1. capítulo dez

FLASHBACK

https://youtu.be/9wxI4KK9ZYo

ㅤㅤㅤCaminhava sozinha pela rua em uma madrugada quente de julho tragando de mal jeito um cigarro que havia pegado escondido e conversava com um gato caolho que todas as noites a acompanhava desde a Sra. Darcy como se quisesse ter certeza de que chegaria em casa, xingou baixinho quando a brisa soprou a fumaça de volta para seu rosto fazendo com que seus olhos ardessem. Agradeceu a companhia do bichano e prometeu que o visitaria em breve, o animal assentiu como se a entendesse e sentou na beira da calçada, levantando a ponta do rabo, esperando até ela abrir a porta silenciosamente para poder seguir seu caminho de volta para casa. Sentia-se exausta, fazia uma semana inteira que não tinha uma noite decente de sono, vivendo em um constante estado de mal humor que sei pai não conseguia entender ou conversar sobre, pois a garota se afastava falando para deixá-la em paz; aquilo era uma longa história em que ele estava presente o tempo todo, mas não conseguia ver que algo estava errado.

ㅤㅤㅤTudo começou quando tinha dez anos e sua mãe passou a lhe dar uma pílula por semana, depois pulando para três e depois sete, às vezes juntava algumas e as tomava de uma vez porque gostava da sensação que traziam deixando tudo em seu interior calmo a ponto de não se importar com a confusão pela casa, aquilo tinha sido a melhor coisa do mundo e durou bastante tempo até o ano anterior em que acidentalmente ingeriu uma quantidade bem acima do costume. Não entendeu quando acordou no hospital após uma lavagem estomacal e os primeiros dias depois daquilo foram horríveis, seu humor oscilava como uma vela na brisa e ela gritava com os outros, deixando-os sem reação já que sempre foi uma garota muito quieta. Algumas semanas depois daquele acontecimento, as coisas começaram a voltar ao normal, seu pai ficou feliz ao ver Alice como ela mesma e até arriscou dizer que o relacionamento entre mãe e filha havia melhorado depois daquele episódio, pois Clarisse insistia em fazer a janta da criança todas as noites.

ㅤㅤㅤNaquele dia não estava sozinha em sua própria cabeça quando saiu para a casa da vizinha na rua de baixo e esperava que a idosa tivesse um pouco daquele chá esquisito que fazia as tardes parecerem mais agradáveis e silenciosas, porém encontrou algo muito melhor. Segurou o xixi por um tempo longo demais, mal se aguentando em pé quando foi para o banheiro, enquanto lavava as mãos perguntava para seu reflexo o que aconteceria se abrisse o armário do espelho por curiosidade e a outra Alice disse que na pior das hipóteses suas mãos caíram, mas não custava nada olhar, não é mesmo? Concordou abrindo o espelho logo em seguida, os olhos brilharam ao ver dois frascos amarelos preenchidos até as tampas com as pílulas verdes iguais às de sua mãe. A Sra. Darcy é muito velha e provavelmente não vai perceber se eu pegar algumas, talvez até se confunda achando que tomou doses repetidas ou que os dias estão passando muito rápido, seguindo essa linha de raciocínio, pegou dez comprimidos de cada frasco.

ㅤㅤㅤA verdade era que Alice não conseguia dormir porque fazia uma semana que sua mãe não preparava sua janta, estava de mal humor porque não havia mais tranquilizantes triturados no alimento e o corpo reclamava de algo que ela não tinha a mínima noção que faria tanta falta assim, as pílulas dançavam animadamente em seus bolsos enquanto subia as escadas pensando em como sua cama deveria estar confortável, porém topou com Clarisse se arrastando como um cadáver reanimado indo em direção ao banheiro. Prendeu a respiração, evitando emitir qualquer som quando as duas se encararam por momentos tão longos que pareceram uma eternidade, os olhos escuros da mulher estavam vidrados como se fossem Pessoas da Sombras sob o olhar de um humano normal – evitavam se mexer, pois qualquer movimento atrairia a atenção e enquanto estivessem parados se tornavam invisíveis.

ㅤㅤㅤNão tem certeza de se foi quando soltou a respiração ou se fez algum movimento involuntário, as mãos da mulher se fecharam em torno das raízes de seu cabelo e ela gritou perguntando o porquê da garota ter voltado para casa, ela era a culpada de ter trazido os demônios para dentro, rezava todas as noites para que tirassem sua vida e devolvesse a paz anterior a ela. Alice tentava se defender estapeando os braços e rosto da outra que continuava avançando em sua direção, balançando sua cabeça enquanto falava até que a segurou com apenas uma mão e usou a outra para desferir vários tapas contra o rosto da menina que gritava para ser deixada em paz. Vá para o inferno, parasita de Satanás. De repente, Clarisse foi afastada levando um tufo de cabelos castanhos entre os dedos magros e gritando em plenos pulmões ("Ah, não... São os Taylor de novo", diriam os vizinhos já acostumados). Tom a prendeu em seu peito, fechando os braços em formato de X sobre a mulher que se debatia e vomitava xingamentos horríveis para a própria filha que ofegava, trêmula, contra a parede.

ㅤㅤㅤ― Eles falaram para mim, querido, falaram que ela vai ser nosso fim. Me escute, por favor, nós temos que nos livrar dela, Tom!

ㅤㅤㅤTomas a arrastou para dentro do quarto dos dois e bateu a porta em seguida, Alice permitiu os joelhos cederem e escorregou pela parede pressionando as pernas contra o peito como se tentasse virar uma bola e sumir. Demorou cerca de meia hora ou quarenta minutos para que o homem conseguisse acalmar Clarisse e só conseguiu se levantar quando teve certeza de que tudo estava bem. Você deveria fazer isso, sussurraram tão próximo ao seu ouvido que ela pulou assustada, arregalando os olhos e procurando alguém próximo. Você precisa cortar o mal pela raiz, continuou, as coisas nunca vão melhorar desse jeito. Ela engoliu seco. Eu estou certa, não é? Não estamos seguras aqui, você sabe disso, você sabe, você sabe, acabe com isso.

ㅤㅤㅤAlice Taylor quis tomar um banho e deitar.

ㅤㅤㅤEsvaziou os bolsos, engolindo uma pílula por vez até contar sete.

ㅤㅤㅤA outra Alice Taylor queria se proteger.

ㅤㅤㅤDesceram a escada e foram para a cozinha, a luz amarelada deixava o ambiente doente enquanto elas abriram a gaveta embaixo da pia e desenrolaram a toalha escura que escondia os utensílios afiados. Faziam alguns anos desde a última tentativa de suicídio de Clarisse, desde então usavam talheres descartáveis e as facas restantes eram as que consideravam necessárias para uma cozinha, mas sempre estavam escondidas em uma toalha e lugar diferente. Refletida na lâmina, os orbes azuis não exibiam nenhum traço da inocência esperada, ninguém sabe dizer quando que aquele brilho se extinguiu ou se sequer chegou a existir, os olhos pertenciam a algum espirito ancestral de uma bruxa que vagava pelo mundo muito antes daquela civilização nascer e estaria presente muitos séculos depois da mesma; era um demônio com buracos negros em suas írises absorvendo toda tragédia do mundo e aprisionavam dentro daquele pequeno corpo. Devolveu a casa para a escuridão, enquanto caminhava sentia que a faca em sua mão nada mais era do que uma mera extensão de seu braço, não pesava e fazia com que se sentisse completa.

ㅤㅤㅤAo tocar a maçaneta fria do quarto, hesitou.

ㅤㅤㅤPiscou como se acordasse de um pesadelo percebendo que os pensamentos que corroíam sua cabeça naquele momento não eram dela, porém sabia que não iriam embora até que tudo aquilo estivesse terminado. Alice sentiu medo porque nunca em sua vida havia ouvido uma voz tão vivida como aquela que sussurrava, a voz dona daqueles pensamentos; geralmente não passavam de murmúrios vindos de fora e imagens vívidas que aprendeu a ignorar, mas aquela voz que parecia muito com a sua estava dentro de sua cabeça prometendo que depois daquela noite aquilo não aconteceria mais. Eu só quero te proteger e para te proteger você precisa fazer isso, ela estava certa quando garantia que se deixasse aquela oportunidade passar, o corpo que sairia em uma maca coberta por um lençol branco seria o dela. O braço infantil caindo ao lado, mesmo com a insistência de deixá-lo coberto pelo paramédico que tentou reanimá-la no interior da casa inúmeras vezes, a vizinhança assistia atenta. Eu não vou conseguir fazer isso, pensou e aquela foi a primeira vez que sentiu a outra tomar o controle, deixando a menina como uma mera espectadora silenciosa. Abriu a porta com cuidado para não fazer barulho e espiou o interior iluminado pelo abajur fraco no lado esquerdo da cama, o quarto cheirava a xarope e sabonete, caminhou em direção a cama onde Clarisse estava sedada como uma múmia e seu nariz afilado apontando para o teto lançando em contagem regressiva seus últimos suspiros.

ㅤㅤㅤDez, nove, oito,

ㅤㅤㅤvocê não pode fazer isso, ela estava presa.

ㅤㅤㅤSete, seis, cinco,

ㅤㅤㅤPor favor, vamos embora.

ㅤㅤㅤQuatro, três, dois,

ㅤㅤㅤSe preparar para o impacto.

ㅤㅤㅤUm.

ㅤㅤㅤArregalou os olhos assustados em resposta ao metal frio atravessando seu pulmão de forma tão covarde que a deixou sem chance alguma de se defender ou pedir socorro antes do pior, Alice sentia o corpo que habitava entrando em um estado de êxtase do qual não conseguia aproveitar por completo percebendo a necessidade de ter mais daquilo igual as pílulas verdes que fermentavam sua mente enquanto arrastava a faca em direção ao umbigo da mulher. O sangue negro começava a vazar pelos lábios em meio a palavras nunca pronunciadas e respirar corretamente, em uma última tentativa de se salvar - embora fosse impossível - ergueu a mão trêmula e bateu contra o marido de sono leve por conta do costume com a agitação constante; o homem acordou atento e, ao se deparar com a esposa convulsionando ao seu lado, se afastou a ponto de cair da cama sem entender o que estava acontecendo ali.

ㅤㅤㅤComo expectadora, as coisas se moviam em câmera lenta diante de seus olhos, tanto que seu cérebro enevoado demorou para absorver quando as mãos grandes se fecharam em seus cotovelos e a jogaram no chão com violência o suficiente para fazer sua cabeça quicar e ficar meio grogue, quando se deu conta, viu uma Pessoa de Sombra em cima dela usando o peso de seu corpo para mantê-la no chão, as pernas apertando os braços da criança rente ao tronco para que evitasse se defender e Alice gritava que não era aquilo que ela queria. Você prometeu que ia acabar, você prometeu. O que você fez? Não fui eu, não fui eu. É tudo culpa sua, Alice. Sentia as lágrimas quentes caindo em sua bochecha, sua vista estava embaçada e ela sentiu medo porque, de repente, ela se viu sozinha contra aquele demônio. 

ㅤㅤㅤEu não fiz nada, repetia, me deixe viver.

ㅤㅤㅤAs gargalhadas irrompiam pela sua garganta sem que ela conseguisse pará-las fazendo a raiva borbulhar dentro do homem que, sem pensar, desferiu um murro tão forte no rosto da garota que fez pontinhos brancos brilharem diante de seus olhos, então ele bateu de novo e de novo e de novo e de novo para se livrar daquela vontade de destruir algo bonito. Alice já não emitia mais nenhum som além da respiração molhada, porém os olhos da bruxa encaravam Tomas diretamente sem o vê-lo e brilhavam malignos como se o desafiasse a terminar aquilo de uma vez por todas, os lábios se mexeram em um pedido silencioso e se repuxaram em um sorriso antes das mãos do homem se fecharem em torno de seu pescoço. O pequeno corpo se debatia debaixo dele buscando o ar que era impedido de entrar, os calcanhares batiam contra o chão ecoando em seu ouvido junto com a pulsação surda, as lágrimas brilhavam nos olhos injetados e a baba misturada com sangue escorria de sua boca melando as mãos que colocavam cada vez mais força até que tudo ficou quieto.

ㅤㅤㅤA criança ficou inerte com os lábios de flor entreabertos e o rosto inchado, sujo pelas gotas gordas de sangue que vazavam tanto do nariz fino quanto dos cortes que foram abertos em seu rosto pelos punhos masculinos, o homem sentiu o gás inicial da adrenalina se dissipando e tombou no chão olhando incrédulo para as próprias mãos trêmulas, sem acreditar a crueldade que possuiu seus corpos; afastou-se, sem conseguir controlar as lágrimas que brotavam de seus olhos quando olhou ao redor e seu corpo tremia por inteiro ansiando terminar de deformar sua cria com os dentes e arrancar o coração do demônio desacordado aos seus pés, mas também sentia seus joelhos a ponto de ceder. Precisou de vinte minutos para conseguir se aguentar em pé e mais um pouco para aninhá-la em seu colo como o bebê que um dia foi, saiu do quarto carregando aquele pouco peso, torcendo o nariz para o cheiro de fumaça e os cigarros apagados no chão, e parou no topo da escada sem intenções de descer. Respirando fundo, esticou os braços para a frente e a soltou sem pestanejar ou exibir arrependimento quando ela tombou uma, duas, três e mais algumas vezes se debatendo pelos degraus até parar no chão da sala, deixando tudo em silêncio absoluto.

Taylor retornou para o quarto com os ombros curvados para frente carregando o peso de um fantasmas nas costas e se arrastou até a cama onde a esposa estava deitada nos lençóis carmins com a faca sobressaindo seu estômago como um sacrifício, sentou no chão e segurou a mão morta por cerca de uma hora inteira perguntando baixinho o por quê daquilo ter acontecido, o que sua família havia feito para merecer tamanha atrocidade e o que possuíra sua filha naquelas últimas horas, talvez se tivesse sido um pai mais atento poderia ter evitado a desgraça. Os minutos se arrastavam e não havia nenhum barulho vindo mundo externo, os olhos estavam fixos nos dedos pálidos de Clarisse porque sabia que não conseguiria encará-la novamente, sua vida havia acabado e agora que sua ficha caia. Com um pouco de dificuldade se levantou para buscar o celular em cima da cômoda e saiu do quarto, desceu as escadas passando por cima do corpo da filha e olhou pela janela da sala de estar: a noite quente era calma, o suor escorria por suas costas enquanto os vizinhos dormiam tranquilamente em suas casas.

ㅤㅤㅤLogo quando tudo começou, era rotineiro uma visita da polícia sempre que sua esposa sofria algumas crises psicóticas, pois os vizinhos ligavam preocupados para a emergência para denunciar a perturbação, porém a confusão se tornou cada vez mais comum e aos poucos todos começaram a entender que não havia nenhum mal naquela casa além da doença. Naquela noite, Tom percebeu que sempre esteve errado e o mal esteve presente desde o momento que a gravidez foi descoberta e conforme a criança crescia, ele aumentava; apenas Clarisse conseguia enxergar a verdade e tentou avisá-los. Tudo estava acabado.

ㅤㅤㅤCom os dedos trêmulos, discou e esperou.

ㅤㅤㅤ― 9-1-1, qual sua emergência?

ㅤㅤㅤ― Eu... Eu matei minha filha, vocês poderiam vir logo? ― Passou o endereço antes mesmo que a atendente perguntasse.

ㅤㅤㅤ― Estão a caminho. Qual seu nome, senhor?

ㅤㅤㅤ― Tomas Taylor.

ㅤㅤㅤ― Tomas, você faz uso de alguma medicação?

ㅤㅤㅤ― Não, mas minha esposa faz e minha filha também.

ㅤㅤㅤ― Usou alguma substância ilícita nas últimas doze horas?

ㅤㅤㅤ― Não.

ㅤㅤㅤ― O que aconteceu, Tom? ― A mulher usava um tom calmo.

ㅤㅤㅤ― Não sei... Eu realmente não sei o que aconteceu, mas isso precisava ser feito.

ㅤㅤㅤ― Onde você está agora?

ㅤㅤㅤ― Na sala. Oh, Deus, vocês já estão chegando?

ㅤㅤㅤ― Estamos a caminho, onde sua está sua esposa?

ㅤㅤㅤ― Está no quarto e eu... Eu joguei meu bebê pela escada. A porta da frente está aberta.

ㅤㅤㅤ― Você está armado?

ㅤㅤㅤ― Não.

ㅤㅤㅤ― O socorro já está chegando, vamos manter a calma, ok?

ㅤㅤㅤE ele concordou.

ㅤㅤㅤDo momento que começou a ouvir as sirenes até o momento em que as viaturas estacionaram na frente da casa, invadindo a sala escura com as melancólicas luzes vermelhas e azuis, o tempo passou muito rápido. Estava tudo acabando e ele esperava colher os frutos de suas escolhas logo, suspirou pesadamente ao assistir os veículos estacionarem rentes ao meio fio de seu gramado como já haviam feito inúmeras vezes, a atendente ainda falava com ele quando se virou pronto para se entregar, mas o celular escorregou de sua mão ao se deparar com o espectro de sua filha em pé à uma curta distância; os cabelos bagunçados, sangue cobrindo metade do rosto inchado e uma escultura de mármore em mãos. Se ele tivesse demorado mais um pouco, seu cérebro estaria espalhado pelo chão quando os policiais entrassem pela porta da frente e ele não conseguiria dizer que sentia muito por ter feito aquilo com ela. Um dos policiais a puxou para tirá-la dali e a estátua caiu com um estrondo no chão, mas ela conseguiu ver o momento em que ele se ajoelhou com as mãos na cabeça e lágrimas escorrendo. Do lado de fora, faziam muitas perguntas e as vozes acabavam se misturando com aquelas dentro dela.

ㅤㅤㅤComo você está se sentindo? Você está bem? Eu pareço bem?

ㅤㅤㅤAcompanharam-a para uma ambulância onde conseguiu ver seu reflexo sem ter certeza de que aquilo era ela, a cegaram com uma lanterna enquanto continuavam falando coisas que não conseguia entender. Uma contusão, tornozelo e pulso torcido pela queda, o olho inchado injetado de sangue estava tão inchado que ela não conseguia abri-lo totalmente, vários hematomas pelo rosto e sangue seco espalhado pelas bochechas, queixo e pela frente das vestes, os cabelos altos e as mãos sujas do sangue da mãe que tentou salvar. Assistiu o pai sair de casa algemado, escoltado por dois policiais e arrastado até a viatura, viu os paramédicos entrarem às pressas com uma maca e nunca os viu sair.

ㅤㅤㅤ― Como a mamãe tá? ― Indagou com a voz baixa para a enfermeira ao seu lado.

ㅤㅤㅤ― Sinto muito, criança.

ㅤㅤㅤAlice Taylor chorou.

ㅤㅤㅤA outra Alice riu.

ㅤㅤㅤA versão dos vizinhos, da polícia e dos jornais relatava a existência de uma relação muito próxima entre elas e todos acreditavam naquilo, por isso não foi surpresa para ninguém quando Alice, devido ao choque daquela noite, parou de falar por quase um ano e meio. Todos estavam comovidos, sussurrando ao redor sobre como Tomas Taylor era um monstro e os vizinhos concordavam com aquilo apostando que a mulher enlouqueceu por sua culpa, eram curiosos tumultuando o outro lado da fita de isolamento que cercava a casa dos Taylor.

ㅤㅤㅤ― A senhora poderia me emprestar seu telefone?

ㅤㅤㅤA mulher assentiu e entregou o aparelho para a menina que discou os números rapidamente e esperou, chamou, chamou, chamou e a outra atendeu com uma voz carregada de sono, alguém que não fazia a menor ideia do que estava acontecendo.

ㅤㅤㅤ― Eu preciso de você, G.

não esqueçam de favoritar os capítulos que leram e, caso queiram, deixar comentários. gosto de receber o feedback de vocês, significa muito pra mim <3

att, vdek

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