CAPÍTULO QUATRO
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ATENÇÃO: Seu voto é importante, então, por favor, deixe sua estrela ao chegar ao fim do capítulo.
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Eu já havia terminado o jantar que por sinal estava uma delícia, e após alimentada me preparo para arrumar minhas roupas no closet, Miranda insiste que ela quem deve fazer, mas concordei apenas com sua ajuda.
- E é isso que damas de companhia faz? - pergunto colocando na estante as blusas que Bet e Ame separaram, não eram muitas roupas e pela previsão médica sobre meus pais eu terei que repeti-las.
Espero que não existam regras que proíbam repetição de roupas no pergaminho de moda real.
- Sim. - afirma calma - Eu preparo os seus banhos também. - fala - Ajudo com a escolha de roupas, arrumo sua cama pela manhã, sou um bom ombro amigo... - diz guardando meus sapatos.
- Por favor, não querendo desmerecer o seu trabalho, mas eu prefiro ficar com a sua amizade e com seu ombro amigo. - murmuro a olhando.
Fecho a mala de roupa agora vazia e a guardo em uma das prateleiras altas do closet grande e espaçoso.
- Isso não vai ser difícil. - afirma enquanto tiramos da outra mala os sapatos. - Você parece ser uma boa amiga. - confessa e eu a olho.
- Eu digo o mesmo de você. - retribuo - Eu amei seu cabelo. - elogio e ela sorri.
- A rainha cultiva babosa e permite usarmos, ela é boa pro cabelo. - conta.
- Minha mãe costumava a usar no meu, mas daí eu cresci e comecei a tomar vitamina. - brinco e ela sorri.
- Eu tomo também. - conta - O médico receitou pro crescimento das minhas unhas.
- Não crescem? - pergunto e ela nega. - As minhas também não quando eu era menor, a vitamina ajudou. - afirmo.
- Eu ainda não percebi diferença, mas acho que é porque comecei o tratamento faz pouco tempo. - fala e eu assinto. - O chip funcionou? - pergunta e só então lembro do meu celular que chegou morto ao quarto.
- Ainda não fui ver. - respondo tirando meu material de dentro da mala. - Ele está carregando. - justifico.
- Bem, não temos uma viciada em celular aqui. - murmura com um sorriso e eu nego com meus livros nas mãos.
- Não mesmo. - afirmo saindo do closet. - Tudo o que se torna vício nos faz mal. - comento e eu a ouço concordar.
Coloco os livros sob a penteadeira que será minha mesa de estudos provisória e então volto para o closet.
- Você estuda Miranda? - pergunto pegando os estojos e então ela fecha a mala.
- A noite, sim. - afirma - O salário que eu ganho me ajuda a pagar a faculdade. - conta e eu assinto.
- Você faltou hoje porque? - pergunto saindo mais uma vez do cômodo com ela atrás de mim.
- Eu queria conhecer você, eu poderia deixar pra amanhã, mas se fosse talvez eu não ficasse como sua dama. - fala e eu a olho.
- Está falando sério? - pergunto.
- Sim. - afirma - Mary uma vez me disse, em um dos nossos momentos de oração, que eu e você daríamos boas amigas. - fala e a olho após colocar os estojos na mesa.
- Eu nem sei o que falar. - sorrio - Obrigada. - agradeço.
- Não vejo a hora de nos conhecermos mais. - fala - Mas por agora eu vou deixar você descansar e eu também vou. - sorri gentil e eu assinto.
- Obrigada pelo jantar, pela ajuda e pela companhia. - agradeço segurando as mãos dela.
- Não precisa agradecer. - me puxa para um abraço. - Até amanhã, boa noite, Sophia.
- Boa noite. - retribuo.
Eu aceno para ela que fecha a porta com um sorriso, olho ao redor e com um suspiro sigo em direção a minha mala de mão em cima da cama.
Eu a abro e tiro de lá meu notebook e as fotos, sorrindo eu observo o rosto dos meus pais, e então meus amigos.
Deixo meus olhos irem em direção a ele que carrega e depois meu corpo.
Eu o ligo e espero calmamente o Iphone dar "oi", enquanto isso guardo minhas nas gavetas dispostas na penteadeira.
Meu notebook na primeira do lado direito junto de seu carregador, na segunda meu diário, minha bíblia e meus estojos e divido os livros entre a terceira da direita e da esquerda.
Encontro na primeira gaveta da esquerda quatro porta retratos e com um sorrio eu volto a cama para pegar as fotos, quando já estão todas em cima da cômoda eu sorrio e então volto a me aproximar do celular.
A carga está em cinquenta por cento, com essa quantidade eu consigo falar com meus amigos, está um pouco tarde, mas ligarei.
Disco o número de Ame que lembro de cor e caminho até a sacada ouvindo a ligação chamar.
Caminho calmamente até a beira do parapeito médio e olho pra linda visão da parte traseira do palácio.
A noite está estrelada, a lua não é visível daqui, talvez porque esteja do lado contrário ao qual ela nasce, porém sua luz ilumina o galinheiro e a estufa, de estrutura metálica e com uma abóboda alta, os deixando com um ar ainda mais belo.
*Alô? - ouço a voz hesitante e calma de Ame.
*Ame, sou eu. - digo e ouço ela dizer meu nome do outro lado da linha.
*Eu sabia que ia ligar, Soph! - ouço Bet se aproximar barulhenta como sempre e sorrio ainda mais.
*Estávamos esperando. - afirma Isla dessa vez.
*Roger comprou para mim um chip, mas só consegui ligar meu celular agora, como vocês estão? - pergunto me distanciando da beira e indo até uma das poltronas da sacada.
*Quem deve fazer essa pergunta somos nós. - exclama Ame.
*Quem é Roger? - pergunta Betânia.
*Como estão seus pais? - dessa vez é Isla.
Eu rio divertida e junto ao meu corpo minhas pernas e meus pés limpos e descalços, me acomodando na poltrona.
*Quantas perguntas gente, calma. - peço divertida. *Vamos começar com minha, eu perguntei primeiro. - digo e elas não parecem concordam.
* Estamos bem, Soph. - afirma Ame * Nada de diferente aconteceu por aqui desde que você embarcou. - conta e eu assinto.
*Bem, eu também estou bem. - digo. *A viagem foi tranquila e quando fui embarcar no jato eu me senti alguém de importância pública, nunca tive tantas pessoas olhando pra mim. - digo sorrindo.
*De quem era o jato afinal? - pergunta Bet e eu sorrio.
*Do príncipe Adam. - conto e rio divertida ouvindo as exclamações de "eu disse", "eu tinha certeza" e "não acredito!" de Betânia. *Não surta ainda, não chegou na melhor parte. - afirmo.
*E qual é a melhor parte? - pergunta entusiasmada.
*O palácio. - digo recostando minha cabeça no encosto da poltrona *Aqui é fantástico, amanhã farei uma chamada de vídeo pra vocês verem, o meu quarto... - suspiro *Eu me sinto importante. - falo e rio com elas.
* É engraçado te ouvir falar assim. - murmura Ame *Mas eu não consigo ter uma visão de como é. - confessa.
*Pense em dourado e castelo da idade média, é isso. - murmuro.
*Eu não me lembro das aulas de história, normalmente eu dormia. - confessa e nós rimos.
*Por que isso não me surpreende? - questiono divertida. - No meu quarto tem uma sacada e dela dá pra ver um galinheiro e uma estufa.
*Isso é fantástico. - murmura Isla * Eleonor iria amar.
*Tenho certeza que sim. - concordo.
*Soph, e seus pais? - questiona Ame e eu suspiro.
*Bem, estão internados e vão ficar por tempo indeterminado, por enquanto. - digo *Conversei com o médico e ele não deu previsão de alta pra nenhum dos dois, minha mãe foi a que mais se feriu por estar no lado que foi atingido pelo outro carro. - conto * Duas costelas quebradas, um corte na cabeça e o osso do calcanhar fraturado. - conto e ouço elas lamentarem. *Ainda essa noite ela passou por uma cirurgia pra colocar pinos e endireitar o osso. - digo as meninas.
*Meu Senhor Soph, eu sinto por ela. - afirma Ame.
*Bem, quando eu saí do hospital ela havia acabado de sair da sala de cirurgia, foram mais de duas horas, mas para o alívio de todos, correu tudo bem. - digo e as ouço agradecer a Deus. - Meu pai, no entanto, não se feriu muito, mas também teve uma fratura.
*Ele também precisou de cirurgia? - pergunta Bet.
* Não, graças à Deus, não. - afirmo *O doutor disse que conseguiram endireitar o braço e agora meu pai está com uma tala. - explico.
*Isso é bom. - afirma Ame e eu assinto.
* Fisioterapia pra geral. - murmura Bet. *Eu sabia que estavam curso errado. - resmunga nos fazendo rir baixo.
*Todo mundo parecia saber disso, menos você. - a provoco tendo a certeza de que se fosse chamada de vídeo a teria visto me dar a língua.
*Ei Soph, já conseguiu conversar com seus familiares? - pergunta Isla dessa vez.
* Ainda não, por causa da diferença de horário, e também porque só peguei meu celular agora. - digo fechando meus olhos sobre o repouso.
*E a senhora O'Kelly entrou em contato? - Ame questiona.
* Ainda não. - respondo com os olhos agora abertos e observo as finas nuvens passearem pelo seu estrelado. * Acredito que ela ligará amanhã.
*Qual os seus horários de aula amanhã? - pergunta Bet e eu franzo o cenho.
*Você faz os mesmos horários que o Pierre, não faz? - pergunta Ame.
*Menos direito penal. - respondo.
*Fala o nome de uma pessoa desse horário que tenha amizade. - pede Isla e eu franzo o cenho.
* Eu tenho amizade com todos. - murmuro sem alguém específico em mente.
* Talvez a Alisha. - comenta Bet e eu assinto.
*É, costumamos fazer trabalhos juntas, mas o que vocês vão fazer?
*Pedir pra eles gravarem as aulas pra você assistir. - explica Ame.
*Vocês são as melhores amigas que eu poderia ter. - murmuro com um sorriso.
* Nós sabemos. - diz todas elas juntas me fazendo rir.
Converso com elas mais um pouco e conto, com os surtos de Bet, como é o palácio, a família real e como é estar aqui, de novo. Depois que desligamos eu vou em direção ao banheiro com um propósito, tomar banho e após conclui-lo, escovo os dentes e faço xixi.
Volto para o quarto e ajoelho para orar, agora se aproxima das duas da manhã e eu nunca me senti tão cansada, mesmo assim oro com fervor pedindo pelos meus pais, pela saúde deles, por mim e por força, agradeço pela vida e hospitalidade do rei e da rainha e também agradeço pelo apoio dos amigos que eu tenho como irmãos.
Alguns minutos depois eu me levanto, afasto a colcha e me deito sob o lençol fresco e macio do colchão sentindo meu corpo agradecer de várias formato diferentes.
Eu não preciso de muito mais para apagar.
Quinta - feira I 02 de Junho
- Ram... - me sento na cama em um sobressalto.
A sensação pesada do pesadelo ainda cobria meu corpo, olho em volta e suspiro aliviada por ser apenas um sonho ruim e então esfrego meu rosto com as costas das mãos.
Sinto o gosto amargo na minha boca e a vontade chorar transborda, porém eu olho para fora das portas abertas da sacada e vejo o céu que parece ter acabado de receber o sol e então me levanto.
Talvez seja cedo, porém não tenho coragem de voltar a dormir, caminho até a sacada e respiro o ar fresco da manhã, com certeza não é nem seis da manhã ainda.
Faço uma oração agradecendo pela noite de descanso, mesmo que insuficiente, e parto para o banheiro sentindo minha bexiga apertada.
Após me aliviar eu escovo os dentes e então arrumo meu cabelo o prendendo em um rabo de cavalo.
Eu não faço ideia qual o horário que a movimentação no castelo começa, pretendo ir ao hospital ver meus pais, mas eu vou esperar até que pelo menos o rei e a rainha estejam de pé, posso aproveitar para dar um passeio pelo castelo enquanto seus corredores estão vazios.
Saio do banheiro, a primeira porta ao lado esquerdo da penteadeira e entro no closet que fica do lado esquerdo da porta do banheiro.
Escolho entre minhas peças um vestido simples, não tenho certeza das regras então prefiro prevenir do que fazer feio, visto a roupa de tecido fino e liso, a cor é verde musgo e as mangas não são tão cumpridas, seu corte é reto e ele cobre até meu joelho.
Calço uma sandália baixa dourada e como de costume não faço maquiagem, mas passo creme no rosto, perfume e desodorante.
Com um sorriso singelo eu deixo o banheiro e vou até meu celular, ontem Betânia me cobrou fotos e prometi que as mandaria assim que desse, essa me parece uma boa oportunidade.
Caminho até a porta do quarto e a abro com cuidado, não quero fazer barulho e também não quero correr o risco de quebrar alguma coisa.
Saio no corredor silencioso e vazio trazendo a porta comigo e a fechando em um clique baixo, olho para trás em direção ao deck e sorrio imaginado minha mãe ali, tomando chá com a rainha e conversando sobre a vida, Jesus, casamento e filhos.
Com um abano de cabeça volto minha atenção para frente e então cruzo silenciosamente o corredor, me apoio no corrimão de pedra para descer as escadas e então me vejo dividida em qual direção seguir.
Corredor da sala de estar ou do salão de baile?
Talvez seja mais inteligente eu ir pra onde eu já conheço, mas então me lembro que a biblioteca fica pro outro lado e então me decido.
Caminho pelo corredor idêntico ao de ontem e mais uma vez observo com atenção todos os detalhes da decoração e arquitetura.
É quase inacreditável.
Saio em um outro corredor, esse, como o de ontem, também tem o pé direito alto e é igualmente extenso, viro pra direita e sigo reto pela sequência de quadros, lustres e sofás.
Nenhuma dessas pinturas é da família real como eu costumo ver nos meus filmes de amorzinho, mas reconheço alguns traços da pintura de Michelangelo, Fra Angelico e o próprio Leonardo Da Vinci.
Continuo andando tentando adivinhar qual dessas portas esconde a biblioteca a qual crio muita expectativa, caminho devagar, até porque não tenho pressa, mas meus passos congelam quando ouço um barulho.
De alguma forma eu sinto vontade correr, como se o que eu estou fazendo tenha se transformado em algo proibido ou errado, talvez seja, até porque aqui não é minha casa e seria estranho se alguém acordasse e resolvesse dar um tour pela minha casa aleatoriamente.
Giro meus pés sob meus calcanhares decidida a voltar pro quarto, mas paraliso novamente quando ouço uma voz, é baixa e carregada de sentimento, um violão a acompanha e eu sei que não vem de muito longe.
Permaneço aonde estou, mas escuto com atenção a letra que vem da boca de quem canta.
- Coldest winter for me, no sun is shining anymore, the only thing I feel is pain, caused by absence of you. - sinto meus corpo se arrepiar com a emoção do canto do rapaz.
(Trad: Inverno mais frio para mim, o sol não está brilhando mais, a única coisa que eu sinto é dor causada por falta de você)
Talvez eu seja uma intrusa, mas sua voz é linda e ele realmente parece sentir o que canta, eu sinto sua emoção.
- Suspense in controlling my mind, I cannot fins the way out of here. - canta enquanto dedilha o violão enquanto eu sinto meu coração corresponder a melodia melancólica que vem de dentro de alguma dessas salas - I want you by my side, so that I never feel alone again. - canta e por alguma razão sinto meu nariz arder e meus olhos lacrimejarem. - And I want... - se cala de repente parando também de com o violão.
(Trad: Suspense está controlando minha mente, eu não consigo encontrar o caminho para sair daqui, eu quero você do meu lado, para que eu nunca me sinto sozinho de novo. E eu quero...)
Sem conseguir conter limpo uma lágrima que não ficou nos olhos e permaneço ali tocada demais pela música pra conseguir me mexer, mas quando ouço sons de passos meus olhos se arregalam e eu me apresso em correr pelo corredor.
Tento abrir uma das portas, mas está fechada, vou até outra, mas também não abre, tento outra e nada e quando vou tentar mais uma ela se abre e eu congelo sentindo meu corpo inteirinho esquentar.
- Alteza... - chamo com um sorriso desesperado e faço uma leve reverência, não consigo nem raciocinar direito.
Meus olhos correm de seu rosto quando o vejo fazer uma careta estranha.
Meu Deus, meu Deus, meu Deus, abre um buraco que eu preciso me enfiar nele.
- Eu estou procurando a biblioteca, pode me dizer aonde fica? - pergunto sem coragem de olhar para o rosto do rapaz a minha frente, mas quando faço o vejo me encarar com olhos frios.
Talvez, em algum momento, ele tenha se surpreendido como eu, mas agora consigo enxergar um iceberg em seus olhos claros
O seu silêncio acaba me deixando inquieta, estou quase pedindo licença e me retirando porque pelo jeito o príncipe não pretende me responder.
Decidida a me retirar eu abro a boca pra pedir licença, mas ele me cala antes mesmo que pudesse dizer algo.
- A biblioteca está trancada. - afirma e volto a encarar seus olhos, mas como da segunda vez eu os desvio rapidamente.
- Aah... - murmuro sem jeito.
- Estava me espionando? - pergunta com o cenho franzido e olhos semicerrados.
- Como é? - questiono desacreditada.
- Ouviu o que eu disse. - resmunga e eu fito seu rosto com o cenho franzido.
- De maneira nenhuma alteza, foi um completo acidente eu vir parar em sua porta, eu realmente estou procurando a biblioteca. - afirmo simples, mas mais uma vez ele não demonstra reação.
- A biblioteca está fechada. - repete e eu assinto devagar.
- Tudo bem. - sorrio simples - Eu peço perdão pelo inconveniente. - digo - Espero que vossa alteza tenha melhorado do mal estar de ontem. - murmuro sentindo a estabilidade das minhas pernas irem com Deus enquanto eu sou mantida sob seu olhar impassível. - Tenha um bom dia. - digo por último e rápido, viro as costas me esquecendo da reverência e sinto como se minhas pernas tivessem virado gelatinas.
Era óbvio que eu não esperava por isso, óbvio que meu psicológico não estava pronto para isso e eu sabia que não saberia lidar com esse encontro, mas de tudo que eu imaginei nada aconteceu.
- Que droga, que droga, que droga, que droga. - resmungo baixo conforme eu me afasto.
Um corredor nunca foi tão longo e caminhar nunca foi tão difícil.
O olhar do príncipe me causou hesitação, e num instante eu soube que, talvez, poderei não encontrar mais quem um dia meus pais e meu diário disseram ser meu amigo, mas eu sinto que esse Adam não é o Dan que meu eu do passado descreveu nas folhas do diário e, talvez de novo, a culpa seja minha, ou a maior parte dela.
Viro o corredor e passo a correr, tudo que eu quero é a segurança do meu quarto provisório, o olhar dele e suas palavras firmes e inanimadas foram muito mais afiadas que uma faca.
"Já parou pra pensar que você pode estar o magoando ocultando a verdade e se mantendo longe?"
Relembro a pergunta de Ame enquanto subo correndo as escadas, agora vejo que ela tinha completa razão e se antes eu não sabia o que faria, agora muito menos.
- O fy Nuw!!! - ouço no seguinte minuto em que trombo com uma pessoa.
(Trad: Oh meu Deus.)
Se já não bastasse meu desespero em fugir, eu não entendi nada do que foi dito, mas olho em choque pro rosto da pessoa com quem trombo. O impacto de nossos corpos foi forte, por isso seguro seus finos braços pra que ela não fosse ao chão.
- Eu peço perdão. - digo rápido me afastando do corpo da moça que me observa com atenção e curiosidade.
- Você é a Sophia? - pergunta com o cenho franzido e com um brilho diferente no olhar.
- E-eu... - hesito sobre sua olhar cheio de expectativa. - Sim, eu sou, muito prazer. - estendo minha mãe em sua direção e ela me sorri grande.
- Finalmente estou te conhecendo. - murmura animada e eu franzo o cenho não entendo o motivo de seu entusiasmo. - Durante muitos anos eu ouvi sobre você, meu nome é Madeline, e o prazer é todo meu em te conhecer. - dispara pegando minha mãe e me puxando para um beijo na bochecha.
- Desculpa a pergunta, mas eu deveria me curvar? - pergunto e ela nega com um sorriso fofo.
- Não se preocupe com isso, não faço questão. - afirma e eu assinto sabendo que à ela eu deveria, sim, me reverenciar em respeito. - Mas está tudo bem? você parece correr de um bicho ou algo assim?
Ah, você nem imagina.
- Oh não. - exclamo olhando rapidamente por cima do ombro. - Está tudo certo. - falo omitindo a parte de quase ter sido congelada por olhos claros.
- Tudo bem. - assente com um sorriso - Eu espero te ver mais vezes por aí, quem sabe não tomar chá juntas?
- É claro, será um prazer. - afirmo e ela mais uma vez se inclina e me dá um beijo na bochecha em cumprimento.
- Até mais, Sophia. - se despede e então volta a fazer seu caminho.
Após alguns minutos observando suas costas revestidas por um vestido lilás com o decote quadrado e mangas cavadas eu giro meu corpo sobre meus calcanhares e encaro o corredor pra onde começo caminhar em seguida.
Quem raios acorda tão cedo assim? Você, Sophia!
Não presto atenção em nenhum dos passos que dou, pois minha mente está totalmente voltada ao ruivo que vestia uma t-shirt qualquer e cheirava loção pós barba.
Quando alcanço a porta do meu quarto lanço meu corpo sobre ela e entro a fechando em seguida, mais uma vez apoio meu corpo no material de cor quente e fito o chão com a imagem dos olhos claros de Adam cravados em mim, como se não me conhecesse, como se eu fosse sua pior inimiga.
Tudo o que eu não queria era magoá-lo, mas pelo que eu vi, fiz exatamente isso.
Eu passei o restante da manhã sentada na poltrona na sacada, desabafo com Deus no meu diário e depois de chorar as pitangas e lágrimas pra ele eu apenas encarei o céu.
Não recebi a ligação do doutor e por isso eu mesma ligo, ele me diz que já posso ir ver minha mãe que já foi transferida para o quarto, ele também se desculpa por não ter ligado e se justifica dizendo que o que o impediu foi um caso de emergência.
Quando finalizo a chamada com ele recebo uma mensagem de Ame e outra de Bet afirmando que elas já haviam conversado com meus colegas de turma e que antes do almoço receberei a gravação das aulas.
Eu agradeço e permaneço aqui fora, não sei quando é que eu fecho meus olhos, só sei que eu apago minutos depois.
Quinta - feira I 08:30
Abro meus olhos devagar e com preguiça, senti a claridade o machucar e por isso os tapei.
Com dificuldade ergo meu pescoço e só então percebo que havia cochilando na poltrona, procuro meu celular e ao pegá-lo fito a hora.
Arregalo meus olhos quando vejo ser oito e meia da manhã, logo mais acabará o horário de visitas. Antes que eu possa me levantar minha atenção é puxada para batidas insistentes na porta e com isso me lembro da cena de mais cedo, sinto uma onda de vergonha varrer meu corpo.
Levanto-me rápido quando as batidas voltam a soar e caminho até a porta.
- Eu pensei que havia morrido ai dentro. - murmura Miranda com um olhar preocupado.
- Quase isso. - a deixo entrar e a garota me olha com um sorriso.
- Acordou que horas? - pergunta já se encaminhando para arrumar minha cama.
- Acho que era umas cinco e pouco, não sei ao certo, mas o dia começava a amanhecer. - afirmo a seguindo para a ajudar.
- Está acordada desde então? - pergunta enquanto estendemos juntas a colcha.
- Não, eu cochilei na poltrona lá fora. - conto e ela faz uma careta.
- Está com dor de cabeça? no pescoço? - pergunta e eu sorrio afofando meu travesseiro e o colocando na cabeceira.
- Os dois. - murmuro e ela assente.
- Providenciarei um analgésico pra você, mas primeiro, a família real está te esperando pro café da manhã. - diz e eu arregalo os olhos levemente.
- Meu Cristo. - arfo.
- Não se preocupe, está muito bem, só precisa prender o cabelo de novo. - me sorri gentil e eu vou até o espelho da penteadeira.
- Melhorou? - pergunto após prendê-lo novamente.
- Perfeito. - afirma e então vai até a porta a abrindo.
- Eu posso recusar? - pergunto antes de sair.
- Sim. - afirma, mas faz uma careta em seguida. - porém seria externamente grosseiro. - deixo meus ombros caírem em desgosto, mas concordo em ir saindo do quarto logo atrás dela.
Caminhamos juntas e em silêncio pelo corredor, descemos as escadas enquanto meu peito se inquietava a cada instante.
- Está nervosa? - pergunta e eu apenas a olho. - Não se preocupe, eles parecem amar você. - afirma e eu assinto. - Não se preocupe, irei com voc... - ela é interrompida por uma voz firme que soa atrás de nós me fazendo estremecer.
- Senhorita Salomon? - chama com autoridade.
- Vossa alteza. - a moça o cumprimenta com uma leve reverência.
Ainda de costas aperto meus olhos fechados em ansiedade por alguns segundos e então viro-me para o príncipe também.
- Eu termino de acompanhar a senhorita Owes. - afirma.
Por um momento meus olhos são presos aos dele e então olho pra Miranda que assente em concordância e depois olha pra mim.
- Deixarei o remédio em seus aposentos senhorita. - avisa - Bom apetite. - deseja a nós dois e eu concordo em agradecimento, mas não consigo devolver o sorriso.
Ela se retira, seguindo em frente no corredor do meio e mais a frente virando a direita em direção as escadas para o andar inferior.
- Vamos, o rei e a rainha nos aguardam. - chama o príncipe fazendo minha atenção voltar para ele.
Com um acenar em concordância eu o acompanho sem saber se digo alguma coisa ou se me mantenho calada, no fim opto por ficar quieta e não correr riscos.
As mãos eu mantenho em movimento, abrindo e fechando, enquanto com passos vagarosos caminho ao lado de Adam, quando estamos de frente para a sala de estar viramos a esquerda no corredor e com alguns passos passamos por uma cozinha vazia, logo depois surgem mais duas portas fechadas e então outra ampla porta dupla.
- Alteza. - cumprimenta o guarda com uma reverência. - Tenho sua autorização? - pergunta e Adam apenas estendendo as mãos pedindo pra que esperasse.
Reconheço o homem como sendo o mesmo de ontem à noite e então lhe sorrio em cumprimento, ele retribui minha saudação, mas não diz nada.
- Você sabe quem eu sou? - pergunta o príncipe atraindo minha atenção inteiramente para ele, ele não olha pra mim e sim pra porta à nossa frente.
Que tipo de pergunta é essa?
- Sim vossa alteza, eu sei. - afirmo.
Ele então me olha e por alguns minutos nos encaramos, mas então Adam assente quebrando nosso contato visual com os lábios franzidos em uma linha reta. Eu sei fazer leitura corporal e por isso eu sei que ele está com raiva, raiva de mim.
O vejo olhar pra frente, as mãos saem do bolso e se juntam em frente ao tronco tenso.
- E por que parece que não? - questiona baixo, mas não o suficiente para eu não ouvir.
Antes mesmo que eu possa cogitar dizer algo o vejo se afastar de mim ficando a margem da porta e então permite que elas sejam abertas, com um suspiro coloco meu melhor sorriso no rosto e adentro a enorme sala de jantar.
- Bom dia vossas majestades. - cumprimento com uma mesura o rei e a rainha que já estão a mesa. - Vossa alteza. - cumprimento a pequena Lottie. - Madeline - cumprimento com uma reverencia a moça.
- Bom dia Sophia. - me cumprimenta o rei com um sorriso - Sente-se aqui. - aponta para a cadeira vaga ao lado da mini princesa.
- Eu fico feliz que já se conheceram. - murmura Pietra animada e eu sorrio com um acenar de cabeça.
- Nos trombamos essa manhã. - explico sorrindo para Charlotte que me estende sua mão.
- Eu havia acordado a poucos minutos, fui acudir Adam, foi uma surpresa agradável encontrá-la. - conta com um sorriso gentil, mas então vejo um lampejo de tristeza passar por seus olhos e seu sorriso fechar. - Sinto muito pelos seus pais. - explica e eu assinto.
- Tudo bem, muito obrigada. - digo antes da porta do local abrir e por ela entra Adam.
Eu não havia reparado antes, mas ele veste uma camisa social preta e mantém os dois primeiros botões abertos, sem paletó ou gravata, a calça social azul quadriculada segue a moda, tornozelos à mostra e nos pés ele calça um sapato que não tenho dúvidas que é caro.
O cabelo levemente cumprido de Adam está jogado para trás e apenas alguns fios caem na frente de seus olhos.
Em nenhum momento ele olhou na minha direção e talvez eu deva agradecer por isso, mesmo que meu consciente não concorde, deixo meus olhos caírem no prato assim que ele se aproxima da mesa e cumprimenta a todos com um bom dia sem emoção.
O assento ao lado de Madeline é ocupado e eu olho pra cima no tempo exato em que ela lhe sorri carinhosa.
- Tem notícias dos seus pais, Sophia? - questiona o rei após permitir que nos sirvamos, meus olhos correm em sua direção e eu agradeço à ele por isso.
- Creio que saibam da cirurgia que minha mãe fez ontem à noite. - comento e eles concordam - Ela foi bem sucedida. - conto - Correu sem nenhuma complicação. - concluo e eles que me olham com semblantes contentes - E hoje mais cedo falei com o doutor Armand. - digo esperando que todos se sirvam para depois eu me servir, sendo bem sincera eu não tenho fome. - Minha mãe já está no quarto e está liberado visitação. - afirmo sentindo olhos em mim.
- Mas essas são ótimas notícias. - exclama o rei e eu sorrio.
- Já não vejo a hora que visitarei minha amiga. - murmura a rainha enquanto supervisiona Charlotte que come seu mingau.
- Tenho certeza que a visita de vossa majestade a alegrará muito. - comento e ela me sorri.
Sem me permitir desviar os olhos para Adam, eu me sirvo.
O café segue envolto de muita conversa, Pietra e Kristopher não conseguem ficar nem um minuto calados, apesar da rainha transbordar calma enquanto o rei, animação.
Ambos me lembram o rei Fergus e a rainha Elinor, pais de Merida do filme Valente da Disney.
Eu não percebo quando começa, mas noto os variaveis olhares de Adam na minha direção e apesar de me sentir incomodada e tentada a devolvê-los não me deixo vencer, nem de sorrir e de participar dos assuntos que são abordados.
- Sim, direito! - exclama o rei - Como eu pude me esquecer? Era sobre isso que Ethan mais falava. - comenta e eu sorrio.
- Eu posso imaginar. - murmuro sorrindo desconcertada.
- Ele nos disse que é seu último ano, mas não disse quando você se forma. - murmura a rainha e eu descanso o garfo com o pedaço da maçã de volta no prato.
- Em algumas semanas na verdade. - digo e tanto Madeline quanto Pietra exclamam em surpresa.
- Mas isso quer dizer... - a moça, que descobri ser princesa murmura perdendo a voz um pouco antes de concluir.
- Pois é. - sorrio triste - Mas eu espero que até lá eles estejam melhores e com condições de ir na minha formatura. - digo e Pietra assente com firmeza.
- Estarão, estarão. - afirma estendendo sua mão e apertando a minha com carinho.
- Amém. - digo com um sorriso.
- E como dará sequência aos estudos estando aqui? - pergunta o rei curioso.
- Bem, se eu conseguir a aprovação da diretoria da universidade poderei estudar remotamente. - digo e ele assente com as sobrancelhas altas. - Eu espero que seja aprovado visto que só temos mais três semanas de aula e depois as provas finais. - comento sob o olhar de todos.
- E como você fará as provas? pelo mesmo sistema? - pergunta Madeline e eu assinto.
- Segundo minha tutora, senhora O'Kelly, sim, mas se precisar e se vossas majestades permitirem eles mandarão fiscais para que a aplicação seja feita aqui mesmo. - falo e vejo Pietra assentir.
- Mas não precisa ter dúvidas, apoiaremos no que for preciso. - afirma o rei e eu sorrio.
- Eu agradeço majestade.
Eu tenho que concordar que tomar café estando em uma situação um tanto estranha com o príncipe foi esquisito, mas eu me diverti, compreendi porque meus pais tem tanto apresso pela amizade do casal, porque eles são simplesmente demais.
Após o fim do café o rei se retirou para uma reunião, enquanto Madeline e Adam saíram juntos e de mãos dadas e a rainha junto com a babá de Charlotte para limpar a pequena garota, enquanto eu voltei pro meu quarto.
Eu irei ver meus pais.
Meu pescoço ainda está dolorido e minha cabeça lateja como se tivesse sido acertada por um martelo várias vezes. Antes de me trocar procuro pelo remédio que Miranda disse que estaria aqui, eu o acho em cima da penteadeira sob um pequeno prato dentro de uma bandeja de inox e ao lado de um copo médio de água, ele está soado o que me leva a concluir que não faz muito tempo que foi trago pra cá.
Caminho até o closet e separo uma calça cropped e uma camisa lisa e fina, ela é mostarda e tem botões na frente, eu visto a roupa e então carrego meu all star branco para o quarto, deixo ele nos pés de uma das poltronas e sigo para o banheiro, aqui eu escovo os dentes, solto o cabelo.
- Nãoo... - murmuro fazendo uma careta para meus fios rebeldes e marcados pela xuxinha e então volto a prendê-los.
Logo após o perfume saio do cômodo, me sento para calçar os sapatos e então pego meu celular e o cartão que estavam dentro da carteira guardada em uma das gavetas, os coloco no bolso e sigo para a porta.
Eu a fecho olhando para o guarda que está parado no início do corredor e então caminho até ele.
- Bom dia. - o saúdo ganhando sua atenção.
- Bom dia, senhorita Owes. - me cumprimenta de volta gentil.
- Eu gostaria de pedir um favor, estou indo visitar meus pais, se Miranda me procurar pode avisá-la por mim, por favor?
- Claro, senhorita. - afirma e eu sorrio em agradecimento.
- Obrigada!
Dou-lhe as costas e caminho rumo as escadas, encontro alguns funcionários pelo caminho os quais cumprimento com um sorriso.
Sigo em frente atravessando a sala de recepção, procuro com os olhos alguém que possa me ajudar com informações sobre como posso pegar um carro para ir ao hospital, porém no meio do trajeto meu celular começa a tocar e eu o tiro do bolso.
*Ame? - atendo com um sorriso parando no meio da sala.
*Oi Soph, liguei só pra avisar que passei seu novo número pra senhora O'Kelly. - conta e eu assinto para a poltrona que encaro.
*Tudo bem, eu agradeço pela força Ame.
*Não me agradeça, amigos ajudam uns aos outros. - afirma.
*Tem mais fofocas pra nos contar? - ouço Bet e sorrio.
*Oi Soph!! - ouço Eleonor e então Jason e Kai.
*Sophia, eu comprei uma passagem só de ida pra Lorena, não aguento mais esses casais, até Jason desencalhou. - choraminga Oliver e eu rio divertida.
*Meu Deus, eu estou a um um dia fora e Jason já mudou o status de relacionamento? - pergunto e ouço seu riso.
*Não estou namorando, Oliver que é afetado. - explica ele *Eu e Íris apenas fomos ao cinema ontem e ainda fomos com mais dois amigos. - explica.
*Um casal. - argumenta Oliver *Agora fala pra mim o que isso parece. - resmunga e eu sorrio olhando ao redor procurando por alguém que possa me ajudar.
*E o que você faz aí Oliver? - pergunto ouvindo meus amigos pigarrearem do outro lado da linha.
*Talvez eu tenha pulado a catraca de novo. - responde e eu sorrio.
*Eu não ajudei dessa vez. - alega Betânia.
*Enfim, eu só liguei pra avisar. - diz Ame.
*E pra gente te dar "oi". - fala Kai.
*E pra dizer que estamos com saudades Soph.
*Ah gente, não façam isso. - choramingo *Também estou.
*Pierre já te mandou os áudios? - pergunta Bet.
*Ainda não, eu acho. - murmuro *Na verdade, eu não vi as mensagens, estou indo ver meus pais. - conto e coço a nuca.
*Manda um beijo pra eles. - pedem e eu assinto.
*Mando sim, beijos meninos, amo vocês. - digo e rio quando ouço resmungos fofos.
Finalizo a ligação após eles retribuírem a despedida.
Em frente as portas tem dois guardas, decido ir até eles, talvez possam me ajudar.
- Bom dia, eu gosta... - sou interrompida por ums voz tempestuosa.
- Precisa de ajuda? - questiona me fazendo olhá-lo.
Sorrio pro guarda e então volto a olhar pro príncipe.
- Sim. - assinto - Eu gostaria de saber se aqui tem Uber. - digo e o vejo franzir o cenho, as sobrancelhas se juntam e ele logo sorri sarcástico.
- Uber? - repete e eu apenas o olho sem entender o motivo da graça. - Não temos Uber em Lorena. - afirma e eu assinto.
- Tudo bem. - murmuro baixo - Como faço pra ir ver meus pais? - questiono e com um suspiro ele tira os olhos de mim.
- Por favor, Trevor. - chama o segurança que rapidamente se aproxima. - Comunique um carro pra senhorita Owes. - pede e o homem assente.
Vejo o guarda colocar a mão na orelha e então, se afastando, conversa com quem está do outro lado.
- Já tem sua locomoção. - diz e eu volto meus olhos à ele.
Por alguns instantes seus olhos prendem o meu, não sei se consigo enxergar o que eles parecem querer me falar, até porque rapidamente Adam solta um suspiro e gira seu rosto na direção contrária.
Sem dizer nada ele me dá as costas e começa a se afastar, abro minha boca pra falar algo, mas nada sai já que meu cérebro não consegue formular nada.
Por algum motivo vê-lo se afastar me incomoda então sem pensar muito mesmo o chamo.
- Alteza. - digo alto o suficiente para o paralisar onde está e então o vejo girar seu corpo lentamente sobre seus calcanhares.
Adam não diz nada apenas olha pra mim com seu olhar impassível e indecifrável.
- Obrigada. - dou voz à única coisa que consegui raciocinar previamente.
Eu o vejo assentir e então abrir a boca para dizer algo, mas a fecha novamente se contentando em acenar, segundos depois ele me dá as costas novamente e vira o corredor em direção aos escritórios.
- Senhorita, o carro te espera lá fora. - avisa o guarda puxando minha atenção e assinto após olhá-lo.
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INFO:
ATENÇÃO: o seu voto é importante, então deixe sua estrelinha quando chegar ao fim, por favor.
N/A | NOTA DA AUTORA
Três da manhã, mas tá aqui, o segundo capítulo de hj.
Bjinhos.
A.I.M
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