10. Jogos e Luxúria
O carro foi estacionado em frente a porta principal do cassino. Um dos meus seguranças — ou soldados como eu costumo chamar — saiu do carro e abriu a porta para nós. Sai primeiro do veículo. Estendi a mão para Isabella e a ajudei a se levantar.
— Está preparada? — perguntei.
Isabella confirmou com a cabeça, seus olhos brilhavam em expectativa.
Sem perceber eu me permiti sorrir discretamente, ela realmente estava incrível, além de gostosa pra caralho nesse vestido preto. O colar de esmeraldas só enalteceu sua beleza juvenil e inocente. Mas o que realmente destacava era o seu cabelo cor de fogo. Depois iria tê-lo entrelaçado entre os meus dedos, com força, no quarto, só nós dois.
Ofereci meu braço para Bella e assim fomos na direção da porta principal. Na metade do caminho, nos direcionei para a entrada VIP, lugar que não precisaríamos dar nossos nomes, pois eu não tinha paciência nenhuma para isso. Um dos seguranças do Travis me reconheceu e já foi logo nos cumprimentando.
— Bem vindo, senhor. O chefe está ansioso para vê-lo, tanto que pediu para que o avisasse quando o senhor chegasse. — Estendi minha mão para cumprimentá-lo e ele apertou a minha.
— Claro, pode avisar que cheguei acompanhado e em breve irei até ele.
Não queria surpresas para essa noite. Isabella não tinha noção de onde estava, ou pior, das pessoas que estavam aqui. E ainda por cima, Travis não fazia ideia de quem ela era, e quando soubesse iria comer o meu fígado, além de tentar me convencer de sequestrá-la ou usar a ruiva como uma arma para atingir o filho da puta daquele velho do Bruce.
— Inclusive, Andrew, ainda vou te convencer a vir trabalhar em Nova York para mim.
Não era mentira. Andrew tinha um porte físico de um armário, não muito diferente do meu, mas sua lealdade e experiência em servir é o que mais me chamavam atenção para ele ser um dos líderes da minha segurança em Nova York.
Ele deu uma breve risada e em seguida cumprimentou o Adam antes de liberar a passagem para nós.
— Eu vou pensar no assunto — Andrew disse. — Boa noite, senhoritas.
O cassino estava cheio de pessoas, o que rendia um ótimo excelente lucro para Hammond — ou Travis, como eu costumava chamá-lo — que administrava o cassino e a mim, sócio do maior cassino de Las Vegas. Tudo era organizado para tomarmos o dinheiro dos jogadores, os únicos vencedores eram os donos dos cassinos. O dinheiro deles iam das mesas para nossas caixas, passavam pela gaiola e entravam na sala da contabilidade.
O dinheiro era encaminhado por pessoas de alta confiança para os chefões de cada área: mafiosos, políticos e empresários. Era assim que o dinheiro era movimentado e consequentemente a abertura de novos cassinos e boates, aos olhos da lei legalizado. Na realidade, tudo tinha a sua parte suja para o lucro ser maior, principalmente as boates.
No salão se ouviam risadas altas e pessoas pulando de animação quando saiam vitoriosas de suas apostas, o que não durava por muito tempo. Meus olhos percorriam o local procurando algum sinal do Travis, mas foi em vão, desisti de procurar. Comecei a andar com a Bella entre as pessoas atento, mesmo com meus seguranças em volta imprevistos poderiam acontecer. Como todas as vezes que estive aqui para o aniversário do meu amigo e sócio, o cassino estava bem luxuoso, lustres de cristais iluminando o local, lobbies glamourosos, tapetes vermelhos e os garçons servindo bebidas a todo vapor para os jogadores.
Por onde passávamos pude notar os vários olhares masculinos na direção da Isabella e isso me fazia ficar muito satisfeito. Esse era o máximo que qualquer um desse cassino poderia fazer: olhar. Até porque todos sabiam da minha fama, eu não era um homem paciente, era impulsivo, sistemático e que matava a sangue frio sem nenhum peso na consciência. Então, se algo me pertencia, ninguém era burro ou suicida o suficiente para tocá-lo.
Os olhares não se limitavam somente aos homens, mulheres também a olhavam com desejo, outras com inveja.
Chegamos perto de uma mesa onde havia poucos jogadores e a grande maioria eram mulheres, aqui devia ser o lugar certo para deixá-las sozinhas por um momento.
— Vamos começar por aqui — eu sinalizei para Adam.
O garçom logo passou nos oferecendo as bebidas, peguei um whisky para mim e uma taça de champanhe para Bella. Me posicionei atrás dela a abraçando e segurando o copo de whisky na frente do seu corpo.
Aproximei meus lábios do seu ouvido:
— Esse jogo se chama craps, é jogado com dois dados de seis lados. Como pode ver até nessa mesa, até 12 pessoas podem jogar ao mesmo tempo. Mas só um jogador é o lançador em cada rodada.
— Entendi.
Soltei um pouco ela e bebi toda minha dose de whisky de uma vez, larguei o copo de canto e peguei dinheiro no bolso interno do meu paletó, contei rapidamente e somei a quantia de mil dólares, coloquei o dinheiro em cima da mesa.
— Quer arriscar todo esse dinheiro comigo? — ela perguntou descrente.
— Dinheiro não é nenhum problema para mim e você sabe disso. Onde quer apostar? Pass line A ou Don't pass B? — perguntei.
Isabella ficou observando as localizações na mesa até escolher uma.
— Pass line A — ela escolheu a primeira opção. — Eu espero que esses números saiam mesmo, vou cruzar os dedos.
Sorri abertamente ao ver sua ansiedade para o resultado, eu na verdade não estava nem aí para jogos, mas vê-la animada assim era o que realmente me agradava.
— Vamos ver se tem sorte, se sair 7 ou 11 você ganha a aposta. — Fiz a aposta onde ela havia escolhido.
Enquanto os outros jogadores faziam suas apostas levei minhas mãos para seus braços, devagar as desci por sua cintura, onde senti algo diferente, mas ao mesmo tempo familiar. Eu não era nenhum santo, desconfiava do que era, então continuei descendo aos poucos até passar os dedos pelo quadril bem formado de Isabella e suas coxas, onde confirmei o que realmente esperava que fosse, ela estava usando cinta liga por debaixo do vestido.
No mesmo instante o meu pau reagiu a essa informação. Puta que pariu.
— Seu plano é me deixar louco essa noite? — sussurrei no seu ouvido.
Me aproximei mais do corpo esculpido de Isabella para que percebesse o quanto isso tinha me afetado.
— Você me pede calma, no entanto me excita dessa maneira.
— Eu...
Discretamente peguei sua mão e a coloquei em cima da minha ereção. No primeiro ela o apalpou, mas logo após saber do que se tratava ela se afastou assustada.
Ela ficou sem jeito, com a respiração pesada e com o corpo inquieto.
Antes que eu pudesse falar mais uma coisa, vi que havia chegado a vez dela jogar. Peguei os dados da mesa e levei até os seus lábios para que os beijasse e depois jogasse. Antes de fazê-lo ela me olhou de relance e ficou um pouco corada.
Acompanhei os dados girando, parecia ser uma eternidade. Não entendia o porquê de estar tão animado essa noite.
— Parece que a bela ruiva está com sorte essa noite. — Falou o anunciante do jogo ao empurrar todo o dinheiro das apostas na nossa direção.
— Parece que você é meu amuleto da sorte, Isabella. — Dei um beijo em seu ombro.
— Espero continuar assim — a ruiva abriu um grande sorriso.
Para quem nunca tinha jogado na vida, Isabella era uma pessoa de muita sorte no jogo. Mas eu sabia que ela também era muito ingênua e, em um lugar como esse, isso poderia ser perigoso. Por isso todo e qualquer movimento dela dentro desse cassino seria monitorado pelos meus seguranças.
Senti um alguém tocar meu braço. Quando me virei vi que era um dos seguranças do próprio cassino.
— Senhor Hunter, o Senhor Hammond o chama. — Rolei os olhos. Parecia que ele tinha adivinhado.
Sair de perto da Bella por um tempo a salvaria por agora, mas não a noite inteira.
— Por que tanta cerimônia esse ano? Diga ao Travis que estou ocupado e que encontro ele em alguns minutos. — Falei ao rapaz que saiu. Fiquei o observando para ver para onde ele estava indo e assim que vi voltei minha atenção para Isabella.
— Você se importa em ficar na companhia do Adam por uns instantes? Vou falar com o dono da festa e volto, certo? Na volta apresento ele para você.
— Tudo bem, eu não me importo. Estarei aqui quando voltar.
Tirei uma boa quantia do bolso da minha calça e entreguei para ela.
— Coloque na sua bolsa e faça boas apostas. — Ela assentiu com a cabeça e fez o que eu havia pedido. — Divirta-se, baby. Se precisar de mais dinheiro pegue com o Adam que na volta eu pago.
Antes de andar até o Adam, toquei seu rosto e selei nossos lábios.
Já perto do Adam, o chamei e disse em baixo tom a minha única preocupação essa noite:
— Não tire os olhos dela, porque se isso acontecer você quem perde os seus quando eu voltar. Fui claro?
— Não precisa falar duas vezes.
Me afastei dele e segui na mesma direção de onde o segurança do Travis foi.
O trajeto até a mesa de jogos privada do Travis foi mais longo do que eu pensava pois acabei encontrando algumas coisas pessoas conhecidas no caminho que me pararam para me cumprimentar, algumas dessas pessoas eu até que suportava, mas tinham outras que sai o mais rápido possível de perto. Quando finalmente cheguei onde se encontrava o aniversariante foi impossível não vê-lo já que deu um pulo da cadeira gritando em alegria ao ter ganhado a rodada da vez.
Me aproximei da sua mesa e disse em um tom irônico:
— Não importa quantos aniversários você vai fazer aqui, em todos eles você vai trapacear.
— Quem é vivo aparece, não é? — disse ele me dando um abraço e dando alguns tapas nas minhas costas.
— Você fala como se fôssemos as pessoas mais desocupadas do mundo. — Travis me soltou e passou o braço em volta do meu pescoço.
— Somos os chefes Jay e podemos sair quando quisermos. — Ele me arrastou até o seu escritório que ficava na parte de cima do cassino.
— Um whisky? Cigarro?
— Whisky.
Travis foi até o seu mini bar e nos serviu dois copos.
— Onde está o Adam? É estranho não vê-lo aqui com a gente.
Nós três sempre fomos os melhores amigos e sócios, mas diferente de mim o Travis não tinha nascido família de traficantes, ele tinha começado por conta própria quando ainda era jovem e hoje comandava o tráfico e o cassino de Las Vegas.
— Adam está jogando, daqui a pouco estará aqui. — Ele ergueu uma sobrancelha e me passou um copo de whisky.
— Adam não está jogando sozinho, não é? O Brian me falou que vocês vieram acompanhados. Não me diga que voltou com a Kylie? Jay, aquela mulher é problema. Depois daquilo eu pensei que não veria mais vocês juntos...
Revirei meus olhos e dei alguns goles de whisky. De duas coisas eu tinha certeza: a morte e que eu nunca mais me envolveria com mulheres como Kylie — mimadas, problemáticas e neuróticas.
Kylie fodeu com a minha cabeça e eu fodi com a vida dela.
— Eu não estou com a Kylie e não tenho contato com ela desde que terminamos, assim como não tenho interesse algum em ter. — Ele franziu a testa e deu de ombros. — O nome dela é Isabella, a trouxe comigo esse ano e ela é o oposto da minha ex. — Bebi um pouco da minha dose.
— Isabella... Então foi ela que te impediu de ir me ver mais cedo? — não sabia onde o Travis queria chegar com esse assunto, mas ele era pior que o Adam quando queria saber de alguma coisa sobre mim.
— Sabe, se você me perguntar exatamente o que quer saber eu respondo mais rápido, não precisa ficar fazendo rodeios, porra.
— Esperava que viesse, temos assuntos a tratar. Tanto do cassino, como do tráfico.
— Eu sei disso, só não fui porque ela não sabe quem eu sou de verdade e nem que está em um lugar onde só tem pessoas do submundo.
Os olhos do Travis quase soltaram-se das órbitas. Ele me olhou sem acreditar no que eu acabei de falar, e tenho certeza que sua reação seria ainda pior se soubesse de quem Bella é filha.
— Porra Jay, você é mesmo o homem mais louco que eu conheço. — Ele falou rindo.
— Mas para você trazer ela aqui com certeza deve significar algo. Você só trouxe a Kylie aqui depois de quase dois anos juntos. — Travis balançou a cabeça.
— Eu escolhi ela, Travis. Essa mulher vai ser minha, mesmo quando ela souber toda a verdade. Sei como convencê-la.
— Cuidado, Jayden. Quando um homem fica obcecado por uma mulher, é capaz de cometer loucuras. Eu bem sei disso, experiência própria.
— As coisas deram certo para você.
— Deram — ele admite. — Mas foi por um caminho torto, cheio de sofrimento.
Eu não faria a Isabella sofrer. Seria diferente. Ela era alguém boa, com uma delicadeza sem igual e ingênua. Essas eram exatamente as coisas que me faziam a querer ainda mais.
— O que quero dizer, Jayden... — Travis continuou. — É para você ter cautela, no meio da máfia, quanto menos uma mulher sabe, melhor é. Elas não entendem que algumas coisas devem ser feitas.
— Talvez esse tenha sido o meu erro com a Kylie.
— Talvez. Ou talvez seu maior tivesse sido pedir ela em casamento e ainda me chamar pra ser seu padrinho sabendo que a Debby detestava ela. — Travis gargalhou me fazendo rir também.
— O que uma boa foda não faz.
Kylie e eu éramos incompatíveis em absolutamente em tudo, menos na cama. Ela sabia muito bem dar um chá de boceta que me deixava louco.
— Você que teve sorte em encontrar alguém como a Debby, ela inspira paz e tranquilidade... Estou à procura disso para minha vida pessoal e, apesar de conhecer a Bella há poucas semanas, quando estou com ela eu sinto que ela pode ser a calma que eu preciso. — Ele sorriu nos servindo mais uma dose de whisky.
— Eu torço para que isso aconteça, você já passou por tanta merda nessa vida que merece encontrar alguém para ser essa paz que você tanto precisa. Todos nós que vivemos essa vida que levamos precisamos deitar e ter a certeza que temos alguém de verdade para confiar. E falando nela...
Debby bateu na porta antes de entrar. Ela estava deslumbrante como sempre, usava um vestido dourado modelado as curvas do seu corpo, as tiras que sustentavam o vestido formavam um X em suas costas. O coque baixo no cabelo loiro dava destaque aos grandes brincos nas orelhas dela.
— Debby, olha quem resolveu aparecer. — Ela sorriu, veio na nossa direção, me levantei para cumprimentá-la.
— Debby. — Falei dando um beijo na sua mão.
— Fico feliz em vê-lo novamente, Jayden.
— É uma satisfação estar aqui junto com amigos fiéis como vocês.
— Já que vocês dois estão aqui gostaria de pedir um favor. Debby, estou acompanhando por uma mulher e o nome dela é Isabella, ela não sabe o que eu faço, gostaria de pedir para que vocês fossem discretos e cuidadosos com as palavras quando forem apresentados a ela. — O Travis assentiu com a cabeça e a esposa dele respondeu.
— Pode deixar Jayden, eu entendo sua preocupação, seremos cuidadosos ao falarmos com ela. — Ela sorriu de forma gentil, disse que iria jogar com as amigas, deu um beijo no Travis e saiu.
— Então somos só nós de novo. Agora vamos falar de negócios.
Tʀᴀᴛᴀᴍᴏs sᴏʙʀᴇ ᴏ ғᴜɴᴄɪᴏɴᴀᴍᴇɴᴛᴏ e lucro do cassino que continuava indo muito bem. Durante as semanas recebíamos dezenas de políticos e autoridades estaduais para apostar e, quanto mais tempo eles jogavam, mais perdiam, por consequência mais nós ganhávamos. Essa cidade era feita de dinheiro. E o melhor, ninguém sabia exatamente o que nós fazíamos.
Afinal, o que um respeitado empresário de sucesso e um dono do maior cassino legalizado de Las Vegas poderiam ter em comum?
Tráfico e drogas.
— Antes de falarmos do andamento da nova boate, quero saber sobre as que já temos.
— Estão indo de acordo com o protocolo, na última leva trouxemos garotas de várias países, Alemanha, Equador, Brasil, Austrália.
— Ótimo — eu disse contente. — Algumas delas deram trabalho?
— Ruby. O pai dela devia muito dinheiro a esse cassino, não sei se você lembra dele, o Bóris.
— Ah, o filho da puta do banqueiro viciado em jogo.
— Ele perdeu tudo, vendeu a própria filha para quitar a dívida.
— Já ouvi essa história antes. — Franzi a testa o alertando.
Travis comprou Debby, devido a dívidas do seu pai, ex-matador de aluguel. O plano era simples, fazê-la uma dama de companhia de luxo, mas Travis se encantou pela loirinha que na época tinha 18 anos de idade.
— Foi completamente diferente. — Ele disse.
— Claro, os nomes são diferentes. — Soltei minha ironia em sua cara.
— Eu não preciso de nenhuma outra mulher, ela é o suficiente.
— Não me entenda mal, não me importo com quem você trepa, desde que não atrapalhe os negócios, e Travis, essa garota é um dos meus negócios.
— Vai se foder, Ravaganni.
Eu gargalhei.
— Também senti sua falta, filho da puta.
Era bom ser eu mesmo, sem fingimentos ou cautelas para esconder o meu lado podre.
— Mas voltando ao assunto, se ela está dando trabalho peça aos seus capos para não medirem esforços nos castigos. Usem de tudo e mostrem de exemplo para as outras.
De surra até choque elétricos, eu não me importava, apenas queria o resultado final, garotas obedientes para satisfazerem os meus clientes. Afinal, os fins justificam os meios.
— Vou reforçar isso — Travis concordou.
Me levantei e caminhei até o mini bar para pegar mais um pouco de whisky puro.
— Sobre a boate nova, diga a Madelyn que nosso foco são garotas de classe média para cima. Precisamos de mulheres sofisticadas e bem instruídas para atrair clientes de grande porte, os mais requisitados da sociedade, a nata.
Madelyn tinha cerca de 45 anos, passava a imagem de uma mulher glamourosa e conservadora, mas na verdade era uma das melhores cafetinas do país. Há alguns anos encontrei uma de suas prostitutas em Los Angeles, foi por onde encontrei a cafetina e fiz um acordo com ela que deu muito certo. Dei proteção aos seus bordéis com a segurança de capos e ela ganhava uma puta comissão por cada garota nova traficada.
Um ciclo muito bem feito.
— Daqui uns dias enviarei como quero a estrutura da boate — eu disse.
Iria custar caro, mas o retorno seria bem maior que o orçamento.
Todos tem um lado que insistem em esconder, principalmente a alta sociedade. Nela existem maridos insatisfeitos, ninfomaníacos, mulheres que escondem seu real gênero sexual, fetichistas e outras questões íntimas.
— Concordo com seu ponto de vista, o faturamento irá dobrar. Amanhã Madelyn vai passar aqui, se você quiser fazer uma reunião...
— Vou estar ocupado.
Ocupado com o meu passarinho.
Travis sorriu de lado entendendo exatamente o que eu quis dizer. Sim, minha prioridade nessa viagem era conseguir a confiança da Isabella. Conseguindo isso, o resto seria bem mais fácil.
— Agora vamos à minha sala privada de jogos, estou sentindo falta de ganhar alguns milhões de dólares de Nova York.
— Isso se você conseguir, estou com a sorte ao meu favor.
Dᴜᴀs ʜᴏʀᴀs ᴍᴀɪs ᴛᴀʀᴅᴇ, esse foi o tempo suficiente para que eu ganhasse dois milhões de dólares na mesa de poker, o que era algo inédito. Talvez realmente a sorte estivesse ao meu favor esse ano.
Tínhamos bebido muito e fumado alguns cigarros e charutos entre uma aposta e outra, mas agora eu precisava voltar ao cassino para ver se Isabella estava bem durante a minha ausência. Se alguém tentou incomodá-la.
— Não acredito nisso — Travis se lamentou pela décima segunda vez.
Eu aproximei as inúmeras fichas das minhas apostas com as mãos.
— Mais sorte no próximo ano.
— Você está roubando, só pode.
Puta que pariu, havia esquecido como Travis era um péssimo perdedor.
— Há tempo de perder e ganhar, aceite que hoje você perdeu e, bem feio.
Ele balbuciou que não consegui entender muito bem, mas não importava, o que importava para mim é que teria uma ótima noite, mas não aqui no cassino, mas sim com a Isabella mais tarde, a sós em casa.
— Se me der licença — fechei dois botões do meu paletó. — Preciso encontrar uma certa ruiva.
— Certo, vou procurar a Debby e logo em seguida vamos conhecer a sua garota. — Ele disse virando sua dose de whisky e levantando.
— Estarei aqui com ela.
Ele assentiu.
O fiscal do jogo estava recolhendo minhas fichas para levá-las no caixa. Essa noite sairia daqui com duas maletas bem generosas de dinheiro, uma contendo as apostas que ganhei e a outra com a minha parte do lucro do cassino.
Após sairmos da sala privada seguimos em direções opostas.
Durante o percurso fui acompanhado por dois seguranças da minha equipe. Mesmo a madrugada se iniciando o cassino continuava com um grande número de clientes. Somente perto do amanhecer as pessoas começavam a se retirar por vários motivos, como embriaguez, esposas, trabalhos ou assuntos particulares. Las Vegas era a terra onde todos os pecados se juntavam.
Quando cheguei a mesa que tinha deixado Isabella estava ainda mais animada que antes. O que uma quantidade absurda de álcool e apostas não faziam? As pessoas perdiam os limites.
Por falar em limites...
Assim que coloquei meus olhos em Isabella meu maxilar ficou travado de puro ódio. Mas que porra de um dos herdeiros dos Smirvov estava conversando com a Isabella? E onde estava o Adam para evitar que isso acontecesse?
Caralho!
É claro que uma mulher como a Isabella não ficaria desacompanhada por muito tempo, bastava apenas olhar para ela. Jovem, com uma beleza sem igual, tem cultura e sabe se adaptar em qualquer ambiente, fora a simpatia atrelada a sua ingenuidade. Todas essas qualidades me fizerem a escolher para ser minha.
Em passos largos e firmes fui até ele, ficando atrás de Isabella que notou no mesmo segundo a minha presença. Passei a mão na sua cintura de forma possessiva, o que foi o suficiente para avisar ao Smirvov que ela estava comigo.
— Vejo que conheceu a minha acompanhante — dei ênfase ao pronome possessivo.
— Sim, uma acompanhante a altura de um homem como você.
É melhor você não abrir a porra da boca, se não eu mesmo vou costurá-la.
— Isabella é maravilhosa em todos os sentidos — dei um beijo em seu rosto. — Dê lembranças ao seu pai, Nikolai.
— Com certeza.
— Se me der licença, nossos amigos nos esperam.
— Claro, foi muito bom revê-lo, Jayden. E prazer em conhecê-la, Isabella — como se não fosse o bastante, ele pegou a mão dela e a beijou.
Isabella sentindo o clima totalmente desconfortável tocou meu braço me fazendo olhá-la. Ela não tinha nada haver com essa rixa entre as máfia italiana e russa. Era melhor irmos antes que ela percebesse alguma coisa. Isabella era ingênua, mas burra de forma alguma.
Antes de sairmos demos um aperto de mão forte nos encarando.
Eu tinha apenas negócios com Vladimir Smirvov, nossa relação não passava disso. Mas seu filho do meio tinha ultrapassado os limites das boas maneiras. Depois teria uma longa conversa com Vladimir. Todos sabiam o que era meu não devia ser tocado sem a minha permissão.
— Não falei que você ia me dar trabalho hoje. — Coloquei minhas mãos em volta da sua cintura novamente e nos conduzi para uma ala secreta, a porta era igual às paredes do saguão.
— Onde estamos?
— Em um lugar que ninguém vai incomodar a gente.
Essa era uma sala privada que mais parecia um escritório informal para reuniões urgentes com capos e soldados. Um dos poucos lugares do cassino que não tinham câmeras.
— E por que estamos aqui? — ela perguntou desconfiada das minhas intenções.
Não consigo resistir a ela, não quando tudo nela é tão convidativo para mim.
Agarrei a sua cintura e andei alguns passos até seu corpo ficar contra a parede. Coloquei minha mão em torno da sua mandíbula e a segurei firme enquanto a despia com o olhar. Isabella me encarou com seus olhos cintilantes verdes e suspirou a cada vez que tocava o seu quadril. Só o seu cheiro doce me embriagava de tesão e, eu quis mostrar isso a ela da melhor forma. Ergui sua perna direita até a minha cintura onde era possível ver parte da cinta liga preta.
Oh porra!
Apertei sua pele macia e alva friccionando minha ereção contra a sua intimidade coberta pela maldita calcinha. Ela gemeu meu nome se segurando no meu pescoço. Após se dar conta do que fez e ouvir passos de outras pessoas atrás da porta, Isabella mordeu o lábio com o rosto avermelhado.
— Nada disso, passarinho. Geme pra mim.
— Porque está sendo tão mau comigo?
— Esse nem de perto é o meu pior, Isabella. Você já me fez ficar de pau duro duas vezes essa noite, achou que eu deixaria por isso mesmo?
Imediatamente tomei seus lábios em fúria, exigi de sua língua muito esforço enquanto estimulava sua intimidade em movimentos circulares por cima do pano que cobria. Por instinto ela começou a rebolar o quadril e apertou meu braço gemendo baixinho.
— Mais alto.
Acelerei os movimentos e ela mordia o lábio se contorcendo tentando não gemer. Tática que foi em vão depois dos meus lábios pressionarem o lóbulo da sua orelha.
— Olha como essa boceta tá molhada, pronta pra gozar na minha mão.
O corpo de Isabella dava indícios que o seu gozo não tardaria a chegar. Além disso, sua calcinha estava tão molhada a ponto dos meus dedos ficarem úmidos.
Porra, que delícia.
Isabella agarrou o paletó do meu terno e gemia. Ela tentou abafar o som tampando a própria boca, o que me deixou muito satisfeito. Era como se ela nunca tivesse gozado antes. Seu corpo estremeceu e ela fechou os olhos com força gozando para mim. Meus dedos não pararam até todo e qualquer vestígio do prazer ser cessado.
Me afastei um pouco para ela poder respirar e eu admirar a cena. Isabella me olhava ofegante e sem fôlego, ela se movia ainda trêmula pela descoberta do prazer. Eu a observava atentamente ao mesmo tempo que chupava os dedos que ainda tinham restos do seu prazer.
— Meu Deus, o que você fez comigo? — perguntou ela, ainda sem fôlego.
— Te dei um puta orgasmo que pelo visto foi o primeiro.
Ela desviou o olhar com vergonha.
Me aproximei dela e tirei do bolso da calça um lenço.
— Obrigada — ela disse limpando o batom borrado em volta da sua boca.
Eu fiz o mesmo, mas apenas com os dedos. Isabella me perguntou se estava apresentável depois de arrumar o cabelo, eu disse que sim, nem parecia que ela tinha deixado seus desejos carnais falarem mais alto. Havia sido um avanço em tanto.
Mal posso esperar para estar dentro de você.
Com o fôlego recuperado ela veio até mim, pegou a minha mão e encostou a cabeça no meu peito.
— Isso tudo foi ciúmes?
A ideia me fez sorrir. Era ridículo. Eu com ciúmes?
— Você parecia um touro bravo.
— Eu não estava bravo, você ainda não me viu bravo.
Ela abriu a boca formando um “O” com os lábios. Ver essa boquinha inchada e tão próxima me fazia ter pensamentos pecaminosos.
— Vamos voltar para o cassino, você aqui, me olhando desse jeito me distrai muito.
Isabella concordou com um sorrisinho no rosto e nós voltamos para o saguão.
— Vou te ensinar como se joga poker.
Nᴏ ɪɴɪᴄɪᴏ ᴅᴀ ᴘᴀʀᴛɪᴅᴀ não tivemos tanta sorte, mas depois de duas apostas conseguimos recuperar o dinheiro e com bônus. Isabella ficou tão animada que nem se importou de se exibir em público. Sentada no meu colo me deu um beijo de fazer inveja a muitas pessoas presentes na mesa.
— Esse dinheiro é seu.
— Não é justo, o dinheiro das apostas é seu, Jayden.
Queria entender essa aversão de Isabella a presentes. Para quem tinha crescido em meio ao luxo, era um tanto inusitado.
— Mas eu quero dar ele para você.
— Jay... — ela tentou protestar.
— E não aceito não como resposta.
Custou, mas ela aceitou. Mais para frente iria faze-lá entender que eu gostava de obediência e não somente na cama.
De longe ouvi uma conhecida voz chamar pelo meu nome. Quando olhei melhor à minha volta vi que era Travis acompanhado de Debby.
— Jayden, não vai apresentar a sua bela acompanhante para nós?
Olhei para o casal que se aproximou de nós. Eu e Isabella nos levantamos para cumprimentá-los.
— Isabella, este é Travis, meu sócio do cassino e o aniversariante de hoje.
— Travis, muito prazer em conhecê-lo.
— O prazer é meu Isabella, agora entendo do porquê todos estarem com inveja do meu amigo.
Ele segurou a mão dela e a beijou, que negou com a cabeça sorrindo.
— E essa é sua esposa e uma grande amiga, Debby — eu continuei.
— Isabella, como é bom finalmente te conhecer. — Debby a abraçou. — É sua primeira vez em Las Vegas?
— É sim.
— Seja muito bem-vinda, querida.
Travis analisou Isabella e me olhou. Sim, ela era mais jovem do que ele imaginava, mas eu não via isso como um problema. E sim uma solução, essa luz juvenil que ela carregava me atraía muito.
Ergui a mão para o garçom que nos serviu champanhe. Perfeito para a comemoração de hoje.
— Um brinde ao aniversariante, e aos seus 40 anos — eu anunciei.
— 30 anos — Travis disse e eu gargalhei.
— Em cada perna.
Debby riu abraçando o marido.
Brindamos todos juntos e depois de beber começaram as perguntas que eu já imaginava que viriam.
— Onde conheceu a Isabella? — perguntou Debby curiosa.
— Em uma boate que fui convidado.
— Eu estava com uma amiga nessa noite e, ela também está aqui hoje, com o Adam — acrescentou Bella.
— Interessante — disse Travis. — Como empresários, vamos a muitos tipos de eventos, é sempre bom ter uma companhia.
Travis sorriu trocando um olhar cúmplice para a esposa.
— Concordo com você — eu afirmei.
Debby depois de tomar a sua segunda taça levantou-se.
— Posso roubar a Bella por alguns instantes, Jayden?
— Fique à vontade — eu disse inclinando a cabeça.
Isabella levantou da cadeira e beijou a minha bochecha.
— Volto daqui a pouco.
Isabella lança um olhar tímido e dá um sorriso muito meigo.
— Não demore, daqui a pouco vamos para casa — respondi.
Vendo a partir junto com Debby dou uma conferida no relógio já eram 4 horas da manhã.
— Mais uma partida, Jayden? Enquanto as garotas não chegam.
— Porque não, não é mesmo?
Dessa vez Travis havia ganhado um pouco mais de meio milhão de dólares. Tomamos dessa vez um pouco de vinho para equilibrar, a essa altura eu tinha mais álcool do que sangue na minha corrente sanguínea.
— Merda! — gritei.
— Seu amuleto da sorte não está mais por perto, Ravaganni.
Esbocei um sorriso.
— Ela é ótima.
— Agora entendo a sua obsessão por essa garota, ela é um colírio para os olhos. Além de se portar como uma verdadeira dama da alta sociedade.
— Até Debby ficou encantada por ela — admiti.
— Para você ver, essa sim será uma boa esposa para você.
Esposa.
Isso soava bem.
— Quem sabe.
— Do jeito que essa garota te enfeitiçou não vai demorar muito para você toma-lá para si. Eu te conheço.
E ele tinha razão.
Às ᴄɪɴᴄᴏ ᴇ ᴍᴇɪᴀ ᴅᴀ ᴍᴀɴʜᴀ estávamos nos despedindo de Travis e Debby. Ava e Adam já se encontravam ao nosso lado. Pelo que eu pude entender durante o tour que Debby fez com Bella, elas encontraram Ava e enquanto isso, Adam contabilizou com o pessoal do financeiro as nossas maletas de dinheiro que já estavam no carro.
— Obrigado por toda hospitalidade, Travis. Espero vocês em Nova York.
— Com certeza iremos.
— Foi um prazer conhecer vocês, meninas — Debby cumprimentou com um beijo na bochecha de Ava e Bella.
— Adorei te conhecer, Debby. Venha nos visitar mesmo — disse Ava exalando simpatia, o que era incomum.
Depois das despedidas entrei no carro com Isabella e lhe dei o paletó do meu terno por estar muito frio. Antes de chegarmos em casa a ruiva virginal não demorou muito para cair no sono encostada no meu ombro. Abracei ela admirando cada detalhe do seu rosto e pensei em como sua presença estava melhorando os meus dias.
Eu tinha planos para Isabella.
Voltei meus amores!
Com um capítulo mega produzido
para vocês, gostaram?
Isabella e Jayden só estão com fogo
no parquinho, quando acontecer pra
valer vai ser um verdadeiro incêndio!
🔥🔥🔥🔥🔥🔥
Jayden tem planos para a nossa Bellinha, alguém tem algum palpite?
😈
Só avisando que esse livro tem grupo no WhatsApp, é só ir no meu Instagram @autorakaroline e clicar no link da bio (:
Até a próxima 🖤
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top