Capítulo 6
O silêncio pairou sobre ambos. Rei sentia certa melancolia em suas palavras, o olhar de InuYasha parecia triste, além de cansado. Escondia algo dela.
- Posso perguntar o que fazia no lago?
- Pensando na academia e em meus alunos - disse irritado.
- Não queria ofendê-lo. Sempre busco aquele parque para refletir.
- Sei disso. Sabia que a encontraria ali. Só não imaginava que fosse exatamente você e isso enche meu coração de medo e dúvida.
- Se quiser me contar algo, InuYasha, tem aqui uma amiga. Não se esqueça de que sou uma sacerdotisa, além de Sailor Marte.
InuYasha bufou, sacudindo a cabeça.
- Amiga...
Então virou-se de costas e olhou para o tori.
- O que procurava na minha pessoa, antes de saber quem sou? - perguntou Rei.
Uma lufada de vento jogou os cabelos de InuYasha para trás.
- Alguém próximo. Precisava encontrar alguém capaz de proteger um segredo antigo.
Então agora foram os olhos de Rei a se encherem de lágrimas. Isso porque ela sabia que a visão do fogo era real e, como seu destino, não poderia fugir dele. Ela, que não tinha a confiança necessária para domar aquele poder descomunal, era a escolhida do destino para tal. Sabia que tinha uma dívida de gratidão com aquele herói do passado, seu e de tantos outros. Lembrou-se dos mangás que leu, dos animes que assistiu, dos jogos que jogou de InuYasha na loja de Motoki¹.
- Conte-me, InuYasha, por favor. Esta é uma tarefa das Sailor neste mundo.
InuYasha virou-se de frente com a mão no punho de sua espada.
- É chegada a hora de separar-me da Tessaiga.
Os olhos de Rei se arregalaram. Ela não podia acreditar. Ele havia sacado sua velha espada e em menos de um instante ela estava transformada numa espada sob a forma de um gigantesco dente canino.
Ele só podia estar louco, era isso.
- E o que farei com uma arma deste porte, InuYasha? Lembre-se de que aqui é um templo, não uma academia marcial.
- Na minha época não havia muita diferença.
- Mas agora há - disse Rei levantando a voz. - Você não pode viver como há 500 anos. Muito mudou desde a era feudal.
- Continuam servindo a daimyos², porém agora engravatados.
- O que quero dizer é que a Tessaiga é muito poderosa para ficar aqui. Ainda tenho minhas obrigações como Sailor Marte. Algumas vezes viajo e não posso levar a Tessaiga comigo.
- Esconda-a no velho poço - falou ele sorrindo.
Rei percebera sua malícia e encheu-se de fúria. Não fosse ele um herói dos dias antigos, teria o expulsado do templo a pontapés.
- O que quer que eu faça para provar que não sou Kagome?
InuYasha abriu parte de seu quimono. Pendurado em seu pescoço ainda havia o colar feito pela velha Kaede para que Kagome pudesse controlá-lo, na época em que InuYasha ainda tinha seu coração corrompido.
- Mande-me sentar - falou ele segurando o colar de contas lilases e dentes.
Rei estremeceu. Então a velha história era real. Kagome realmente controlava o poder de InuYasha através do colar. E então a velha Kaede realmente existiu. Não era uma lenda e de todas as famílias apenas a sua preservava o nome de Kaede ligado à história de InuYasha. Cerrou as mãos dentro das mangas do quimono branco, seus olhos inundaram de lágrimas. Ela podia agora provar para ele que não era a reencarnação de sua esposa falecida, mas havia um medo em seu coração. Ela não queria saber de mais do que estava preparada para suportar. Ter a certeza daquilo era uma carga grande demais, talvez maior que portar a Tessaiga.
Num fio de voz, Rei respondeu:
- Eu não posso, InuYasha. Sinto muito.
Ele caminhou até ela e a abraçou, afagou seus cabelos.
- Sinto muito por tê-la forçado a isso. Jurei que jamais faria mal a você. Perdoe-me, por favor.
1 – N.A. Dono da casa de fliperama onde as sailor jogavam e por quem Serena era apaixonada
2 – N. A. A burguesia japonesa
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