Capítulo 1
— Então eu vos declaro casados!
Leni e Érick se beijam e os aplausos se espalham por todo ambiente. A felicidade de ver meu amigo se casando com o amor de sua vida me toma e transborda pelos meus olhos de madrinha boba. Eles caminham de mãos dadas em direção ao final da cerimônia e a chuva de arroz começa. Tudo lindo, como planejamos.
A festa começa e os convidados todos já estão bem envolvidos e deslumbrados com a decoração maravilhosa do casamento deles. Mas confesso que nada se compara com o sorriso do meu amigo, pra mim era a coisa mais linda de todo aquele espaço. Enquanto eu os observava, tenho minha cena absolutamente cortada...
— Aimê!!! Quer me matar de susto!
Minha princesa lindamente vestida como daminha de honra, estava embaixo da minha cadeira tentando se esconder de Diego. Depois de ver aquele rostinho lindo de menina sapeca combinado com:
— Fica quietinha mamãe! O papai pensa que eu "tou invixível"!
Esse jeitinho dela tentar pronunciar as palavras me mata de fofura! Por mais erradas que as palavras estejam, para nós pais, elas acabam de ser pronunciadas da melhor maneira, mais isso só acontece no vocabulário da fofura. Eu resisto duramente a não apertar as bochechas nada "invixíveis" dela. Diego abaixa e logo a pega cobrindo-a de beijos e cosquinha, Aimê puxa ele pela gravata e sai disparada pela festa fazendo Diego correr feito doido atrás dela. Josi chega perto de mim, com as mamadeiras cheias de leite dizendo:
— Acho que estou uns 600 ml mais magra! Desde que chegamos aqui Aimê não quis mamar nenhuma vez.
Ela me dá um beijo e se senta exausta do meu lado. Mesmo com seu olhar cansado, ela continuava sendo a mulher mais linda daquela festa! Nossa, como eu amo a minha família!
Depois de nos despedirmos, entramos no carro e fomos direto pra casa. Aimê dormiu logo depois de mamar no colo da Josi e confesso que eu tirei uns cochilos no caminho. Entrando em casa, tomamos banho e como qualquer pais de uma pimentinha de dois anos, só queríamos dormir, mas é claro que a nossa princesa não tinha os mesmos planos que nós...
—Mamãe! Eu quero o Sr. Patinho! Ainda não brinquei com ele na minha banheira hoje!
Josi e Diego estavam mortos na cama, então a mamãe aqui foi lá colocar ela e o patinho de borracha dentro da banheira. Depois de um bainho quente, pijaminha limpo e uma mamadeira quentinha... Não, ela não dormiu! Aimê queria ver desenho. Sentei com ela na sala e enquanto ela cantava sem parar eu peguei no sono, sendo acordada assim que escutei o barulho de Diego levando ela pro quarto. Aí céus, quando é que minhas noites de sono voltarão a ser normais?
Segundou e bora trabalhar! Josi arrumava Aimê para a creche enquanto Diego passava o café. Comemos rápido, Diego leva Aimê pra creche e eu dou carona pra Josi até o curso. Chego na loja e Lu já está me esperando com uma cara ótima! Até quando eu terei inveja das pessoas que dormem?
— Oi chefa! Bom dia! Pela sua cara, Aimê deu trabalho essa noite.
Confirmei apontando pro copo de café que eu trazia e fui pro estoque definir os preços nas minhas novas lingeries que chegaram. Quando consigo alinhar o raciocínio, sou interrompida com o celular tocando...
— Amiiiigo! Como que vai essa lua de mel?
Vejo Leni pela vídeo chamada de óculos escuros, segurando uma margarita e de sunga na praia de Cancun às 10 da manhã... não sei nem por qual motivo perguntei como estava.
— Está tudo maravilhoso! Acho que nunca transei tanto na minha vida!
Eu fico feliz por ele, mas sinto aquela pequena inveja corroendo o meu ser...
— Então deve estar transando por mim! Pois desde que Aimê chegou em nossas vidas, a felicidade e o amor aumentaram, mas já os orgasmos... caíram por terra! Mas o assunto aqui não sou eu, cadê meu cunhado gato?
Leni dá um gole na sua margarita e diz:
— Foi ali pedir algo pra comer. Mas olha... Aimê já está com dois anos amiga. Ela já toma mamadeira de boa. Porque você não deixa ela com sua mãe uns dias e retoma aí esses orgasmos faltantes? Não precisa ir longe. Vai pra um hotelzinho próximo da cidade.
Como sempre o meu amigo abrindo meus horizontes.
— Olha, vou falar com Diego e Josi. Você tem toooooooda razão! Mas oh... curte muito a sua lua de mel! Vocês merecem! — Nos despedimos e logo desligamos.
Pela glória de Deus o dia passou voando! Quando dei por mim, já era hora de fechar a loja e ir buscar Aimê na creche. Chego lá e a minha princesa vem correndo me abraçar dizendo:
— Mamããããe! Eu tava com saudades! — Abraço ela forte dizendo:
— Mamãe também estava. Vamos lá! Mamãe Josi e papai devem estar querendo um abraço desse também!
Ela vem no banco de trás sentada na cadeirinha contando tudo o que ela fez na escolinha com um sorriso de orelha a orelha. Entramos em casa e coloco a danadinha no banho com o Sr. Patinho. Enquanto ela brinca na sala, preparo o jantar e Diego chega, me dá um beijo e já somos empurrados com Aimê gritando:
— Papaaaai! — Os dois vão pra sala quando Josi chega em seguida:
— Oi amores! — Ela trazia uma boneca de pano na mão para Aimê que a agarra dizendo:
— Ela vai ser minha filhinha! O nome dela vai ser Ane!
Eu sorrio dizendo:
—Mais uma boneca amor?
Ela me responde:
—Comprei essa de pano pra que ela possa dormir junto. Li que crianças que tem um "companheirinho" de noite, tendem a se sentir melhor e passam a dormir a noite toda. Oremos!
Durante o jantar eu converso com eles sobre a ideia que o Leni me deu e concordamos em deixá-la com a mamãe por um fim de semana. Acho que dará tudo certo! Já conversei com meus pais e eles estão mais ansiosos que nós. Achei que precisaríamos trabalhar a cabeça da Aimê para convencê-la a dormir sem nós, mas ela tá doida que o fim de semana chegue pra ela levar a boneca de pano pra dormir com ela na casa dos avós.
A semana passa e finalmente chega a sexta-feira! As malinhas da Aimê já estão prontas e eu já estava acabando de arrumar as nossas também. Abro minha gaveta para pegar algumas lingeries, pois quero que esse fim de semana seja fantástico! Assim que puxo um dos meus sutiãs da gaveta, adivinha o que eu encontro... meu querido diário! Abro ele rapidamente e dou uma foleada nas páginas, relembrando um pouco do quanto essa época foi gostosa. E pelo visto, já está mais que na hora de limpar a poeira dessa capa e voltar a preencher essas páginas com minhas histórias deliciosas...
Chego no apartamento dos meus pais e Aimê corre pros braços deles, já puxando meu pai pra cozinha e perguntando se tem bolo da vovó. Minha mãe me abraça e diz:
— Podem ir tranquilos. Compramos um monte de coisas aqui pra ela e arrumei a caminha dela do lado da nossa. Estou muito feliz em ter um fim de semana inteirinho pra mimar minha neta!
Lhe dou um abraço, agradeço mais uma vez e digo que estaremos com os celulares ligados. Chego no carro, olho pra Josi e Diego e digo:
— Play fim no de semana!
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