⁴²|ᵃᵐᵉⁿᵈᵒᵃ

1.
“No nascimento, as amêndoas simbolizam a celebração pela chegada da criança e expressa a felicidade, carinho e agradecimento dos pais. No batizado:são oferecidas 3 unidades que representam a Trindade: Pai, Filho e Espírito Santo. E no casamento: felicidade, fertilidade, longevidade, riqueza e saúde.
2.
Etimologia. "Amêndoa" provém do grego amygdále, através do latim amygdala.”

ATLAS


Aos meus treze anos comecei ajudar nas arrecadações e a fazer trabalho voluntário, tornando-se um hábito desde que minha  a professora passou como trabalho da escola uma tarefa em grupo para reunirmos os mantimentos que conseguíssemos para uma família que tinha acabado de se mudar para a cidade após perder tudo depois uma temporada de tornados em Miami.

Desde então, tenho feito o possível para ajudar os necessitados da cidade. Foi ideia minha começar a arrecadar para o asilo, assim como incentivei meu pai a pedir aos cidadãos de Greenwood que nos ajudassem hoje. Houve uma enchente em Chesapeake e muitas famílias ficaram desabrigadas, sendo obrigadas a ficarem nas escolas ou casa de parentes, então devido a superlotação, os mantimentos estão praticamente em falta.

Já conseguimos muitas coisas até agora, entre elas galões de água, cobertores e roupas. Chega gente a cada minuto para ajudar como pode e eu fico muito feliz e satisfeito com isso.

— Atlas, a Fallon tá aí — Milles diz para mim. — Acho que ela não tá bem.

— Quê? Como assim? — A preocupação toma conta de mim diante das duas palavras.

Eu não espero ele responder e caminho em direção a saída, meu coração saindo do seu ritmo normal. O que pode ter acontecido? Ela parecia bem quando nos falamos pelo telefone e ela disse que me encontraria aqui na igreja para ajudar.

Assim que saio, eu a vejo. Um outro garoto do qual não lembro o nome e mais duas garotas estão tentando falar com Fallon, mas ela não parece ouvir, dizendo coisas que não consigo ouvir de onde parei.

Rapidamente retomo meus movimentos, praticamente empurrando as outras pessoas para chegar até ela.

— Fallon? Ei. — Seguro seu rosto entre minhas mãos, fazendo-a me encarar.

Desespero. É puro desespero que eu vejo em seu olhar, enquanto lágrimas deslizam por suas bochechas. Meu estômago afunda. Ela está tendo uma crise? É algo relacionado aquele monstro?

— Atlas — sussurra.

— Sim. Sou eu. O que aconteceu? — Puxo-a para os meus braços. Fallon me abraça de volta, seu corpo tremendo. — O que você está sentindo?

— Me tire daqui. Por favor... Me leve para qualquer lugar — ela está balbuciando e eu quase não entendo suas palavras.

— Tudo bem. Vamos embora, ok? — sussurro, não sabendo ao certo se é isso que ela quer ouvir. Ela está tendo uma crise, isso é óbvio, mas é diferente daquele dia ou de todas as outras vezes.

— Ele... Ele não é... — Fallon não consegue terminar e eu decido que já é o suficiente. Preciso realmente tirá-la daqui.

— Abra a porta do carro — digo a uma das garotas que estava tentando ajudar. Ela anue, aceitando a chave que jogo para ela e vai carrendo fazer o que pedi.

Eu pego Fallon no colo, apertando seu corpo trêmulo enquanto cubro a pequena distância até o meu carro. Aquela garota já abriu a porta e eu coloco Fallon dentro do veículo, pondo o cinto de segurança nela.

Eu não sei para onde vou levá-la. Minha casa é a opção mais lógica, mas talvez eu devesse levá-la para a dela e ligar para Portia? Ou Portia tem algo a ver com isso? Eu duvido muito, mas se tratando de Fallon, eu não quero arriscar nada. Fora que ouvi muito bem quando ela disse "ele". Quem? Morris foi atrás dela depois de sair do hospital? Eu  não acho que ele se arriscaria tanto, mas, de novo, eu não quero presumir nada sem ter certeza.

Fechando a porta do carro, entro pelo outro lado e mal lembro de pôr o cinto de segurança antes de dar partida. No banco do passageiro, Fallon está curvada para frente, com as mãos na cabeça.

— Fallon? Vai ficar tudo bem, ok? — Passo a mão por suas costas, tentando lhe dar algum consolo.

Preciso fazer alguma coisa. Táticas de respiração não vão acalmá-la e eu estou seriamente cogitando levá-la para o hospital, mesmo que a única coisa que ela precise é ver seu pai, quando uma coisa surge na minha mente. Um nome, na verdade.

Dra Rossi.

— Nós estamos indo para o consultório da Dra Rossi. Você vai ficar bem — digo a Fallon, fazendo um desvio perigoso e pegando um atalho para a rodovia.

— Ele não é o meu pai.

Franzo as sobrancelhas, olhando para Fallon antes de voltar meus olhos para a estrada.

— O que você disse? — Mark não é o pai dela?

Porra, ela teve uma recaída? Ela está drogada?

Cacete, se for isso, a sua psicóloga não vai poder fazer muita coisa.

Fallon se endireita, mas ainda está chorando, encarando as mãos em seu colo.

— Todo esse tempo eu fiquei me perguntando qual o meu problema... Por que ele me odeia tanto...

— Meu amor, do que você está falando? — pergunto com calma, quando na verdade estou surtando. Quanta droga ela ingeriu? Foi maconha? Cocaína? Ecstasy? Da última vez foram todas essas coisas juntas. Ela vai ter outra overdose?

Merda, merda, merda.

— Você não está ouvindo? — Ela vira para mim. — Mark não é o meu pai!

Eu a encaro. Sim, ela não está bem, mas... Não acho que seja drogas. Não, ela está falando sério.

— Quem te contou isso?

— Eu ouvi. — Fallon cobre o rosto com as mãos. — Eu ouvi minha mãe e ele conversando.

— E o Mark? — Estou tentando juntar as peças.

Fallon balança a cabeça, negando.

— O Fre..

Ela nunca termina de falar porque um barulho a interrompe. Algo batendo. Algo batendo em nós.

Então tudo está girando e o mundo fica escuro de repente.

←↑↓→

FALLON

O mundo está de cabeça para baixo.

Minha cabeça dói quando abro os olhos. Primeiro, noto como tudo está silencioso. Dura dois segundos, mas nesse pouco tempo, não há nada. Mas então, como se um interruptor tivesse sido ligado, ouço barulho de fumaça. Não faz sentido, fumaça não faz barulho. É mais como uma coisa acordando.

Depois, eu percebo como as árvores ficam estranhas desse ângulo. Parece que elas estão caindo, mas nunca caem realmente.

Por que as árvores estão de cabeça para baixo? Por que minha cabeça parece que foi acertada por um taco de baseball?

Meu raciocínio está igual uma tartaruga, mas consigo virar a cabeça. O mundo para de novo.

Atlas.

O desespero é como um veneno se espalhando lentamente pelo meu organismo enquanto eu observo o sangramento em sua cabeça. Seus olhos estão fechados e ele não parece com dor, mas isso deve estar doendo. Quando ele acordar...

Ele vai acordar?

Fecho os olhos e os abro novamente, esperando alguma lucidez, mas a visão embaçada de Atlas pendurado pelo cinto de segurança não muda. Ele tem que acordar. Não há a opção de ele não acordar. Eu acordei. Por que ele ainda está lá, parecendo que não... que não está respirando?

— Atlas — chamo, minha voz frágil. Meu olhos pinicam com lágrimas. Estendo o braço até ele e seguro sua camisa, balançando-o. — Atlas!

Não, não, não.

Eu preciso checar o pulso dele. Preciso nos tirar daqui. Um carro pode aparecer e bater em nós.

— Tudo bem. Nós vamos sair daqui — eu digo a ele.

Com uma mão no chão, sem me importar com os cacos de vidro, eu seguro meu peso quando solto o cinto de segurança.

Sem isso pra me segurar e apenas com a minha mão para me deter, assobio com a dor quando um pedaço de vidro entra na palma da minha mão. Foda-se isso.

Consigo me arrastar pelo carro, mais cacos de vidro me perfurando. Estou quase alcançando Atlas quando ouço passos.

Olho por cima do ombro. A ajuda já chegou? Talvez o carro do xerife? Ele está sempre por perto para perturbar nossas vidas, mas nunca quando realmente precisamos, não é? Que ironia fodida. Mas talvez ele tenha resolvido ser útil.

A janela do meu lado foi destruída e graças a isso eu coloquei meus pés para fora para conseguir engatinhar até Atlas, mas sinto algo ruim no meu estômago quando mãos seguram meus pés e me puxam.

Que porra é essa?

Eu solto um grito, principalmente porque o que restou do vidro da janela arranha minha barriga e meus braços com a brutalidade que sou puxada. Tenho quase certeza que já vi uma cena assim em algum filme de ação, mas nunca imaginei que as pessoas realmente resgatavam as outras dessa forma.

Quando estou fora, apoio-me em meus cotovelos machucados, me arrastando para trás.

Assim que olho para cima, coloco uma mão acima dos meus olhos por causa do sol que está tornando quase impossível ver a pessoa — um homem.

Mas eu vejo e rapidamente desejo nunca ter saído de dentro daquele carro.

Porque olhando para mim com um sorriso sinistro, está o homem que me assombrou pelos últimos cinco anos.

Morris sorri para o terror com certeza estampado em meu rosto.

— Sentiu saudades, Fal?

Eu começo a gritar.





←↑↓→

Oi, gente, tudo bom?🙈

Me digam que não fui a única que riu quando o Atlas achou que a Fallon tava drogada KKKKKKKKKKKKKK

Enfim, não tenho muito oq dizer sobre esse capítulo, espero que estejam vivas para o próximo. Hihi

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Tem mais assim, vão lá ver 😭😭😭

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2bjs, môres♥

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