Onde Jungwon relembra seu grande amor impossível tal como ocorria em seu auge da adolescência, mas ele só não contava que em seus minutos finais iria encontrar o Park o esperando.

Era tarde da noite quando Jungwon conseguiu enfim sair do seu quarto sem ser notado pelos vários enfermeiros que entravam e saiam do local o tempo todo uma vez que havia dado uma ordem clara a todos eles.

Não queria ninguém no seu quarto até o horário do almoço e apesar disso ter causado um grande espanto em todos os envolvidos, não houve uma pessoa que fosse contra a ordem dada.

Era Jungwon quem pagava o salário diretamente deles enquanto seu amigo, Kim Sunoo, por outro lado dava o veredito final sobre quem entrava e saia daquela casa devido aos cuidados de saúde que tinham que tomar com o Yang.

O Kim era a típica pessoa que vivia livremente sua vida até receber a notícia de que Jungwon estava internado no hospital em estado grave. Pouco tempo depois se descobriu o câncer em estado avançado e que não deveriam pensar muito nisso.

E era claro que por mais que não falasse sobre isso, Jungwon tinha muitos pensamentos na sua cabecinha. Não apenas sobre como ficaria seu reinado, mas se Sunoo iria sobreviver ao choque da realidade outra vez.

Os dois ficaram muito próximos nos últimos meses, Sunoo era como um irmão para Jungwon e por conta disso os dois conversavam sobre tudo e desabafavam também. Então pensar no mundo sem o Yang parecia ser algo completamente errado.

Enquanto pensava em maneiras de deixar esse mundo sem causar um grande estrago em Sunoo, o Yang ia se preparando para ir até o jardim que havia em seu castelo. Ele arriscava dizer que era ali o seu cantinho seguro e onde nada dava errado.

Jungwon amava ir até lá durante as tardes calmas onde podia desfrutar de um vento refrescante ou então ir até lá para finalizar alguma leitura importante que deveria ser feito o mais breve possível. Momentos como esse, que ia apenas para pensar, ficavam cada vez mais nulos.

As vezes ele se pegava pensando que ali poderia ser o local onde Sunoo ou alguém do castelo poderia o encontrar sem vida. A ideia o perturbava tanto que uma vez já saiu correndo para o seu quarto se trancando lá para no fim perder seu momento de paz atoa.

Odiava ser tão desesperado ao ponto do menor sinal de algo errado já ir correndo para algum lugar que não iria causar nenhum dano para quem o achasse. O castelo por si ao já era um lugar com muitas memórias e não seria fácil de todo jeito.

Mas agora ele estava ali. Sentado em um banco de madeira, cercado de vários tipos de flores que alguns deles até mesmo eram exóticos ou vindos de outros países que eram cultivados com muita luta. Os jardineiros realmente não tinham uma fácil tarefa ali quando se tratava de deixar tudo em ordem.

Em algum momento da sua vida alguém disse que ele deveria ser como um jardineiro. Ir podando pouco a pouco a sua vida, sem pressa de alcançar logo um objetivo para que no momento certo pudesse brilhar ao alcançar algo que tanto queria.

Mas certamente Jungwon não podia se dar esse luxo. Sempre havia alguém da imprensa pronta para cair matando em qualquer coisinha que saisse sua nas redes sociais ou então caso suma por muito tempo. Ele nunca teve paz certamente.
Não desde que os seus pais o deixou de forma inesperada ao partirem numa viagem com outros tripulantes anônimos e nenhum deles retornarem na data marcada. O Yang era apenas um adolescente na época e já se via sendo julgado por tudo.

Por não aparecer no enterro sem corpos dos pais, por nunca dar nenhum parecer ou entrevista que fosse da sua vida pessoal ou sobre os futuros planos para seu reinado como tão pouco apareceu nos eventos oficiais da realeza.

Ele só tinha um único contado com a realeza externa que era o príncipe Park ou simplesmente o príncipe americano Jay. Um homem super companheiro e educado que amava ensinar a Jungwon pequenas coisinhas do seu próprio mundo enquanto o Yang apreciava isso.

Amava a delicadeza, amor e carinho que via no Park que mesmo estando tão distante fazia questão de estar presente do dia a dia do Yang até sumir por completo sem mais nem menos. Isso causou uma dor imensa no mais novo que via a vida passar diante do olhos.

Já não tinha mais vontade alguma de fazer algo e ali naquele momento apenas desejava que pudesse encontrar Jay em algum lugar e de alguma forma. Nunca pode vê-lo pessoalmente e isso tirava todas as possibilidades de fazer isso acontecer em seus momentos finais.

Mas não era isso que iria impedir seu sonho de se tornar real. Sonho ou não, a figura alta e bem desenhada de um belo rapaz parecia irradiar diante do Yang que até mesmo abriu e fechou os olhos várias e várias vezes tentando entender se a bela figura era de fato real.

A maneira como Jay sorria lhe parecia tão  convidativa que tudo o que o Yang queria era correr até os braços do amado e não deixá-lo ir mais. Não queria saber como fariam isso dar certo, afinal só precisavam estar juntos para fazer isso acontecer.

— Faz tempo, príncipe Yang. — o americano diz baixo sem se mover de onde estava. Talvez não pudesse fazer isso.

Yang por sua vez nada disse. Estava muito hipnotizado com a presença alheia para sequer cogitar ir até lá, mas no fundinho sabia que se tivesse com força o bastante para fazer isso já estaria lá. Com o corpo agarrado ao seu e lhe dizendo para nunca mais sumir assim.

— Quer me dizer o que veio fazer aqui, príncipe Park?

— Meu nome soa bem na sua voz, querido. — Jay agora estava próximo o bastante do Yang para que pudesse tocar sua bochecha. — Vim garantir que fizesse uma passagem calma e sem grandes problemas.

— Ainda vem encontrando problemas nisso da travessia? Me lembro de que comentava muito sobre as brigas e discussões que as almas tinham.

Jungwon não se deu conta de que Jay Park não era apenas um príncipe americano, mas sim também um anjo que atuava tanto como um cupido quanto como um facilitador de travessias garantindo que os lados amor e paz ficassem bem nesse momento tão delicado.

Para levar seu amado embora não foi uma tarefa difícil. Jungwon já estava enfeitiçado pela presença alheia então não sentiu dor ou medo quando seu corpo físico apenas parou e foi encontrado por Sunoo horas mais tarde. O Kim sabia que era melhor assim para o melhor amigo.

Então apenas da dor, iria juntar seus pedaços para ficar bem.

Agora quanto a Jay e Jungwon, são como a rosa e o cravo. Não poderiam ficar juntos de fato, mas estariam ali para lembrar um ao outro da sua presença.

...

Os créditos da capinha vão para a kikoovr♡