⁹|ˡᵃʳᵃⁿʲᵃ

1.
"A palavra laranja, referente à fruta, vem do árabe “nâranj”, derivado de “nâranga”, em sânscrito.
2.
A cor laranja significa alegria, vitalidade, prosperidade e sucesso. É uma cor quente resultado da misturas das cores primárias vermelho e amarelo. Está associada à criatividade, pois o seu uso desperta a mente e auxilia no processo de assimilação de novas ideias."

FALLON

— Obrigada. — agradeço a Atlas pelo copo de água.

Estou tremendo por causa da lembrança e consegui parar de chorar há apenas alguns minutos.

Contei a Atlas. Não sei por que, como posso confiar nele quando praticamente nos conhecemos há uma semana, mas eu contei. Sinto como se um peso enorme tivesse sido tirado dos meus ombros, depois de guardar tudo isso para mim por todo esse tempo.

— Você quer mais alguma coisa? — Atlas pergunta, enxugando meu rosto. Me inclino para o seu toque, sua mão quente contra a minha pele.

— Você não devia estar sendo tão legal comigo depois de eu ter te tratado daquela forma na festa. — porque eu fui horrível com ele, contando para todos algo que ele tinha contado para mim e mesmo assim, quando revelei a ele o que tinha sido feito comigo, Atlas não me julgou ou disse que a culpa era minha. Não, ele me abraçou, enxugou minhas lágrimas e me ouviu.

— Tá tudo bem.

Balanço a cabeça. Não está tudo bem.

— Acho... — engulo em seco, encarando o copo em minhas mãos. — Acho que depois do que aconteceu, eu... Eu construí um muro em volta de mim mesma. E não digo pelo sexo... Eu faço sexo, mas não sinto prazer. Posso atingir o clímax, mas não sinto prazer de verdade. Depois, quero dizer, eu me sinto um lixo e... — suspiro, percebendo que embaralhei as palavras — O que estou querendo dizer, é que quando alguém se aproxima, eu fujo. E eu não sei... Não sei como parar de fugir e enfrentar isso. — Encaro os olhos de Atlas. — Isso faz sentido?

— Faz. E — ele deixa um beijo em meus lábios, o que me faz sorrir um pouco. — nós vamos dar um jeito nisso.

Nós. Algo nessas três letras me faz sentir aquela sensação estranha no estômago de novo.

ATLAS

— Vamos comer alguma coisa. — fico de pé, puxando Fallon comigo.

— Agora? Seu pai não está em casa? — ela me olha desconfiada, os olhos ainda um pouco vermelhos de chorar.

— Deve estar. Eu disse a você que não me importo com que as pessoas vão pensar se nos virmos juntos. Meu pai está incluso nisso.

— Mas...

— Mas nada. Você precisa comer e eu também estou morrendo de fome. — entrelaço minha não na sua e seguimos para fora do quarto antes que ela reclame.

Ou perceba que eu preciso fazer algo para tirar um pouco da raiva que estou sentindo. Tudo o que ela contou... Não consigo acreditar que fizeram isso com ela. Eu acredito no que ela contou, claro, o que aquele... Por Deus, ela tinha só treze anos...

Fecho a mão livre em punho e tento parecer casual enquanto caminhamos pelo corredor. Não quero que ela se assuste ao perceber que eu quero muito socar a cara do monstro que fez isso com ela.

— Você sabe cozinhar? — a voz melancólica de Fallon me faz lembrar que ela está aqui, comigo.

— Não, mas acho que consigo me virar fazendo uma omelete e algumas panquecas. — solto sua mão para poder abrir a geladeira e pegar os ingredientes.

— Estou sentindo que vou ter uma indigestão.

— Nossa, a confiança que você tem nas minhas habilidades culinárias é admirável. — dou risada, pegando ovos, leite, açúcar...

Ponho tudo em cima do balcão, onde Fallon está sentada, balançando as pernas no ar.

— Eu não vou precisar de ajuda, caso esteja preocupada, então pode ficar aí, sentada enquanto eu faço todo o trabalho. — ironizo, mesmo não me importando de verdade em deixá-la me observar.

Fallon pisca para mim.

— Confio em você, meu bem.

Balanço a cabeça, rindo. Senti falta dela, do seu sorrio, da sua risada... Até mesmo o sorriso travesso. Na verdade, eu adoro esse sorriso. Adoro tudo nela. Será que estou apaixonado? Eu a conheço há apenas três semana, será que é possível?

Você seria um grande canalha por estar apaixonado por ela enquanto namora e engana a Brittany.

— Você entregou o trabalho ao professor Jackson — Fallon diz, enquanto quebro os ovos na tigela. — E colocou o meu nome. Obrigada.

— Você pode me agradecer depois. — assim que digo isso, fecho os olhos, percebendo que falei besteira de novo.

— Olha como ele está todo saidinho. — de costas para ela, quase consigo ouvir o sorriso em sua voz.

— É apenas com você que isso acontece, sabe.

— Eu deveria me sentir privilegiada?

— Certamente.

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— Eu já posso falar "eu te avisei"? — Fallon está parada ao meu lado, de braços cruzados enquanto tenta claramente não rir.

— Como isso aconteceu? — estamos os dois na frente do fogão, olhando a omelete que consegui queimar, sem contar nas panquecas que ficaram meio borrachudas.

— Eu não faço ideia, mas contanto que você guarde seus dons culinários, eu ficarei grata em não provar isso de novo.

Lhe dou uma cotovelada de leve nas costelas. Fallon me empurra de volta e nós damos risada. Ela realmente havia me avisado que a massa da panqueca estava estranha e que eu tinha que abaixar o fogo na hora da omelete, mas como ela também não sabe cozinhar, achei que estava errada. Deveria ter lhe dado ouvidos.

— Que cheiro de queimado é esse? — a voz de meu pai me chama atenção. A risada de Fallon some imediatamente.

Nos viramos para meu pai, que está vestido com pijama. Sua postura vai de pai para prefeito assim que ele nota Fallon ao meu lado.

— Bom dia, pai. — passo o braço pelos ombros de Fallon quando ela fica tensa e para garantir que está tudo bem.

— O que está acontecendo aqui? — seus olhos se alternam entre Fallon e eu. Olho por cima do ombro, para a omelete queimada e depois volto meus olhos para ele.

— Acabamos de descobrir que meus dotes culinários são horríveis. — ao meu lado, Fallon ri, tapando a boca em seguida. Meu pai também percebe, mas ele apenas balança a cabeça.

— Faça o que quiser, mas só tenha a certeza de que não machucará a Brittany. Não criei você pra ser esse tipo de pessoa.

Meu pai nos deixa sozinhos, então.

— Bom, isso foi bem — Fallon suspira, relaxando um pouco. Já eu, fico pensando no que meu pai disse, sabendo que ele está certo. — Tudo bem?

— Sim... Posso te perguntar uma coisa? — encaro seus olhos castanhos ao virar para ela. Fallon inclina a cabeça para o lado, as mechas escuras de seu cabelo acompanhando o movimento. Mas ela anue. — Você nunca disse nada sobre eu namorar a Brittany, mas tirou aquela garota do meu colo pelos cabelos. Por quê?

— Brittany é a sua namorada — Fallon dá de ombros. — Enquanto aquela outra garota... Eu sabia que você não queria beijá-la.

Arqueio a sobrancelha.

— E como você fez essa descoberta?

— Ah, vai à merda.

Sorrio para ela, puxando-a pela cintura.

— Sabe o que isso prova? — afasto o cabelo de seu rosto e me inclino para sussurrar em seu ouvido quando ela nega. — Que você é mesmo uma gatinha selvagem.

A risada de Fallon preenche o cômodo, me tirando um sorriso.


~•~

FELIZ NATAL ♥️✨

O capítulo foi pequeno, mas acho ele fofo.
Talvez eu poste outro amanhã...

Vocês acham estranho a Fallon não se incomodar que o Atlas namore a Brittany??

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2bjs, môres♥

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