47. Dança comigo?

"Quando o sol brilha, nós brilhamos juntos. Te disse que estaria aqui para sempre, disse que sempre seria sua amiga, e o que eu jurei eu vou cumprir até o fim... – Umbrella, Rihanna."

Saí tão apressada do meu quarto, que não me lembrei nem de pegar a minha bolsa, ou o meu casaco. Aquilo me parecia tão estúpido, depois de toda a raiva que o Jason me fez passar, eu ainda aceitaria o seu convite. Mas não dava para negar que o fato dele ter vindo só para pedir desculpas, me bagunçou completamente por dentro. Talvez uma última chance de nos darmos bem não fosse tão ruim assim.

Me encolhi um pouco na garupa daquela moto, apertando Jason entre meus braços quando o sinal abriu e ele acelerou, arrancando dali. O vento gélido que soprava, bagunçava meus cabelos, e esvoaçava sua camisa com força. Por sorte, ele me emprestou sua jaqueta antes mesmo de eu colocar o capacete, era enorme para mim, mas o que realmente importava é que era quentinha e confortável.

Depois de um tempo, notei a paisagem a nossa volta mudar. De enormes arranha-céus, passaram a surgir prédios velhos, e as movimentadas ruas de Shadowtown, agora se encontravam quase desertas e mal iluminadas. Estávamos no lado sul, o que me deixou um tanto nervosa. Pedi que Jason não me levasse para aquela boate, e ele me disse que não era para lá que iríamos. Mas... será que tinha sido mesmo sincero?

De repente, os prédios e ruas mal iluminadas foram ficando para trás também. Não demorei a notar que a velocidade da moto reduzia gradualmente. Quando Jason finalmente estacionou, vi que mais a frente haviam muitas pessoas em volta de carros personalizados que tocavam músicas altas. O vi tirar seu capacete, e logo me apressei a descer, fazendo o mesmo. Nesse momento, foi como se todo o som a volta se apressasse aos meus tímpanos.

– Aceita beber alguma coisa? – perguntou Jason, ao descer da moto, deixando os dois capacetes ali em cima – Digo... refrigerante ou suco, sei que não bebe nada alcoólico.

– Sabe? Como... como sabe? – perguntei confusa, e ele riu anasalado.

– É que você praticamente gritou isso para mim, antes de me... – ele fez uma pausa, franzindo um pouco a testa – Bom, antes de me xingar no final de semana passado.

O restante da sua frase foi completo com uma certa rapidez, como se ele estivesse nervoso ou impaciente.

– E-eu fiz isso? – senti meu rosto esquentar, estava envergonhada, Jason assentiu – Desculpa?

– Relaxa. – ele deu de ombros – Então, você aceita? Temos, – o vi conferir as horas em seu relógio de pulso – por volta de vinte minutos antes do meu carro chegar.

– Eu aceito um refrigerante. Mas o que quer dizer com "meu carro"? – indaguei curiosa, pois sempre o vi pilotar uma moto.

– Ué... um veículo com quatro rodas, movido a gasolina. Nunca viu um, Lizzie? – Jason sorriu zombeteiro, subindo as mangas da sua camisa, o que deixou à mostra as tatuagens em seus braços.

Essa era a segunda vez que eu as via, e ainda não sabia ao certo se apreciava, ou apenas ignorava. Talvez ele se irritasse se eu encarasse demais, já que sempre as escondia. No mais, rolei os olhos pela ironia empregada em sua resposta.

– Idiota! Eu não sabia que você tinha um carro. – passei algumas mechas de cabelo para trás da orelha, antes de cruzar os braços.

– E não tenho. Não só um... – seus olhos finalmente encontraram os meus, e o vi estender sua mão para mim – Vem, eu vou tentar encontrar alguma coisa para você beber.

– Tá. Mas... onde nós estamos, Jason? – perguntei, ao segurar em sua mão, e então seguimos por entre algumas pessoas ali.

– Nas docas, Lizzie. – ele me olhou por um instante, antes de me arrastar para sua frente, me agarrando firme pela cintura.

Senti os pelinhos da minha nuca eriçarem quando minhas costas se chocaram contra o seu peitoral. No mesmo instante, pensei em repreendê-lo por me dar um susto daqueles num movimento tão brusco e inesperado, mas ao olhá-lo por cima do ombro, o vi encarar feio um grupo de rapazes que fumavam bem ao nosso lado. Não sei explicar o que aconteceu, se ele viu algo, ou se era só implicância mesmo, porém, resolvi acreditar que só quis me proteger.

– Está tudo bem? – questionei um tanto nervosa e, ao dirigir o seu olhar a mim outra vez, Jason assentiu ainda sério.

– Quero que fique perto de mim, pode ser? – ele se aproximou o suficiente para sussurrar isso em meu ouvido.

– Eu te pedi para não me trazer a nenhum lugar perigoso... – senti o nervosismo crescer dentro de mim, a ponto de quase embrulhar meu estômago.

– Aqui não é perigoso. Só não quero que você fale com ninguém além de mim. – explicou Jason, enquanto seguíamos em direção a um dos trailers estacionados – Vai ser divertido, eu prometo!

Aquilo me deixou um pouco apreensiva, mas assenti. Afinal, não seria difícil cumprir seu pedido se todos os seus "amigos" fossem tão "educados" e "receptivos", quanto aqueles dois no carro no outro dia, Thomas e Tedy. Eu não queria mesmo nem chegar perto de pessoas esquisitas e assustadoras assim, muito menos conversar com elas.

Estávamos subindo os degraus de um trailer onde, aparentemente, se encontrava um mini bar, quando avistei uma figura já conhecida descendo de um dos carros recém-chegados. A galera em volta começou a comemorar, enquanto cumprimentavam-no. Cerrei os olhos, incrédula, ao constatar que era mesmo quem eu pensava. Mas como?

– O que o Scott faz aqui? – perguntei ao passarmos pela porta, e senti suas mãos me soltarem enquanto ele dava uma rápida olhada para trás.

– Ah, então você já viu, não é? – Jason sorriu como se aquilo fosse algo bom – O merdinha vai correr hoje.

– Correr? Como assim correr? – me apressei a segui-lo, enquanto ele se dirigia ao balcão.

– Vai rolar um racha, Lizzie. E o Scott é um dos corredores que vai disputar o prêmio. – o vi fazer um sinal para o barman, que logo assentiu – Agora vem, vamos sentar.

– Espera aí, ele... Quer dizer que vocês não se conheceram no colégio? – ao me ouvir, ele rolou os olhos, passando por mim.

– Você curte fazer perguntas, não é? – ouvi sua leve risadinha, enquanto o acompanhava – Então acho que posso fazer umas também...

Educadamente, Jason puxou uma cadeira para mim, ignorando por completo o homem que já estava sentado naquela mesa. No entanto, bastou o velho senhor olhar uma única vez para o loiro a sua frente, antes de recolher o seu copo e se levantar apressado dali, se afastando sem dizer uma palavra sequer. Respirei fundo, e sacudi a minha cabeça para os lados, parece mesmo que todo mundo temia o "grande McClain". Acho que eu precisava me acostumar com aquilo. Por fim, me sentei ali.

– Que tal me dizer o motivo desse leilão idiota? – Jason girou a cadeira a frente da minha, sentando-se com os braços cruzados e apoiados no encosto, enquanto me encarava com um leve sorriso no olhar.

– Precisamos arrecadar fundos para o baile de primavera. – minha resposta o fez rir anasalado.

– Ah, claro! A merda do baile... – não consegui conter minha risadinha ao vê-lo fazer uma careta engraçada.

– Qual é, Jason? Vai dizer que não acha legal? – perguntei, tentando descontrair um pouco, e vi suas sobrancelhas arquearem.

– Ah, sim. Bailes são o meu hobby nas horas vagas. Na verdade, eu passo o ano inteiro aguardando a data do baile. – sua voz era recheada de sarcasmo – Qualquer dia te mostro minha coleção secreta de smokings e gravatas borboleta. Você vai adorar.

Nesse instante, tudo o que eu conseguia imaginar era Jason vestido num smoking e, automaticamente, corri meus olhos pelo seu corpo, constatando que isso não tinha absolutamente nada a ver com o seu estilo. Controlei a risada, voltando a encarar o seu rosto, que estava iluminado pelo seu bom humor, enquanto ele mantinha sua atenção sobre mim.

– Você está exagerando, não deve ser tão ruim assim... – minha voz soou risonha, mas o vi franzir a testa.

– Nunca esteve em um baile? – indagou Jason, um tanto confuso. Rapidamente, neguei com a cabeça.

– Nunca fui convidada. – respondi apressada, sentindo minhas bochechas esquentarem sob o seu olhar questionador.

Na verdade, eu fui convidada para o último baile na minha antiga escola, mas foi duas semanas depois do terrível episódio com o Luke naquela festa. Ainda estava extremamente assustada, isso sem contar a vergonha pelos boatos que ele espalhou sobre mim, os quais me deixaram muito mal e constrangida. Sob essas circunstâncias, eu preferi não ir. Antes disso, eu era "nova demais" para bailes, segundo os meus pais.

– Se foder! Você morava num internato só para garotas, ou todos os caras da sua antiga escola eram gays? – Jason parecia incrédulo por minha negação.

– Não, não é isso. – forcei um sorriso, não queria entrar em detalhes, falar sobre aquilo era muito difícil para mim – Mas o Jordan deve me convidar para esse.

– É. Ele deve sim. – Jason desviou o olhar, desfazendo o sorriso ao notar o barman se aproximar com uma coca e dois copos sobre uma bandeja.

– Acho que você deveria aparecer também. – tentei contornar um pouco, não queria irritá-lo, principalmente quando não tinha como voltar sozinha para casa.

– Eu passo. – ele negou, observando aquele cara grandalhão servir nossa mesa.

Não sei dizer se estava incomodado com a presença do barman, ou com minha resposta anterior, e isso me fez morder o canto interno da minha bochecha.

– Ah, vai? Quem sabe eu não deixo você pisar nos meus pés durante uma dança... – entoei um tom divertido ao ficarmos sozinhos outra vez, e senti meu rosto inteiro esquentar quando ele me olhou.

– Quem disse que eu não sei dançar, Lizzie? – vi seus olhos se comprimirem, e não consegui conter minha risadinha.

Não imaginava Jason sendo um pé de valsa, não mesmo.

– Você sabe? – perguntei curiosa, e foi a vez dele rir, o que me fez respirar um pouco mais aliviada.

Afinal, não estava zangado comigo.

– Claro. Sempre gostei das garotas que levava pra cama depois do baile. – explicou ele – Às vezes eram tão apressadinhas que nem chegavam na cama, se é que me entende...

Isso não foi lá uma coisa agradável de ouvir, mas sorri.

– Bom, talvez você conheça alguma garota legal se aparecer por lá e não arrumar confusão. – falei despretensiosa, e Jason umedeceu os lábios num sorriso sacana, enquanto servia coca em nossos copos.

– Não preciso mais disso. Caso não lembre, tenho uma boate repleta das melhores vadias. Estou satisfeito. – disse ele, com uma certa malícia em seu tom de voz.

– Está falando da Shely? – perguntei curiosa, e o vi cerrar os olhos – Digo, ela é muito bonita, e parece gostar de você.

– Não é um relacionamento, Lizzie. Eu não sou o tipo de cara que namora, se é o que quer saber. Gosto de me divertir. Shely é uma diversão como todas as outras, só isso. – Jason falou aquilo como se fosse algo comum de se ouvir.

Para ele devia mesmo ser, mas não para mim.

– Está dizendo que usa a Shely? – questionei incrédula.

Que tipo de garota gostaria de ser tratada assim? Eu estava com pena dela agora, porque realmente me pareceu gostar dele. E acho que uma das piores coisas que existe é amar e não ser correspondido.

– Ela trabalha pra mim, é uma das prostitutas na minha boate, e como qualquer uma do ramo se vende por dinheiro, Lizzie. – explicou Jason, como se me contasse a coisa mais normal do mundo – Então sim, eu a uso quando e onde quero, mas pago uma grana boa por isso, saca?

Havia me esquecido desse detalhe. Talvez aquele tipo de relação fosse normal para ela também.

– Ah, eu não sabia que... Achei que vocês... – passei algumas mechas de cabelo para trás da orelha – Então não rola nenhum tipo de sentimento entre vocês? Desculpa a minha pergunta, é que esse tipo de relação não é muito comum para mim.

– Não tem que me pedir desculpa, e a resposta para a sua pergunta é não. – disse ele, sem rodeios.

– Nossa! Direto assim... – comentei alto sem querer.

– Por que o espanto? – suas sobrancelhas arquearam.

– Bom, é que pra ser sincera eu não consigo me imaginar numa relação como essa, não mesmo. – neguei com a cabeça, no intuito de reforçar o que falava.

– Tá, mas por que você se imaginaria como uma das minhas putas? – notei um leve sorriso sacana se desenhar em seus lábios.

– Não foi bem isso que eu quis dizer. – me apressei a negar, sentindo o meu rosto inteiro esquentar de vergonha.

– Então o que você quis dizer, Lizzie? – Jason parecia estar se divertindo em me interrogar agora.

– É que ao meu ver, me parece vazio ir pra cama com alguém somente por prazer ou dinheiro. – aquilo saiu antes que eu pudesse filtrar as palavras, e olhei ainda mais nervosa em sua direção – Não me leve a mal, não estou te criticando, se assim está bom pra você, então acho que está tudo bem, mas estou falando de mim.

– Você tem a minha atenção, prossiga. – ele apoiou seus braços sobre a mesa, estranhamente interessado em me ouvir.

– Acho que vou soar como uma virgem idiota, mas é que pra mim o sexo precisa ser mais do que só sentir tesão. Eu não acho que isso baste. – tentava explicar o meu ponto de vista – Eu sinto que é preciso amar verdadeiramente uma pessoa para se entregar de corpo e alma para ela, então cada toque, cada beijo e cada olhar trocado se torna intenso a ponto de te fazer transbordar.

– E você tem certeza de que ama o Jordan assim? – aquela pergunta me pegou de surpresa.

– O quê? É claro que tenho! Por que quer saber? – rebati de imediato.

– Nada em particular. – o vi negar com a cabeça – Bom, se é assim que se sente, acho que está tudo bem pra você também, não é mesmo?

– Sim, mas agora chega dessa conversa constrangedora, vamos mudar de assunto. – propus, e ele não se opôs – Me diz, o que você esteve fazendo fora?

– Estive trabalhando. – Jason pegou o seu copo sobre a mesa – Mas não quero falar sobre isso também.

– Tudo bem. – me acomodei melhor na cadeira – Então, quando chegou?

– Ontem a noite. – respondeu ele, um tanto indiferente, mas me encarou preocupado logo em seguida – Olha, me escuta, você precisa ficar quieta agora. Nada de perguntas.

– O quê? – minhas palavras mal soaram por entre meus lábios, e estremeci ao sentir mãos tocarem meus ombros.

– Ah, olha só você aí! Quem é sua amiga aqui, McClain? – uma voz feminina soou em forte e bom som.

Ao olhar para trás, por cima do ombro, avistei uma mulher preta de estatura média, um pouco mais magra que eu, com tranças dreads em seus cabelos, os quais estavam presos por uma bandana de gangue. Ela aparentava ter seus trinta e poucos anos, mas carregava um sorriso doce nos lábios. Num instante, seu olhar passou de Jason para mim, e logo a vi puxar a cadeira ao lado, onde se sentou.

– Allana... – Jason se voltou para ela, um tanto receoso.

Então, rapidamente me lembrei daquele nome. Quer dizer que essa era a tal Allana?

– Qual é, McClain? Eu não mordo. Vai assustar a menina assim. – ela apoiou suas mãos sobre a mesa, e olhei para Jason, que assentiu – Como se chama, querida?

– Lizzie! Me chamo Lizzie. – respondi, sentindo meus batimentos acelerarem.

Não sabia quem era ela. Mas tinha certeza de que não era boa coisa. Toda vez que ligava para o Jason, ele ficava tão transtornado... Porém, agora de frente para Allana, podia dizer que ela não me parecia tão assustadora. Era tão... jovem e delicada. "Quem vê cara, não vê coração, Lizzie!", a voz na minha consciência me alertou.

– Ah, você é uma fofura, Lizzie. O McClain já me falou muito sobre você. – ela sorria largo, mas acho que estava mentindo.

Jason não parecia gostar dela, a ponto de falar de mim. Foi o que pensei.

– É mesmo? – fingi acreditar, e ela assentiu.

– Sim, bastante. Você é a namorada do Jordan, não é? – engoli em seco ao ouvi-la, então aquela mulher sabia mesmo quem eu era? Como? Por que Jason falaria sobre mim para ela?

Olhei para frente, completamente confusa, e notei que Jason estava tenso. Não sei ao certo, mas acho que ele tinha medo dela. Ou será que era medo por mim? Eu poderia falar alguma coisa que o comprometesse? Estava tão confusa.

– Vai correr com o McClain hoje, meu bem? – Allana se esticou, alcançando uma garrafa de vodca na mesa ao lado.

– Sim, ela vai! – Jason respondeu por mim, enquanto ela arremessava a coca em meu copo no chão do trailer.

– Por que você não bebe umas doses comigo, querida? Sabe, para relaxar... – ela continuava sorrindo quando empurrou o copo, agora servido com vodca, em minha direção, isso estava me assustando.

– E-eu não bebo. – gaguejei, me afastando sutilmente da mesa, enquanto me recostava em minha cadeira.

– Eu insisto. – seus olhos se fixaram nos meus e, nesse instante, senti um calafrio me percorrer a espinha.

– Obrigada, mas é que...

– Bebe! – Allana ficou completamente séria, o que me fez engolir em seco, olhando para o copo sobre a mesa.

O que eu deveria fazer?

– Ela já disse que não bebe. Você é surda? – Jason alcançou o copo, e Allana segurou firme em seu pulso.

Encolhi os ombros assustada. O que estava acontecendo, e quem era aquela mulher? Qual o interesse dela em mim? Se é que existia algum...

– Um shot não mata ninguém, McClain! – Allana forçou um sorriso, o qual me soou diabólico.

Jason olhou dela para mim, em uma curta fração de segundos. Pensei que podia beber aquilo para evitar problemas, mas ele negou levemente com a cabeça, me fazendo lembrar que lhe prometi não falar com ninguém além dele. Talvez estivesse se referindo a pessoas como ela. Aquela mulher, sem dúvidas, parecia ser perigosa. Decidi ficar calada e deixá-lo resolver. Seu olhar voltou para ela no mesmo instante.

– Tem certeza, Allana? – Jason arqueou as sobrancelhas, encarando-a de forma ameaçadora.

Então a vi soltar o seu braço, e ele sorriu satisfeito, virando a dose garganta a baixo, logo em seguida. Apertei meus dedos em meu colo, ao ouvi-lo bater o copo vazio sobre a mesa, e me encolhi um pouco mais na cadeira. Estava muito assustada e confusa. Queria sair dali logo com ele.

– Acho que devia vir comigo. – Jason se levantou, agarrando-a pelo braço.

– Ai! – Allana deu uma leve risada em deboche.

– Não toca em nada, Lizzie. E não sai daqui! – disse ele, bem sério, e apenas confirmei com a cabeça.

Queria lhe perguntar o que aconteceria, mas não consegui. Não acho que ele fosse responder também, pelo menos não agora. Respirei fundo, soltando o ar bem devagar enquanto o Jason arrastava aquela mulher esquisita em direção ao balcão. No mesmo instante, senti os olhares dos homens na mesa vizinha se voltarem para mim, mas tentei parecer calma e não os encarei de volta. Na distância que eu estava do balcão, não dava para escutar o que conversavam, contudo, pareciam discutir.

Vi Allana cruzar os braços, um tanto frustrada, o que indicava que não estava com tanta vantagem na discussão, quanto talvez gostasse, e acho que era bom em vista das circunstâncias. Quando a sua atenção veio a mim, desviei o olhar apressada, me forçando a não mais encará-los. Alguns minutos depois, ouvi passos se aproximarem da mesa onde eu estava sentada e, ao subir o meu olhar, percebi que se tratava do Jason. Também notei que a Allana havia saído do trailer.

– Vamos? – ele enfiou as mãos nos bolsos da calça, apontando à porta com um leve aceno de cabeça.

– Estou com medo, Jason. – falei ao me levantar, seguindo com ele para fora do trailer – Quem é essa Allana? Por que o Scott está aqui?

– A Allana é alguém de quem você deve manter distância. E o Scott, bom, ele vai correr hoje, eu já disse. – respondeu Jason, enquanto descia os degraus.

– Ah, bem lembrado. Que história é essa de racha, e de eu correr com você? Não quero ser presa! – o nervosismo presente em minha voz, lhe arrancou uma fraca risada.

– Ninguém vai ser preso aqui, já fiz isso um milhão de vezes, então relaxa. – ele falava com tanta naturalidade, que parecia a coisa mais normal do mundo.

– O Scott e essa Allana... eles são de gangues diferentes da sua? Por isso tem medo dela, e não queria que eu saísse com ele? – perguntei preocupada, mas ele riu anasalado.

– Primeiro, de onde tirou que eu tenho medo daquela vadia? – Jason cerrou os olhos, me encarando.

– Não sei. Eu achei... – mordi o canto do lábio inferior, desviando meu olhar do seu – Mas eles são?

– Lizzie, pelo amor de Deus, você vive num mundo de faz de conta, por acaso? Na vida real se duas gangues inimigas se topam, só uma vive para contar história. – explicou ele, sem dar muita importância as palavras que usava.

– Está dizendo que eles são seus amigos? Porque olha, não parece. – passei algumas mechas de cabelo para trás da orelha.

– O fato deles serem da mesma gangue que eu, não quer dizer que sejamos amigos. A vida não é um colegial. E se ainda não notou, isso aqui não é uma colona de férias. – Jason tocou em meu ombro direito, me virando na direção contrária.

– O que...

Ele me interrompeu ao apontar para o carro que acabava de chegar. Era um ford mustang preto, com duas faixas em tom azul turquesa no capô, e LED da mesma cor por baixo.

Assim que estacionou, notei que os quatro aros dos pneus eram tão limpos que chegavam a reluzir, fora o fato do nome "McClain" estar talhado ali, saltado de cada passagem. Franzi a testa, novamente olhando para o Jason, que sorria largo.

– Lizzie! – Alice saltou para fora, interrompendo mais uma de minhas perguntas.

Ela me abraçou tão animada que quem nos visse, diria que éramos amigas de longa data. Joel saiu logo em seguida, e o vi cumprimentar o seu "chefe" com um toque. Ainda precisava me acostumar com o fato de que o Jason era um criminoso temido naquele lado da cidade, tipo um manda chuva. Mas, por ora, me concentrei apenas em conversar com a Alice, que me perguntou sobre o Jordan.

Confesso que um friozinho surgiu na minha barriga ao me lembrar dele. Com toda a confusão que aconteceu lá na Candy's, eu nem mesmo liguei para lhe dar notícias antes de sair com o Jason de novo. O que o meu loirinho diria se soubesse onde eu estava agora? "Ficaria decepcionado!", minha consciência se apressou a responder. Eu tinha certeza disso, o que me fazia se sentir ainda pior.

– Fala, McClain, meu bom garoto! – escutei alguém chamar, e me virei, avistando um cara alto e preto, com dreads curtos em seus cabelos, num penteado organizado para o lado esquerdo.

Suas roupas em tons fechados, remetiam as do Jason, exceto pelos dentes de ouro que completavam o seu sorriso. Ambos pareciam ser amigos, pois fizeram um toque, dando tapinhas um nas costas do outro. Percebi seu olhar, um tanto curioso, recair sobre mim, e desviei minha atenção para Alice de novo, que conferia algo em seu celular agora.

– Quem é esse? – perguntei discretamente, chamando sua atenção outra vez.

Depois de encará-los disfarçadamente, ela sorriu, voltando a sua atenção para mim.

– Esse é o Kalel. Ele quem organiza as corridas. Mas não se engane com a cara de bom moço, é um safadinho na cama. – respondeu Alice, fazendo minhas bochechas esquentarem, não era bem isso que eu queria saber.

– Alice, vai com o Kalel. E Joel, cuida da minha moto! – Jason jogou as chaves para ele que as pegou no ar – Vamos, Lizzie?

O vi abrir a porta do motorista, passando o seu olhar para dentro do carro. Alice se despediu de mim com um sorriso largo nos lábios, seguindo com o tal Kalel não sei para onde. Cerrei os punhos com força e sorri amarelo, sentindo meu estômago revirar só de imaginar fazer parte daquilo. Me aproximei do veículo, mas parei antes de abrir a porta. Jason voltou a me encarar, praticamente com uma interrogação desenhada em seu rosto.

– Entra logo! – disse ele, impaciente.

– Não gosto de velocidade, Jay. – falei envergonhada, e o vi rolar os olhos.

– Uma vez não mata ninguém. Vai ser divertido, eu prometo. Entra? – Jason pediu mais calmo dessa vez, e tomei um fôlego de coragem, abrindo a porta do passageiro.

Se fiquei impressionada ao ver a parte de fora, bom, por dentro aquele carro era ainda mais luxuoso. Tinha bancos de couro branco, iluminados por uma luz azul no teto. O volante também era azul, igualmente boa parte do painel. Mas me apressei a entrar logo, não queria que o Jason se chateasse. Batemos as portas, e o vi puxar o cinto de segurança para travá-lo, fiz o mesmo.

Ele sorriu sacana, girando a chave na ignição. Ouvi o ronco do motor e todos os pelos do meu corpo eriçaram. Sem dúvidas aquilo seria uma grande loucura. Sem dizer mais nada, Jason seguiu para a linha de largada, todos os outros carros já estavam enfileirados. Scott ficou bem ao nosso lado, e vi que a Allana estava junto dele. Pareciam irritados, mas não foi exatamente isso que chamou minha atenção.

Haviam ferimentos expostos no rosto de Scott, sua boca estava cortada em mais de um lugar, fora seu olho direito que apresentava um inchaço relativamente maior que o esquerdo, o qual também estava arroxeado. Num relapso estalo de memória, lembrei dos estranhos ferimentos nos dedos do Jason um pouco mais cedo na lanchonete. Será que aqueles dois...

– Em suas marcas! – a voz da Alice, logo a frente dos carros, chamou minha atenção – Preparar, e...

Franzi a testa ao vê-la levantar os braços, dando leves reboladinhas para os lados, ao som dos motores que roncavam alto, fazendo as pessoas a volta gritarem. Jason deu uma risadinha, trocando a marcha, então Alice desceu os braços, e arrancamos pela pista de corrida improvisada aos arredores das docas.

Arregalei os olhos, olhando para trás, não consegui ver o momento em que passamos por ela, mas ainda estava lá, pulando e acenando animada em nossa direção. Me endireitei no banco, respirando fundo, meu coração quase saltava pela boca, de tão acelerado que batia em meu peito.

– Relaxa, Lizzie. Deixa a adrenalina te preencher. – Jason sorriu, atento a pista, enquanto fazia uma curva apertada, a toda velocidade.

– É fácil pra você dizer... – minha voz soou trêmula, e engoli em seco, sentindo minhas pernas formigarem.

Acho que, se por ventura, Jason resolvesse estacionar o carro agora, eu não conseguiria me levantar. Estremeci ao som da sua risada, numa breve comemoração por assumir a primeira posição. Enquanto isso, a única coisa que se passava na minha cabeça era o que meus pais diriam quando fossem me buscar na cadeia? Eu, provavelmente, tomaria o maior dos castigos se isso acontecesse.

Talvez me deixassem o verão inteiro enfurnada dentro de casa. Não, isso ainda seria pouco. Sacudi a cabeça para os lados, tentando espantar aqueles pensamentos, e pelo retrovisor externo, pude ver dois faróis se aproximarem de nós. Jason soltou um xingamento, mudando a marcha outra vez, enquanto acelerava um pouco mais, o que era uma extrema loucura, pois logo a frente havia uma curva, o certo seria reduzir, não?

– Jason! – berrei em desespero, apoiando minhas mãos sobre o painel do carro.

– Relaxa! Confia em mim... – foi tudo o que ele disse, sem manter nenhum tipo de contato visual comigo. Estava concentrado demais.

Olhei para trás, extremamente nervosa, e identifiquei que o carro cuja o qual quase nos alcançou era o de Scott. Contudo, ele reduziu a velocidade em vista da curva a frente, só então Jason fez o mesmo, comemorando com um urro quando passamos dali, retomando a velocidade anterior, o que nos possibilitou assumir uma distância vantajosa dos outros carros.

– Você é maluco. – me joguei contra o banco, um tanto mais aliviada – É completamente maluco!

– Não, eu só presumi que aquele frangote reduziria sob pressão. – Jason se gabou por ter dado certo, e eu rolei os olhos.

Apesar do suor frio nas palmas da minhas mãos, acabei acompanhando sua risada, quando ele olhou brevemente em minha direção. A primeira volta foi a mais difícil, mesmo o Jason mandando eu relaxar a cada dois segundos, afinal, isso não era lá uma coisa fácil a se fazer. Passamos por mais duas, até eu finalmente deixar a adrenalina me percorrer.

Jason era mesmo muito bom nisso. A cada manobra que fazia, meu coração disparava dentro do peito, em vibrações que percorriam por todo o meu corpo. De repente, me peguei dando risada como uma louca inconsequente. Estávamos terminando a última volta, e Scott mantinha a segunda posição, mas estava consideravelmente longe de nós.

– Você... Que loucura! – falei em tom risonho, e Jason também sorriu.

– Eu disse que seria divertido, não disse? – ele pisou fundo no acelerador, mantendo-se no primeiro lugar.

Minutos depois, cruzamos a linha de chegada. Assim que freou o carro, meu corpo foi impulsionado para frente, mas o cinto de segurança prendeu, me jogando contra o banco outra vez.

– Isso... nossa! Você ganhou, Jay! – olhei para trás, vendo os outros carros cruzarem a linha de chegada, depois tornei a olhar para ele.

– É, agora é hora da festa. – Jason soltou o cinto de segurança, então notei muitas pessoas se aproximando do carro – Mas não vamos ficar muito tempo.

Ele anunciou antes de sair. Eu apenas assenti, respirando fundo, enquanto sorria largo. Devia estar louca por ter achado aquilo realmente divertido. Meus pais me matariam se soubessem e, provavelmente, Jordan ficaria magoado se eu lhe contasse. Balancei a cabeça, me desvencilhando daqueles pensamentos ao escutar a gritaria do pessoal na comemoração com o Jason lá fora.

Também tratei de soltar o cinto de segurança, me apressando a descer do seu carro. Bati a porta, ajeitando meus cabelos, tinha muita gente em volta. Me virei e foi quando avistei a Alice agarrar ele, num beijo que me pareceu bem intenso. O sorriso em meus lábios se desfez lentamente, então desviei o olhar. Não achei que eles dois... Mas aparentemente sim, e isso não era da minha conta.

Me encostei no carro, ficando quieta ali, não conhecia mais ninguém além deles dois. E comecei a pensar que, se o idiota do Jason me largasse para se divertir com a Alice, eu ficaria completamente sozinha. Pior que isso, não teria como voltar para casa nem tão cedo. Imaginar essa possibilidade me deixou um tanto aflita e chateada ao mesmo tempo.

– Vamos? – a voz rouca do Jason sobressaiu aos meus ouvidos após alguns minutos.

Quando olhei para o lado, vi que a Alice sorria largo, ainda agarrada nele. Cruzei os braços, forçando um sorriso amigável, numa tentativa de disfarçar o quanto aquilo me deixava apreensiva.

– Hã... para onde? – arqueei uma sobrancelha, o pessoal já se afastava do carro agora.

– Comer, Lizzie. Estou varado de fome, você não? – ao ouvi-lo, fiz uma leve careta, estava com muita fome também.

– Comprei hambúrgueres, você come, não é? – Alice voltou o seu olhar para mim, e ouvi a risadinha do Jason, enquanto ele cochichava algo no ouvido dela.

Quando eles dois ficaram tão... íntimos? Ela era mais velha que ele. Não que isso fosse um problema, mas achei que o Jason saísse com a Shely, e que elas fossem... sei lá, amigas?

– Sim, eu como hambúrguer. Às vezes... – fui sincera, até gostava, mas preferia comidas saudáveis – Sou líder de torcida, então minha dieta é balanceada.

– Com esse corpinho magricela eu imaginei que fosse mesmo, mas não consegui achar nada menos gorduroso. – disse Alice, após desferir um suave tapinha no ombro do Jason, que lhe puxou mais para perto.

– Tudo bem. Não tem problema. – minha resposta soou apressada, e senti minhas bochechas esquentarem quando os dois deram risada.

Não sei exatamente do que estavam rindo, talvez pelo que eu disse ou do que Jason cochichou para ela. Mas isso me incomodou um pouco mais. Eles me chamaram outra vez, e eu os segui, pois, como já disse, não conhecia mais ninguém ali. Bem, conhecia o Scott, mas não muito. Não sabia se ele era confiável, já que não se dava muito bem com o Jason, fora que não estava a fim de causar outra briga entre os dois.

Avistei Joel sentado em uma das mesas a frente do que eu acho que era um galpão. Acenou para nós e nos juntamos a ele. Alice ficou no colo do Jason, os três começaram a conversar sobre a corrida, enquanto comíamos. Nesse meio tempo, o prêmio de vinte mil dólares foi anunciado por Kalel, numa espécie de palco, Jason se levantou logo em seguida.

– Vem, Lizzie? – ele me olhou por cima do ombro, enquanto eu terminava de tomar minha coca.

Olhei para Alice, que se sentava em outra cadeira.

– Ah, eu? Para onde? – perguntei confusa, colocando a latinha vazia sobre a mesa, junto com o resto de hambúrguer, já estava bem cheia agora.

– Vai lá, você correu com ele, vão buscar o prêmio. – Alice sorriu largo, olhando dele para mim.

Isso me deixou ainda mais desnorteada. Eles não estavam... juntos?

– Hã... por que não vai você? – perguntei, e os três me encararam, antes de caírem na risada – O que eu disse de engraçado?

Cruzei os braços, um tanto chateada. Não era nada legal rir das pessoas, ainda mais na frente delas.

– Quinze por cento da grana é sua, Lizzie, não minha. – respondeu Alice, eu franzi a testa.

– O quê? Não, eu não quero dinheiro. – falei nervosa.

Provavelmente todo aquele dinheiro era roubado, ou de venda de drogas. Não importa, eu não queria mesmo nenhum centavo do prêmio.

– Tudo bem. Fica tudo para mim. Mas vem logo? Não vou chamar de novo. – Jason enfiou as mãos dentro dos bolsos da calça, e eu tomei um fôlego, antes de me levantar.

Ele se virou, caminhando em direção ao carro, onde haviam pessoas em volta novamente. Pude ver três maços de dinheiro sobre o capô, enquanto Kalel falava o quanto Jason era incrível na pista.

– Tá aí, meu bom! – disse Kalel, fazendo um toque com Jason, que sorria satisfeito.

– Valeu, cara! – ele agradeceu, e senti o olhar avaliativo do seu amigo sobre mim.

– Três mil é dessa gracinha aí, certo? – Kalel sorriu estranho, pegando um dos maços de dinheiro sobre o carro.

– Eu não...

– Sim. Pode incluir tudo junto. E tira a sua parte. – Jason me interrompeu, o que me fez franzir a testa – Guarda a grana no carro, Lizzie!

– Tá! – rolei os olhos, e ele pegou o outro maço de dinheiro, me entregando junto com as chaves.

O vi se distanciar um pouco com Kalel, enquanto eu destravava o carro. Ótimo! Meus pais ficariam muito orgulhosos de mim, se soubessem que além de participar de um racha ilegal, eu ganhei dinheiro de gangsters. Não sei o que Jason ia fazer, mas aquilo não ficaria comigo. Abri a porta do carro, jogando o maço no banco de trás.

Suspirei baixinho. O que eu estava fazendo naquele lugar? Aquilo era muito dinheiro, Jason devia ser tipo... rico, se participava de corridas assim sempre. Mas era tudo ilegal. Bati a porta, e me escorei nela, vendo-o se aproximar com o resto do dinheiro em mãos.

– Tem certeza que não vai querer a sua parte? – ele arqueou as sobrancelhas, parando bem a minha frente.

– Tenho, Jason! Isso é dinheiro ilegal. – falei chateada, e ele deu uma risadinha assentindo, enquanto guardava em seu bolso.

– Tudo bem então. – Jason deu de ombros, voltando a me encarar – Está zangada?

– Por que eu estaria? – rolei os olhos pela milésima vez aquela noite, sentindo-o se aproximar um pouco mais.

– Pensei que tinha perdido a língua lá atrás. – ele me segurou pelos quadris, o que me fez estremecer por dentro – Quase não falou nada desde que chegamos. O que foi?

– Eu estava comendo, e você estava com a Alice. – apertei meus braços no instante em que Jason passou uma mecha de cabelo para trás da minha orelha.

– E isso te incomoda? – sua voz soou mais rouca do que o normal, e seus olhos se fixaram aos meus, junto daquele sorriso sacana – Eu estar com ela, incomoda você?

– Não. Nem um pouco. – menti em parte, estava começando a ficar nervosa com ele tão perto de mim – Só não queria interromper nada.

– Não está interrompendo agora. – Jason puxou meu queixo um pouco para frente, aproximando nossos lábios – O que acha de dançar comigo, Lizzie?

– O quê? – franzi a testa, e ele apontou para o lado com a cabeça, me fazendo perceber uma espécie de galpão onde tocava uma música consideravelmente alta.

– Me disse que nunca foi a um baile. Podemos fingir que estamos em um agora. – Jason sussurrou em meu ouvido, causando um intenso eriçar nos pelinhos da minha nuca.

– Isso aqui não parece nada com um baile. – delicadamente, apoiei minhas mãos em seu peitoral, e ele sorriu, me puxando mais contra si.

– Por isso eu falei que podemos fingir. – Jason pareceu inalar o perfume em meus cabelos, o que automaticamente me fez sentir o farfalhar das asas de várias borboletas em minha barriga – Você me prometeu uma dança, mas como eu não vou a bailes, quero agora. Quero a sua primeira dança, Lizzie...

[...]

💋. O que acharam desse segundo encontro? Jason se redimiu ou não?

💋. Esse rolê não acaba aqui, ainda tem mais no próximo capítulo, quem aí já está ansiosa?

💋. Allana finalmente apareceu, o que acharam dela? 👀

💋. Se gostaram do capítulo, não esqueam de apertar na ⭐. Sintam-se a vontade para comentarem, e até o próximooo 😘❤

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