O segredo do rei - Final

Ao amanhecer...

O rei só esperava o resultado em sua sala. Ouviu bater na porta e logo um médico da corte do palácio entrou...

— E então? — temia por ouvir a verdade.

— Morreram. Um após o outro.

O rei bateu com força em sua mesa e a jarra de cristal caiu ao chão.

— Como foi possível? Tenho que saber quem foi o responsável por isso!

Num outro quarto, se encontravam dormindo o casal apaixonado. Foram retirados em plena madrugada por alguns guardas da cela e conduzidos para um quarto luxuoso do palácio. O rei ultrapassou pela porta do quarto e parou, observando o casal dormindo. Augusto Luís ao lado de seu querido filho. Ele resolveu esperar eles acordarem, antes de descobrir algo muito mais grave.

— Bom dia — disse o rei a eles quando acordaram assustados. — Espero que tenham tido uma noite e tanto.

Rafael não estava entendendo nada. Muito menos Augusto Luís.

— Rafael — dizia seu pai. — Quantos anos você tem?

Ele estava pasmo com tudo aquilo. Será que estou sonhando? Mais ouviu claramente a pergunta do pai ressurgir.

— Quantos anos você tem?

— Pai eu posso explicar...

— Não me ouviu? Quantos anos você tem?

Não sabendo aonde o pai queria chegar com aquilo, respondeu:

— Dezessete anos.

— Muito bem. E você, quantos anos tem?

Augusto Luís olhou para o amado confuso e depois olhou para os olhos estranho do rei e respondeu:

— Tenho vinte quatro anos, senhor.

O rei fez o calculo e sorriu.

— A diferença é de oito anos apenas. — disse. — E depois que os dois fizeram lá embaixo não vejo porque proibir que se casem, não é mesmo?

Rafael e Augusto Luís ficaram levemente envergonhados sem poderem encarar o rei, mas depois perceberam o que ouviram do rei, e se entre olharam sem acreditar, sorrindo.

— O que está acontecendo, afinal? — indagou o jovem príncipe, ao mesmo tempo cobrindo a parte nua do seu corpo com o lençol de seda.

O rei respirou fundo, não sabendo como eles iriam reagirem quando soubesse de toda a história começou a contar.

— Tudo não passou de um teste.

Eles ainda não estavam compreendendo nada. Dirigiu-se a explicar ao jovem que estava estupefato.

— Eu quis testá-lo antes de conceder a mão do meu filho para ser seu esposo. E você provou que o ama de verdade. Tivera a chance de fugir, mas preferiu ficar e lutar por seu amor.

Augusto Luís arriscou em perguntar.

— As chibatadas também fizeram parte de seu teste?

O rei balançou positivamente a cabeça, não disfarçando um sorriso que apareceu nos lábios.

— Você suportou tudo sem ao menos ofender-me. Isso provou que será um ótimo genro e o futuro rei.

— O quê quis dizer com a última palavra?

O rei sorriu, e de sua cabeça retirou a coroa.

— Estou querendo dizer que a partir de agora você é o rei desse palácio e de todo o reino.

O príncipe Rafael mal podia acreditar no que ouvia e no que via. Augusto Luís achara que fosse mais um teste. O rei coroou a cabeça do jovem com sua coroa.

— Você está falando sério?

— Por acaso acha que estou brincando?

Rafael abraçou o amado todo feliz.

— Ai!

O rei sugeriu rindo:

— Teremos que cuidar desses ferimentos primeiro.

Os médicos fizeram uns curativos nas costas do futuro rei, enquanto o pai conversava com o filho em particular.

— Então foram seus irmãos que fizeram a comida para você levar para o seu amado na masmorra?

— Sim. Eles se mostraram bastante comovidos com meu sofrimento.

O coração do pai se alterou, estava prestes a revelar uma má notícia.

— Você sabia que a comida que eles prepararam estava envenenada?

Os olhos de Rafael estremeceram ao ouvir aquilo do pai.

— Como? O que o senhor está dizendo?

— Eles tentaram matar Augusto Luís envenenado.

Ele ainda mal podia acreditar. Eles pareceram ser tão bons comigo durante esse tempo todo... — pensou.

- Como o senhor sabe que havia veneno na comida?

O pai relatou suas suspeitas.

— Quando entrei na masmorra acompanhado pelos guardas, notei que havia alguns ratos mortos perto da bandeja de comida. Era estranho o fato de que os ratos não haviam sido mortos por ferimentos. Pela curiosidade minha mandei que os médicos testassem a comida em dois cachorros saudáveis. E ambos morreram um após o outro. — Foi então que Rafael percebeu tudo. Percebeu que seus irmãos haviam planejados se livrarem dele de uma vez por todas.

Será que Augusto Luís sabe de algo que eu ainda não sei?

Rafael se entristeceu.

— O que o senhor irá fazer?

O pai olhou para o filho. É uma boa pergunta. — pensou ele.

Quando os irmãos malvados de Rafael finalmente acordaram, foi procurar pelo o irmão caçula. Encontraram-no em seu quarto chorando.

— O que aconteceu Rafael? — indagou Geraldo, fingindo-se preocupado.

Rafael fez um enorme esforço para não demonstrar que estava fingindo.

Se eles podem fingir, eu também posso. — pensou.

— Aconteceu a pior coisa que poderia ter acontecido... Meu amado faleceu!

Os irmãos sorriram por dentro e por fora mostraram sofrerem por ela.

— Lamentamos muito por sua perda irmãozinho... mas nós estamos aqui pra te apoiar, sabe que pode contar com a gente...

Quando eles entraram para os seus quartos, foi à maior comemoração.

— Conseguimos! Finalmente o desgraçado está morto!

— Graças a nossa ideia de envenenar a comida. Temos que fazer isso para o idiota de nosso irmãzinho. Mas devemos ser cuidadosos para que os nossos pais não saibam de nada.

— Saber do que agora já sei? — indagou o pai deles, saindo de dentro do armário de roupa.

Geraldo e Fernando ficaram horrorizados ao serem flagrados.

Rafael estava deitado em sua cama quando o seu amado entrou.

— Está dormindo, meu lindo príncipe?

Ele virou para ele e sorriu.

— Não.

Ele sentou ao seu lado na cama macia. Já estava com as costas enfaixadas e com medicamento.

— Rafael...

Ele viu que seu amado estava com medo.

— O que você tem?

Suspirou fundo e disse:

— Tenho que te contar a verdade. A verdade de como eu encontrei você na floresta... — começava ele. — Juramos que não íamos manter mais segredos entre nós, então...

— Querido... não precisa contar mais nada, apenas esqueça o passado e viva comigo o presente e o futuro. — ele o abraçou e o beijou.

E eles fizeram mais uma vez um amor intenso. Ao passar de alguns dias, eles se tornaram reis do reino. A pedido de Rafael, o seu pai castigou os seus malvados irmãos a passarem o resto de suas vidas na casa na floresta. Geraldo e Fernando tiveram que se esquecer de suas vaidades e de todo o luxo que eram acostumados a terem para sobreviverem na floresta. Achando eles — esse, o pior de todos os castigos existentes, e estavam proibidos de adentrar pelos portões do reino.

Rafael e Augusto Luís viajaram para muitos lugares fascinantes, fazendo amor e vivendo um perfeito e lindo conto de fadas.

Fim


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