XII

- Conseguimos! - falei erguendo as mãos - Mas não sei que lugar é esse.

Eu e Helena olhamos ao redor, estava ocupada demais festejando por não ter caído no sono quando ele me cutucou e apontou para uma construção de pedra bem pequena escondida. Parecia um alçapão arredado de pedras.

- Ali, aposto que estão ali. Final,ente acertou o tempo certo, ein? - ela disse e corremos ao alçapão, mas antes que pudesse abrir a puxei pelo braço. - O que?

- Ok, chegamos aqui, agora você faz a sua parte. Não sei como vamos chegar até as celas, vai ser só pelo instinto. Acha que consegue controlar os poderes?

Helena fez que sim com a cabeça. À luz da Lua, ela tentou absorvê-la o máximo possível e entramos. Abrimos e descemos as escadas de pedra, quanto mais descíamos, parecia ter a forma de espiral.

Me aproximei de Helena quando escutei um barulho, ela fez gestos estranhos com as mãos, como se fizesse um feitiço. Se visse de perto ela estava na verdade manipulando as ondas de luz, cobrindo-nos com elas. Helena controla as luzes ao nosso redor e as usa como refletores, acabando por ficarmos invisíveis!

Com o relógio - que já estava louca para usar - peguei a espada dourada e seguimos em frente, até porque, era o único caminho aberto.

Paramos ao ver um monstro.

- Ai, deuses - resmunguei baixo.

- O que foi? - Helena diz, mal consegui ouvir de tão baixo.

- É uma empousa... - falei observando a mulher com cabelos de fogo, perna de burro e metal que estava parada com uma lança de madeira e ponta de ferro. - Devia saber, elas são as servas mais leais de Hécate.

- O que fazemos? E se tiverem mais?

- Vamos enfrenta-las uma por uma, ué. Aproveite que estamos invisíveis!

A empousa se virou para onde estávamos, mas não nos viu, ainda bem. Paramos perto da mesma e a esperei de brincadeira com a ponta da espada.

Fiz o sinal para Helena. Nos tornamos visíveis de novo e o monstro tomou um susto ao nos ver.

Golpeei-a com a espada, infelizmente era contra uma lança, mas cortei ao meio.

- Você! - ela sibilou ao me ver. - Lydia Kristall, você me matou uma vez.

- Olha só! - falei surpresa, me virei para Helena e apontei para a empousa, depois me virei de novo. - Você é a de Miami, não é? Caramba, eu lembro que te cortei ao meio lá na praia ano passado! - comecei a rir. - É muito feio caçar semideuses na praia para matar.

- Vou matar você!

- Ah, eu lembro que fiz assim - fiz um gesto com a mão, parando o tempo para ela, que se contorceu até não poder mais. Girei a espada, que passou direto pela cintura da empousa. A parte de cima caiu no chão e o fogo em seu cabelo se apagou. - Caramba, foi muito engraçado, nunca vou me esquecer de você.

- Você me paga, herdeira de Cronos! - diz antes de explodir e virar apenas o pó dourado.

- Isso foi sério? - Helena perguntou rindo - ¡Qué horrible, Lydia, la pobre de empousa... Você tem que me contar suas aventuras um dia desses, eu perdi muita coisa.

- Claro, mas vamos ficar vivas primeiro, depois eu conto tudinho.

Me juntei a Helena continuamos a passar pelo corredor.

No caminho, encontramos mais umas duas empousai. Desta vez, Helena usou seu próprio poder: algum tipo de esfera multicolorida. Ela, praticamente, canalizou a cor dourada das minhas armas, podendo à lançar como uma esfera de energia.

Helena segurou a esfera dourada na mão, como uma de luz e atirou contra uma empousa quando dobramos um corredor. A coitada não teve nem tempo de nos ver quando foi atingida.

A cada corredor que passávamos eu tentava usar meus poderes ao máximo. Nem parecia eu mesma. Mexia as mãos fazendo gestos estranhos, controlando os monstros e saia uma luz dourada.

- Caramba! Isso foi ótimo - falei - Não vamos mais precisar da invisibilidade.

Escutei alguém falando. Uma luz semelhante à da cela em que estávamos iluminou o corredor. Vimos a cela com nossos amigos, Hécate do lado de fora falando com eles:

- Sairão apenas quando eu mandar - ela disse do lado de fora e saiu andando, mas voltou surpresa. - Espere, onde estão as outras duas?!

Hécate enlouqueceu. Eu e Helena ficamos paradas enquanto nossos amigos se entreolharam, também surpresos.

- Eu exijo saber onde estão! - gritou agudo e caminhei na ponta dos pés até ela, com a espada erguida. - Não podem brincar com uma deusa da magia, eu sou...

Bati a espada forte em sua cabeça e Hécate caiu no chão. Não, jovens leitores, eu não a machuquei, só foi uma batidinha para desmaiar.

- Ah, cala a boca - falei olhando para a deusa deitada no chão, parecendo um personagem de desenho animado que acabou de ser atropelado. Voltei a ver todos na cela e sorri. - Oi!

Todos estavam confusos, perguntando porque eu e Helena, à um segundo estávamos ali e no outro do lado de fora.

- Eu falei que eles não iam se lembrar - eu disse rindo e quebrei a tranca da cela. Todos passaram. - Ok, essa cela impede a magia, mas o que fazemos com ela? - apontei para a deusa desmaiada.

- Será que repele a própria magia dela? - Beatriz perguntou abraçando Helena e apertando-a forte. - Se sim, podemos deixar aí e depois mandar alguém aqui.

- Quem? Os deuses? - Peter perguntou ainda sem acreditar em me ver.

Chutei de leve a mão de Hécate e movi minha cabeça para o lado.

- É. Pode ser. Acho que tenho um plano. Beatriz, Nico e Will, preciso da ajuda de vocês.

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top