4. Surpresas


Às sete da manhã acordei me espreguiçando. Levantei da cama em direção ao banheiro, meu corpo estava doído de tanto dançar. Tinha que parar de fazer essas loucuras em plena semana.

Tirei a camisola a deixando atrás da porta junto com a lingerie. No box do banheiro, sentia a água morna deslizando pelo meu corpo, demorei cerca de quinze minutos no banho. Depois de seca, vesti uma lingerie preta e por cima, uma meia calça da mesma cor. Fora do banheiro andei até o closet, escolhi uma blusa cinza de tecido grosso devido ao clima cinza que fazia lá fora. Escolhi uma saia preta acima dos joelhos e um salto alto para complementar com a vestimenta de secretária.

Na sala pude ver Ava deitada no sofá com a mesma roupa dessa madrugada na boate. Suspirei fundo voltando ao quarto, peguei no armário uma coberta e um travesseiro. Voltei para sala e com cuidado coloquei o travesseiro embaixo da cabeça dela, estiquei o cobertor em seu corpo e continuei andando até chegar na cozinha.

Decidi que uma simples maçã seria meu café da manhã. Enquanto dava algumas mordidas na fruta vermelha, pensei no homem que conheci na boate. Jayden.
Recordava muito bem dos seus beijos ardentes, da sua pegada forte e daquele cheiro presente e delicioso. Balancei a cabeça espantando esses pensamentos carnais.

Depois de ter comido tudo, peguei um remédio no armário e um copo de água, os deixei na mesinha de vidro que ficava no centro da sala.

Apesar de inúmeras vezes brigar com Ava e dizer que nunca mais vou ajudá-la se ela estiver bêbada, nunca dava certo. Meu coração era mole demais para não ajudar uma pessoa que amo.

Acho que esse lado puxei da minha mamãe, cuido de qualquer um que esteja no meu coração e até mesmo nem tão conhecidas.

Após as higienes diárias, coloquei um batom vermelho nos lábios e apliquei um perfume de baunilha. Com a bolsa no ombro que continha documentos e algumas pastas do escritório, saí do apartamento e peguei o elevador que me levou até o estacionamento. Entrei no carro e dirigi até o meu trabalho que não era tão longe de onde moro.

No trabalho havia pego o elevador e subi até o último andar, entrei na minha sala que ficava do lado da sala do Sr. Ross. Sentei na poltrona colocando minha bolsa no meu colo, tirei todas as pastas e coloquei-as na mesa. O Macbook da Apple era fornecido pela empresa para todos os funcionários na área de administração, e nele comecei ver as planilhas que fiz nessa última semana.

Observei as últimas informações sobre nossos clientes e comecei a fazer uma nova planilha por ordem como seguro de carros, por morte e em outras coisas. A verdade é que a maioria das pessoas colocam seguro em coisas inimagináveis até mesmo em aparelhos eletrônicos no caso de serem roubados, já que, alguns são equipamentos de valores altos.

Marquei duas reuniões na planilha para o Sr. Ross essa semana. Com a empresa Verizon Communications, uma holding estadunidense especializada em telecomunicações, tendo mais de 200 milhões de clientes em todo o mundo, faz parceria com a Hyette Communications, a qual é uma multinacional atuando nacionalmente e internacionalmente, focando na América do Norte, Central e Sul.

A outra empresa é a Cablevision Systems Corporation, uma operadora de televisão a cabo americana, onde as áreas vizinhas de Nova York — sendo a 8° maior fornecedora de TV a cabo dos EUA — atendem aproximadamente 300 mil clientes pelo mundo.

Se conseguirmos fechar negócio com essas empresas a remuneração será muito grande e haverá um benefício mútuo entre ambas, a seguradora e as empresas.

Um pouco antes da tarde acabar Sr. Ross ligou do telefone do escritório, passando o comunicado de querer a minha presença na sua sala. Respirei fundo levantando da poltrona, peguei minha agenda e caneta.
Andei até a sala do lado, bati na porta antes de entrar. Lá estava ele sentado na sua confortável poltrona com os cotovelos apoiados na mesa me olhando de baixo para cima.

— Que bom que está aqui, marque uma passagem para três pessoas para Carolina do Norte. Daqui a 2 meses, vamos fechar um grande negócio — ordenou ele.

Esse lugar ficava cerca de nove horas daqui. Os olhos dele brilhavam com entusiasmo com a notícia. Isso não era nada bom.

— E para quem são as passagens?

Então ele se levantou e ficou em frente a sua mesa com os punhos apoiados nela.

— Sendo a minha secretária, acredito que vá comigo, preciso de você Sra. O'Sullivan. Além disso, o que não falta é pessoas qualificadas para te substituir, então se acha que não pode fazer isso...

Antes dele terminar a sua frase eu o interrompi, a verdade é que tudo isso foi uma intimação como se fosse: ou você vai ou perde o emprego.

— Posso fazer isso, não se preocupe Sr. Ross e... quem mais vai conosco? E também quantos quartos devo pegar?

Agora teria que programar tudo para daqui 2 meses. Hotel, passagens, restaurantes para as negociações e o pior, tudo ficaria nas minhas costas quanto às escolhas.

Richard Ross tinha uma terrível fama com suas antigas secretárias, todas se demitiram sem aviso prévio. Eu sinceramente não sei o que se passava na cabeça dele, mas eu não tenho medo de agir. Iria mostrar para o chefe que sou uma ótima profissional.

— Ângela irá com a gente e quanto aos quartos, pegue dois quartos... um para vocês e outro para mim. — Explicou fazendo gestos com as mãos.

Anotava a adição de três passagens na agenda com o alívio de que Ângela iria com a gente. Assenti com a cabeça e logo sai da sala dele, entrei na minha sala deixando a agenda e a caneta em cima da minha mesa.

Compraria as passagens depois do almoço. Peguei a bolsa e sai da empresa.

Pelas ruas de Manhattan andei em direção a algum restaurante. Meus pensamentos ficaram em torno dessa viagem, e em como o Sr. Ross iria se comportar. Ele podia ser um bom chefe quando queria, mas quando estava mal humorado era ser um desagradável ao extremo.

Porém confiava no meu taco, a viagem ao trabalho seria realizada com sucesso.

Os pensamentos no trabalho foram para um lado complicado na minha vida: meu pai. Fazia um tempo que eu não o via, acho que no final de semana irei vê-lo, ou talvez não.
Bruce Lewis quase nunca tinha tempo para a própria filha, o dever americano no pentágono ficava em primeiro lugar na vida dele.

Às vezes eu ficava pensando como seria fazer em uma situação dessas. Mas tudo bem, desde cedo superei várias coisas sozinha.

Até que conheci Ava, minha irmã.

Só me dei conta de que estava perdida nos meus pensamentos quando cheguei ao meu restaurante favorito da região.

Dᴇ ᴠᴏʟᴛᴀ ᴀᴏ ᴇxᴘᴇᴅɪᴇɴᴛᴇ, eu retornei para a empresa. Mas antes que eu entrasse de fato no elevador e subisse para a minha sala como de costume, Jane - a jovem recepcionista de cabelo cacheado que sempre vivia de bom humor - me chamou:

— Isabella, tenho algo para você.

Franzi a testa em dúvida. Será que meu pai tinha passado aqui nesta manhã?

— Um homem trouxe esse envelope para você e disse que era muito importante — ela disse entregando o envelope branco para mim.

— Mas ele não deixou nenhum nome, Jane?

— Não, ele me entregou isso e voltou para dentro de um carro. Parecia que tinha alguém no banco de trás, mas o vidro era muito escuro e eu não consegui ver quem estava lá, mas parecia ser um homem.

Que estranho...

— Está certo, muito obrigada pelo comunicado, Jane.

— Imagina, Isabella — a morena sorriu gentilmente. — Tenha uma boa tarde.

— Igualmente — eu a cumprimentei.

Durante o caminho até o elevador eu abri o envelope lacrado, nele havia dois cartões, deixei para lê-los quando estivesse sozinha para evitar olhares curiosos. Dentro do elevador esperei as portas se fecharem para finalmente ler o conteúdo dos cartões. O primeiro era de uma empresa chamada “House Hunter”.

De imediato eu me recordei desse nome, da noite passada e do homem que carregava esse sobrenome, o qual me consumiu com beijos intensos. Eu sorri de lado balançando com a cabeça, não poderia ser a mesma pessoa, seria loucura, certo? E se fosse, ele estaria me seguindo? Viver rodeada de seguranças na adolescência me fez ser um tanto precavida com quem ou o quê anda ao meu redor. Os malditos protocolos que meu pai me ensinava toda vez antes de sairmos de casa para qualquer lugar.

Foco, Isabella! Gritou a minha consciência.

Olhei para o painel do elevador e vi que há poucos andares as portas se abririam. Decidi ler o próximo cartão e matar a minha curiosidade logo de uma vez.

Era o próprio. O cara da boate, Jayden Hunter, o grande homem com músculos e olhos azuis ardentes que me deixou com as pernas bambas. Ontem eu tinha dúvidas do quão poderoso ele poderia ser, hoje já tenho certeza, não sei como, mas ele conseguiu me achar, o que era quase impossível, minhas informações pertenciam ao governo, como as do meu pai. O empresário maduro não deve ter medido esforços para me encontrar.

A mensagem no cartão me fez enrubescer, ele queria me encontrar em particular dessa vez, em um restaurante que a propósito eu conhecia, só pessoas com um alto poder aquisitivo frequentavam esse lugar, como: políticos, empresários e magnatas.

Pensar em estar sozinha com que ele me deixava nervosa, mas de um jeito bom, a presença dele me intimidava, principalmente aquele olhar dominante que parecia me devorar por completa. Não sabia o que fazer no momento, a minha consciência dizia para não ir, afinal, eu mal o conhecia, porém se eu não desse uma chance eu nunca iria o conhecer.

Coloquei os cartões dentro do envelope assim que as portas se abriram, pensaria na proposta dele até o fim do expediente, até lá teria um longo dia.

Dᴜʀᴀɴᴛᴇ ᴀ ᴛᴀʀᴅᴇ, ᴍᴀʀǫᴜᴇɪ três passagens para Carolina do Norte para daqui dois meses. Esperava que tudo ocorresse bem nessa viagem e que Ângela realmente fosse conosco.

Por fim, continuei vendo a contabilidade da empresa e atendendo telefonemas, os clientes mais próximos da empresa ou seja os que possuíam um maior investimento. Alguns queriam virar sócios da companhia e outros gostariam de investir mais. Esse tipo de negócio dava um lucro duplo, tanto da seguradora quanto do investidor.

Voltei a abrir a agenda do trabalho, essas duas empresas que estão interessadas em se unir conosco, se conseguirmos uma boa negociação, será ótimo para todos, até mesmo para os mais simples funcionários daqui. A Verizon Communications era uma das maiores em telecomunicações, transmitiam para toda Nova York e parte do mundo informações, se cada parte das suas telecomunicações tivessem um seguro a contabilidade iria crescer muito e a Cablevision Systems Corporation a que distribuem TV a cabo, também.

Cada pessoa que passasse a tê-la teria um desconto no valor do pagamento para ter um seguro na nossa empresa, dessa forma muitas pessoas pensariam em obter um seguro, o que faria o lucro alavancar com velocidade.

Ás 17ʜ30 ᴅᴇ ᴛᴀʀᴅɪɴʜᴀ o sol estava se encerrando junto ao meu expediente, eu era uma das últimas a sair da empresa, a grande parte dos assuntos da empresa relacionada a contratos era minha função avaliar, ser a secretária do chefe tinha suas vantagens e desvantagens.

Saindo do meu escritório andei até o elevador e antes dele abrir Richard apareceu do meu lado, e mais uma vez me importunava.

— Quer que eu a acompanhe até em casa? Para ficar em segurança... moças como você chamam muita atenção. — Ele falou enquanto me olhava de cima para baixo.

Respirei fundo negando com a cabeça, além de ter um dia cansativo no escritório era obrigada a ouvir isso ainda. Ficaria bem mais segura longe dele, isso eu tinha certeza.

— Não, obrigada. Moças como eu? — o que teria de ruim ser uma moça como eu? Sou igual a qualquer uma.

— Uma moça atraente, Isabella — seu olhar sobre mim era lascivo, como se pudesse tirar minha roupa inteira só com os olhos.

Entrei no elevador imediatamente e ele fez o mesmo. Além de ser um chefe canalha, ele estava tentando ter algo comigo, coisa que nunca iria acontecer. Durante o percurso não falei mais nada até chegarmos no estacionamento.

— Isabella... me desculpe por ter tratado você daquela forma quando entrou na empresa, não estava pensando direito.

Só o pensamento das palavras dele naquele momento me dava uma ânsia, tento esquecer daquele episódio horrível, eu era tão indefesa, nova e nem fazia ideia do que fazer.

— Esqueça isso, é o que eu tento fazer dia após dia.

Entrei no meu carro sem ao menos nem olhá-lo e dirigi até em casa.

Após abrir a porta do apartamento encontrei Ava sentada no sofá vendo televisão, fui até ela e dei um beijo em sua bochecha. Andei até meu quarto colocando a bolsa e pastas em cima da mesa. Voltei para sala e sentei ao seu lado respirando fundo e tirando meus sapatos.

Quando eu deitei minha cabeça no colo dela, ela me perguntou:

— Parece que a mocinha teve um dia difícil de trabalho, não é?

Ergui meu olhar para cima a olhando e depois desviei para a televisão, passava um filme de suspense, Ava amava esses tipos de filme, diferente de mim que era muito medrosa desde sempre.

— Um dia em tanto, o meu chefe ficou no meu pé de novo, mesmo que eu faça tudo por aquela empresa, ele sempre quer mais de mim.

A loira fez um carinho em meus fios ruivos enquanto falava.

— Esse seu chefe quer você na cama dele, se eu fosse você já mandava ele para puta que pariu, você é Isabella O'Sullivan, qualquer outra empresa iria te contratar.

Ela tinha mesmo razão, mas o motivo para eu trabalhar nessa empresa é que realmente gosto de lá, do ambiente, dos colegas de trabalho, de como fica perto do apartamento, a única coisa desconfortável era o Sr. Ross.

A melhor parte do meu dia foi quando recebi o convite do Jayden depois do almoço.

Droga! O convite!

Me levantei do colo dela em conflito. Passei a mão no rosto até o cabelo enquanto Ava esperava por uma explicação por tanto mistério.

— Na verdade aconteceu uma coisa.

— O quê? — ela perguntou se aproximando mais faminta por mais informações.

— Sabe aqueles caras da boate de ontem a noite? — ela assentiu preocupada. — O moreno com quem fiquei deixou um envelope na recepção do meu trabalho, é um convite para jantar com ele hoje.

Ava parecia aliviada, provavelmente por não ser o loiro que ela estava na noite anterior.

— Você vai, não é?

— Eu não sei — eu disse passando a mão na nuca.

— Bella, se ele te viu uma segunda vez é porque está interessado em você. Você pode recusar o convite e não vê-lo mais ou dar uma chance de conhecer ele.

Ela tinha razão, ao menos iria tentar e dar uma chance de nos conhecermos melhor.

— Você me ajuda? Não faço ideia do que vestir em uma ocasião como essa.

— Estou aqui para isso — ela fez um carinho no meu rosto e se levantou. — Vamos lá, mocinha.

Eᴍ ғʀᴇɴᴛᴇ ᴀᴏ ᴇsᴘᴇʟʜᴏ eu olhava o vestido que ganhei no natal passado, nunca havia usado ele por questões óbvias, ele chamava atenção por ser vermelho e um pouco curto, mas não deixava de ser um lindo vestido, nele havia: bolinhas vermelhas quase da mesma cor do tecido, transparência nas mangas e barra do vestido, além de ser aberto na parte de cima das costas. Tive a ajuda de Ava com o cabelo, colocamos ele de lado e enrolamos as pontas em cachos. Para a maquiagem usei algo simples e casual, mas o toque final foi um colar fino dourado e brincos longos delicados.

Sorri mal me reconhecendo no espelho. Na verdade, quem parecia estar na minha frente era a minha mãe, ela era tão bela e cheia de vida. Ser parecida com ela se tornou uma dádiva, a trazia sempre no meu coração.

— Você está linda, Bella.

— Graças a você, fez uma transformação em mim — eu disse sorrindo.

— Tem que ter mais confiança, além disso o Jayden vai ficar babando em você essa noite.

Até parece.

Homens como o Jayden deviam conhecer várias mulheres interessantes e experientes, ao contrário de mim que era tão tímida e reservada.

— Que horas é o jantar mesmo? — ela perguntou.

— 21 horas, mas o motorista vai passar daqui a pouco, 20h30.

— Uau, Bella — Ava ficou impressionada. — Ele deve ser um grandão mesmo. Só espero que não seja político.

Franzi a testa sorrindo.

Por Deus, tudo menos um político. Enquanto eu fugia deles, meu pai desejava que eu casasse com um.

— Pelo o que eu entendi, ele é um empresário.

Menos mal.

— E o Adam, deu notícias? — perguntei.

— Nada até agora — disse ela cabisbaixa. — Mas também nem é grande coisa.

Ava mentia terrivelmente mal, no entanto eu não falaria mais nada sobre isso, não queria constrangê-la com perguntas inconvenientes.

Na verdade eu não sabia como reagir a isso, Ava nunca tinha ficado interessada o bastante com nenhum de seus ficantes, tudo isso era uma grande novidade.

Talvez fosse por ser um cara mais velho.

Isso acabou me lembrando que Jayden era no mínimo dez anos mais velho que eu. Não que isso fosse um problema para mim.

O ʙᴇᴀᴜᴛʏ & ᴇssᴇx era um restaurante aconchegante e exclusivo, poucas pessoas tinham acesso. A propriedade tinha dois andares, as paredes vermelhas eram cobertas com um dossel frisado, as poltronas macias em tons de marrom no centro acompanhadas de pequenas mesas e os sofás longos estavam encostados nas paredes. Há também espelhos em molduras antigas que circundavam ornatos decorativos. Todo o ambiente possui cores quentes que o deixam ainda mais intimista.

Na recepção, após dar meu nome sou orientada pelo garçom até chegarmos no segundo andar, onde havia dois homens altos com roupa social em posição, cada um de lado da entrada. Um deles abriu a porta para mim, mas se manteve do lado de fora. Logo eu vi o ambiente vazio, exceto por um forte homem sentado perto da janela acompanhado de um copo de whisky em um dos sofás que se encontrava vestido com um terno preto que marcava seus músculos nos braços, a camisa social branca combinava com a gravata e deixava em evidência seu olhar intenso. Ele parecia impecável, como em um daqueles comerciais de perfumes internacionais. Eu nem havia chegado perto dele e já estava suspirando igual uma boba.

Jayden se levantou fechando um dos botões do terno e pousou o copo de bebida na mesa de madeira, andou até mim mostrando toda a sua preponderância.

— Isabella — ouvi ele pronunciar com sua voz grossa cada letra do meu nome. — Fico contente que tenha aceitado o meu convite.

Eu sorri nervosa, não sabia o que dizer, o mínimo que poderia fazer é agradecer.

O homem de negócios se aproximou de mim e beijou o canto da minha boca como cumprimento, o que me fez corar involuntariamente. Podia sentir sua mão deslizar pela minha cintura e me puxar com gentileza para que eu me sentasse ao seu lado no sofá.

— Eu me adiantei e pedi o nosso jantar e sobremesa.

— Obrigada, Jayden. Sua generosidade é algo que me agrada.

— Gosto de agradar quem me interessa, passarinho — senti sua mão alcançar a minha.

Meu coração disparou no peito, o toque dele era bruto e ao mesmo tempo atencioso.

— Devo dizer que fiquei surpresa com o seu convite, como me achou tão rápido?

Ele sorriu de lado.

— Para pessoas como eu, ter tudo e qualquer coisa é algo bem simples. Não foi difícil encontrá-la.

— Então está acostumado a ter tudo o que quer?

— Exatamente.

— E agora, o que o senhor quer?

Seus olhos escureceram com a minha pergunta, eles desceram para a minha boca, continuaram pelo pescoço e permaneceram por alguns segundos nas minhas coxas.

— Nesse momento... — ele parou no meio da frase e me olhou com atenção. — Gostaria de te conhecer melhor.

— Posso dizer o mesmo.

— Eu tenho 21 anos, trabalho com seguros como bem o senhor sabe e tenho poucos amigos. Venho de uma família complicada, mas eu os amo.

— Tão jovem e tão prendada, chama a minha atenção cada vez mais — ele respirou fundo como se recuperasse o ar. — Eu sou empresário, no ramo de tecnologia, tenho um grande império aos 34 anos e trabalho mais do que gostaria.

Quase 14 anos de diferença.

Ele era um homem experiente que já tinha vivido muitas coisas. Isso me fez pensar em outras possibilidades: ele era mais velho, com uma boa condição de vida, um homem charmoso que sabia se impor. Jayden estaria sem ninguém?

— Você está... sozinho?

— Não, Isabella, eu nunca fui casado e não estou namorando, se é isso que você estava tentando perguntar.

— O senhor me desculpe é que... — acabei ficando vermelha novamente.

— Se você me chamar de senhor mais uma vez, serei obrigado a colocá-la no meu colo para ver o quanto essas palavras nessa sua boquinha linda me afetam.

Abri a boca em um formato de “O” com as bochechas coradas, não esperava por isso. O garçom entrou na sala e nos serviu um garrafa de vinho tinto, o líquido foi despejado em duas taças de vidro e em seguida outro garçom trouxe em uma bandeja a nossa refeição, um bife acebolado ao ponto e uma salada de quinoa.

Nós começamos a jantar e nossa... estava uma delícia o jantar, a carne macia dava um gosto indescritível com o vinho e a salada era um ótimo acompanhamento. Jayden comia, mas mantinha o olhar fixo em mim, como se me devorasse ao invés da carne, enquanto comíamos podia sentir o ambiente ficar mais quente. Podia ser impressão minha ou a presença dele que me deixava assim. Depois de comermos ele se aproximou e passou um dos dedos nos meus lábios e o chupou na minha frente. Um ato tão simples, mas tão carregado de erotismo

— Essa sua boca me atrai tanto — ele disse tão perto de mim que podia sentir sua respiração contra o meu pescoço.

— Isso não é justo.

— O quê? — sua mão pousou na minha cintura a apertando.

— O senh... você... me seduzindo dessa forma, não sei agir contra isso. — Respirei fundo.

— Ora, Bella — meu cabelo era acariciado por ele e colocado atrás da orelha. — Eu estou me comportando, porque sinceramente... na minha mente estou fazendo outras coisas com você. — Sua barba roçava no meu pescoço me arrepiando por inteira e para piorar ela começou a mordiscar entre os lábios o lóbulo da minha orelha.

Eu me esforcei para não emitir nenhum som, mas quando ele deslizou a língua no meu pescoço e o chupou com força foi impossível. Gemi baixinho puxando o cabelo da sua nuca e passando a mão no seu peitoral forte. Naquele momento nada importava, toda minha concentração estava focada nas mãos desse homem no corpo e sua língua quente que me causava sensações inebriantes.

Ele subiu o rosto para cima e tomou posse dos meus lábios como se eles tivessem sempre os pertencido, mordiscava o meu lábio inferior o esticando e sorrindo satisfeito. Não demorou nada para ele me colocar no seu colo de lado e abraçar o meu corpo enquanto passava a língua sobre mim em um beijo quente e intenso. Nossas respirações se misturavam junto com o nosso desejo.

— Jayden — eu sussurrei contra a sua boca que tomou a minha novamente.

Só quando sua mão grande chegou nas minhas coxas e eu senti algo há mais entre minhas pernas que minha consciência me alertou. Relutante eu me afastei alguns milímetros dele e coloquei a mão sobre a dele.

— Melhor pararmos — eu o olhei.

Ele respirou fundo e passou os dedos entre os fios do meu cabelo e juntou sua testa à minha.

— Desculpe se exagerei, você tem algo que mexe comigo, passarinho — ele selou nossos lábios.

— Eu nunca estive no colo de um homem antes — eu admiti — Não quero que pense que sou atrevida, porque eu não sou assim.

— Eu sei que não é, e, justamente por isso, você me deixa encantado, essa sua delicadeza e esse jeito recatado me deixam louco.

Eu desviei o olhar ficando vermelha. Odiava quando isso acontecia, não queria mostrar que estava nervosa.

— Aliás, eu tenho um convite para te fazer.

Outro convite? Eu pensei.

— Quero que você me acompanhe em Las Vegas durante um final de semana, será o aniversário de um dos meus sócios.

— Eu não sei o que dizer — uma das minhas mechas chegou ao meu rosto quando abaixei a cabeça.

— Diga sim para mim — ele levantou minha cabeça com o dedo no meu queixo. — Adoraria a sua companhia e para te deixar mais tranquila, o convite se estende à sua amiga.

— Ava?

— Sim, o meu sócio, Adam, se interessou bastante por ela.

— Quando vai ser?

— Daqui a duas semanas.

Eu tinha ficado mais tranquila mesmo com a presença da Ava. Era um convite tentador e é claro que ela vai querer ir. Provavelmente ela vai me dizer 53 argumentos do porquê nós deveríamos ir.

— Então, o que me diz? — ele perguntou fixando os olhos em mim.

Nesse momento eu sabia que dependendo da minha resposta tudo poderia mudar.

E voltamos com tudo!
Para quem está relendo o livro pode notar algumas modificações e quem é novo(a), sejam muito bem vindo(a)!

Atualmente trabalho em duas áreas, cuido de redes sociais e isso toma muito do meu tempo, mas durante essa semana vocês leitoras me incentivaram muito!

Obrigada por não me fazerem desistir!

Para quem quiser entrar no grupo do livro é só me chamar no direct do Instagram: @autorakaroline
Vou passar o link do grupo 🖤

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