Cinema
18h11
David estava seu carro na frente da casa de Camila. Ao apertar a campainha da porta, uma empregada atendeu-a.
— Olá senhora Lídia — cumprimentou ele, que estava visivelmente bem elegante. A empregada sorriu para ele, dando espaço para David entrar. — Vim pegar a Camila.
— Sim, irei avisar que você já chegou David.
David foi para a sala enquanto a senhora Lídia subia para avisar que ele já chegara. Estava ansioso para vê-la no seu belo deslumbrante vestido. Alguns minutos depois e a senhora Lídia descia as escadas e David se levantou do sofá preocupado.
— Cadê a Camila, ela não está pronta?
A empregada tentava esboçar um sorriso, mas estava visivelmente abalada.
— Senhor David... a senhorita Camila ela...ela disse que não irá descer, e que não está se sentindo muito bem para sair hoje.
David ouviu e não compreendeu porque ela não desceu para avisá-lo, em vez de mandar o recado pela empregada.
— Algo aconteceu com ela? — insistiu David, pressionando a empregada que estava incomodada demais para responder as suas perguntas, e visto que ela não o falaria mesmo subiu as escadas, mesmo com a senhora Lídia gritando seu nome enquanto ele sumia de suas vistas.
David correu o corredor conhecido, e agarrou a maçaneta da porta de Camila.
— David?! — berrou Camila que estava de frente ao espelho da penteadeira, e viu o reflexo do namorado adentrando bruscamente o seu quarto. Ela se levantou, com as mãos sobre o seu cabelo, e tentou escondê-lo, enquanto gritava. — Não olhe, por favor, se vire, vai embora!
David não entendia a reação histérica dela, e nem porque ela estava evitando que ele a olhasse, e atentando melhor o seu comportamento, observou o que a preocupava. Seu cabelo... havia algo nele que ela desesperadamente tentava esconder com as mãos.
— Amor, o que houve, porque está agindo assim, e o que aconteceu com seu cabelo? — David avançou e Camila correu, contornando a cama, adentrando a porta do banheiro, fechando-a com força.
— Eu... eu não posso sair David! — gritou ela com a voz embargada do choro que tivera segundos antes dele invadir seu quarto. — Meu penteado está... meu Deus, eu estou horrivelmente feia!!
David forçava a maçaneta da porta, mas Camila trancara.
— Camila, por favor, explique-me o que aconteceu com você!
— A cabelereira... ela... ela arruinou meu cabelo, foi isso que aconteceu David! Aquela imbecil... eu vou processá-la por isso!
David se curvou e tentou espiar pelo buraco da fechadura.
— Camila você não precisa se envergonhar, sabe que continuará linda como sempre, então, abre a porta e vamos conversar, eu tenho aqui duas entradas para o cine... — Camila berrou, interrompendo-o.
— Para você é fácil falar isso, não é o seu cabelo que está com uma macha azulada, não é? — protestou ela. — Eu não vou deixar que me vejam com essa falha horrível. Nossa noite David acabou, por favor, quero ficar sozinha!
David suspirou profundamente, e deu um murro de leve na porta, encostando a testa nela.
— Está bem... vou ir embora, amanhã te ligo, tchau.
David saiu frustrado, e passou pela empregada sem se despedir dela. Entrou no seu carro e saiu cantando os pneus.
Cinco minutos estava adentrando na sua casa, zangado, e subia as escadas. Seu pai apareceu no corredor bem na hora que ele, começava a despir sua camisa.
— O que foi David? — ele parou levemente surpreso com a reação do filho. David ficou envergonhado.
— D-desculpe pai... eu estava na casa da Camila.
O senhor Olavo se fez de interessado.
— Algo aconteceu com ela?
David enrolou a camisa e jogou no ombro, apoiando o pé na parede.
— Ela teve um imprevisto no salão de beleza... e agora cancelou a noite por isso!
— Entendo... mas o que fará agora?
David o olhou confuso.
— Oras, não tem nada que eu possa fazer, vou ficar no quarto, atoa!
Olavo sorriu.
— Oras filho, não vai deixar que isso estrague sua noite.
— O que o senhor está querendo sugerir? — indagou desconfiado.
O senhor Olavo deu de ombro.
— Você sempre costuma chamar seus amigos para sair.
— Sim, mas hoje eu não quero sair com eles, pai, e sem falar que ambos a essa hora nem devem estar mais em suas casas.
O senhor Olavo fez que compreendeu.
— Tudo bem filho, você quem sabe... Eu só não me ofereço para ser sua companhia porque estou extremamente cansado.
David riu.
— De boa pai, pode ficar sossegado, eu vou ver o que tem para fazer.
— Espero que sim David — o respondeu, acarinhando o lado da sua cabeça, e saiu. David passou as mãos em seu cabelo, prosseguindo pelo corredor. A porta de Lucas estava entreaberta.
David parou e decidiu fechá-la para Lucas, mas no exato momento em quê ele colocou a mão na maçaneta da porta, ela foi aberta por Lucas, que deparou com David ali a sua frente.
— Ah outra vez não David! — empurrou-o e fechou a porta na cara dele.
David ficou todo atrapalhado, e para explicar, bateu na porta.
— Lucas, foi um mal entendido, por favor, eu não estava tentando entrar no seu quarto, juro, iria fechar a sua porta achando que você tinha esquecido...
Nenhuma resposta, e David desistiu, e foi saindo.
— David — a voz de Lucas surgiu as suas costas, o fazendo parar e virar. — Eu fico agradecido.
— Ah não foi nada, eu... você está bem? — David coçou a cabeça, puxando um papo.
Lucas deu de ombro.
— Eu acho que sim.
— Legal... — disse David e ficou olhando para Lucas sem piscar por um bom instante, até que desviou sua atenção. — Eu vou ir pro meu quarto, então, até mais.
— Não vai jantar com a gente? — Lucas o viu como ele estava ficando envergonhado.
— Ah, mais tarde eu desço para comer alguma coisa se me der fome.
— Então beleza David — respondeu Lucas forçando um sorriso de compreensão. — Até outra hora.
Lucas fechou a porta e se virou para sair. David fez o mesmo, mas com muita dificuldade. Sentia mais nervoso do que o normal... não conseguia entender porque estava se sentindo daquele jeito, quando decidiu se virar.
— Espere Lucas. — Lucas parou e se virou. David suspirava ao se aproximar dele. — Eu gostaria de saber se... se não quer ir comigo ao cinema?
Lucas parecia não ter ouvido direito, e ficou com cara de idiota, enquanto David sorria para ele nervosamente, a espera de sua resposta.
— Eu?...
— Sim, você, então quer ir comigo? — confirmou.
Lucas tremia.
— Mas você não ia sair com a sua namorada hoje?
David deu de ombro.
— Não mais, e, além disso — tirou os ingressos do filme do bolso de trás. — Esses ingressos valem pra essa noite, e seria uma pena desperdiça-los.
— David eu... — murmurou Lucas, e ele se aproximou mais um pouco, deixando Lucas mais nervoso do que já estava. — Bem, eu quero dizer, sim, sim gostaria de ir com você.
David pareceu satisfeito, e delicadamente pousou sua mão no ombro de Lucas.
— Vai se arrumar então, logo te pego no quarto.
— Sim... vou então... me arrumar — ele sentiu mais leve depois que David se retirou para o seu quarto.
Nota do autor:
Olá amigos e amigas, vim avisá-los que vou alterar o nome dessa história para A Família Odebrecht.
Espero que isso não venha a desestimulá-lo a continuar lendo a história.
*Bem, como vi pelos comentários, a história vai continuar com o título original. Desculpe o incomodo.
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