ᶜᵒˡᵒʳⁱᵈᵒ
1.
Colorido: adjetivo; como minha vida se tornou quando você começou a fazer parte dela.
2.
Uma mistura de c̶o̶r̶e̶s̶ sentimentos que vão além da tristeza e da solidão; amor; alegria e felicidade; às vezes dor, mas nunca como antes;
você; Atlas.
FALLON
10 anos depois
— Jacob, pare com isso! — peço ao garoto de sete anos que não me deixa arrumar seu cabelo.
— Nãããão. Eu quero brincar! Me deixa brincar, tia Fallow! — Ele sai do meu alcance, mas eu puxo a manga da sua camisa e o obrigo a sentar.
— Eu deixo se você me deixar terminar de arrumar você, ok? Ou sua mãe o colocará de castigo. — Não é mentira. Portia é uma mãe incrível, mas é Natal e ela quer que tudo esteja perfeito.
— Tá bom! Mas vai rápido.
Balançando a cabeça, voltando a minha tarefa.
Jacob é mais parecido com Osmar do que com Portia, a pele mais escura graças a herança latina do meu cunhado. Como Osmar e Portia têm gênios parecidos, é difícil dizer a quem Jacob puxou nesse quesito.
Quando termino de arrumá-lo, Jacob sai correndo do quarto para o andar de baixo e eu suspiro enquanto começo a arrumar suas coisas.
Estou contente que consegui chegar há tempo hoje. Nos últimos anos tenho sempre chegado atrasada nos jantares em família. Sempre ocupada com a faculdade e o estágio, então depois teve o Mestrado e outro estágio, além de trabalhar dois anos como psicóloga assistente em uma força tarefa voltada para vítimas de abuso sexual.
Foi difícil no início, o trabalho, reviver o que aconteceu comigo há tantos anos atrás... Mas de alguma forma, também me ajudou, me deu forças para continuar e ajudar aquelas crianças e aquelas mulheres desamparadas, fazer por elas o que ninguém fez por mim.
Ajeitando meu vestido, saio do quarto em direção ao andar de baixo, onde todos estão reunidos.
Ao passar pelo corredor, sorrio para a foto pendurada na parede. É do dia da minha formatura, cinco anos atrás quando me formei em psicologia. Foi um dos dias mais felizes da minha vida. Há outras fotos do lado desta: quando recebi o certificado do Mestrado em Ciência Comportamental; Analista de Comportamento Certificado pelo Conselho (BCBA) Serviço Social; e quando voltei de Quântico após treinamento de cinco meses na Academia do FBI.
Foi uma longa jornada até um ano atrás, quando entrei para a Unidade de Análise Comportamental do FBI, conhecida como BAU. Esse tem sido meu trabalho desde então, o que eu sempre quis quando escolhi fazer psicologia. Agora eu posso prender pessoas como aqueles dois homens que quase destruíram a minha vida.
Eu durmo melhor a noite sabendo disso.
Descendo as escadas, vou para a cozinha, onde minha irmã está.
— Precisa de ajuda? — pergunto.
— Não. — Nenhum pouco surpresa com essa resposta, sento-me na ilha da cozinha e a observo. — Eu disse que não queria ninguém aqui. Já basta Osmar roubando biscoitos. Isso é um péssimo exemplo para as crianças. Mas ele me ouve? Claro que não!
Após terminar seu desabafo, ela põe as mãos na cintura, suspirando. Às vezes ela abusa do meu diploma em psicologia, achando que sou sua terapeuta pessoal. Eu não reclamo, não ousaria.
Portia semicerra seus olhos verdes para mim.
— Você está diferente — diz. Arqueio a sobrancelha.
— Talvez seja porque eu fiz sexo no carro antes de chegarmos. — Dou de ombros, lembrando de que não consegui me controlar quando Atlas olhou para o meu decote pela décima vez.
— Ai, meu Deus! Foi por isso que vocês demoraram tanto para entrar? Quer saber, não responda. — Minha irmã faz uma careta, voltando-se para o forno. — Mas não foi isso que eu quis dizer com você estar diferente.
— Achei que a analista comportamental fosse eu. — Pego um morango da tigela, dando uma mordida.
— E eu sou a irmã mais velha. — Tirando a torta do forno, ela se livra do avental, voltando-se para mim outra vez. — Atlas já propôs?
— Quê? — Engasgo com o morango, tendo uma crise de tosse.
— Acho que isso é um não. E eu também não estou vendo um anel...
— É definitivamente um não — digo quando consigo falar novamente.
— Vocês estão juntos há quase dez anos...
— Nós resolvemos esperar.
— Isso foi antes.
— Estávamos construindo as nossas carreiras. Você sabe que eu mal tive tempo de fazer qualquer outra coisa além de estudar e trabalhar nos últimos anos, assim como Atlas.
Como Musicista, Atlas tem particpado de orquestras, além de fazer seus próprios recitais. Estes quais eu faço de tudo para comparecer.
— Só estou dizendo... — Portia continua tentando e eu a interrompo.
— Portia. — Seguro suas mãos e sorrio para ela. — Atlas e eu estamos bem. Eu sei que você se preocupa, mas não precisa, ok?
— Ok, ok. Sinto muito. Acho que ainda não me acostumei que você já é grandinha e não precisa da sua irmã mais velha. — Ela faz biquinho.
— Eu sempre vou precisar de você. Quem vai me ajudar a não queimar comida sempre que me arrisco na cozinha?
— Bem, isso é verdade.
Bem nessa hora, vovó entra na cozinha, aparentemente vindo de lá de fora.
— Fallon, que bom que você apareceu. Agora tire sua irmã daqui.
— Não é a senhora que deveria sair e ir descansar? — questiono.
— Estou perfeitamente bem. Agora saim, as duas, ou essa ceia não vai ficar pronta nunca.
Portia e eu reviramos os olhos, mas não desobedecemos.
Depois que vim para Nova York, minha irmã se mudou também para ficar mais perto de mim, trazendo com ela a vovó. A mais velha tem morado aqui com minha irmã, Osmar e as crianças desde então.
Antes de sairmos da cozinha, pegamos as bebidas e levamos para a sala, onde os outros esperam.
Meu pai está sentado no sofá, com minha sobrinha, Rosalina, ao seu lado enquanto ela lhe mostra algo no tablet. Ele tem feito parte da vida das crianças e elas o chamam de vovô Frank. Minha irmã e Osmar não viram problema nisso, além de ambos o admirarem bastante.
Osmar e Drew conversam sobre alguma coisa relacionado a esportes e Brittany está sentada em outro sofá, os pés em cima de um banquinho enquanto um pote de biscoito repousa em sua barriga arredondada.
— Querido, pode me trazer água, por favor? — ela pede ao marido.
— É claro. Eu não ousaria negar nada a você, meu amor. — Não sei se Drew está sendo irônico, mas ele vai em busca da água de Brittany.
Portia e eu sentamos cada uma ao lado da loira.
— Esses biscoitos estão deliciosos, Portia — diz, a boca cheia enquanto come mais outro, a aliança reluzindo em seu dedo. Ela e Drew se casaram há três anos.
— Devem estar, já que você comeu quase tudo sozinha.
Apesar dos anos terem passado, elas duas mantém essa linha entre se odiarem e se aturarem.
— Seu filho vai nascer com cara de biscoito — digo a minha melhor amiga, roubando um biscoito também.
— Eu adoro biscoitos. — Como se para provar isso, ela põe outro na boca. Reviro os olhos e dou outra olhada na sala.
— Cadê o Atlas? — Franzo as sobrancelhas, perguntando-me onde ele se meteu. Não há um piano aqui, então ele não pode estar tocando.
— Está colocando a Taylor para dormir.
Taylor é a primeira filha de Drew a Brittany. Não fiquei surpresa que ela deu à menina o nome da sua cantora preferida.
— Sabe, ele é muito bom com crianças — Brittany continua, sua voz muito cuidadosa. — Imagino que ele será um ótimo pai.
Semicerro os olhos para ela e depois para Portia.
— Vocês tiraram a noite para se intrometerem no meu relacionamento? — Porque, sinceramente...
— O quê? — Brittany encolhe os ombros. — Eu só estou dizendo.
— Tanto faz — murmuro, ficando de pé e indo atrás de Atlas.
Eu entendo que elas duas se questionem. De fato, Atlas e eu estamos juntos há dez anos e acho que é esperado que... fique mais sério. Mas com os estudos, trabalho... mal pensamos nisso. Pelo menos eu não. Conversamos sobre isso apenas uma vez, concordamos que casamento, filhos... essas coisas poderiam esperar até que estivéssemos devidamente estabelecidos. Mesmo que moremos juntos e sejamos praticamente... casados. Mas acho que uma aliança e um título oficial têm mais peso.
Chegando ao quarto de Rosalina, encosto-me no batente da porta e cruzo os braços, observando Atlas e Taylor.
Ela tem quase um ano de idade, tão fofa que dá vontade de apertar. Como seus padrinhos, passamos alguns finais de semana com ela, e eu sempre observo a forma como Atlas cuida da pequena.
Brittany estava certa: ele será um bom pai, e toda vez que o vejo com a Taylor, eu tenho cada vez mais certeza sobre isso.
— Ela dormiu? — pergunto baixinho, me aproximando quando ele a coloca na cama de Rosalina, com os travesseiros para impedi-la de cair caso role durante o sono.
— Demorou, mas sim. — Ele olha para mim por cima do ombro, sorrindo.
Seus olhos têm aquele brilho que sempre o deixa mais jovem, como se dez anos nunca tivessem passado e ele continuasse sendo o Atlas que conheci.
Em partes é verdade, ele ainda é a pessoa mais cafona que eu conheço, sempre me fazendo surpresas, com certeza tiradas de filmes de comédia romântica. Ele me consola quando alguns dias são difíceis de suportar, canta e toca para mim e sempre dá presentes.
Ele ainda é o meu Atlas, por quem eu me apaixonei e continuo me apaixonando todos os dias.
Verificando Taylor mais uma vez, ele a deixa, vindo até mim, abraçando minha cintura. Passo os braços por seu pescoço e nós nos encaramos.
— Faltam duas horas para o seu aniversário — sussurra, inclinando o rosto e roçando o nariz no meu.
— E? — Sorrio, tentando alcançar seus lábios, mas ele se afasta.
— E que eu tenho uma surpresa para você. — Suas mãos descaradamente escorregam para minha bunda.
— Você não vai me dizer o que é, vai? — Fico na ponta dos pés para tentar beijá-lo outra vez, mas Atlas apenas balança a cabeça, brincando comigo.
— Não seria uma surpresa se eu dissesse — argumenta, fazendo-me revirar os olhos.
— Ok, agora acho melhor você me beijar logo ou não vai ganhar presente de natal. — Puxo seu blazer.
— Tão mandona, gatinha selvagem... — Seus lábios colidem com os meus e eu sorrio durante o beijo com o apelido.
Tá aí outra coisa que não mudara com os anos: eu ainda sou a gatinha selvagem de Atlas Campbell, e ele ainda é o meu Atlântico.
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— Pai? — chamo, sem saber ao certo onde ele está. Achei que tinha visto ele vir para a cozinha...
— Estou aqui, querida. — Ouço sua voz vindo do lado de fora e o sigo até lá.
Está nevando pra cacete e eu estremeço quando piso na varanda, deixando o calor do lado de dentro para trás.
— O que o senhor está fazendo aqui? A vovó já liberou a ceia. — Aproximo-me dele, que está olhando para o céu, as mãos dentro dos bolsos.
Paro ao seu lado.
— Estava desejando Feliz Natal a sua tia.
Meu coração aperta. É claro que sim.
Eu o abraço, pois não tenho muito o que fazer quanto a isso. Papai me abraça de volta e ficamos assim por um tempo, apenas olhando para a lua. Apesar de felizmente nunca ter perdido ninguém que eu amasse, lamento profundamente pela morte da minha tia sempre que lembro, sempre que vejo essa dor nos olhos do meu pai.
— Ela está com você. Aqui. — Ponho a mão em seu coração.
— Está, sim — sussurra, a voz melancólica.
Apesar da situação, fico feliz de ter conseguido superar meu trauma em relação ao meu falso pai. Foi muito difícil no início aceitar que Frederick se importa comigo e me protegeria ao invés de me machucar, mas quando superei isso, meu pai se tornou um dos meus melhores amigos. Ele também veio para Nova York para ficar perto de mim. Me senti um pouco culpada por fazê-lo abandonar seu trabalho lá, mas ele logo conseguiu outro emprego aqui. Além disso, disse que Greenwood só começou a fazer sentido para ele novamente quando descobriu que sou sua filha, então ficou sem sentido outra vez quando me mudei para começar na universidade. Fico feliz que ele tenha vindo.
Nós tomamos café todas as semanas e vou visitá-lo em seu apartamento sempre que posso e quando ele não está trabalhando. Também tornou-se uma rotina nossa assistir qualquer filme de terror que lance no cinema.
Um toque de celular interrompe no ar e eu sei que não é o meu porque deixei lá dentro.
Quando meu pai tira o celular do bolso, vejo o nome Giana na tela e a foto da mulher negra, de sorriso gentil e olhos calorosos.
— Hmmmmm — digo, sendo bem enfática.
— Nós somos apenas colegas de trabalho — meu pai se defende, com certeza entendendo meu tom.
— Não é a mesma Giana com quem você jantou mês passado? — Ergo as sobrancelhas.
— Sim, mas...
Dou risada porque ele parece estar um pouco embaraçado.
— Apenas atenda. Não deixe a Giana esperando! — Afasto-me dele para voltar lá para dentro e lhe dar privacidade. — Mande um beijo para ela por mim e diga que estou ansiosa para conhecê-la.
Papai balança a cabeça, mas tem um sorriso nos lábios ao levar o celular à orelha.
— Oi, Gi.
E ele me diz que são apenas colegas de trabalho.
Com um sorriso, volto para o calor da casa.
←↑↓→
Tropeçando no tapete da entrada, adentramos o apartamento e eu mal registro Atlas fechando a porta, ocupada demais em devorar sua boca e arrancar suas roupas.
O Natal foi ótimo — tirando a parte que Portia surgiu com um bolo então todos cantaram parabéns — a comida natalina estava uma delícia e nós trocamos presentes na frente da árvore de Natal. Tudo perfeito, como minha irmã queria que fosse, quando na verdade eu mal podia esperar para voltar para casa com Atlas e ter uma segunda rodada do que tivemos no carro.
Agora, finalmente, eu me livro do seu blazer e depois da sua camisa, passando as mãos por seu abdômen definido. Ele ainda corre todas as manhãs, o que transcende a nós dois acabarmos no chuveiro quase todas as manhãs.
Com as pernas entrelaçadas em sua cintura, Atlas me põe contra a parede, seus lábios chupando e mordendo meu pescoço enquanto esfrega a protuberância em sua calça contra mim, fazendo-me arfar e gemer, impaciente.
— Atlas... — sussurro, revirando os olhos quando sua mão apalpa meu seio através do tecido do vestido, seus lábios capturando os meus novamente quando ele me leva para a cama. Não percebi que entramos no quarto.
Suas mãos correm por meu corpo, experientes e exigentes. Mesmo quando éramos jovens, ele era bom, apesar da inexperiência no início, mas agora... Deus, o que esse homem pode fazer com a língua entre minhas pernas é algo totalmente de outro mundo. Eu realmente fico feliz em ter sido o seu experimento enquanto ele evoluía sexualmente.
— Espera... — Atlas murmura contra meus lábios, mas eu não presto atenção, esfregando minha mão contra sua ereção. Ele geme em minha boca. — Porra... Amor, um segundo.
Murmuro algo inaudível, trocando nossas posições tão rápido que suas costas batem na cama com um baque.
— Jesus, mulher. Desse jeito, parece até que eu não a mantenho ocupada e satisfeita. — Atlas ri enquanto eu estou mais ocupada trilhando beijos por sua pele.
— Você poderia me ocupar e me satisfazer nesse momento.
Atlas dá risada outra vez, sentando-se na cama e me obrigando a sentar também quando segura meu rosto em suas mãos.
— Eu vou, mas antes: o seu presente.
— Podemos deixar isso para amanhã — contra-argumento, subindo em seu colo e beijando-o.
Quando ele foge do meu alcance, eu desisto, cruzando os braços.
— Eu espero que seja um presente incrível, que valha a pena adiar o sexo — resmungo, sexualmente frustrada.
Atlas apenas me dá um beijo no canto da boca antes de delicadamente me pôr na cama e sair andando.
Deito-me no colchão e acalmo minha respiração, tentando fazer o mesmo com o desejo que corre em minhas veias.
Aproveitando a deixa, porém, pego a caixinha larga e estreita dentro da gaveta. Eu planejava dar a ele amanhã, mas como ele quer se adiantar...
Quando Atlas volta, estou sentada na cama com a caixinha escondida debaixo do travesseiro.
Ele me entrega uma caixa grande, sentando-se na cama para me observar abrir.
Eu realmente não sei o que possa ser, ele vive me surpreendendo, mesmo que eu seja treinada para ler as pessoas e montar perfis.
Abrindo a caixa, encontro várias coisas.
— Eu já percebi há muito tempo que você prefere presentes... úteis, que possa usar no dia a dia, diferente de joias e coisas assim — Atlas diz quando ergo as sobrancelhas.
Tiro da caixa um coldre de perna, onde poderei colocar a minha arma e proporcionar um saque rápido. Sim, definitivamente isso é útil.
As pessoas pensam que ser analista comportamental requer apenas trabalho em um escritório, analisando e montando perfis, mas não. Eu trabalho em campo, porto uma arma e dou voz de prisão. Afinal, eu não sou apenas analista comportamental. Eu tenho um distintivo. Sou uma agente ativa. Uma das mais jovens a entrar na BAU.
— Eu amei isso — digo a Atlas, lhe dando um beijo rápido antes de pegar o próximo presente: um dog tag (placa de identificação militar). — Sabe que não sou militar, certo? — pergunto, rindo.
— Detalhes. — Atlas encolhe os ombros, mas tem um sorriso no rosto.
No lugar das informações que deveriam ter em um dog tag de verdade como nome, CPF, tipo sanguíneo, religião e dados sobre alergias e doenças, contém:
Gatinha selvagem
16.10.2021
Loiro, de olhos azuis e cafona
Ser incrível
Alérgica a cafonice
Sua doença é amar o Atlântico mesmo assim
— Você é tão cafona. — Balanço a cabeça, mas colocou o dog tag no pescoço e sorrio amplamente porque apesar de ser brega, eu amei. — Eu te amo.
— Eu sei. — Mas ele está vermelho, mordiscando o lábio. Parece até nervoso.
Pondo uma mecha do meu cabelo atrás da orelha, tiro da caixa um colete à prova de balas.
— Eu vou ficar mais tranquilo sabendo que você usa isso — diz, a preocupação de sempre em sua voz. Eu sei que tanto ele quanto minha irmã, meu pai e meus amigos temem por mim, apesar de nunca terem tentado me fazer mudar de ideia sobre o meu trabalho, e eu os amo por isso.
— Eu uso colete quando acho necessário. Mas tenho certeza que esse vai me proteger muito mais.
— Bem, isso foi extremamente cafona.
Jogo o colete nele e estou prestes a beijá-lo quando noto outra coisa dentro da caixa. É uma caixinha menor. Eu a pego, sentindo a textura do veludo e abro.
Arregalando os olhos, entreabrindo os lábios quando um suspiro me escapa.
Um anel com uma pedra de um roxo claro me encara de volta. Seu corte preciso em formato de uma rosa é lindo e detalhado, seu aro dourado parecendo raízes e folhas.
— Eu sei que decidimos esperar — Atlas está dizendo enquanto continuo encarando o anel — éramos novos, estávamos ambos focados em nossas carreiras, mas agora as coisas estão mais... calmas e estáveis e eu pensei...
Ergo os olhos para ele, mergulhando no mar azul do seu olhar. Ele parece determinado, apesar de nervoso, e eu... Oh, meu Deus, eu o amo tanto agora.
Atlas fica de pé apenas para se ajoelhar em seguida ao lado da cama. Ele pega a minha mão livre.
— Fallon, amor, você me concede a honra de ser seu marido e amá-la até o fim dos meus dias? — Ele procura por meu olhar, seus olhos marejados quando ele beija meus dedos. — Você aceita se casar comigo e viver o nosso felizes para sempre? Você me aceita, mesmo com as minhas cafonices e minha paixão pela Marvel e filmes de comédia romântica ruim?
— Sim — eu digo, rindo, sorrindo e chorando. — Sim, sim e mil vezes sim.
No segundo seguinte, a boca de Atlas está na minha e ele está me puxando para o seu colo.
É assim que eu vou parar embaixo dele no chão e apenas nos afastamos para que ele possa colocar o anel em meu dedo.
— É lindo — sussurro, pois ainda não tinha dito.
— Feliz aniversário.
Eu poderia me perder em seus lábios e em seu corpo outra vez agora, mas eu lembro da caixinha debaixo do travesseiro.
— Tenho algo para você também — digo, afastando-me e ficando de pé.
Pego a caixinha, sentando-me na cama outra vez. Atlas para entre minhas pernas quando lhe entrego e mordo o lábio, observando-o como fez comigo.
Ao desfazer o laço e tirar a tampa, ele encara o que tem dentro e depois olha rapidamente para mim.
— Um termômetro? Isso é por causa daquele dia? Porque eu não...
Dou risada, caindo de costas na cama enquanto escondo meu rosto entre as mãos. Claaaaro que ele pensaria que é um termômetro. Por que os homens são assim?
Abaixando as mãos, eu o encaro.
— Isso não é um termômetro.
Franzindo as sobrancelhas, Atlas encara o que tem dentro da caixa outra vez.
Compreensão brilha em seus olhos e ele olha para mim, os olhos arregalados. Então encara minha barriga, engolindo em seco.
— É sério? V-você... Você está... — Atlas tapa a boca, como se não conseguisse acreditar, encarando meus olhos outra vez.
Eu anuo.
— Puta merda — murmura, passando a mão pelo cabelo. Sua outra mão está tremendo enquanto segura a caixa com o teste de gravidez. — Acho que eu vou desmaiar.
— A grávida sou eu, e é você quem desmaia? — brinco. Um sorriso lento se forma em seus lábios quando ele fecha os olhos por um momento.
Ao abri-los, há lágrimas outra vez neles.
— Nós vamos ter um bebê — sussurra, a voz trêmula. Eu anuo, meus próprios olhos marejados novamente. — Fallon...
— Atlas...
Ele vem até mim, cobrindo meu corpo com o seu e minha boca com a sua.
— Nós vamos ser pais — diz, apoiando a testa na minha e olhando para mim.
— Sim. — Mordo o lábio para me impedir de chorar mais. Eu descobri mês passado, fiquei em choque por alguns minutos, esperando o medo, o pânico... Não percebi que estava sorrindo e feliz com a notícia, que mesmo com a nossa decisão de esperar, eu não estava apavorada. Não há mais o que esperar. Mesmo que faça apenas um ano que eu comecei na BAU e que Atlas tenha uma turnê mês que vem, nós esperamos demais e agora... Agora chegou a hora de construir a nossa família.
Os lábios de Atlas são gentis e famintos ao reivindicarem a minha boca, enquanto suas mãos percorrem o meu corpo. Ele abre o zíper do meu vestido, ajudando-me a tirá-lo e eu o ajudo com a calça e a cueca. Estou sem calcinha desde a rapidinha no carro.
Pele com pele, fecho os olhos para a delicadeza dos seus lábios em meu corpo, para a forma lenta e prazerosa que ele explora cada parte minha. Eu me perco seu desejo e amor, os meus próprios pulsando em minhas veias a cada toque da sua boca, a cada carícia dos seus dedos.
Atlas beija minha barriga quase em reverência, murmurando palavras para o nosso bebê que cresce em meu ventre, prova do nosso amor.
Trago Atlas para meus lábios outra vez, incapaz de ficar longe dele, querendo-o.
— Eu quero você — sussurro para ele, guiando-o para dentro de mim.
Jogo a cabeça para trás ao sentir centímetro após centímetro dele me preenchendo, gemendo pela sensação maravilhosa que é tê-lo dentro de mim, fazendo amor comigo e me fodendo ao mesmo tempo. Seus lábios tomam meu seio, sua mão, o outro e a luxúria toma conta de mim quando ele investe mais fundo, mas ainda gentil, ainda Atlas. Ele passa seus braços ao meu redor, me abraçando e eu fecho meus braços em seu pescoço e minhas pernas em sua cintura, empurrando-o mais para dentro de mim, movendo-me com ele e moendo contra ele. Os nossos sons preenchem o quarto enquanto sinto cada estocada em meus ossos, minha alma, perdendo-me no prazer.
— Eu te amo — Atlas sussurra, tomando minha boca. — E eu amo isso. Você... assim, em meus braços... Os sons que você faz... Fallon...
— Sim — ofego, sentindo o clímax chegando, a agitação em meu núcleo ficando mais intensa. — Sim... Assim... Eu... Atlas...
— Você é tudo o que eu penso — ele diz, investindo em mim, tão rápido e tão intenso que não sei se vou aguentar. — Tudo o que eu quero, a todo momento, todos os dias. Você. Fallon...
Atlas põe sua boca na minha e eu me rendo, o próximo golpe me arrebatando e o clímax me atingindo como um raio, fazendo-me ver estrelas através dos meus olhos fechados.
As investidas de Atlas continuam, suas palavras sussurradas em meu ouvido enquanto ele persegue o próprio prazer.
Com um grunhido, ele goza dentro de mim.
Atlas dá várias beijinhos em meu rosto, minha boca, sussurrando que me ama, antes de se afastar, desabando na cama ao meu lado e me puxando para ele.
Eu deito a cabeça em seu peito, então, um sorriso tranquilo e feliz em meus lábios.
~•~
CALMA QUE NÃO ACABOU!!!!!
Falta o último epílogo, então podem seguir.
Sobre esse capítulo, eu amo muito ele por causa da reação do Atlas ao saber da gravidez. Ele é taaaaao fofo 😭😭😭♥. Não acredito que tá a 1% de acabar😭😭😭😭😭😭😭😭😭😭😭😭😭😭😭
Vamos p último capítulo então...
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2bjs, môres♥
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