Capítulo 15
1916.
Agnes caminhava pelos corredores do castelo cantarolando com o bilhete que Jessamy havia lhe entregado, uma audiência que Morpheus desejava antes de embarcar em uma missão de recuperação de um pesadelo denominado Coríntio.
A bruxa havia cruzado algumas vezes com o homem alto e que sempre estava de óculos, embora ela pudesse ver a verdadeira natureza dele, a Howe era frequentemente alvo dos flertes do rapaz.
Mesmo ela não ligando, Agnes ficou sabendo que as brincadeiras entre ambos deixava o governante do Sonhar incomodado, e ela só não entendia o porquê, já que os sentimentos dele por ela eram nulos.
— Você me chamou? — ela entrou na sala do trono, observando-o segurar o seu elmo.
— Estou indo atrás de Coríntio, algumas de suas funções foram desviadas. Sabe sobre algo? Onde ele poderia estar e porque estaria fazendo isso?
— Não, eu não sei.
— Achei que fossem próximos.
— Cordialidade, eu apenas conversava com ele e ele comigo. Nada muito grande ou de extrema importância.
— Hm.
Agnes fitou o comportamento do Perpétuo, e… espera, aquilo era… ciúmes?
— Milorde — Lucienne se pronunciou atraindo a atenção para si — Devo alertar que é perigoso. Não sabemos o quão forte está Coríntio e os seus ideais no Mundo Desperto.
— Eu o criei, Lucienne. Saberei lidar com tudo.
Antes que o elmo fosse colocado em sua cabeça e fosse envolvido em uma nuvem de areia, Agnes segurou a mão do Perpétuo.
— Tome cuidado.
Os olhos de Morpheus foram para as mãos de Agnes na sua.
— Preocupada?
— Com você? — ela ironizou soltando-o — Claro. O que poderia acontecer com você não é mesmo, senhor todo poderoso?
Agnes sentiu que algo poderia acontecer, desde que acordara naquele dia, mas como não diria isso para ele porque sabia que não resultaria em nada, apenas deu um suave beijo em sua bochecha recitando mentalmente um feitiço de proteção, apenas por precaução, já que ela não confiava em Coríntio e o Perpétuo tinha um gênio muito forte para aceitar certas opiniões ou sugestões.
— Não demore, ou vou tomar seu trono para mim.
— Não faria isso.
— Quer testar? — ela o desafiou.
Morpheus não sorriu, mas ela pode notar um brilho leve passando pelos olhos dele antes que colocasse o elmo. Jessamy se aproximou quando a nuvem de areia o envolveu, conduzindo-o ao Mundo Desperto.
Agnes ficou sozinha com Lucienne no salão e se virou para a bibliotecária, sorrindo levemente.
— Me diga que tem alguma novidade, preciso de distrações ou qualquer coisa antes que eu enlouqueça.
— Milady está aflita com algo?
— Estou transparecendo, não é? — ela riu de nervoso — Apenas uma má sensação desde que acordei.
A bruxa bufou com a expressão de Lucienne.
— Não se preocupe, deve ser somente alguma mudança com a lua. Por favor, me diga que tem livros novos.
— É claro, vamos?
•─⊱🌙⊰─•
Enquanto estava ajudando Lucienne a guardar uma pilha de livros, o coração de Agnes perdeu uma batida.
Sentindo as pernas trêmulas, a bruxa sentiu como se o seu peito estivesse sendo esmagado por várias mãos e isso fez com que ela soltasse os livros, gerando um baque que chamou a atenção de Mervyn e Lucienne.
— Agnes, algo errado? — o zelador perguntou.
— Não, está tudo bem só… ARGH!
O grito da bruxa assustou os dois que correram para ajudá-la, encontrando-a com as mãos em torno da cabeça.
— Tem um ritual sendo feito. Um ritual com energias caóticas e… — ela olhou para Lucienne, com as lágrimas escorrendo por suas bochechas — Aqui na escuridão. Aqui na escuridão.
— Senhorita?
Os olhos de Agnes ficaram em um azul pálido quando ela se conectou com o ritual, o observando.
O cântico feito para aprisionamento por um grande coro de mortais e a bola de luz dentro do círculo, fazendo com que ela se sentisse sendo rasgada, amassada e esticada enquanto o que estava sendo aprisionado, tentava lutar em vão.
Um corpo caiu dentro do círculo amarelo, com runas e símbolos de proteção que serviam como aprisionamento.
E foi quando ela gritou ao ver que Morpheus foi o alvo da captura.
— NÃO! NÃO!
Olhando preocupados para a bruxa, Lucienne e Merv apenas observaram a garota chorar e tremer com a cena que via.
Seu elmo retirado com força e seus objetos confiscados, assim como seu manto, do qual Jessamy saiu de dentro e tentou lutar contra aqueles que estavam ali, mas fugiu da cena.
Agnes não podia ouvir a conversa, apenas sentir que estava ali junto com Morpheus, escondida nas sombras.
O bater de asas agitado pode ser ouvido da biblioteca, Jessamy voava desesperada após cruzar o fino véu que separava os mundos.
— Agnes! Merv! Lucienne! — o corvo gritava desesperado — O Milorde… ele…
— Respire Jessamy — pediu a bibliotecária, ainda segurando Agnes — E conte.
— Morpheus foi capturado — contou o corvo.
— Por um ritual de magia — completou Agnes com os olhos voltando ao normal — E tiraram tudo dele. Seu elmo, algibeira e rubi. Ele está sem poderes.
Todos no ambiente sabiam que Morpheus apenas tinha seus poderes com a ajuda de suas ferramentas, afinal sem a sua areia não era nada, sem a joia não oferecia o equilíbrio necessário e não havia tanta proteção sem o seu elmo.
— E o que isso pode significar? — perguntou Mervyn.
— Que o Sonhar pode estar em perigo — comentou Lucienne.
Agnes sentiu o peito doer como se suas energias estivessem sido sugadas, e pode ter um vislumbre rápido das ferramentas guardadas em um cofre. Levantando-se do chão que estava durante todo esse tempo, a bruxa saiu da biblioteca decidida com os três indo atrás de si.
Precisava de seus objetos, seus livros e que o plano que começava a bolar desse certo.
— Não vai acontecer nada com o Sonhar, não comigo aqui — ela olhou para os três — Vamos salvar Lorde Morpheus, nem que seja a última coisa que eu faça.
— Como? — Jessamy perguntou, agitando as asas.
A bruxa trocou um rápido olhar com a bibliotecária, do qual a mulher compreendeu o que a garota queria.
— Temos algumas magias para testar e entidades para consultar.
•─⊱🌙⊰─•
Assim que chegou em sua casa, Agnes rapidamente pegou o que era necessário para a sua invocação e sabendo o quão rigorosas elas poderiam ser, vestiu-se adequadamente para o que faria.
Pegando as ferramentas necessárias e indo ao ambiente adequado, Agnes respirou fundo antes de recitar o que havia sido ensinada.
— Eu, Agnes Howe. A Senhora da Magia, Portadora do Equilíbrio, Primogênita das Primogênitas, Rainha dos Felinos, Imperatriz Lunar, invoco as Graças.
O raio cortou os céus com o pedido da bruxa.
— As três que são uma. A uma que é três.
O vislumbre de três figuras apareceu diante de si conforme os raios e trovões soavam no céu.
— A Hécate.
O ar gelado soprou fazendo com que Agnes se arrepiasse, e diante de si, três mulheres de diferentes idades surgiram.
•─⊱🌙⊰─•
Notas da autora: Hey pessoal, como estão?
Chegamos na série! E já começamos com a presença das Graças diante de Agnes, o que será que vem aí? E principalmente, o que será que ela quer que a Lucienne compreendeu? Palpites?
Me digam o que estão achando, quero saber de tudo!
De vez em quando, irei colocar algumas imagens no meio da fic para dar uma ilustração, espero que gostem.
Até o próximo! 🌙✨
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