🌹Always exalt yourself before everything and everyone🌹

(Sempre se enalteça antes de tudo e de todos)

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Chegamos em São Francisco, bastante cansados da viagem. Estávamos na casa nova do papai. Mas grande parte de mim queria estar na minha simples e bonita casinha, com a minha mãe e o meu irmão. Mas os dois não estavam em casa. Eles tinham ido na casa de uns parentes da minha mãe, que era em outra cidade. Eles só voltam amanhã. Infelizmente.

Damos um passeio, jogamos inúmeros jogos de tabuleiro, batemos papo e quando é de noite, meu pai chama um táxi para mim, para me levar para a minha casa oficial. Eu sentia falta dela. Janet iria chegar apenas de noite. Não era fácil mudar tudo por causa da família pela segunda vez. Me despeço dele com um abraço, mas eu fiquei feliz que não seria a última vez.

Depois de 25 minutos, eu chego em casa com a minha mala de rodinha e minha mochila. Entro, e acendo algumas luzes e me jogo no sofá da sala. Tiro uma foto e posto no story do Instagram. Minhas tranças estavam maravilhosas. Eu ficava igual uma criança de 8 anos passando a mão no cabelo dos outros. Mas no meu caso, o cabelo era meu.

Ainda precisava guardar as minhas coisas, mas para que fazer algo quando se tem tempo? A minha vibe é se atrasar primeiro e se preocupar depois.

Subo para o meu quarto rapidamente com o Notebook na mão, e lá está a velha e boa mesa, e a cadeira de gamer que eu roubei do Michael. Me sento nela, mas não para escrever. Eu já tinha um plano para voltar para o colégio em alto estilo. A professora Sofya ainda não tinha conseguido convencer a diretora Jade a irmos no passeio da trilha, que ela tentou programar uns meses atrás, e também não havia vagas, pois o hotel da trilha Cascadilla Gorge Trail estava lotado. Seria mais de um dia de passeio.

Eu estava um pouco com receio. Eu não tinha nada para fazer aqui. Meus trabalhos estavam prontos, o jornal estava em ordem, os capítulos dos meus livros estavam caminhando. Mas eu não tinha ninguém para falar que eu cheguei. Contar as novidades... Por mais que minha autoestima estivesse bem melhor, ter alguém para conversar nunca é demais. Eu não iria ser cara de pau de mandar mensagem para Cristal, pois eu já havia esgotado a falta de noção, por sempre mandar os capítulos do meu livro para ela.

Eu não sabia como estava a minha relação com o Nick, por mais que eu estivesse conversado com ele durante todo o tempo que estive fora. Eu sei que nem ele, e nem o Simon seria o meu foco no momento.

Com o Simon, estava pior impossível. Quem eu iria falar então? Por mais que eu esteja me amando com mais frequência, eu só queria conversar com alguém. Até que vem uma pessoa na minha mente. E me senti idiota de esquecer dela por um momento.

Me levanto e saio correndo em direção ao andar de baixo, para pegar o meu telefone na sala. A pessoa para quem eu iria ligar, era a que eu mantive contato, tanto como o Nick.

Passaram dez minutos enquanto eu esperava arreganhada no sofá. Quando eu ficava sozinha em casa eu não tinha modos. Até que alguém bate na porta e eu saio em disparada para atender.

— Finalmente! — Eu digo indo em direção a ele com um abraço.

— Mas só se passaram dez minutos. — Diz Justin rindo com o meu alívio ao vê-lo.

— É muito tempo, meu querido. — Eu digo pegando na mão dele e puxando ele para dentro de casa. Eu tinha me esquecido que tanto como o Nick, eu havia criado uma amizade com Justin Merrell.

— Vamos fazer o que? Ir pro Lemonade, ler ou falar de algum livro? Ver alguma série? Diga o nosso evento de hoje. Mas hoje será diferente, pois não seria virtualmente — Ele diz se sentando no sofá com um sorriso empolgado. Ele era bastante divertido.

— As vezes eu esqueço que você mora no final da rua. — Eu digo chocada, pois tinha descoberto quando eu estava em Los Angeles. — Mas o que eu quero saber, é como vai o seu relacionamento com a Lana Carpenter. — Eu digo vendo ele desabrochar o sorriso.

— Bom... Ela é difícil. — Ele diz passando a mão nas minhas tranças. — Tranças bonitas garota Miller. — Ele diz me deixando envergonhada.

— Obrigadaaaa. — Eu digo feliz por receber o meu primeiro elogio sobre a trança. — Mas não foge do assunto senhor Merrell. Por mais que seja o assistente do professor Bruce Fox, somos amigos. Recentes. Mas somos. — Eu digo tirando a mão dele das minhas tranças.

— Você sabe que eu amo ler loucamente, por esse motivo nossa amizade começou. Mas ela nunca leu nada, e nossos assuntos são totalmente diferentes. Não tem química. — Ele me diz deitando no meu colo. — E ela mente para mim. Confundiu o personagem de Harry Potter com o de Crepúsculo para me impressionar. Eu queria uma garota sem filtros sabe... — Ele diz me olhando desanimado.

— Te entendo... Mas não fica assim que eu posso te ajudar. — Eu digo prendendo o riso ao ver a cara de desespero dele.

— Você ajudou a Meghan e não deu muito certo. — Ele diz começando a rir descontroladamente da minha cara.

— Palhaço! Não tem graça! — Eu digo beliscando o seu braço!

— E aí, nos nossos papos virtuais, você me disse sobre o Nick e o Simon. Com quem irá ficar? — Ele me pergunta me fazendo arregalar os olhos. Ele era bem direto.

— Não sei. Eu nem sei direito o que eu sinto. Acho que tudo mudou desde que descobri que tive um pai. — Eu digo pensando em tudo o que vivi nesse meio tempo.

— Mas não pode ficar usando isso como desculpa. Você descobriu que tinha um pai, foi embora e voltou. Chega desse roteiro saturado, não é? — Ele diz enquanto acaricia o meu cabelo. Era engraçado e estranho a forma como tínhamos intimidade tão rápido.

— Então qual é a sua opinião, senhor sabe tudo? Com quem acha que eu deva ficar. — Eu pergunto revirando os olhos.

— Nick! — Ele diz sem nem hesitar.

— Por que? — Eu pergunto, querendo uma resposta.

— Você me contou toda a história dele e do Simon. Simon sempre teve uma paixão por você desde a infância, mas você sempre cagou. Você conheceu o Nick e em pouco tempo estava gostando dele, mas no final terminou. Aí para esquecer dele, você se joga para o Simon, mas ele te renega. — Ele diz me fazendo sentir vergonha de ouvir.

— E? — Eu pergunto querendo saber aonde ele queria chegar.

— Aí que eu mudo a história. Você ficou com peso na consciência, por não corresponder os sentimentos dele, e criou na sua linda cabeça que gostava dele. E tudo piorou quando ele começou a namorar. E piorou ainda mais quando ele te beijou. E foi tudo por água abaixo quando você descobriu que ele estava com a Taylor por apenas estar. — Ele diz me deixando reflexiva.

— Será? Eu acho que por um momento eu cheguei a gostar de Simon. Meu coração acelerava, e eu ficava nervosa quando via ele com ela. — Eu digo tentando encontrar uma lógica.

— Pois você não tinha conseguido pedir desculpas, e ele já tinha seguido em "frente". — Ele diz fazendo o sinal de reticências com os dedos. — O Nick é uma pessoa perdida em sua personalidade. Isso que fez ele te perder. Mas ele sempre gostou de você. E ele sempre manteve contato quando você estava fora. O Simon fez isso? Não! — Ele diz me deixando assustada, pois ele tinha razão.

— Você pode até estar certo, mas eu não sei se sinto algo por ele. Ou se é tão forte como antes. — Eu digo entrando em transe por uns segundos.

— Mas você pode tentar. Chama ele para sair. Vê se ainda tem algum sentimento nesse seu coraçãozinho. — Ele diz e eu concordo balançando a cabeça positivamente.

— Olha ele, o garoto dos conselhos amorosos, mas não segue o que fala. — Eu digo gargalhando dando cosquinhas nele, e ele dá gargalhadas também.

— Faço o que eu digo, mas não faça o que eu faço. — Ele tenta dizer ao meio de tantas risadas.

Às vezes existe aquela amizade que a gente não sabe muito bem como acontece, mas vai fluindo naturalmente. Esse era o nosso caso. Depois de nos aproximarmos virtualmente, essa era a nossa primeira vez que estávamos nos vendo pessoalmente.

Ficamos horas rindo, jogando adedonha de papel, falando sobre tudo e todo e vimos um filme depois na Netflix e caímos no sono.

Era a primeira vez na minha vida que os meus problemas da minha vida não ocupavam a minha mente. Essa lembrança de hoje iria ficar marcada na minha vida. Eu estava feliz... E esse sentimento era um pouco estranho, mas com o tempo eu iria me acostumar.

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