10. Uma garota virgem
"Estive preso na minha mente, garota, segurando firme... Estive preso pensando sobre ela, não consigo continuar. – Jocelyn Flores, XXXTENTACION."
Jordan era bom. Ele era muito bom. A torcida ia à loucura a cada jogada. O time adversário estava com 21 pontos marcados no placar, enquanto os Tigers somavam 29. A maioria das jogadas foi realizada pelo Jordan, a multidão gritava o seu nome em um frenesi intenso. O narrador estava empolgado e dizia diversas vezes que o jogo essa noite tinha sido todo do Dan.
A partida já estava praticamente ganha para os Tigers, mas ainda faltava uma jogada. Os meninos se posicionavam no campo outra vez, eu olhava para Jordan que conversava com Tayler, ambos assentiram, e logo os vi fazerem o sinal da jogada para o time. Dan olhou em minha direção, correndo de costas, apontando para mim, depois bateu no peito com as duas mãos o que me fez arquear as sobrancelhas e sorrir.
– Ai, meu Deus! Eu sei que posição é essa! – Christine se levantou com as meninas, assim que Jordan tomou o seu lugar para a jogada.
– O quê? – perguntei confusa, me levantando também.
– Eles vão marcar um touchdown, Liz. É a última jogada. – disse Emily, empolgada. Eu arregalei os olhos.
Escutei a torcida silenciar nas arquibancadas e olhei na direção de Jordan. Ele ia fazer mesmo aquilo? O apito soou e a bola foi lançada para o alto. Abri a boca, completamente incrédula com o salto do Tayler, ouvindo os gritinhos orgulhosos de Christine quando ele agarrou a bola no ar. Engoli em seco ao ver Jordan correr mais a frente, no campo adversário. Ele estava livre, não tinha bloqueio, dei um passo para o lado, seria impossível Tayler arremessar naquela distância, não?
– VAI, TIGREZINHOOO! – gritou Christine, eufórica.
Senti meu coração disparar dentro do peito, quando a bola foi arremessada para o outro lado do campo.
– Meu Deus, parece que os Tigers decidiram fechar o placar com uma jogada arriscada. E a bola voa no campo! – a voz do narrador ecoou, mexendo com todos os ânimos da torcida – O camisa nove salta!
Ele falou quando Jordan saltou para pegar a bola. Vi a defesa se aproximando, dois caras saltaram junto para impedi-lo, mas acabaram se chocando e rolaram ao chão.
– O camisa nove agarrou a bola! Ele vai... ele vai...
– VAAAI! – gritei de emoção ao vê-lo passar pela última defesa.
– JORDAN! JORDAN! – o nome dele era clamado enquanto ele corria.
– E é touchdown para os Tigeeeers!
– ISSOOOO! – gritei pulando alto quando ele chegou a endzone, marcando o touchdown e arremessando a bola com força no chão, enquanto se virava gritando de volta para a torcida.
As meninas pulavam, sacudindo os pompons e o time corria na direção do Dan para comemorar. Olhei o placar que marcava 35 pontos para os Tigers agora, a partida foi encerrada. As meninas me abraçaram pulando, e eu sorria largo, abraçando elas de volta. Naquele momento, na minha cabeça só tinha uma coisa: ele marcou para mim, ele fez aquilo porque eu pedi. Comemorei junto com elas, sentindo os meus olhos lacrimejarem de alegria.
– JORDAN, JORDAN, JORDAN! – a torcida gritava o seu nome com mais fervor agora.
– Eles estão vindo, meninas. – anunciou Christine, e nos separamos, sacudindo os pompons ao alto enquanto voltávamos ao campo.
Uma brisa gélida soprou algumas mechas de cabelo soltas do rabo de cavalo, e me apressei a arrumá-las quando vi Jordan tirar o seu capacete. Minhas pernas pareceram ganhar vida própria, dando alguns passos a frente, ao mesmo tempo em que ele corria em minha direção. Por Deus, eu estava louca para beijá-lo. Mordi o meu lábio inferior com força, e ele soltou o capacete ao chão, me agarrando pelas pernas, para logo em seguida me suspender no ar.
Sorri largo quando girou comigo, e entrelacei meus braços pelo seu pescoço, apertando firme os pompons em minhas mãos. Quando seus olhos se encontraram com os meus, senti um friozinho crescer na barriga, e passei a encarar aqueles lábios rosados e macios, os quais rapidamente selei em um beijo caloroso, sem ao menos me importar com o fato de estarmos cercados.
Naquele instante, ele era tudo o que importava para mim, e era como se só tivéssemos nós dois em meio aquele imenso campo de futebol. Jordan pediu passagem com a língua, e eu rapidamente cedi, me deliciando no sabor agradável de menta que sua boca carregava, sentindo-o me pôr de volta ao chão, sem romper o beijo.
Sua mão esquerda subiu à minha nuca, ao tempo em que a destra dava um leve e discreto apertãozinho em meu traseiro por cima da saia, antes de rompermos o beijo por falta de ar. Eu respirei fundo, olhando em seus olhos caramelados novamente, eram tão viciantes.
– Foi para você, Liz. – disse ele, com um sorriso radiante estampado no rosto, enquanto agarrava meus quadris.
– Ah, Jordan, você foi incrível! – entrelacei meus braços em volta do seu pescoço, devolvendo um sorriso entusiasmado.
– Agora vai pensar com carinho? – questionou ele, quase esfregando seus lábios nos meus, de tão pertinho que estávamos.
– Eu aceito, Davis. – confirmei, sem pensar duas vezes, e lhe dei mais um selinho.
– É? – ele perguntou risonho.
– Sim! – respondi, mergulhando naquele sorriso gostoso que se formou em seus lábios.
– Lizzie, Jordan! – ouvimos a voz de alguém soar e avistamos os meus pais do outro lado da grade.
Só então me lembrei de que eles haviam vindo assistir o jogo, e minhas bochechas queimaram violentamente quando Jordan acenou para eles. Minha mãe parecia bem animada, e assim que o Dan se abaixou para pegar o capacete, ela abriu a boca em uma comemoraçãozinha nossa, o que me fez arregalar os olhos, um tanto nervosa.
– Vamos lá, linda? – Jordan estendeu sua mão em minha direção, a qual eu rapidamente segurei, fazendo uma sutil confirmação com a cabeça.
Caminhamos em direção ao gradeado, onde meus pais estavam, e paramos bem em frente a eles. Engoli em seco ao notar o meu pai arquear uma sobrancelha, olhando para as nossas mãos. Sei que ele havia gostado do Jordan, mas lembro bem que não se agradava nada do meu namoro com Luke, isso me deixava um tanto apreensiva.
– Boa noite, senhor e senhora Andrews. – Jordan os cumprimentou, sendo super educado. Minha mãe sorriu largo.
– Vocês dois...? – meu pai olhou de mim para ele.
– Querido! – minha mãe bateu com o cotovelo em seu braço, em uma leve repreensão. Jordan sorriu sem graça.
– Eu gosto da Lizzie, senhor. Acho que nós estamos... – ele me olhou, e sorri envergonhada – Estamos juntos agora, não é?
– Ah... é. Eu acho que sim. – respondi nervosa, aquilo me pegou de surpresa, mas o meu pai pareceu satisfeito.
– Ai, que bonitinhos. – minha mãe falou toda fofa, mesmo eu lhe repreendendo com o olhar.
– Isso se... não tiver nenhum problema. – Jordan encarou o meu pai novamente.
– Se a minha filha está feliz, então... tudo bem. – disse o sr. Louis por fim, e Dan apertou a minha mão – E a propósito, grande jogo, Jordan! Grande jogo! Você tem futuro, rapaz!
– Obrigado, senhor. – ele sorriu extremamente contente. Aquele assunto renderia se Chris não tivesse passado bagunçando os cabelos do Dan.
– Vestiário, Davis! O treinador tá chamando. – avisou ele, correndo de costas, Jordan apenas assentiu.
– Eu...
– Vai lá, Dan. – falei doce, e ele me deu um sorrisinho.
– Até mais! – Jordan apertou a mão do meu pai, depois logo saiu dali.
O vi correr pelo gramado junto aos outros Tigers. Também avistei Emily caminhar agarradinha ao braço do Noah, eles formavam um lindo casal e pareciam ter se acertado de novo no fim das contas, o que me deixou muito feliz. Tayler passou correndo por eles e logo depois meus olhos encontraram a Christine que juntava os seus pompons no chão, com um sorriso de canto a canto. Nesse instante, me ocorreu uma ideia, afinal, ainda tinha que inventar uma boa desculpa para os meus pais me deixarem dormir fora.
– Mãe, pai... – chamei a atenção deles, que rapidamente olharam para mim – Uma amiga me convidou para dormir na casa dela hoje.
– Quem é essa sua amiga? – perguntou minha mãe, e forcei um sorriso.
– Christine! – chamei, e ela olhou em minha direção assim que me ouviu, então tratei logo de me aproximar.
– Olá, raiozinho de sol. – respondeu ela, de muito bom humor.
– Me ajuda? – pedi baixinho, e uma das suas sobrancelhas arqueou, mas a ruiva não tardou a entender ao que eu me referia.
– Então você aceitou o convite do Davis não foi, danadinha? – ela falou brincalhona, me fazendo sorrir envergonhada.
– Sim, mas tem os meus pais... – tentei explicar, mas Christine saiu me arrastando pelo braço.
Logo chegamos até os meus pais, que pareceram adorá-la, afinal, ela era incrivelmente doce quando queria ser e, assim que pediu para que eles me deixassem "dormir na sua casa", simplesmente não conseguiram dizer "não". Só depois de pegarem o endereço e o telefone da Christine, dona Elisa e o Sr. Louis se deram por vencidos e foram embora. Então, nós duas seguimos direto para o vestiário, entre risadinhas e cochichos sobre como o Jordan devia estar ansioso para passarmos a noite juntos.
Apanhei minhas roupas e toalhas no meu armário, enquanto aguardávamos um dos box serem liberados, e tratei logo de me jogar debaixo do chuveiro na primeira oportunidade. Apesar de tentar disfarçar, estava bastante nervosa com o fato de dormir na casa de um garoto, até porque eu nunca tinha feito isso antes. Será que era mesmo certo dar esse passo com o Jordan? E se ele só estivesse pensando em sexo? Quer dizer, eu sei que esse convite já dizia muito, era bem provável que fosse rolar hoje, e eu até acho que queria, mas não estava totalmente certa disso.
Mil e uma coisas se passavam na minha cabeça durante o banho que era para ter sido relaxante. Segui me arrumando e, talvez por estar ansiosa com o que podia ou não acontecer depois de hoje, não consegui me concentrar em me produzir tão elaborada como as outras meninas. Por conta disso, fui a primeira a terminar, e resolvi sair para tomar um ar ou teria uma crise enquanto aguardava Christine e Emily ficarem prontas. Contudo, posso ter me arrependido dessa decisão no instante que empurrei a porta e vi o idiota que fumava um baseado, escorado na parede bem a minha frente.
– O que você está fazendo aqui? – indaguei, e seu olhar rapidamente esquadrinhou o meu corpo, até alcançar o meu rosto.
– Qual foi? – Jason afastou o cigarro dos lábios, assoprando a fumaça para cima – Vai dizer que é proibido fumar no corredor agora?
– Tenho quase certeza de que é proibido sim. – cruzei os braços – Ainda mais sendo maconha.
– O quê? Essa porra aqui é maconha? – suas sobrancelhas arquearam, num deboche irritante – Eu juro que não sabia, estava na maior brisa, obrigado por me avisar, Lizzie.
– Por que veio fumar logo aqui na frente do vestiário feminino? – perguntei, já sem paciência.
– Porque eu quis, e veja só... – ele abriu os braços como se procurasse alguma coisa – Não atirei, nem espanquei ninguém hoje. Suponho que pelo que você me disse, o Jordanzinho deve estar saltitando de alegria.
– Está esperando que eu te agradeça pelo mínimo, é isso? – franzi o cenho.
– Não, essa merda não faz o meu estilo, e eu não tô nem aí pra você ou para o imbecil do Jordan. – o vi negar com a cabeça – Na verdade, eu nem me liguei que esse era o vestiário feminino.
– Não acredito em você! – apertei meus próprios braços.
– Que se dane! – ralhou Jason, sem um pingo de educação – Eu já estava de saída mesmo... Espero que se divirta com o meu irmãozinho pau de mel, pelo que eu vi lá no campo, ele vai te traçar toda hoje.
– Você é tão desagradável! – rangi os dentes.
– Igualmente, Lizzie. – um sorriso sarcástico se desenhou em seus lábios.
Em seguida, me afastei para trás ao perceber Jason dar um passo para frente, mas ele não fez nada além de me olhar com desdém enquanto voltava a fumar o seu baseado. Preferi ficar na minha quando ele se virou seguindo caminho pelo corredor, simplesmente não valia a pena discutir com alguém tão estúpido e grosseiro assim. Por sorte, não demorou até Christine e Emilly também saírem do vestiário já prontas, então tentei esquecer aquela conversa indelicada e sem sentido que acabara de acontecer.
Enquanto esperávamos os meninos serem liberados, acabamos combinando de ir ao shopping pela manhã de sábado, e claro que incluímos Dylan nisso, ou ele nos mataria. Depois de alguns minutos, Tayler foi o primeiro a sair e Christine logo foi embora com ele, em sequência vieram Jordan e Noah. Seguimos juntos para o estacionamento, onde nos despedimos. E antes de entrarmos nos carros, Emily disse que passaria com o Dylan pela manhã para me buscar na casa de Jordan.
– Então... vocês marcaram de fazer algo amanhã? – perguntou Dan, assim que colocamos os cintos de segurança.
– Ah, sim. Vamos ao shopping. – respondi, logo vendo-o assentir, enquanto manobrava o carro para fora da vaga.
– Isso parece legal. – ele sorriu doce para mim.
Jordan estava tão feliz, eu também. Foi um grande jogo, e falamos sobre isso praticamente o caminho inteiro, acabei até esquecendo que estava nervosa, ele era um amor de pessoa, e não ficou fazendo insinuações, nem coisas do tipo. Quando chegamos a sua casa, me disse que sua mãe tinha viajado para visitar os seus avós no Texas e que Jason passava a maioria das noites fora.
Em outras palavras, teríamos a casa só pra gente, mas diferente do que eu pensava, seguimos primeiro para a cozinha, onde o Jordan preparou um lanche para nós dois. Confesso que eu estava morrendo de fome, e acho que ele também. Ofereci ajuda na hora de lavar os pratos, mas ele negou e pediu para que eu o esperasse, então ficamos conversando sobre alguns furos da defesa do outro time, seu ego estava nas alturas e ele me arrancou algumas risadas.
– Mas agora, o que acha de subirmos? Quero que você conheça o meu quarto. – Jordan alcançou uma toalha ao terminar de lavar os pratos, a qual usou para secar suas mãos – Não é lá grande coisa, mas podemos assistir um filme ou só conversar, sei lá... o que você quiser.
– Ah, claro. Vamos. – respondi, vendo aquele sorriso gostoso se aproximar de mim.
– Você é tão fofa, tão meiga! – ele me agarrou pela cintura, me roubando um selinho – Ainda nem acredito que está aqui, que aceitou vir comigo.
– Mas... eu estou. – encarei aquele mar de mel que eram os seus olhos, e ele rapidamente distribuiu vários beijinhos pelo meu rosto, me fazendo rir.
– É, está sim. – delicadamente, Jordan afastou uma mecha solta de cabelo para trás da minha orelha – Vem, vamos subir, linda.
Desci do banquinho onde estava sentada, seguindo com ele para as escadas. Da primeira vez que estive ali, observei que a sua casa era muito bonita, mas hoje não conseguia prestar atenção em nada por conta daquele friozinho que crescia em minha barriga. Eu ainda não tinha certeza se dormir com o Jordan era mesmo o que eu queria, mas a Christine estava certa, ele era um cara legal. Subimos as escadas, e logo senti os seus braços fortes me agarrarem por trás, distribuindo alguns beijinhos carinhosos pelo meu pescoço, o que me fez arrepiar dos pés a cabeça.
Prendi o meu lábio inferior entre os dentes num leve sorriso bobo, e o Jordan me guiou para a terceira porta a direita no corredor. Adentramos o cômodo, e o vi fechar a porta atrás de nós. Olhei em volta, a fim de observar a decoração. Era um quarto bem espaçoso, sua cama era de casal e ficava bem centralizada entre duas mesinhas de cabeceira. Havia um tapete azul entre ela e a TV, com um xbox conectado no painel instalado na parede. Ao lado ficava um cesto com diversos tipos de bolas dentro. O guarda-roupa se encontrava mais ao canto, entre a janela e o computador sobre a escrivaninha.
Mas o que me chamou atenção mesmo foi uma prateleira repleta de troféus e medalhas, bem ao lado direito da parede com alguns pôsteres de futebol. Olhei para o Jordan por cima do ombro, e um leve sorriso me escapou quando ele me soltou, então caminhei um pouco pelo seu quarto, era um cômodo estranhamente agradável e muito bem organizado. Sem mencionar que, o seu delicioso perfume amadeirado se espalhava por todo o ambiente, o que deixava tudo muito melhor. Segui até a prateleira e, ao olhar para trás, o vi se encostar na porta apenas me observando de longe.
– São... Eles são todos seus? – me referia aos troféus, um tanto curiosa, ele sorriu assentindo.
– Eu pratico alguns esportes desde criança. – Jordan se desencostou da porta, se aproximando de mim – Mas o que eu mais gosto é esse aqui.
O vi apontar para o troféu que tinha uma base dourada reluzente, com a silhueta em vidro de um homem saltando e segurando uma bola.
– Algum motivo especial? – perguntei, e ele rapidamente confirmou com a cabeça.
– Foi o primeiro campeonato de basquete que eu ganhei, o meu pai estava lá. Isso... foi importante para mim. – Jordan explicou olhando diretamente em meus olhos, pude sentir minhas bochechas esquentarem.
– Você o amava muito, não é? – ele assentiu – Tenho certeza de que o seu pai sentia muito orgulho de você, Dan.
– Ah, Liz... – ele acariciou a minha bochecha delicadamente com sua mão esquerda, o que me fez sorrir tímida – Adoro esse seu jeito doce e calmo. Você é diferente, quer dizer... Eu gosto da sua companhia, gosto de conversar com você, e acho... Bom, eu acho que gosto mais de mim quando te faço sorrir. Você é tão... perfeita.
– Acho... – engoli em seco, sentindo a sua destra pousar em minha cintura – Eu acho que você é bem mais, Jordan.
– Impossível. – ele sorriu, olhando no fundo dos meus olhos quando pousei minhas mãos em seu peitoral – Você é a garota mais fofa que já conheci. Sabe? É inteligente, bem humorada, carinhosa... Mas nada muito exagerado, ou superficial. Você mexe comigo, Liz, de um jeito que eu ainda não sei explicar.
Senti Jordan me puxar para mais perto, em seguida o seu polegar esquerdo desenhou os meus lábios e, à medida que o seu rosto se aproximava do meu, nossas respirações se misturavam. Eu podia sentir o meu coração acelerando os batimentos dentro do peito, cada vez mais. Deslizei minhas mãos em direção ao seu pescoço, fechando os olhos devagarinho, enquanto seus lábios entre tocavam nos meus.
Arranhei sua nuca com as pontinhas das unhas, sentindo sua destra escorregar em direção a minha bunda, apertando-a com força. No momento seguinte, Jordan me empurrou contra a parede, eu arfei e a sua boca tomou a minha em um beijo intenso, o que fez uma corrente de energia me percorrer inteira. E, quando o seu corpo se prensou ao meu, me permitindo sentir o calor que exalava de sua pele, eu puxei os seus cabelos.
Então, sua língua invadiu minha boca sem avisos, me fazendo provar o sabor delicioso de menta que tinham seus lábios. A essa altura, suas mãos grandes, deslizavam por todo o meu corpo, como se desenhassem minhas curvas em sua memória, como se quisessem guardar cada traço do meu corpo, até agarrarem firme as minhas coxas. Senti os pelos da nuca eriçarem com força e, ao rompermos o beijo, Jordan sorriu de canto e me deu impulso para cima.
Entrelacei as minhas pernas em sua cintura e ele voltou a me beijar intensamente, esfregando o seu quadril contra o meu, me causando seguidos arrepios deliciosos ao me fazer sentir o volume que crescia em sua calça. Mordi o seu lábio, sentindo um calor atípico crescer entre as minhas pernas, e desci meus beijos molhados pelo seu pescoço. Então, ele rapidamente se virou comigo em seus braços, caminhando pelo quarto em direção a sua cama.
– Estava contando os minutos para ficar sozinho com você, Liz. – Jordan falou em tom carinhoso, me deitando com cuidado sobre a cama, e minhas bochechas coraram violentamente – Você fica ainda mais linda toda vermelhinha assim.
– Jordan... – minha voz soou baixo e ele sorriu, ficando por cima de mim.
O vi apoiar seu peso com a destra na cama, segurando firme a minha cintura com a sua mão esquerda.
– Eu acho... – aqueles olhos cor de mel mergulharam nos meus, fazendo o friozinho da minha barriga percorrer por todo o meu corpo – Acho que eu estou ficando louco por você, linda.
Jordan aproximou o seu rosto do meu, selando nossos lábios em outro beijo, mas esse era doce e calmo. Nossas línguas se envolviam lentamente, nos estimulando à medida que o seu corpo se encaixava perfeitamente entre as minhas pernas. Arranhei a sua nuca e ele deslizou sua mão pela minha coxa direita, me fazendo se arrepiar toda outra vez. Minha saia ia subindo enquanto seus dedos deslizavam para baixo do tecido. Rompemos o beijo, e pude senti-lo deixar uma suave mordida em meu queixo, antes de seguir distribuindo beijinhos pelo meu pescoço.
As pontas dos seus dedos tocaram a renda delicada da minha calcinha, me causando um tremor delicioso por dentro. Arfei baixinho, à medida que um certo calor se espalhava por todo o meu corpo, e meus pelos eriçavam enquanto o seu polegar acariciava minha intimidade em movimentos circulares. Seus lábios macios passeavam em uma trilha de beijos molhados pelo meu colo.
Aquilo estava uma delícia, até que Jordan puxou o elástico da minha calcinha para o lado, fazendo alguns fashs perturbadores invadirem meus pensamentos. "Fica quieta, vadia! Essa boceta virgem é minha, toda minha! Vou te comer agora só pra garantir, e você vai gostar.... Você diz que me ama, agora tem que provar!", aquela voz nojenta e asquerosa soava cada vez mais alto em minha cabeça, por mais que eu tentasse desviar minha atenção.
Fechei os olhos numa tentativa de espantá-la, mas ao abri-los novamente, vi Luke em cima de mim, até mesmo senti seu toque repugnante sobre a minha pele, minha respiração falhou e meus batimentos aceleraram junto ao desespero que me preencheu em segundos. Então o empurrei com toda força, assim como havia feito antes, naquele dia horrível. Em seguida, me sentei apressada na cama. Há tempos não me sentia tão estupidamente nervosa.
– Lizzie, eu fiz... Você não quer? – Jordan se aproximou preocupado, mas eu me afastei.
– Eu... – senti os meus olhos lacrimejarem, e logo desviei o olhar para o outro lado.
– Desculpa, eu... Eu pensei que você queria. – ele estava confuso agora, e eu não podia julgá-lo por isso.
Duas lágrimas rolaram pelo meu rosto, mas eu rapidamente as sequei com as costas das mãos.
– Eu não... não é isso. – continuei sem olhá-lo, abraçando os meus próprios braços.
– Então o que foi? Você... está nervosa, é isso? – perguntou Jordan, em um tom completamente doce.
– É que eu nunca... – não consegui terminar a frase porque mais lágrimas rolaram.
Droga! Agora Jordan pensava que eu era uma idiota. Por que eu não conseguia? Ele não era como o meu ex namorado, e não estava tentando me forçar a fazer nada, mas aquele nervosismo... eu me odiava tanto, o Dan também odiaria depois daquilo. Me lembrava de como Luke gritou comigo quando eu não quis transar com ele, de como eu me senti fraca e tive medo dele. Jordan... faria o mesmo?
– Liz, você é virgem? É o que está dizendo? – ele perguntou baixinho, eu assenti de novo.
– Eu não... não consigo, d-desculpa? – solucei em meio ao choro que já corria desenfreado a essa altura. Então senti braços a minha volta, me puxando para um abraço acolhedor.
– Não precisa ficar assim, linda. Não tem que me pedir desculpas. – a voz de Jordan soava completamente calma.
– Jordan... – me virei de lado na cama, o encarando, e ele me puxou para os seus braços outra vez, encostando a minha cabeça em seu peito.
– Eu que te devo desculpas, Liz. Não fica assim, por favor? – ele deixou um beijinho no topo da minha cabeça, me apertando entre os seus braços.
– Não tá bravo comigo? – perguntei confusa, tentando controlar as lágrimas e ele desfez o abraço, segurando em meu queixo.
– Não, Liz. Eu não vou te apressar a nada, tá bom? Nunca faria isso. – Jordan secou minhas lágrimas, dando um beijinho na ponta do meu nariz, o que me arrancou um leve sorrisinho – Assim é bem melhor.
– Eu achei que você... que fosse ficar chateado comigo. – falei mais calma, coçando os olhos com as costas das mãos, numa tentativa de espantar as lágrimas.
– Não. Na verdade, agora que eu sei, quero que a sua primeira vez seja perfeita para você, mas só quando estiver pronta para mim. Nunca mais chore por conta disso, tá bom? – ele falou doce, acariciando a minha bochecha, eu assenti, olhando em seus olhos.
– Obrigada. – falei baixinho e ele me deu um selinho.
– Você... é ainda mais perfeita do que eu pensava. – sorri ao ouvi-lo, sentindo minhas bochechas esquentarem.
O abracei de novo, escondendo meu rosto na curvatura do seu pescoço, inalando o seu delicioso perfume de fragrância amadeirada. Jordan beijou delicadamente o topo da minha cabeça outra vez, passando a afagar meus cabelos. Ficamos assim por alguns minutos, até que todo aquele nervosismo foi se esvaindo de mim. Então, voltamos a nos deitar, sem nenhum tipo de pressão da sua parte, o que eu agradecia internamente.
Jordan propôs o mesmo jogo daquela primeira noite na festa do Tayler, onde ele me fazia uma pergunta e tinha que adivinhar qual era a resposta certa. Tive a impressão de que ele só fez isso para que eu relaxasse, o que o tornava ainda mais fofo e gentil. Logo o assunto surgiu de forma animada e descontraída. Descobrimos que tínhamos um gosto um tanto parecido para séries, o que era bem agradável.
Ele me apresentou "The Big Bang Theory", até assistimos alguns episódios, e eu realmente adorei os personagens, demos boas risadas com o Sheldon e o Leonard, que eram dois nerds super inteligentes. Àquela altura os ânimos haviam se acalmado totalmente. Me sentia segura com Jordan, ele realmente mostrava que se importava comigo, e isso era tão verdadeiramente bom. Seguimos conversando até o sono bater à porta.
– Pode vestir essa camisa aqui. – Jordan pegou uma peça de roupa em seu armário – Sabe, pra ficar mais confortável, mas não precisa colocar se achar que...
Ele estava todo enrolado com as palavras, e isso era tão fofinho.
– Por que não me dá a que está vestindo? – perguntei e ele parou de falar – Gosto... do seu cheirinho.
– É? – Jordan arqueou as sobrancelhas, e eu confirmei com a cabeça, sentindo minhas bochechas esquentarem – Claro, por que não?
Um sorriso doce se formou em seus lábios e, no momento seguinte, o vi colocar a camisa que estava segurando, sobre o baú ao pé da cama, rapidamente tratando de retirar a sua. Apertei a barra da minha saia, respirando fundo ao ver aquele tanquinho super definido. Mas logo me forcei a concentrar meu olhar em seu rosto, sentindo o meu quente como uma brasa, devia estar toda vermelha.
– Obrigada. – agradeci assim que me entregou a camisa – Será que você pode...
– O quê? Não. Ah, sim. Claro. Eu... – Jordan pareceu entender e pegou uma calça moletom cinza – Eu vou me vestir no banheiro lá fora. Pode... ficar a vontade.
Agradeci novamente e ele logo saiu do quarto, fechando a porta para mim. Mordi meu lábio inferior em um sorrisinho bobo, depois sacudi a cabeça para os lados e me levantei. Me despi bem rápido, dobrando minha roupa logo em seguida, a qual deixei organizada sobre a poltrona. Antes de vestir a sua camisa, eu não me contive em inalar o seu cheirinho delicioso e inebriante. Mas ao ouvir duas leves batidinhas na porta, me apressei em vesti-la.
– Pode entrar. – falei ainda tirando os meus cabelos para fora da camisa.
Ouvi a porta abrir, então me virei naquela direção, avistando Jordan adentrar o quarto já vestido em sua calça moletom, mas ainda sem camisa alguma, acho que ele não vestiria outra, nem eu queria que vestisse. Seus olhos percorreram pelo meu corpo, fazendo o rubor voltar às minhas bochechas.
– Porra, você tá muito gostosa. – seus olhos arregalaram ao final da frase – Merda! Desculpa?
Acabei rindo daquela contradição fofinha, e neguei com a cabeça, caminhando em sua direção. Seu semblante parecia preocupado, e seu olhar se mantinha fixo em meu rosto. Parei bem a sua frente, alguns poucos centímetros de distância. Lhe roubei um selinho, entrelaçando meus braços em seu pescoço, então senti suas mãos grandes e fortes pousarem em minha cintura.
– Não precisa me pedir desculpas por qualquer coisa, Dan, ok? – fixei meus olhos aos seus, acariciando sua nuca por entre os fios dos seus cabelos – Apesar de que você fica uma gracinha todo nervoso assim.
– É? Você gosta? – ele sorriu mais aliviado quando assenti – Acho que está certa. Eu... eu quero te ver usando minhas roupas mais vezes, Liz.
Rimos juntos, enquanto caminhávamos de volta em direção a cama...
[...]
🍁. Lizzie e Jordan, alguém shippando esse casal?? haha
🍁. O que acharam do capítulo? Deixem seus comentários e não se esqueçam de votar! Beijinhooos! 😘😘
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