23. Eclipse
"Eu não quero perder tempo, é... Faça do jeito que quiser, eu posso ver que você sabe como eu quero. Ninguém mais consegue entender... Garoto, eu gosto que você não tem medo. Amor, me deite e vamos 'rezar'... Estou te dizendo como eu gosto, como eu quero." – God is a woman, Ariana Grande."
Ontem depois do lanche, talvez com o intuito de ajudar, o Noah sugeriu uma rodada de prêmios na barraquinha de tiro, uma ideia que o Jordan aprovou logo de cara. O resultado foi que eu terminei a noite com dois coelhinhos, um azul e outro rosa. A Emily ficou com o amarelinho, eram umas fofurinhas. Isso pareceu acalmar os ânimos por completo. Aproveitamos ao máximo, tiramos fotos em um daqueles painéis onde coloca só a cabeça, assistimos um sarau, e conversamos bastante, até que a hora de ir embora chegou.
Como disse, no colégio os boatos pararam de circular, mas eu ainda tinha de aturar os maus olhares de algumas garotas, só que decidi não me importar com isso. Minha felicidade era muito maior que qualquer preocupação com fofocas e mentiras idiotas. Hoje pela manhã, eu vim para a escola com Emily e Dylan, já que Jordan tinha treino bem cedinho. Eles me encheram de perguntas, me deixando toda envergonhada, mas nunca fiquei tão sem graça como quando flagrei Jason com aquela garota no banheiro. Não vou negar que o que ele me disse ainda estava martelando na minha cabeça. Talvez eu quisesse ser um pouco mais...
– Hellooo? Terra chamando, florzinha! – acordei dos meus pensamentos com a voz do Dylan ao meu lado, e tratei logo de fechar o meu armário.
– O que disse? – tentei retomar nossa conversa, falávamos sobre Logan. O flerte do boliche era real.
– Ai, você não escutou nada, não é? – ele rolou os olhos, cruzando os braços, um tanto decepcionado.
– Não, não. Eu ouvi sim. O Logan te chamou para ir à casa dele no domingo, mas e você? – perguntei curiosa, ajeitando a alça da mochila no ombro.
– Não sei. Ele é do time de futebol, essa é a raça de machos que faz a gente sofrer, amiga. – ele me arrancou uma risadinha, enquanto seguíamos para a cantina.
– Até parece... Dylan, você que faz seus peguetes sofrerem, Emily me contou do Muza, e o pé que você deu na bunda dele, fiquei até com pena. – rimos juntos e ele sacudiu a cabeça.
– Ah, mas o Muza não era um deus grego feito o Logan. Veja comigo, um é do clube de teatro, o outro é do time de futebol. Sentiu a diferença? – Dylan tentava representar os pesos em uma balança imaginária, movendo as mãos.
– Bom, eu arriscaria. Arrisquei com o Dan e nós estamos... nossa! – suspirei em um sorriso apaixonado.
– Então quer dizer que vocês dois finalmente transaram para fazer as pazes? – suas sobrancelhas arquearam.
– Dylan, não! Você só pensa nisso? – arregalei os olhos, sentindo minhas bochechas esquentarem.
– Ué, daqui a pouco faz dois meses que estão de rolo. Não teve nem uma oral? Liz, você é malvada. Jordan deve estar subindo pelas paredes. – ele falou risonho, empurrando as portas da cantina para que eu passasse.
Não respondi nada dessa vez, Dylan tinha razão por um lado, era praticamente a mesma conversa que tive com o Jason ontem, e não era como se eu não ficasse excitada quando estava com o Dan e as coisas apimentavam. Uma hora eu precisava vencer esse medo idiota, e fazer... as coisas que eu queria. Mas o problema é que eu não sabia como dar o primeiro passo, só de confundir aquele garoto com o Luke ontem, eu paralisei por completo. No entanto, sabia que não podia passar o resto da vida me reprimindo pelo que aquele desgraçado fez comigo.
Além do mais, eu confiava no Jordan, ele era sempre tão doce, gentil e paciente comigo... Queria conseguir me entregar para ele de corpo e alma, mas pra isso acontecer eu precisava encarar os meus monstros internos. Bom, acho que por ele valia a pena. É, com certeza valia sim. Depois do almoço, pediria alguns conselhos do que fazer para a May, ela era a única pessoa em que eu confiava a ponto de dividir coisas íntimas assim. Fora o fato de que era bem mais experiente do que eu nesses assuntos, então provavelmente saberia me dizer alguma forma de dar uma apimentada nas coisas.
Tentei deixar esse tópico de lado por um tempo, e logo tornei a me concentrar na conversa com o Dylan, que falava sem parar sobre o Logan, numa dúvida cruel entre aceitar ou recusar o seu convite, enquanto nos aproximávamos do balcão. Lhe dei alguns conselhos para que aceitasse e desse uma chance, afinal às vezes temos que arriscar mesmo para saber se vai dar certo ou não. Fizemos os nossos pedidos e, assim que as bandejas chegaram, senti dois braços se entrelaçarem em minha cintura.
– Como consegue ser tão linda, Liz? – Jordan sussurrou em meu ouvido, me arrancando um arrepio gostoso, seguido de um largo sorriso que se fez em meus lábios.
– Deixa de ser bobo. Como foi o treino? – perguntei ao me virar, vendo a fila que os jogadores formavam atrás dele.
– Ah, foi...
– Anda logo com isso, Davis. Preciso comer! – Logan berrou risonho lá do fim da fila, interrompendo a fala de Jordan, que assentiu dando uma risadinha.
– Qual o seu pedido? – a moça da cantina perguntou com sua típica falta de humor.
Dylan e eu pegamos nossas bandejas, dando espaço para os meninos fazerem seus pedidos. O Jordan logo pegou a sua também, com dois hambúrgueres e uma coca, o que me fez rir fraco, exatamente o mesmo pedido do Jason quando almoçamos juntos, e por falar nele... Me dei conta que ainda nem tinha lhe visto pelo colégio hoje. Será que havia faltado aula de novo? Mal consegui completar a pergunta em minha mente, e ele adentrou a cantina com sua típica cara de poucos amigos.
Sorri simpática assim que seus olhos vieram de encontro aos meus, mas ele nem se esforçou em retribuir... Na verdade, fechou ainda mais a cara, e desviou o olhar. Acho que estava azedo hoje. Bom, talvez fosse a ressaca gritando mais alto, já que encheu a cara ontem. É, provavelmente era isso sim. Balancei levemente minha cabeça para os lados, e Jordan passou um braço por cima dos meus ombros ao se despedir dos meninos. Então seguimos para uma mesa no lado externo, Noah nos acompanhou no caminho, pois a Emily já estava lá.
– Ah, qual é? Vou ficar de vela outra vez? – resmungou Dylan novamente, ao tomar seu lugar.
– Posso chamar o Logan se você quiser. – Jordan me puxou para o seu colo, assim que coloquei minha bandeja sobre a mesa – Ele ia adorar te fazer companhia.
– E eu ia adorar fazer outras coisas com aquele gostoso. – Dylan deu uma risadinha maliciosa – Mas o que tenho em mente é proibido nas imediações do colégio.
– Dylan, se controla! – Emily deu um leve tapinha no ombro dele, e eu alcancei meu suco, tratando de abri-lo.
– Ai, que foi, surtada? Só estou sendo sincero. Se eu soubesse que não ia me apaixonar, caía de boca naquele gostoso. – Dylan fez um gesto obsceno com a mão, e desviei o olhar um tanto envergonhada – Glub-glub, se é que me entendem.
– Caralho, se ele escuta isso... – Noah, e todos caíram na risada.
Acabei forçando uma risada, apesar de estar extremamente sem graça pelo assunto, afinal... Bom, sem querer eu flagrei um boquete ontem mesmo. Me perguntava como o Jason conseguia ser tão sem vergonha? E quem será que era aquela garota com ele? Digo, acho que foi mais constrangedor para ela do que para mim, não é? Um momento assim, tão íntimo, ser exposto mesmo que sem querer... Se eu a conhecesse, o certo seria me desculpar. Mais risadas me fizeram despertar para o momento presente, e o Dylan ainda falava coisas obscenas como o quanto queria engolir o... pênis do Logan inteiro, até ele gozar na sua boca. Meu Deus, que vergonha!
Não que eu fosse de censurar conversas, longe de mim isso, mas é que achava um tanto embaraçoso com o Jordan ali, ou talvez fosse pela cena constrangedora de ontem. Provavelmente as duas coisas juntas. "Você é tão travada, Lizzie! Nunca sentiu vontade de aprender a usar essa boca pra ajudar um cara a se aliviar?" a voz do Jason ecoou em meus pensamentos, e uma brisa soprou bagunçando os meus cabelos. Nesse momento, acabei olhando para o lado, a tempo de vê-lo sentar sozinho numa mesa que ficava mais afastada das outras. Ainda não entendia por qual motivo um cara fechado assim, tinha me desenhado, mas acho que, no fim das contas, gostei de saber que foi ele.
– Aconteceu alguma coisa, amor? – Jordan perguntou baixinho, próximo ao meu ouvido, alheio a conversa e risadas que se estabeleciam em nossa mesa.
– Não, está tudo bem. – forcei um sorriso, olhando-o por cima do ombro.
– Tem certeza? – suas mãos pousaram sobre as minhas coxas, e senti meus batimentos acelerarem, mas confirmei com um leve aceno de cabeça, tornando a olhar para frente – Sabe que pode me contar se estiver preocupada com alguma coisa, não sabe?
– Claro. Mas não é nada, Dan. – respondi baixinho, desembrulhando meu sanduíche, e ele apertou minhas coxas, insistindo para que eu falasse, o que me fez soltar a respiração devagarinho – Só estou ansiosa para o primeiro treino após o feriado.
– Ah, mas você não precisa ficar ansiosa, sei que vai se sair muito bem, linda. – seus braços se entrelaçaram a minha volta, me apertando num abraço carinhoso.
"Precisa relaxar e confiar mais nos seus instintos... Deixa o seu corpo falar, saca?", a voz do Jason continuava ecoando em minha cabeça como aqueles diabinhos de desenho animado, e o contato físico com o Jordan fez o meu coração disparar dentro do peito, então perdi o controle por um segundo, dando uma leve rebolada em seu colo. Ao me dar conta do que acabara de fazer, arregalei os olhos, extremamente nervosa, quase deixando o meu sanduíche cair na bandeja.
"Droga, Lizzie! Aqui não, sua tonta.", me repreendi em silêncio, sentindo minhas bochechas inflamaram feito brasas quentes de tanta vergonha. Ao notar alguns olhares em minha direção, tudo o que consegui fazer foi fingir que apenas procurava uma posição melhor sobre o colo do Jordan, o que pareceu funcionar bem. Por sorte, ele também agiu normalmente, alcançando a sua latinha de coca sobre a mesa, talvez nem tivesse notado. Ótimo!
– Então... tudo certo para hoje a noite, bebê? – ele perguntou ao abrir o lacre e logo tomou um longo gole.
Demorei um pouco para raciocinar, mas logo lembrei que o Jordan e eu havíamos combinado de assistir juntos o eclipse lunar que ocorreria hoje. Era para o trabalho de ciências, ele pareceu empolgado quando falei sobre isso ontem, pois adorava essas coisas. Inclusive, me disse que tinha um telescópio, o qual me ofereceu para ajudar.
– Ah, sim. – me apressei a respondê-lo, antes de dar a primeira mordida em meu sanduíche.
– Sabe, meu sonho é um namorado que me ajude com os meus trabalhos. – Emily olhou para Noah por cima do ombro.
– Aquela parada que você falou de assistir a lua? Posso fazer isso com você. Mas aí vou ter que dormir na sua casa. – Noah falou em tom brincalhão, e Dylan puxou um "Hummm".
Dali por diante o almoço se deu mais descontraído. Não sei dizer se o Jordan tinha notado o que fiz, mesmo que involuntariamente, ou não, mas se ele notou, fingiu muito bem que não, para não me deixar ainda mais constrangida. Consegui silenciar a voz do Jason em minha cabeça, e tentei nem olhar mais em sua direção durante o almoço. Ao fim, a Emily e eu nos despedimos dos meninos e seguimos juntas para o ginásio. Fomos as primeiras a chegar no vestiário, adorava o fato de sermos pontuais.
– Então, o Jordan vai dormir na sua casa hoje? – perguntou Emily, adentrando no box ao lado.
– Não sei... – fechei a porta, antes de colocar minha mochila sobre o apoio naquele pequeno compartimento – Acho que sim.
– Aposto que vai. – ouvi sua risadinha – Noah me disse que ele recusou o convite do Tayler, só pra passar a noite com você.
– Convite? – franzi a testa ao retirar minha camisa – Que convite?
– Ah, ele não te contou? Bom, é que hoje tem jogo da NBA, os meninos vão assistir lá no Tayler... parece que fizeram umas apostas. – explicou ela, e um sorriso involuntário se formou em meus lábios.
Devia ser bem importante, mas mesmo assim o Jordan preferiu me ajudar com o trabalho de ciências... Ele era tão perfeito comigo, e sempre dava um jeitinho de me surpreender, não é mesmo? Talvez eu também pudesse surpreendê-lo dessa vez. Apertei a camisa em minhas mãos, mordendo suavemente meu lábio inferior, precisava urgentemente falar com a May. Então me apressei em se trocar, e logo peguei o meu celular dentro da mochila. Ouvi quando a Emily saiu do box, e passei a digitar apressadamente a seguinte mensagem:
"May, hoje o Dan e eu vamos ficar sozinhos na minha casa por umas horas... Acho que quero dar uma apimentada nas coisas, sabe? Mas não sei bem o que fazer. Me ajuda? XoXo"
Li umas três vezes, até tomar coragem de enviar. Tentei me acalmar um pouco depois disso, pois do jeito que eu estava nervosa, parecia até que aquele assunto era ilegal. Que bobagem a minha, não? Encarei a tela do celular bloqueado por quase um minuto inteiro, talvez ela estivesse ocupada agora.
– Lizzie, você está pronta? – perguntou Emily, do lado de fora do box, e eu quase saltei de susto com o barulho da mensagem que chegava.
– Só um minutinho. – pedi, tratando de desbloquear o celular, enquanto ignorava as vozes que adentravam pelo vestiário, para ler o que a May respondeu:
"MEU DEUS! PARA TUDO! Lizzie Andrews está me pedindo conselhos sexuais, ou eu entendi errado? Meu bebê tá crescendo e assumindo a vadia interior, que orgulho! 😳😍"
Rolei os olhos ao ler até o final, sentindo meus dedos formigarem. Então me encostei na parede do box, tomando um pouco de ar, antes de começarmos uma troca de mensagens, a cerca do assunto "Jordan". Ela era minha melhor amiga, o que quer dizer que praticamente sabia tudo sobre ele, já que eu vinha lhe atualizando desde que voltei e fizemos as pazes.
"May, é sério! Apesar de não forçar a barra, o Dan é um cara experiente, sabe? Eu não quero estragar tudo. Me ajuda? 🥺" – Lizzie.
"Para que mais sua melhor amiga serviria se não te ajudasse, hum? Primeira regrinha de todas: a sutil arte da provocação, baby. Presta atenção, que nas próximas mensagens vou te mandar um mega tutorial passo a passo pra deixar esse gostoso maluquinhooo 😌😈" – May.
"Ai, May, olha lá o que você vai fazer... 🙈👀" – Lizzie.
Enviei aquilo com um sorrisinho sapeca nos lábios, mal podia acreditar no que eu estava prestes a fazer. A May não mentiu quando falou que as próximas mensagens seriam um tutorial passo a passo pra mim, mas era cada coisa que só Deus sabe a vergonha que eu sentiria quando finalmente estivesse sozinha com o Jordan, porém não custava me esforçar só um pouquinho. No final, eu lhe agradeci e nos despedimos. Guardei o celular na minha mochila, contudo assim que saí do box vi a Ashley adentrar o local, acompanhada de mais três garotas.
Rolei os olhos, me apressando até o meu armário, onde guardei minha mochila. Em seguida, saí dali junto com a Emily e a Rose que, a propósito, havia chegado de viagem hoje pela manhã. Quando a Christine chegou, ela cumprimentou cada uma de nós com um abraço, nos entregando lembrancinhas singelas que trouxe de Paris, como botons e chaveirinhos da torre eiffel. Um amor. Assim que matamos a saudade, e ela nos contou um pouco da sua viagem com seu irmão mais velho e sua cunhada, o ensaio começou. A coreografia foi feita com a música "Pretty Savage" da BlackPink.
Como sempre, a Christine caprichava em tudo, mas surpreendentemente, ela não se estressou com nenhuma das meninas que erraram os passos, acho que seu tempo nos Spas de Paris tinha servido para alguma coisa. Contudo, repassamos o ensaio por quase quatro horas. E, quando finalizamos, praticamente nos jogamos no chão por mais ou menos uns quinze minutos, descansando um pouquinho, antes de começarmos a juntar os equipamentos para guardar no depósito do ginásio. Mas é que precisávamos decorar toda a coreografia até segunda, para o jogo dos Tigers, pois como era classificatório para as interestaduais, tínhamos de caprichar.
– Fiquei sabendo do que aconteceu no início da semana. – Christine chamou minha atenção, quando terminei de fechar a porta do depósito – Sinto muito por não estar aqui. Não deixaria ninguém tocar na minha little Lioness favorita.
– Tudo bem, já passou. – forcei um sorriso, e ela assentiu – Mas obrigada. Também senti a sua falta.
– Bom, é claro que sentiu. Mas queria te convidar para tomar um milkshake hoje, só garotas. O que acha? – perguntou ela, e eu arqueei as sobrancelhas.
– Milkshake, é? – indaguei, um tanto surpresa, já que a única vez em que saímos juntas foi naquele encontrinho com os meninos – Ah, eu acho... Quem vai tanto?
Notei o olhar da Ashley vir em nossa direção, e cerrei os punhos, tornando a encarar a Christine.
– Vamos eu, a Rose, a Dafne e a Ashley. – suspirei baixinho ao ouvi-la, gostaria de ir, mas não com a Ashley, não depois dela ter mentido aquelas coisas sobre o Jordan.
– Ah... Infelizmente eu não posso. Tenho um compromisso hoje com o Dan. – aquilo não era mentira.
– Ah, tudo bem. Então fica para uma próxima, darling. – ela sorriu compreensiva.
Vi a porta do ginásio se abrir e, no mesmo instante em que o Jordan entrou, sorri de um canto ao outro. Ele sorriu de volta para mim, enquanto se aproximava. Eu mal podia esperar para passarmos a noite juntinhos hoje. Precisava tomar coragem para fazer as coisas que a May disse. Será que ele... ia gostar? Bom, eu esperava que sim.
– Vou seguindo o meu fluxo, antes que me entreguem uma vela aqui. – ouvi a Christine falar quando passou por mim, seguindo em direção as outras meninas.
Dei uma risadinha, sacudindo a minha cabeça de um lado para o outro, tratando logo de me aproximar do Jordan, que parecia esconder algo atrás de si. Ele mordeu o lábio inferior em um sorriso extremamente gostoso, se inclinando um pouco para frente, no momento em que as minhas mãos se entrelaçaram em seu pescoço.
Lhe dei um selinho, o qual ele fez questão de prolongar, segurando a minha cintura com a destra, enquanto me puxava mais para si. Sorri ao rompermos o beijo e abri os olhos, vendo ele segurar uma rosa próximo ao meu rosto. Franzi a testa, surpresa, encarando aqueles olhos cor de mel.
– Uma linda rosa para a garota mais linda desse mundo! – Jordan falou doce, e senti lágrimas se acumularem em meus olhos, mas de felicidade, era a segunda vez que me trazia uma rosa.
– Dan, é muito perfeita. – disse meio boba, enquanto pegava a flor, ele sorriu fofo.
– Não mais que você, amor. – com as costas dos dedos, ele acariciou o meu rosto suavemente, me dando outro selinho.
– Obrigada. – agradeci baixinho, abraçando-o bem apertado, sentindo os seus braços se entrelaçarem a minha volta.
– Está pronta? – ele perguntou assim que olhei para cima, encostando o meu queixo em seu peito.
– Claro. Não vejo a hora de ficarmos agarradinhos, observando a lua. – dei um sorrisinho, lhe roubando mais um selinho.
– É? – ele arqueou as sobrancelhas, apertando minha cintura – E o que acha de irmos agora?
– Acho uma ótima ideia. – sussurrei próximo aos seus lábios e ele selou os meus – Mas preciso buscar minhas coisas.
– Tudo bem. Eu espero o tempo que precisar, linda. – sorri largo ao ouvi-lo, como ele conseguia ser tão perfeito?
Nos despedimos com mais alguns selinhos e segui com as meninas para o vestiário, onde só troquei de roupa, e peguei minhas coisas. Avisei a Emily que estava de saída, e ela me desejou sorte, antes de entrar na ducha. Sei que eu também precisava de um banho, mas seguiria exatamente o que a May disse, e só faria isso quando chegasse em casa. Afinal, não havia nada mais relaxante que usar o seu próprio chuveiro.
Quando saí, o Jordan me esperava praticamente no mesmo lugar. Seguimos juntinhos para o estacionamento. No caminho para casa, conversamos sobre o treino, e ele deu risada ao saber do súbito bom humor da Christine. Até eu acabei rindo disso, era algo bom, mas estranho. Passamos pela Candy's, onde compramos um lanche, depois seguimos direto para a minha casa.
– Quer ir montando o telescópio lá na janela? Só vou tomar um banho rápido. – me virei para ele, ao soltar a mochila no chão bem ao lado da cama.
– Tá certo, amor. Vai lá, quando voltar já vai estar tudo pronto. – ele adentrou o meu quarto, olhando em volta como de costume.
"Tomar banho com a porta entreaberta", esse era o segundo passo, primeiro eu precisava fazê-lo tirar a camisa. A May disse que um beijo "intenso, mas não tanto", resolveria isso. Respirei fundo, cerrando os punhos, enquanto me aproximava devagar, só que os passos se apressaram quando seus olhos cor de mel se encontraram com os meus. E num instante, foi como se todas as borboletas em meu estômago se acordassem de uma só vez. Sorri, sentindo minhas bochechas esquentarem ao vê-lo franzir um pouco a testa.
E antes que pudesse falar qualquer coisa, delicadamente o puxei pela camisa, selando meus lábios aos seus, sem nenhum tipo de aviso. Jordan pareceu surpreso pelo contato repentino, mas logo sua destra pousou em minha cintura, apertando-a e me puxando mais pra perto. O calor que exalava do seu corpo, naturalmente fazia meus pelinhos eriçarem. Ele pediu passagem com a língua, e logo cedi, apertando sua camisa com força. Meu Deus, eu ia mesmo fazer isso? Senti o nervosismo crescer dentro de mim, e acabei rompendo o beijo com alguns selinhos.
– Amor...
– Dan... – o interrompi, sem encará-lo diretamente, estava morrendo de vergonha – Você vai dormir comigo hoje, né?
– Claro, se você quiser, eu fico para dormir aqui. – ele acariciou delicadamente meu rosto, chamando minha atenção para si outra vez.
– Ótimo, eu quero sim. E já que vai ficar... – engoli em seco, tentando controlar a minha respiração, e dei dois leves puxõezinhos em sua camisa – Acho que pode me dar isso aqui.
– Só se prometer que vai dormir com ela, linda... – aquele sorriso contagiante se formou em seus lábios, e eu rapidamente assenti – Tudo bem.
Dei um passo para trás, e o vi colocar os equipamentos sobre a escrivaninha, antes de retirar sua jaqueta. Cerrei os punhos com força, assim que Jordan puxou sua camisa pela cabeça, se livrando daquela peça em um só movimento. Seus músculos bem definidos sob o contraste de sua pele levemente bronzeada, pareciam me convidar para tocá-los. "Meu Deus, Lizzie! Se controla!", minha consciência rapidamente me repreendeu, e ele estendeu a camisa em minha direção.
– Tá. – peguei a peça de roupa, sentindo o meu rosto inteiro se aquecer – Vou... tomar banho. Não demoro.
Lhe roubei um curto selinho e passei apressada para dentro do banheiro, sentindo seu olhar acompanhar cada passo que eu dava. Deixei a porta entreaberta e silenciosamente caminhei um pouco mais para dentro. Puxei ar de volta aos meus pulmões, sorrindo largo ao inalar o delicioso perfume amadeirado na camisa do Jordan. Agora era pra valer, eu estava mesmo fazendo isso... Ouvi seus passos pelo quarto, e logo me apressei em se despir, adentrando o box.
A água quentinha do chuveiro tocava minha pele relaxando meus músculos, enquanto eu lembrava de todos os beijos mais quentes que Jordan me deu, e o jeito intenso que ele sempre me olhava. Por Deus, tudo nele era tão atraentemente sexy. "Se permita experimentar coisas novas, Lizzie!", falei para mim mesma, eu precisava deixar esse medo idiota de lado. Ao sair do banho, me sequei com uma toalha, não totalmente como fazia de costume, tudo tinha que ser de acordo com o "tutorial" da May.
Vesti apenas uma calcinha e a camisa do Jordan, a qual cobria até menos da metade das minhas coxas. Passei meus hidratantes em frente ao espelho, penteei os cabelos, fazendo a água neles se misturar com o tecido da camisa que basicamente grudou em algumas partes do meu corpo, e voilá... estava pronta. Tomei um fôlego de coragem, então finalmente saí do banheiro. Olhei pelo quarto, avistando a silhueta do Jordan próximo a janela, ele estava terminando de montar o telescópio, de costas para mim. Em passos lentos, segui para lá, sentindo um pouquinho de frio pela brisa que soprava.
– Perdi alguma coisa? – perguntei, assim que ele se virou em minha direção.
Seus olhos percorreram por todo o meu corpo, me analisando por inteiro, o que fez não só o meu rosto esquentar dessa vez. Pude sentir um certo calor me percorrer inteira de dentro para fora, meu Deus... Estava mesmo dando certo. "Segura a onda, Liz... só mais um pouquinho", repeti isso mentalmente, e pigarreei chamando sua atenção para o meu rosto. Ele sorriu envergonhado, era tão fofo quando ficava assim, costumava se atrapalhar todo.
– Não. – disse ele, quando eu cruzei os braços, deixando em maior evidência os meus seios marcados no tecido molhado da camisa, o qual estava quase transparente agora – Ainda não começou, mas... Vem, vamos sentar?
Apenas concordei com a cabeça, e fui puxada para o seu colo, quando sentou em um dos puffs. Me ajeitei melhor, enquanto ele juntava os meus cabelos para trás do ombro esquerdo. Então apoiei minhas costas contra o seu peito, estremecendo de frio com uma lufada de vento que nos golpeou. Prontamente, Jordan passou os seus braços a minha volta, numa tentativa de me aquecer melhor.
– Olha, está começando. – apontei para a lua, vendo apenas uma pontinha da sombra se precipitando.
– Uma curiosidade... – Jordan sussurrou em meu ouvido, o que me causou um tremor gostoso – Sabia que para os budistas, qualquer ação praticada durante um eclipse é multiplicada por mil?
– Ah, é? – o olhei por cima do ombro, vendo-o sorrir, enquanto assentia – Que legal, amor!
Tornei a olhar pra frente, me lembrando do último passo que a May falou "Empina essa raba sutilmente quando estiver na frente do boy". Bom, esse era o momento perfeito pra fazer isso, certo?
– É, né? Também achei. Mas estava aqui pensando... – ele pausou sua fala, quando me inclinei para frente, empinando só um pouquinho o meu traseiro, enquanto olhava pelo telescópio.
– Pensando? Em quê? – questionei, sentindo-o apertar minha cintura, mas tentei me concentrar no que via pelo telescópio.
Contudo, num movimento rápido, Jordan me puxou de volta para trás, fazendo com que eu m sentasse novamente em seu colo, um pouco mais acima de onde eu estava anteriormente. Apertei o telescópio, ao passo que minha respiração pesava ao sentir a ereção que crescia em sua calça.
– Em qual ação nós vamos multiplicar por mil hoje, Liz. – ele sussurrou quente em meu ouvido, e fechei os olhos com força, me arrepiando toda.
– É? – minha voz soou baixo, ao sentir Jordan mordiscar o lóbulo da minha orelha devagarinho.
– Quero experimentar uma coisa, amor. – ele sussurrou quando tornei a abrir os olhos, encarando-o por cima do ombro – E acho que você também, não?
– Do que está falando, Dan? – tentei parecer calma, mas não sei se funcionou.
– Você quer que eu te toque, não é? – Jordan segurou em meu pescoço, dando um leve apertãozinho ali, antes de escorregar sua mão por entre meus seios, deslizando as pontinhas dos dedos para baixo da camisa a qual eu usava, até finalmente tocar a renda delicada da minha calcinha – Diz pra mim, é isso que você quer?
Seus movimentos pausaram, e eu cerrei os punhos, nervosa, mas assenti, vendo-o sorrir.
– E já foi tocada antes, Liz? Antes de mim? – ele continuava falando baixinho, eu neguei com a cabeça, pois apesar do Luke ter tentado me forçar, e do que rolou com o Jason quando lhe confundi, antes do Dan não tinha ninguém de quem eu realmente quisesse lembrar – Nunca nem se tocou?
Novamente neguei com a cabeça, e sua mão voltou a subir, acariciando suavemente meu rosto. Jordan se inclinou em minha direção, me fazendo se virar de frente para ele. Sentei outra vez em seu colo, com uma perna para cada lado agora. Nossos olhos mergulharam uns nos outros, como se fossem imãs que ficavam mais fortes à medida que nos aproximávamos. Estremeci por dentro, ao sentir suas mãos grandes pousarem em minhas coxas, apertando-as e fazendo com que a camisa a qual eu usava subisse um pouco. Estávamos tão perto que nossas respirações se misturavam gradualmente. Toquei seus ombros, e nossos lábios roçaram vagarosamente um no outro.
– Sem pressa, não precisamos ter pressa, linda... Quero que aproveite cada sensação hoje, que conheça quanto prazer eu posso te proporcionar. – ele disse rente aos meus lábios, e eu assenti.
Fechei os olhos bem devagar, sentindo um certo calor surgir entre as minhas pernas, se espalhando por todo o meu corpo em questão de segundos. Jordan apertou minhas coxas, e nossos lábios finalmente se tocaram, iniciando um beijo lento, mas intenso. Ele pediu passagem com a língua e eu logo cedi, deslizando minhas mãos à sua nuca, a qual passei a acariciar com as pontinhas dos dedos, enquanto suas mãos deslizavam bem devagar para debaixo da camisa, apertando as laterais do meu corpo, ao mesmo tempo em que me puxava mais para cima.
Soltei um gemidinho entre o beijo, ao sentar sobre a sua ereção que crescia cada vez mais dentro da calça. Jordan chupou minha língua, empurrando meu quadril com força para baixo, o que me fez entender exatamente o que ele queria que eu fizesse. Rebolei, puxando seus cabelos, e arfamos juntos entre o beijo. Então comecei a me mover para frente e para trás, dando suaves reboladinhas em seu colo. Suas mãos iam desenhando minhas curvas, até tocarem meus seios por baixo da camisa, apertando e dando leves puxões nos mamilos rígidos.
– Dan! – rompemos o beijo, um tanto ofegantes, quando senti uma onda de energia se espalhar pelo meu corpo.
Inclinei minha cabeça para trás, adorando aquela sensação gostosa que só parecia crescer com seus toques, transbordando por todo o meu corpo. Arranhei sua nuca com as pontinhas das unhas, enquanto seus lábios distribuíam beijos molhados pelo meu pescoço. Suas mãos tornaram a agarrar meus quadris, me estimulando a continuar com as reboladas em seu colo.
– Porra! Isso mesmo. Rebola, minha gostosa! – sussurrou Jordan, completamente rouco em meu ouvido, fazendo os pelinhos da minha nuca eriçarem – Era assim que você queria fazer no almoço hoje, hum?
Arranhei suas costas quando ele sugou o meu pescoço em um leve chupão, apertando minha bunda com força. No mesmo segundo, meus lábios se entreabriam em gemidinhos baixos. Apertei seus ombros, mergulhando meus olhos aos seus, vendo-o morder o lábio inferior com força, em um sorriso completamente malicioso. "O meu irmãozinho saía com uma garota diferente a cada semana. Acha que faziam o quê?", a voz de Jason me fez paralisar. Ele estava certo, Jordan era acostumado com garotas experientes, e eu...
– Dan... – encolhi os ombros, sentindo minhas bochechas queimarem violentamente.
– Hey, não tem que sentir vergonha de mim, linda. – ele falou doce, tocando suavemente em meu rosto, fazendo um leve carinho ali.
– É que, – me auto interrompi, respirando fundo – eu não sou tão boa nisso como você está acostumado.
– Eu não acredito que está pensando isso. – seus olhos encararam os meus fixamente.
– Eu... não sei como fazer certo. – resolvi ser sincera com ele. Jordan precisava saber que eu realmente não tinha nenhuma experiência sexual.
– Não quero que se sinta assim. – ele disse no tom mais doce e calmo que já ouvi, o que me fez assentir – Você é a única garota com quem eu quero estar. Então não tem que sentir medo de querer provar sensações novas comigo, amor. Eu quero que sinta o quanto eu te desejo.
– Mas e se eu... – ele me interrompeu, pousando o indicador em meus lábios.
– Eu quero você, Liz! Quero do jeitinho que você é, porque eu não mudaria nada em você. – Jordan falou baixinho, me arrancando um sorriso largo – Então, por favor, não tenha receio de me tocar achando que não vou gostar... eu sou louco por você, amor.
Não lhe dei espaço para que falasse mais nada, apenas uni nossos lábios em um beijo recheado de desejo, o qual ele retribuiu com a mesma intensidade...
[...]
🌸. Jordan é sempre um amorzinho com a Liz, né? Aaaa esses dois... cada vez mais danadinhos rsrs' 🤭🌚
🌸. Próximo capítulo tem "semi-hot" completinho procês, danadinhas kkkkk 🙈
🌸. Deixem seus comentários, e não esqueçam de votar no capítulo, basta apertar na ⭐, ajuda muuuuito a história. Obrigada por todo o carinho, e até o próximo 🥰😘
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