Capítulo Dezoito


- Park Jimin, você aceita se casar comigo ?

Aqueles foram os segundos mais longos de sua vida. Ele pôde ver quando os olhos de Jimin encheram-se de lágrimas e ele tentou piscá-las de volta, em vão. Jimin levou as mãos ao rosto e abaixou a cabeça chorando.

Jungkook se levantou e o abraçou, sem pressa para obter uma resposta. Quanto mais tentava se recompor, mais lágrimas chegavam para deslizar por suas bochechas.

O moreno afastou seu rosto e com delicadeza, secou algumas lágrimas com os polegares. Jimin inclinou a cabeça para fitá-lo, e recebeu em troca um terno sorriso.

- Eu aceito. - disse com voz chorosa. Ele se levantou e acariciou o rosto do maior, acrescentando logo em seguida: - Eu quero ser pra sempre seu.

Jungkook o abraçou novamente e deixou alguns beijos em seus lábios. Ele pegou o anel e o colocou no dedo gordinho de Jimin, que ficou por alguns segundos admirando a jóia brilhante.

- Eu não tenho um anel pra você. - disse um pouco sem jeito.

- Não se preocupe com isso. Em breve, será uma aliança que você colocará no meu dedo.

- Isso parece um sonho.

- O nosso sonho... Eu não quero acordar nunca mais, Jimin.

O ruivo sorriu, abraçando-o pelo pescoço e pressionando os lábios nos dele. Jungkook o ergueu no colo e quando Jimin olhou para a mesa, lembrou-se de algo muito importante.

- Mas e a sobremesa ?

- Pensei em comê-la na cama... - respondeu com um sorriso sugestivo, mas Jimin apenas assentiu.

Assim que chegaram no quarto, Jungkook o sentou na cama e o ruivinho cruzou as pernas esperando ansioso pelo doce.

Percebendo que ele estava realmente aguardando pela sobremesa, Jungkook sorriu perplexo.

- Você não entendeu mesmo o que eu estava querendo dizer, não é ?

Jimin ponderou por algum tempo e logo chegou a óbvia conclusão. Ele arqueou as sobrancelhas, boquiaberto e chocado.

- Jungkook! Seu... - ruborizando, ele mordeu o lábio inferior desviando o olhar.

Jeon sorriu, subindo de joelhos na cama e avançando até estar por cima dele. Ele acariciou o seu rosto, e os fios vermelhos que caíam sobre a testa ele os jogou para trás.

- Seu... ? - ele o instigou a completar, beijando sua boca, bochecha, descendo pelo pescoço e deixando leves mordidas.

- Seu... - Jimin ofegou arqueando as costas, e completou com voz baixa e falha: - Safadinho...

As mãos do moreno já desciam, encaixando-se dentro do cós da calça dele, e Jimin ansiava por suas mãos em seu pau que já pulsava querendo ser estimulado. Jungkook abriu o botão e o tocou por dentro da cueca, sentindo sua ereção se formar.

Eles se amaram durante toda a noite, trocando muito mais do que apenas toques e sensações carnais. Um sentia a pura essência do outro, como se estivessem ligados pela alma.

Na manhã seguinte, o despertador tocava insistindo em acordá-los. Com cuidado, Jungkook esticou o braço e o desligou. Jimin resmungou baixinho e encolheu-se ainda mais entre as cobertas

— Precisa levantar ou vai se atrasar pra aula.

— Mas eu tô com preguiça...

— Eu sei, também queria ficar aqui com você o dia inteiro, mas infelizmente há um mundo lá fora nos aguardando. E não posso deixar sua mãe assumir tudo sozinha.

Esse foi o argumento que fez o menor finalmente erguer as costas da cama e sair de baixo das cobertas.

É claro que não iam perder a oportunidade de começar o dia tomando banho juntos. Depois fizeram o desjejum e cada um seguiu para suas responsabilidades diárias.

Jimin descobriu que estava bastante adiantado em seus estudos, pelo menos na parte teórica. Ele não encontrou a dificuldade que acreditou que teria, principalmente com o imenso apoio que recebia de seu noivo.

No ínicio da tarde ele continuou sua rotina indo diretamente para a confeitaria. Assim que chegou encontrou seus pais e amigos ainda organizando algumas coisas para a comemoração do seu aniversário.

— Deixa eu ajudar. — Ele insistiu, mas finalmente desistiu quando seu pai sentou para conversar com ele sobre seu dia.

Depois de tudo finalizado a festa começou. Tudo estava muito bonito e alegre. Jimin conseguiu fazer o moreno fazer aquilo que mais achava constrangedor; dançar.

— Sou desengonçado... — ele tentou criar desculpas, mas o ruivinho não era alguém que desistiria tão facilmente.

— O importante é apenas se divertir. — ele agarrou-se na cintura do maior, prendendo-o em uma dança sem um rítmo certo.

Quando girou ficando de frente para uma das vitrines, Jimin viu duas garotinhas muito parecidas, uma era apenas alguns centímetros maior que a outra. Elas olhavam para os doces.

Um aperto tomou conta do coração do ruivinho, porque elas não pareciam ter a gula no olhar, o mesmo desejo que as pessoas sentiam quando viam aqueles doces. O que estava por trás daqueles olhares com brilhos opacos era fome.

Ele se separou da dança e se aproximou delas, mas as garotas se assustaram e saíram correndo. Ele tentou chamá-las mas elas já haviam desaparecido na esquina mais próxima.

— O que foi, meu bem ?

— Vi duas menininhas aqui fora mas elas foram embora.

— Hhm... — Jungkook assentiu sem entender e estendeu a mão para que ele a segurasse. — Vem ?

Jimin olhou mais uma vez na direção que as meninas seguiram, mas sem sinal delas ele retornou para dentro da loja.

— Se o Tae não vier eu vou ficar chateado.

— Ele disse que iria se atrasar um pouco. — Chanyeol, que estava acompanhado de seu namorado avisou.

— Mas poxa, o Hobi não está aqui... Eu até já tinha me conformado, e agora ele não chegou ainda...

— Mas ele vai chegar. — Jungkook o abraçou. — Não se preocupe. — O som de um carro se aproximou da entrada da confeitaria. — Deve ser ele.

Jimin olhou ansioso para a entrada. Seu coração quase saltou para fora do peito quando ele viu que Hoseok estava passando pela porta. Taehyung e Yoongi o acompanhavam.

Seus olhos não estavam enganados, mas mesmo assim ele precisava de uma comprovação física, e correu na direção do amigo abraçando-o fortemente.

Fazia semanas que não o via pessoalmente, estava com muita saudade e o sentimento era recíproco. Ficaram um bom tempo apenas abraçados sem dizer nenhuma palavra. Precisavam apenas sentir.

— Tava quase pensando que você não vinha — Jimin afirmou sem jeito olhando para Taehyung.

— Fui buscar esses dois no aeroporto mas o voo atrasou. Não disse nada porque queria que fosse uma surpresa.

— A melhor surpresa de todas! Vocês vão ficar pro nosso casamento, não é ?

— Será dentro de um mês, então sim. — Hoseok respondeu e eles voltaram para a festa.

Taehyung, Jimin e Hoseok estavam dançando muito animados, e o ruivo estava se divertindo demais para pensar em vergonha. Seus pais dançavam em seu próprio mundo, juntos no cantinho.

Uma cena que ninguém imaginou que veria, era Yoongi e Jungkook sentados e bebendo juntos, enquanto conversavam sobre uma possível parceria com confeitarias pelo Japão.

Ao final da festa, todos foram para as suas casas após fazerem questão de ajudar com a limpeza e organização.

Jungkook andava tão ocupado com o trabalho, que as vezes “esquecia” de comparecer as suas consultas com o psiquiatra. Jimin o lembrava, mas o maior sempre adiava.

— Nunca mais tive uma crise. — era o que dizia.

Jimin sabia que ele deveria continuar com o tratamento, para o próprio bem dele. Mas não iria obrigá-lo a fazer algo que não queria. Isso posto, o ruivinho fez o que sempre esteve disposto, ajudá-lo como podia.

Em certa tarde, enquanto faziam compras em um supermercado, Jungkook protagonizou uma discussão, onde ele ouviu o funcionário da padaria mandá-lo tomar no cu após o moreno reclamar de moscas dentro da vitrine.

— Sou babá de inseto agora. — o funcionário resmungou.

— Sua função é cuidar dessa porra!

Pouco distante da confusão, na seção de hortifruti , Jimin e Taehyung – que também foi junto para comprar alguns legumes –, ouviram de longe o som de vozes exaltadas.

— Eita — o mais velho exclamou. — Barraco na padaria. Vamos lá!

Assim que chegaram próximos, viram Jungkook tentando atravessar para o outro lado do balcão, sendo contido pelos seguranças. O funcionário havia se escondido atrás de uma pilastra, depois que alguns potes de doce de leite caseiro foram lançados em dua direção.

— Chamem a polícia. — o gerente ordenou aos empregados.

— Não, por favor! — Jimin pediu tentando tirar aqueles brutamontes de perto do seu Jungkook. — Ele é impulsivo...

Sem ver e agitando-se desesperadamente para conseguir se soltar, o moreno acertou uma cotovelada em Jimin, fazendo-o cair em cima de uma prateleira com biscoitos.

Isso bastou para chamar a atenção de Jungkook e fazê-lo parar.

— Jimin! — Taehyung o ajudou a se levantar.

— Estou bem. — sem hesitar, ele se aproximou do moreno novamente. — Vem meu amor, vamos respirar um pouquinho lá fora.

— Alto lá! — o gerente gritou. — Quem vai pagar essa conta ? Devo ligar pra polícia para perguntar ?

— Deixa que eu resolvo isso. — Taehyung disse, acenando para Jimin levar o moreno para fora do supermercado. Com uma expressão séria, ele se voltou para o gerente. — Eu pago. Mas também vou ligar pra vigilância sanitária, então veremos qual conta será maior.

— Oh, vamos ter calma...

— Calma o caralho. Vocês deixam que insetos empestem o alimento e ainda tem a cara de pau de discutir com um cliente que estava certo ?! Eu vou ligar pra essa porra e é agora!

— Calma... Senhor, por favor, eu não sabia do que se tratava... Por favor, não vamos ligar para a polícia e você não liga para a vigilância sanitária. — ele apontou para o funcionário da padaria. — Você, troque a mercadoria e preste atenção para que não entre moscas na vitrine.

— Sim senhor.

— Senhor, por favor — o gerente girou para Taehyung. — o supermercado Preço Baixo irá arcar com suas compras e do casal que o acompanha. Por favor, continue com suas compras a vontade, e se precisarem de algo, podem me chamar.

Próximo ao estacionamento, Jimin massageava o peito de Jungkook. Sua frequência cardiaca se normalizava aos poucos, mas o sentimento de vergonha permanecia estampado em seu semblante.

— Nunca devia ter deixado o tratamento. Estou muito envergonhado... Você me apoiou tanto e eu estou aqui estragando tudo.

— Você não estragou tudo.

— Eu te machuquei. Sou um imbecil!

— Para de se chamar disso, eu estou bem. Foram apenas reflexos. TEI não foi algo que você escolheu ter, mas você tem a escolha de tratar esse transtorno e impedir de se machucar e ferir outras pessoas.

Jungkook assentiu.

— Vou voltar com o tratamento. — ele suspirou ao receber um sorriso doce do mais jovem. — O que seria de mim sem você ?

— Não quero atrapalhar o momento do casal — Taehyung pigarreou. — Mas temos algumas comprinhas pra fazer.

— Mas e o gerente ?

— Ah, ele disse que o supermercado vai arcar com nossas despesas.

Jungkook ergueu as sobrancelhas e agradeceu. Em geral, as confusões em que se metia devido as crises do transtorno, o levavam para a porta de delegacias e expulsão dos estabelecimentos, por isso o moreno ficou tão surpreso.

Eles entraram no supermercado novamente e terminaram de fazer suas compras, sem nenhum tipo de inconveniente.

🍰

Durante a semana que se passou, Hana tentava de todas as maneiras convencer o filho de que ele estava comentando o pior erro de sua vida.

Ao invés de evitar a mais velha e fugir de suas ofensas e palavras que sempre o colocava para baixo, o moreno a enfrentava com sobriedade. Ele até entregou um convite de seu casamento para ela, e claro, a mulher rasgou enfurecida.

A confeitaria estava aberta em uma cotidiana tarde de sábado. Jimin ficou a manhã inteira de olho na vitrine, esperando as meninas aparecerem.

Assim que as viu, ele sorriu para elas de longe. Elas ficaram um pouco desconfiadas mas curiosas, prestando atenção no que o ruivo fazia. Ele partiu duas fatias de uma torta de chocolate e colocou cada uma em um prato.

As garotas lamberam os beiços, com os olhares hipnotizados. Jimin pegou os dois pratos e caminhou ainda sorrindo na direção da porta. Quando viram o rapaz na calçada, as crianças deram um passo para trás.

— Vocês estão com fome, não é ? — elas assentiram. — Essa torta foi eu que fiz, em modéstia parte está uma delicia porque, bom, eu sou muito bom com doces. Tanto fazendo quanto comendo. — as meninas sorriram pequeno. — Sei que a maioria das crianças também gostam, então... Eu trouxe pra vocês.

— Não temos dinheiro, senhor.

— Não precisa pagar.

A mais nova, com os olhos brilhantes e fixos na torta tentou dar um passo adiante, mas foi impedida pela outra.

— Sei o suficiente para saber que nada nessa vida é de graça...

Jimin sentiu seu coração se partir ao ouvir uma criança tão pequena falar aquilo. Ele ponderou em como poderia convencer a garota maior de aceitar o alimento.

— Hmm... Preciso de uma ajudinha. Que tal se me ajudarem a arrumar os arranjos de flores nas mesas ? — a mais velha pareceu interessada na proposta. Estava com muita fome. — Vocês entram e comem essa daqui, me ajudam com as flores e eu dou mais alguns doces.

— Só isso mesmo, moço ? — Jimin assentiu sorrindo. — Mas e aquele senhor enorme que trabalha aqui ?

— Aah, ele... Bom, ele é meu noivo... ele é o dono desse lugar e é a pessoa mais gentil que conheço.

— Tudo bem. Nós vamos te ajudar em troca de comida.

Jimin sorriu satisfeito e as guiou para dentro da confeitaria. Mais tarde, ele descobriu que a mais velha se chama Yura e a menor Yerin, ambas com respectivamente 7 e 5 anos de idade. Elas ajudaram o ruivo a organizar as flores nos vasos em cima das mesas, e quando terminaram, ele sentou com elas ocupando uma das mesas.

Sempre cuidadosa, a garota mais velha limpava com a ponta dos dedinhos o rosto da menor, quando sujava com a cobertura do doce.

— É você mesmo que faz isso ? — ela perguntou, em seu segundo cupcake.

— Sim. Minha mãe que me ensinou. Cozinho com ela desde que tinha a idade de vocês.

— Uau!

— Querida... eu sempre vejo vocês duas perambulando sozinhas por aqui. Onde estão seus pais ?

Uma expressão triste percorreu pelo rosto das meninas.

— Mamãe é viciada em drogas e álcool. Nunca conhecemos nosso pai... Ela está sempre drogada e trazendo homens pra nossa casa. Eles as vezes são agressivos se a gente atrapalhar o que eles estão fazendo, por isso que ficamos pelas ruas.

— Jimin ? Quem são essas ? — as meninas se assustaram com a aproximação do moreno dono da confeitaria.

— São Yura e Yerin... — ele contou rapidamente a história das meninas. —... Nós combinamos delas me ajudarem com as flores das mesas e em troca disso, elas podem comer a vontade.

— Entendo. Eu achei uma ótima ideia.

As meninas sorriram tranquilas. Elas pensavam que Jungkook era um homem bravo que jogaria água nelas caso as pegasse babando em sua vitrine. Mas como Jimin havia dito, ele era muito gentil.

Como combinado, todos os dias as meninas voltaram para a loja de doces, e ajudava o ruivinho com os arranjos das mesas. Aquilo se tornou um hábito prazeroso. Era revigorante ter a companhia das duas meninas durante o dia.

Jimin percebeu que o sorriso delas se tornou maior e sincero, o brilho que toda criança tem no olhar também estava mais vívido.

Um dia antes do casamento, Jimin esperou por toda a tarde mas as meninas não apareceram.

— Tem certeza que não as viu por aqui pela manhã ? — Jimin perguntou mais uma vez.

— Tenho. Eu acho que o conselho tutelas as levou. Eu liguei para eles...

— Não, você não fez isso. Você... Pra onde eles levaram elas ? Jungkook, por que fez isso ?! Onde elas vão ficar ?

— Calma, deixa eu explicar. Elas precisavam sair daquela casa...

— Eu sei, mas Jungkook, pelo menos elas tinham a gente e agora... onde elas vão ficar ? Como elas estão ?

— Calma — Jungkook sorriu pacientemente. — Eu entrei com um pedido de adoção. Vão poder morar com a gente, se elas aceitarem.

O sorriso de Jimin foi maior do que pode sustentar. Ele pulou abraçando o moreno pelo pescoço.

— Eu te amo tanto!

— Não mais do que eu.

No final do expediente, eles foram para casa, dormiram cedo já que o dia seguinte seria bastante corrido.

🍰

Assim que amanheceu, não foi preciso despertador ou Jungkook para acordar o ruivinho. Antes mesmo do galo cantar, Jimin já estava de pé preparando o café da manhã.

— Por que não me acordou ? — o maior perguntou, apoiado no umbral.

— Você estava dormindo de um jeitinho tão fofo.

Jungkook sorriu e se aproximou do menor abraçando-o por trás e beijando seu ombro, enquanto ele terminava as panquecas.

Sem pressa alguma, eles comeram juntos em  silêncio. Antes de terminarem, a campainha tocou, eram Hoseok e Taehyung, que vieram buscar ambos os noivos para um dia de beleza.

Jimin foi quase saltitando de tão empolgado que ficou. Jungkook, por sua vez, não ficou muito animado com a ideia, mas os outros três não tinham nenhuma intenção de deixá-lo sozinho.

Para a surpresa do moreno, o dia foi tão divertido que ele perdeu as contas de todas as vezes que gargalhou. Deve ter sorrido mais do que em seus trinta e dois anos de vida.

Um pouco depois, Jungkook se separou dos garotos para encontrar sua sogra e pegar os ternos que havia alugado. Eunjin com todo seu bom gosto os ajudou a escolher.

O local em que seria realizada a cerimônia era um jardim pequeno, apenas para alguns amigos mais próximos e os pais de Jimin. Hana é claro, não compareceu. Mas para a surpresa de Jungkook, Youngjae estava lá.

— Hana disse que rasgou o convite...

— Tudo bem, pai. Que bom que veio mesmo assim.

Youngjae sorriu e abraçou o filho. A mulher não sabia que ele estava ali, mas valia o risco ter uma discussão com a mulher caso ela descobrisse. Mas não iria perder um dia tão importante para o seu filho.

Ele acompanhou Jungkook quando ele entrou para esperar o noivo no altar. Alguns minutos depois, Jimin chegou acompanhado dos seus pais. Eles estavam ao lado do ruivinho e entraram juntos, os três. Após ser entregue ao moreno no altar, eles se sentaram próximos a Youngjae na primeira fileira de bancos e um juiz de paz deu início as formalidades.

Por mais que temesse uma repentina aparição de sua mãe tentando estragar o casamento, no final da cerimônia Jungkook respirou aliviado por isso não ter acontecido. Ele não demonstrou em momento algum, mas estava muito preocupado com isso.

Jimin pareceu perceber, visto que sempre apertava sua mão, como um sinal de que tudo estava bem e continuaria bem.

— Eu vos declaro, Jeon Jimin-... — O juiz iniciou mas foi interrompido pelo moreno.

— Não. — Jungkook o corrigiu. — Park Jungkook. — Ele olhou para os pais de Jimin, e estes assentiram com um sorriso.

Youngjae lamentou mas compreendeu e achou totalmente apropriado.

— Perdão — o juiz pigarreou e continuou: —  De acordo com a vontade de ambos, eu, vos declaro Park Jungkook e Park Jimin, casados.

O moreno puxou Jimin pela cintura e o beijou diante de todos e uma singela comemoração se seguiu ao longo da noite.

— Fiquei surpresa quando o Taehyung disse que vocês não vão mais viajar. — Silvia comentou.

— Nós optamos ficar por aqui mesmo, estamos em processo de adoção então quanto mais perto e mais contato com as meninas tivermos, melhor.

— Muito lindo isso que vocês estão fazendo. Quem sabe eu também adote uma criança lá pelo Japão ?

— Então você vai mesmo... E o Taemin ?

— Quem é Taemin ? — Ela fingiu e em seguida riu. — Ah, aquele lá já virou passado. Estou linda e solteira pra conhecer os boys japoneses.

— Você tá indo pra trabalhar. — Yoongi a cortou.

— Mas que bicho chato da porra. — ela revirou os olhos e todos riram.

Sílvia pediu demissão da empresa dos Jeon ao ser chamada por Jungkook e Yoongi, para liderar o departamento de contabilidade da franquia de confeitaria que os dois iriam estender pelo Japão.

Assim como ela, Taehyung também aceitou o convite e entrará para o time da administração. Seus irmãos decidiram desistir da reforma na sorveteria e convencidos pelo Kim mais jovem saíram em uma longa viagem para desfrutar da beleza da vida, e compensar o tempo em que amadureceram cedo demais, cuidando do irmão pequeno.

— Você fala como se fosse apenas para farrear.

— Você nem se preocupe com isso porque a Silvia é uma excelente profissional. — Jungkook a defendeu.

— Mas...

— Mas, nada — Taehyung o interrompeu. — Eu mesmo vou acompanhar ela em todas as noites agitadas em Tóquio.

— Não entendo porque está falando assim — Hoseok sorriu, se dirigindo a Yoongi. — O tempo que ficamos lá vivíamos saindo pra dançar e em uma delas você foi até o chão.

— Vamos mudar de assunto...

Todos riram do rosto corado de Yoongi e continuaram a conversar alegremente.

Sem que ninguém notasse, Jungkook segurou a mão do ruivinho e o puxou para um cantinho distante.

— Roubei esse último cupcake de morango. — o moreno revelou entregando-o ao mais jovem. — É seu.

Jimin o segurou como se fosse uma rara pedra de diamante e sorriu com a atitude fofa do maior. Ele repartiu em dois e o entregou uma metade.

— Pra você. Somos casados agora e vamos dividir tudo.

Jungkook sorriu com a resposta e acariciou a face do menor.

— Eu perdi tudo mas ganhei muito mais do que já tive.

— É possível alguém transbordar de amor ?

— Eu acho que sim. Porque sinto isso todas as vezes que olho pra você.

Jimin mordeu o lábio e ruborizado, olhou para baixo. Ele sentou no colo do moreno e o beijou.

A lua minguante brilhava refletindo a luz do sol. Eles olharam para cima e a contemplaram em sua grandiosidade.

— Estamos na última fase da lua e na primeira de nossas vidas

— Não — Jungkook o corrigiu. — a primeira foi quando te conheci limpando as mesas da sorveteria.

— Verdade — disse pensativo. — qual será a última ?

— Hm... eu não acho que haverá uma última. Eu te amo o suficiente pra cobrir uma eternidade.

— Você fica falando essas coisas bonitas — Jimin afirmou sorrindo corado. — eu fico todo bobo e não sei o que dizer...

— Então me beija. — o moreno sugeriu e no mesmo instante, Jimin apoiou uma mão em seu ombro e a outra no rosto dele iniciando um beijo lento e duradouro.

Eles estavam ligeiramente escondidos atrás dos arranjos de flores no jardim de Eunjin. Pensavam estar sozinhos mas havia algo presenciando aquela cena. Era a lua. E ela testemunharia muitos anos pela frente, o amor entre um homem que já não tinha mais medo de recomeçar e um garoto de cabelo vermelho.

FIM.

Desde eu deixo a minha singela opinião de que eu achoJeon Jimin” mais fofo, porém, é bem óbvio o pq do Jungkook preferir mudar de sobrenome. Agora ele é um Park, pertence a familia mais amorosa e unida, e está muito bem deixando para trás um sobrenome que o assombrou por anos.

Eu to sentada embaixo da lua crescente no jardim da minha mãe e chorando ksks aaaa chore comigo :') é de felicidade

Eu não quis mais prolongar essa história porque acho que perderia a essência e o que realmente quis passar. Somos uma metamorfose e vivemos em constante mudança. Sempre podemos evoluir e nos tornar pessoas boas para o mundo e também para nós mesmos!

Nunca é tarde para recomeçar 🍰❤

Obrigada por todo o apoio. Todos que leram e acompanharam. Votaram e comentaram. Eu amo vocês

Em breve eu volto com um capítulo bônus  ❤❤

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