🌹May our memories not dominate us🌹
(Que nossas lembranças não nos dominem)
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Eu estava realmente empolgada para entrar na banda do Michael. Eu amava rock, amava guitarra... E talvez eu possa estar gostando dele. Mas deve ser só maluquice minha, pois eu nem conheço ele direito e ele nem sequer me nota. Deve ser por ele ser bem mais velho que eu, mas isso não era importante agora.
Eu estava no carro junto com Beatriz, Michael, Simon e Taylor. Eu podia sentir a tensão da Beatriz dentro do carro, então pego o meu telefone, e coloco a música "Courtesy Call" da banda Thousand Foot Krutch para me relaxar. Mesmo em uma parte não estando, pois algumas feridas dentro de mim não haviam sido cicatrizadas. Eu fecho os olhos, respiro fundo e penso nas coisas boas em minha vida, o que dava para contar no dedo.
Em vinte minutos, chegamos na casa do Simon, pois era lá que a banda ensaiava. Sua casa era maravilhosa. Saímos do carro, e entramos na casa dele, que era uma graça. Entramos pela garagem, onde estava os instrumentos da banda. Michael tocava a bateria e cantava, Taylor era a segunda recente vocalista e o Simon tocava o baixo. E agora, eu seria a nova guitarrista.
— Então aqui é o nosso habitat de ensaio. — Diz Michael me fazendo rir igual uma criança.
— Qual é o nome da banda? — Eu pergunto curiosa.
— É Iconic. — Ele diz e eu vejo que eles têm uma auto-estima enorme.
— Entendi. — Eu digo com uma risadinha sem graça.
— Eu posso saber o motivo de você não ter me falado que a Taylor era a vocalista da sua banda e que ela namora o Simon? — Diz Beatriz baixinho para Michael, sem que Simon e Taylor ouçam.
— E eu te devo satisfações? Até ontem você criticava por eu querer ter uma banda. E se o Simon namora, o que você tem a ver com isso? — Diz Michael irritado, fazendo a Beatriz ficar totalmente sem jeito.
— Você está certo... — Ela diz e vem na minha direção.
— Podemos começar o ensaio? — Pergunta Simon depois de preparar todos os instrumentos.
— Posso ir ao banheiro antes? Estou apertada. Foi mal... — Eu digo com uma risadinha sem graça.
— Claro. Amor, pode guiar ela? — Perguntou Simon para Taylor, e eu pude ver a cara de Beatriz. Ela estava totalmente sem graça.
— Posso sim. Vamos? — Pergunta Taylor na porta de entrada para a sala de Simon.
— Sim. — Eu digo indo em direção a ela, ela me guia.
Ela me leva em direção ao banheiro, que era no mesmo andar.
— Prontinho. Qualquer coisa pode falar. — Ela diz com um sorriso doce. Ela era doce.
— Obrigada. Eu acho você e o Simon tão fofos. — Eu digo não podendo esconder.
— Obrigada. — Ela diz corada e se retira e eu entro no banheiro.
Vou em direção ao vaso sanitário, e faço minhas necessidades. Mais 5 minutos, eu iria explodir. Depois de terminar, eu me limpo e vou em direção a torneira para lavar a mão. Quando eu termino, me deparo com ela. Novamente...
— Oi irmãzinha. — Diz Valentina de braços cruzados, com suas roupas de patricinha.
Eu sempre imaginava a presença dela... Eu não conseguia evitar. Deve ser esse o motivo de eu não ter superado a morte dela depois de tanto tempo.
— Oi Valentina. Tem como me deixar em paz? — Eu respondo me virando para falar com ela. Se alguém me escutasse, já iriam me encaminhar para o hospício.
— O que você está fazendo, garota? Desde quando você é boazinha? Anda com aquela esquisita da Beatriz, está apaixonada por um carinha esquisito? Você está mudada! — Diz Valentina.
— Eu estou tentando ser uma pessoa normal! Eu estou tentando viver a minha vida, coisa que você não conseguiu fazer! — Eu digo gritando e ela fica boquiaberta.
— Eu achei que você iria vingar o meu suicídio, pois você sabe que teve reais motivos. Não viver a sua vida se esquecendo de quem mais te amava. — Ela diz apontando o dedo na minha cara.
— Eu não posso resumir a minha vida totalmente a você. Só me deixa em paz. — Eu digo me encostando na pia. Eu estava trêmula e eu tinha começado a chorar. Coisa que eu não fazia a muito tempo.
— Tá seguindo os conselhos daquela menina que a dois dias atrás nem gostava de você! Você tem que se vingar daquele colégio que acabou comigo! VOCÊ TEM! VOCÊ VAI FAZER ISSO PARA ME VINGAR! NÃO ESQUEÇA DO SEU OBJETIVO! NÃO ESQUEÇA DE QUEM VOCÊ É CRISTAL PERRONI! — Diz Valentina em voz alta, me fazendo deitar no chão, com a cabeça abaixada e com as minhas mão em meu ouvido. Eu estava trêmula, em crise de choro e perdida.
— ME DEIXA EM PAAAAZ! — Eu grito desesperadamente.
— CRISTAL! — Grita Beatriz desesperada, abrindo a porta do banheiro, e indo na minha direção. — O que foi? O que aconteceu? — Ela pergunta tentando entender. Ela estava assustada e preocupada.
— Pede para ela sair daqui. Por favor. — Eu digo sussurrando agarrada na Beatriz.
— Mas não tem ninguém aqui. O que você tá falando? — Ela pergunta sem entender desesperada.
— A Valentina... Ela estava aqui gritando comigo. — Eu digo com a boca trêmula, deixando Beatriz mais confusa ainda.
— Quer ir para casa? — Ela pergunta lendo os meus pensamentos.
— Por favor. Me leva. — Eu digo apertando ela ainda mais.
— Tá. Mas você precisa levantar. Eu vou pedir ao Michael para te levar, mas eu vou te acompanhar. — Ela diz e eu concordo sem falar nada.
Nos levantamos, e ela me leva em direção a garagem, não soltando a minha mão por nenhum segundo.
— O que aconteceu? — Pergunta Michael ao ver o meu estado.
— Ela não está se sentindo psicologicamente bem. Leva ela pra casa comigo por favor? — Diz Beatriz pro irmão.
— Ok. Deixa eu pegar as chaves que estão em cima da bateria. — Diz Michael indo em direção a bateria preta dele.
— O que aconteceu pra ela estar assim? — Pergunta Taylor com um olhar de curiosidade.
— É particular dela. — Diz Beatriz.
— Tudo bem. Não é muito né... O ensaio foi cancelado. — Ela sussurrou, mas todo mundo conseguiu ouvir.
— Você vai morrer se não cantar hoje? Se está tão incomodada, pega aquela droga de microfone e canta. Mas não enche a droga do saco! Vai arranjar o que fazer. Pra isso você tem namorado! — Diz Beatriz grosseiramente, encarando Taylor e Simon. O silêncio habitou naquela garagem.
— Vamos então? — Pergunta Michael quebrando aquele silêncio.
— Vamos. — Diz Beatriz ainda segurando a minha mão e me levando para a fora da garagem.
— Essa garota é tão infantil! — Diz Taylor em um tom alto para Beatriz ouvir. Mas ela ignorou completamente e me guiou até o carro.
Eu vou no canto do carro, e Beatriz fica ao meu lado segurando a minha mão. Então Michael liga o carro. Eu falo o meu endereço e ele me leva para minha casa em 25 minutos.
Eu pude ver a reação dos irmãos Miller ao ver a minha mansão. Se a minha felicidade fosse do tamanho daquela mansão, meus problemas estariam resolvidos.
— Minha casa não é um ambiente saudável para vocês entrarem... Eu falo isso de todo coração. Mas obrigada, é sério... Eu tento explicar o que aconteceu com clareza. Se é que vocês vão entender... — Eu digo choramingando novamente, e limpo minha lágrimas em seguida.
— Tá tudo bem amiga. Não importa se tenha sentido ou não, é o seu problema. — Diz Beatriz segurando as minhas duas mãos. Seu olhar para mim não era de pena como todos os outros do Blake, e sim de compaixão. Ela estava ali por querer.
— Obrigada. Você é a melhor pessoa que apareceu na minha vida. — Eu digo abraçando ela com força.
— Você também é. — Ela diz me apertando também.
— Michael, me desculpa, sinceramente. Eu não queria fazer você perder tempo. — Eu digo totalmente envergonhada.
— Claro que não Cristal. Você é da banda de qualquer jeito. Pensa agora em você. — Diz Michael com um sorriso encantador. Eu estava realmente gostando dele.
— Então tchau. Amanhã a gente se vê. — Eu digo para os dois e vou e caminho até a porta. Pude reparar que eles ainda estavam lá.
Eu entro, e vejo meus pais dançando na sala, romanticamente. Desde a morte de Valentina, eles não estavam mais se dando bem... E pelo visto, isso tinha acabado. A forma que seus olhos apaixonados estavam conectados um no outro, era lindo de se ver. Mesmo ele sendo ausentes em minha vida, ver eles felizes era encantador.
Subo as escadas rapidamente, para não quebrar o clima. Entro no meu quarto e finalmente me jogo na cama. Eu iria dormir com certeza até às 18:00 da noite. Sempre que eu me sentia cansada mentalmente, eu dormia de um jeito inexplicável. Quando estou finalmente relaxada, vejo alguém bater na porta.
— Pode entrar. Desculpe quebrar o clima. — Eu digo com os olhos fechados.
— Seus pais estão ótimos lá embaixo. Deixaram eu subir e continuam dançando na sua sala. — Diz Michael me fazendo tomar um susto. — Esqueceu a sua bolsa, eu vim trazer. — Ele diz meio sem graça me entregando a bolsa.
— Obrigada. Você é um cavalheiro. Mais uma vez desculpa. — Eu digo sem graça.
— Já falei que não precisa pedir desculpas. Só vim entregar a bolsa e ir embora. — Ele diz todo atrapalhado.
— Espera! — Eu me levanto para ir em direção a ele, para dar um abraço.
Dou um abraço totalmente apertado e meloso, coisa que eu sempre reneguei. Apoio minha cabeça no peito dele e ele entrelaça os braços na minha cintura. Ficamos assim uns minutinhos e depois paramos.
— Por que me abraçou? — Ele pergunta sorrindo de um jeito que acabava comigo.
— Forma de agradecimento. — Eu digo olhando para ele. Meu coração estava acelerado, e quando eu encostei no peito dele, pude sentir também.
— Entendi. Quer sair qualquer dia? — Ele pergunta me pegando de surpresa. Eu olho para ele boquiaberta, o que desespera ele.
— Foi mal! Eu não tinha que ter pedido isso. Eu sou um... — Ele se martiriza e eu interrompo ele.
— SIM! — Eu digo um pouco exagerado, mas ele reage bem.
— Ok. Eu te mando mensagem então. Fica bem. — Ele diz todo sem jeito.
— Fica bem também. E avisa para a Beatriz que ela não precisa mentir que ouve rock. Ela é uma péssima mentirosa.
— Pode deixar. — Ele diz e se retira do meu quarto. Por mais que eu queria que ele ficasse mais.
Eu viro para trás e vejo Valentina novamente, mas dessa vez era diferente. Ela estava com um sorriso de quando a gente era amigas, e ela desaparece como areia. Eu pude entender que aquela não era Valentina. E sim, a versão do fruto da minha imaginação que queria se vingar do colégio Blake. E ela tinha se desaparecido naquele momento, pois aquela ideia tinha ido embora... Finalmente!
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Casa dos Baker:
Casa dos Perroni:
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