e sem o tratamento adequado ele... Oh meu deus, Minie... - Eunjin voltou a chorar, abraçando o filho. - Eu não posso perder meu Dakho...
- Ele vai ficar bem mãe. - Jimin falou retribuindo o abraço da mãe. Depois separou de seu braços e secou-lhe as lágrimas. - Eu vou em casa buscar algumas roupas pra senhora.
- Eu vou com você. - O moreno se prontificou.
- Obrigada Jungkook. - Eunjin agradeceu, apertando as mãos do maior. - Você é uma boa pessoa.
O moreno sorriu assentindo. Era bom ouvir isso.
Principalmente depois de passar anos de sua vida, achando que era um monstro.
🍰
Ao chegarem na casa da família Park, Jimin foi até a cozinha preparar uma comida para ele e Jungkook, afinal, ainda não haviam comigo nada. Também iria separar algo pra levar para a sua mãe.
O moreno aproveitou a chance e tomou um banho longo e relaxante. Aquela água gelada caindo sobre seu corpo era tudo o que precisava. Ainda estava com algumas manchas de sangue, precisava se livrar daquilo.
Assim que Jimin terminou de preparar o lanche, foi até o quarto de sua mãe e arrumou todas as coisas necessárias em uma mochila e a deixou separada em cima do sofá. Quando ele foi caminhando para o seu quarto, para pegar uma toalha e também tomar um banho, ele decidiu avisar para Jeon que ele poderia ir comendo sem ele.
O ruivo se aproximou da porta do quarto do moreno, esta que já estava entreaberta, foi empurrando com as costas da mão, e assim que bateu os olhos dentro do cômodo, viu Jungkook ainda sem roupa secando e madeixas úmidas com uma toalha.
Jeon sentiu uma presença atrás de si e quando se virou, deparou-se com o garoto ruivo o encarando de boca aberta. Os mirantes de Jimin desceram até o membro do moreno e ele escancarou os olhos ainda mais.
Mesmo ainda aberta, nada saía da sua boca. Jimin se esforçou para expressar alguma coisa mas nada saía. A essa altura seu rosto estava rubro, da cor de seus fios.
Admirando encantado a reação do menor, só então que Jungkook de lembrou de que estava nu, ele levou a toalha que estava na cabeça e a posicionou de frente ao seu membro, cortando a visão do menor que ainda o admirava sem perceber.
Foi um gesto involuntário, totalmente automático, mas Jimin passou a língua sobre os lábios e engoliu em seco, olhou bem nos olhos do moreno e tentou exprimir alguma coisa, mas novamente, nada saía. Jeon o olhava com as sobrancelhas franzidas, esperando pacientemente seja lá o que for que aquele garoto quisesse falar.
Quando o ruivo conseguiu tomar o controle do seu corpo, retirou-se do quarto imediatamente e fechou a porta, encostando-se na madeira logo atrás e levando uma das mãos ao coração, sentindo o órgão bater mais rápido do que nunca.
- Meu deus... - Sussurrou para si mesmo, enquanto retornava a respiração normal.
Depois disso, ele finalmente foi tomar o seu banho.
Quando saiu do banheiro e vestiu roupas limpas, seguiu até a cozinha e viu que o moreno estava sentado, comendo sua comida. Ele olhou para Jimin sorriu amável e voltou a comer, ele sabia o quanto o mais novo estava constrangido e não queria piorar a situação.
- E-eu... - Para a surpresa do moreno, o próprio Jimin iniciou uma conversa. -... M-me desculpe por ter entrado no seu quarto daquele jeito. - Declarou, espiando o outro pelo canto dos olhos e a cabeça um pouco baixa.
- Não tem problema Jimin. - Jeon abaixou a cabeça para assim poder encarar o ruivo nos olhos. - Não precisa ficar constrangido. Está tudo bem, huh ? Não se preocupe.
- Certo. - Suspirou mais tranquilo. Mas ainda estava corado e o moreno o achou tão adorável, que sentiu vontade de apertá-lo. - Vamos ?
O maior assentiu, e eles então seguiram caminho de volta ao hospital.
Continua...
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