2. capítulo quarenta
ㅤㅤㅤOnze semanas.
ㅤㅤㅤOnze semanas, repetiu mentalmente tentando absorver aquela informação. Tudo isso? Não... Apenas onze semanas e, de repente, tudo estava prestes a acabar. Quanto tempo é onze semanas? Era difícil pensar quando o ar se recusava a entrar em seu corpo.
ㅤㅤㅤEla não queria o bebê. Nunca quis. Nunca sequer considerou a maternidade como uma opção. Mas, naquele momento, o medo se fechava em torno de seu coração como uma garra de ferro, apertando-o até o limite. Sufocando. Eu não quero você, por que estou me sentindo assim?
ㅤㅤㅤMas havia algo mais.
ㅤㅤㅤA raiva.
ㅤㅤㅤEra como se Adam não pudesse simplesmente ir embora sem levar algo em troca. E ele conseguiu colocar as mãos no ser que crescia dentro dela. Adam precisava deixar uma última marca no rastro de destruição.
ㅤㅤㅤVocê me deu forças, não posso te perder.
ㅤㅤㅤ― Ei, Aly, está tudo bem. ― A voz veio de perto, mas parecia uma lembrança, como se ela estivesse ouvindo em um sonho.
ㅤㅤㅤNão, não está.
ㅤㅤㅤAlice não conseguia afastar a imagem do sangue em suas roupas. A quantidade, a intensidade, a realização de a quem pertencia. O que está acontecendo? Além das manchas secas do sangue de Adam, sua roupa íntima e os jeans estavam também sujos. O vermelho fresco brilhando vivo em sua visão. Atordoada, ela vestiu algo limpo e saiu às pressas do apartamento.
ㅤㅤㅤEnquanto caminhava apressadamente pelas ruas, até seu carro, sentia a umidade quente tornando a escorrer entre suas pernas. Isso não está certo. Desesperada, pegou o telefone e ligou para a irmã mais velha. Georgia saberia o que fazer em uma situação como aquela.
ㅤㅤㅤEntão, ali estavam elas. Eu quero ir pra casa. O odor forte de desinfetante, característico dos hospitais, causava ânsias. Alice estava sentada no leito, as mãos apertando as bordas do mesmo com tanta força que os nós dos dedos estavam brancos. Espasmos involuntários percorriam seu corpo, misturando o frio e o nervosismo.
ㅤㅤㅤEu odeio esse lugar.
ㅤㅤㅤ― Srta. Taylor?
ㅤㅤㅤEla ouviu o nome dela sendo chamado novamente, mas a voz continuava distante. O estresse e o medo se confundiam em sua mente.
ㅤㅤㅤ― Aly? ― A mão fria, fechada em concha, pousou suavemente em sua bochecha, fazendo-a despertar do transe.
ㅤㅤㅤOs olhos assustados buscaram a voz da irmã, encontrando-a ao seu lado. Alice arquejou. Seu peito pesava como se as paredes do hospital se fechassem contra ela, esmagando-a sem tocá-la. As Pessoas de Sombra também não ajudavam, acumulando-se em sua visão periférica e sufocando-a.
ㅤㅤㅤEu quero ir embora.
ㅤㅤㅤAlice tornou a olhar para o médico, parado diante de seu leito. O rosto do homem parecia levemente distorcido, a boca se movendo devagar e as palavras se arrastando, distantes. Por um momento, seus dentes pareceram afiados demais.
ㅤㅤㅤ― Eu sei que é um momento delicado ― O médico começou a dizer em um tom calmo, tentando trazer um conforto. ― Mas estamos aqui para te ajudar.
ㅤㅤㅤEle fez uma pausa, os olhos alternando entre os rostos das irmãs antes de ler algum dos papéis presos em sua prancheta. Georgia segurou sua mão, oferecendo apoio, embora parecesse tão nervosa quanto ela. Alice apertou sua mão como se sua vida dependesse da irmã naquele momento.
ㅤㅤㅤ― O sangramento ocorreu devido a um deslocamento parcial do saco gestacional ― Ele informou em um tom sério, mas ainda gentil. ― Apesar de ter sido significativo, os sinais vitais do bebê estão estáveis.
ㅤㅤㅤEle tá bem?
ㅤㅤㅤ― Isso pode ter acontecido por conta de algum estresse intenso, mas vale ressaltar ― As páginas que ele folheava pareciam multiplicar-se, voando ao redor dele como um enxame de sombras recortadas. ― que o tabagismo também aumenta esse risco.
ㅤㅤㅤAlice o encarava fixamente, mas o caos em sua mente não permitia que ela processasse o que ele havia acabado de dizer. Ele tá bem?
ㅤㅤㅤ― Ele... Ele tá bem? ― Alice conseguiu perguntar, com a voz embargada, sentindo as palavras se embolando em sua boca.
ㅤㅤㅤO médico esboçou um sorriso mínimo e assentiu. Mas algo naquele gesto pareceu errado. Ele está mentindo. Ela olhou para Georgia, em busca de algum sinal de que algo realmente estava fora do lugar, porém a mulher demonstrava alívio.
ㅤㅤㅤEstá tudo bem?
ㅤㅤㅤ― Seu bebê está bem, não se preocupe. ― Ele disse devagar, parecendo entender a confusão mental em que ela se encontrava. ― Vamos te deixar em observação durante a noite, apenas para garantir.
ㅤㅤㅤAlice ofegou, balançando a cabeça. As luzes acima deles piscavam intensamente, mas ninguém parecia notar. Ela levou as mãos aos ouvidos, tentando abafar os sussurros que arranhavam sua mente.
ㅤㅤㅤGeorgia segurou suas mãos, abaixando-as com delicadeza.
ㅤㅤㅤ― Onde o Lucas tá? ― Alice indagou, com a respiração acelerada. ― Eu não posso ficar aqui.
ㅤㅤㅤ― Tá tudo bem, Aly, você não tá sozinha. ― Com um gesto suave, Georgia afastou uma mecha de cabelo que caiu sobre o rosto da irmã. ― O Lucas já está chegando, tá bom?
ㅤㅤㅤ― Srta. Taylor ― o médico a chamou novamente, sua voz estava distante e o som se arrastava. ― Apesar de o risco ser baixo no momento, é importante que entenda que, caso situações de estresse ou ansiedade sejam recorrentes, as chances de complicações no futuro podem aumentar.
ㅤㅤㅤEle fez uma pausa considerável, dando tempo para que ela absorvesse as informações. Alice tentava processar as palavras, mas tudo soava abafado.
ㅤㅤㅤ― O melhor a se fazer agora é descansar. E, claro, parar de fumar.
ㅤㅤㅤA porta se abriu rapidamente, atraindo a atenção de todos. Lucas entrou apressado, os cabelos assanhados e o casaco caindo por um dos ombros. Os olhos castanhos varreram o ambiente até encontrarem Alice. Sem dizer uma palavra ou hesitar, ele cobriu a curta distância em passos apressados e a puxou para si.
ㅤㅤㅤEla ofegou ao espremida contra o peito dele, sentindo os braços se fecharem com força em torno dela. Lucas respirava em um ritmo acelerado, ainda ofegante pela pressa de chegar até ela.
ㅤㅤㅤ― Você tá bem? ― Ele murmurou, sua voz saiu abafada, pois ele escondia o rosto nos cabelos dela e Alice o abraçou de volta.
ㅤㅤㅤO calor daquele abraço não foi o suficiente para afastar o frio que parecia ter se instalado em seu corpo, mas tê-lo ali foi como uma âncora afundando no oceano, a impedindo de vagar à deriva na tempestade que inundou sua mente.
ㅤㅤㅤ― Está tudo bem. ― Alice conseguiu dizer, mas não era convincente.
ㅤㅤㅤAs palavras se engasgavam no nó que apertava sua garganta, transformando sua respiração em soluços, acompanhados de algumas lágrimas. Ele a abraçou mais forte, antes de afrouxar o aperto, se afastando um pouco. Com cuidado, segurou o rosto dela entre as mãos.
ㅤㅤㅤOs olhos castanhos estavam aflitos, e ela podia ver o medo que sentia, refletido neles.
ㅤㅤㅤ― Eu tô aqui, Al.
ㅤㅤㅤAlice estava deitada no leito, com os olhos fechados. O nervosismo passou, dando lugar a um vazio em seu peito. Uma calma forçada graças ao medicamento para ansiedade. Já Lucas estava sentado ao seu lado, em silêncio, afagando as costas de sua mão com o polegar enquanto a segurava.
ㅤㅤㅤA porta abriu e Georgia entrou, os olhos azuis alternando entre os dois antes de soltar um suspiro pesado. O semblante ainda demonstrava a preocupação, mas ela havia conseguido relaxar um pouco.
ㅤㅤㅤ― Só pode um acompanhante ― ela disse, olhando para Lucas.
ㅤㅤㅤ― Eu fico. ― A resposta dele foi imediata.
ㅤㅤㅤGeorgia arqueou a sobrancelha, um pouco surpresa com a resposta rápida.
ㅤㅤㅤ― Você não tem aula amanhã?
ㅤㅤㅤ― Ela precisa de mim. ― Lucas disse, balançando a cabeça positivamente para a pergunta. ― Foi um susto e tanto.
ㅤㅤㅤGeorgia mordeu o interior da bochecha, um pouco aflita. Apesar de toda a preocupação envolvendo a gravidez, ela estava aliviada por Lucas ser um rapaz responsável.
ㅤㅤㅤ― Certo. Devem dar a alta lá pelas dez horas. ― Georgia se aproximou, esticando a mão para ele. ― Me dê seu telefone.
ㅤㅤㅤLucas franziu as sobrancelhas, mas não fez perguntas. Tirou o celular do bolso e o entregou para ela.
ㅤㅤㅤ― Se depender da Alice, ela não vai falar comigo. ― Georgia disse, digitando rapidamente e salvando o contato. ― Então, assim que saírem ou, se acontecer algo, você me liga, ok? ― Ela devolveu o aparelho.
ㅤㅤㅤ― C-certo ― Lucas assentiu.
ㅤㅤㅤA mulher passou as mãos suavemente pelos cabelos da irmã, analisando as feições serenas. Um sorriso brincou em seus lábios, tão discreto que Lucas se perguntou se havia mesmo o visto. Era estranho o quanto as duas eram parecidas, mas, ao mesmo tempo, tão diferentes. Georgia se afastou, indo em direção a porta.
ㅤㅤㅤ― Antes que eu me esqueça ― Ela virou o corpo parcialmente para olhá-lo, sua mão segurando a maçaneta e os olhos afiados. ― Vocês ainda não escaparam daquela conversa.
ㅤㅤㅤLucas engoliu seco, sentindo as orelhas esquentarem tanto que teve certeza que estavam vermelhas. A mulher soltou um risinho baixo.
ㅤㅤㅤ― Cuida dela, viu? Qualquer coisa, me liga.
ㅤㅤㅤEle assentiu, ainda envergonhado, e ela saiu do quarto. A porta se fechou com um estalo e Alice abriu um dos olhos com cautela, observando atentamente o ambiente ao redor. Ao ter certeza de que a irmã não voltaria, ela soltou um suspiro baixo e se sentou na cama devagar.
ㅤㅤㅤ― Se ela ficasse, ia ter que fingir que estava dormindo até amanhã de manhã ― Alice brincou, sem humor Sentia os olhos ardendo com a claridade fraca do quarto e o cheiro ainda causava náuseas.
ㅤㅤㅤ― Por que você evita ela? ― Lucas perguntou.
ㅤㅤㅤ― Por que você evita seu irmão? ― Ela rebateu.
ㅤㅤㅤLucas passou a língua pelos lábios, parecendo desconfortável e se mexeu na poltrona onde estava sentado, recostando-se.
ㅤㅤㅤ― Err... Seu chefe ligou enquanto 'cê dormia, tava te procurando ― Ele mudou de assunto, limpando a garganta. Logo após a medicarem, Alice conseguiu dormir um pouco. ― Eu expliquei para ele onde você tava e...
ㅤㅤㅤ― Por acaso, falou pra ele que tô grávida? ― Alice apertou os olhos, indagando em um tom baixo como se pudessem ser ouvidos ali.
ㅤㅤㅤ― Não diretamente... ― Ele deu de ombros, evitando olhá-la diretamente, e continuou com um tom sério: ― Mas, talvez, ele esteja achando que você tá entre a vida e a morte.
ㅤㅤㅤAlice balançou a cabeça enquanto seus olhos vagavam pelo quarto branco, alheia a sua tentativa de quebrar o clima pesado. Respirou fundo, escondendo o rosto com as mãos por alguns segundos. Alice sabia que precisaria contar. Uma hora ou outra, ela querendo ou não, as pessoas iriam saber.
ㅤㅤㅤ― Sabe... ― Lucas começou a dizer, fazendo com que ela abaixasse as mãos para o encarar. Alice observou ele inclinar o corpo para frente, apoiando os cotovelos nos joelhos e juntando as mãos. Lucas fitava o chão. ― Quando sua irmã me ligou, eu... Eu fiquei com medo.
ㅤㅤㅤAlice franziu as sobrancelhas.
ㅤㅤㅤ― Medo de alguma coisa acontecer com vocês.
ㅤㅤㅤVocês.
ㅤㅤㅤA palavra escapou de seus lábios como a fumaça do hálito em um dia frio, e ficou ali escrita no ar diante dela. Alice ficou em silêncio, tentando digeri-la. Vocês, vocês, vocês.
ㅤㅤㅤ― Eu nunca... ― Lucas levantou o olhar para Alice, e ela percebeu que os olhos dele estavam vermelhos e brilhantes, prestes a chorar. Ele abriu um dos sorrisos mais lindos que ela já viu, piscando algumas vezes ao tentar se livrar da emoção. Sua voz quebrou, engasgada, enquanto continuou: ― Eu nunca senti esse tipo de medo, entende?
ㅤㅤㅤEla ainda estava presa naquele plural. Vocês. Aquilo não soava certo e nem mesmo parecia real. O bebê era algo separado dela. Algo que existia, estava ali, mas não fazia parte dela. Mas, naquele momento, Alice entendeu que Lucas não os via daquela forma.
ㅤㅤㅤ― Georgia estava me contando o que o médico falou ― Lucas disse, cautelosamente, como se escolhesse as palavras com cuidado. ― Você sabe o que precisa fazer, não é? Se cuidar e... Parar de fumar.
ㅤㅤㅤAlice revirou os olhos dramaticamente.
ㅤㅤㅤ― Então, agora vocês são melhores amigos?
ㅤㅤㅤ― Estou falando sério, Al. ― Lucas ignorou a provocação e esticou uma das mãos, segurando a dela. ― Não é mais só sobre você. É sobre nosso filho também, sobre você e eu... Sobre nós três.
ㅤㅤㅤAlice sentiu seu peito afundar diante do peso daquelas palavras e sua expressão se contorceu, antes dela abaixar o olhar, fixando na mão dele sobre a sua. Não faz sentido.
ㅤㅤㅤ― Você faz parecer tão simples ― Alice resmungou, desviando o olhar.
ㅤㅤㅤ― A questão é essa, Alice. Não é simples. ― Lucas rebateu, apertando sua mão. Sua voz era firme, mas gentil. ― Nada disso foi planejado e mesmo que tivesse sido ainda assim não seria simples. Tem muita coisa para lidar ao mesmo tempo, principalmente pra você. Essa gravidez, a situação da Amy... Mas vamos dar um jeito nisso. Juntos. Eu prometo.
ㅤㅤㅤNada era simples, é claro, mas Alice se perguntava se eles realmente conseguiriam contornar aquela nuvem negra que pairava sobre sua cabeça. Havia muito mais coisas em jogo, das quais ele não fazia ideia. Ela se mexeu, inquieta.
ㅤㅤㅤAdam se foi. Adam se foi, mas o peso que ele deixou ainda a sufocava, discretamente como ele. Se tivesse visto o corpo, será que as coisas seriam diferentes? Se tivesse visto o fim com os próprios olhos, talvez pudesse se livrar daquela sombra que insistia em persegui-la.
ㅤㅤㅤMas ela não teve coragem.
ㅤㅤㅤOs olhos castanhos, que a observavam cheios de esperança, não imaginavam os horrores que aconteceram na noite anterior enquanto ele dormia tranquilamente. E Alice não pretendia mudar isso.
ㅤㅤㅤLucas está bem, isso que importa.
ㅤㅤㅤEntão por que ainda me sinto assim?
ㅤㅤㅤAlice não estava arrependida, mas também não sentia paz. Era um cansaço mental misturado com a incerteza que se recusava a sumir. No entanto, ao ouvir as palavras de Lucas, era como se a névoa ao seu redor se tornasse menos densa. Talvez ele estivesse certo. Eles poderiam dar um jeito, de alguma forma.
ㅤㅤㅤSua mão parou sobre a barriga em um gesto inconsciente, mas logo percebeu e a afastou..
ㅤㅤㅤ― E a carta da universidade? ― Ela perguntou de repente, desconfortável.
ㅤㅤㅤLucas pareceu surpreso pela mudança de assunto, mas logo recuperou a compostura e abriu um sorrisinho sem humor.
ㅤㅤㅤ― Ah, você se lembra disso... ― Ele limpou a garganta, um pouco desconcertado. ― Eu... Eu não fui aceito.
ㅤㅤㅤAlice franziu a testa, observando-o desviar o olhar. Algo na resposta dele não parecia certo. Lucas, apesar de ser o rostinho popular do colégio, se diferenciava dos amigos em alguns pontos. Ele tinha ótimas notas, uma boa frequência, era inteligente e esforçado.
ㅤㅤㅤEla se lembrou do dia que ele apareceu no apartamento, falando sobre isso. Lucas estava hesitante, mas não parecia triste. A conversa nunca chegou ao fim, interrompida pela notícia da gravidez, e eles nunca voltaram para o assunto. Alice lembrava claramente dele sugerindo manter o contato à distância, porque ele sabia que teria que ir.
ㅤㅤㅤ― É sério? ― Ela perguntou, desconfiada.
ㅤㅤㅤEle deu de ombros.
ㅤㅤㅤ― Não importa. Minhas prioridades agora são outras. E eu posso tentar de novo ano que vem.
ㅤㅤㅤAlice ficou em silêncio, observando-o.
ㅤㅤㅤPoderia insistir naquela conversa, mas optou pelo silêncio. Não porque não quisesse saber a verdade, mas porque, a medicação ainda turvava seus pensamentos.
ㅤㅤㅤSeus olhos se fixaram na mão dele, e ela apertou os dedos dele levemente. O mundo lá fora continuava a girar e não havia mais o perigo espreitando nas sombras. Mas uma inquietação permanecia em seu peito, e ela não conseguia distinguir exatamente o que era.
ㅤㅤㅤOs olhos castanhos encontraram-se com os dela, firmes, e ele voltou a sorrir. Eu estou aqui, ele dizia sem precisar de palavras. Então, Alice percebeu que, por ora, não precisava se preocupar. Eles teriam tempo. Ou, pelo menos, ela preferiu pensar que teriam.
ㅤㅤㅤLucas, eu e o bebê.
ㅤㅤㅤA ideia cruzava sua mente apenas como um conceito. Algo faltava entre ela e a criança. Mas o medo que sentiu ao pensar que a perderia era real e, talvez, isso significasse alguma coisa. Pela primeira vez em muito tempo, Alice se permitiu relaxar e acreditar que havia um futuro onde ela quisesse estar.
ㅤㅤㅤIsso é real?
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