Capítulo 79

1356 PALAVRAS

Wynn e Jack estavam começando a planejar algo, eles estavam dentro da delegacia e estavam fazendo uma pequena mensagem. Iriam expor a foto de Charles como um fugitivo milionário e isso seria muito ruim para sua reputação. Neste momento vozes foram ouvidas e a porta foi aberta. Henry, Frankson e Bill haviam chegado.

Apesar de se recuperarem dos ferimentos, tanto Bill quanto Frankson, insistiram em ir nessa missão, e por isso Henry decidiu levá-los de carro; nenhum dos três homens parecia bem e eles pareciam exaustos. Depois de se abraçarem, todos se sentaram para tomar café, onde Bill fez uma careta após provar...

— Jack! Charlote estava certa! Seu café parece água de meia suja.

Jack franziu a testa enquanto todos riam de acordo.

Wynn percebeu que Frankson parecia perdido, seu olhar estava totalmente diferente... o que quer que tivessem descoberto o havia agitado. Ele passava a mão por aquela mecha de cabelo e isso só acontecia quando ele estava nervoso ou perdido.

— Fale, Frankson. Sou seu pai e conheço você muito bem e sei que você tem algo importante a dizer.

Frankson olhou para o pai, sem saber como contar tudo isso; se para ele como irmão foi difícil ouvir, não imaginava o que o pai sentiria.

— Vá em frente. Prometo ouvir até o fim e respirarei bem.

Wynn sabia que a história não seria bonita e Jack teve a mesma sensação.

Frankson começava, e às vezes Bill ou Henry participavam. Eles contavam tudo o que Jane havia relatado, cada detalhe foi repassado nos mínimos detalhes. Wynn e Jack choravam. Bill colocou as mãos nas de Wynn, dando-lhe força.

Hoje, Bill entendia a dor que um pai sentia, quando ouvia sobre a dor pela qual seu filho havia passado, e ele era o pai de Elizabeth, assim como Wynn. Jack não conseguia aceitar, gostaria de ter conhecido Elizabeth antes e tirado ela daquele inferno.

Wynn e Jack ficaram horrorizados, quando souberam que ela teve que beber água do vaso sanitário, para não morrer de calor e sede quando ficou presa naquele quarto. Wynn lembrou daquela semana, em que teve que realizar uma missão de resgate, com tantas pessoas ficando inconscientes por causa do calor.

— Como eles puderam ser tão cruéis com uma criança? Não consigo entender a maldade humana... disse Jack.

— Às vezes, Jack, as pessoas são tão ruins que nada nem ninguém conseguiria mudá-los.

Bill e Henry conversaram sobre isso com eles, não achavam que deveriam contar a Elizabeth, que haviam descoberto os fatos de sua vida, porque ela poderia se sentir humilhada ou envergonhada, poderia ficar deprimida com algo que já havia superado.

Eles concordaram em amar e fazer tudo o que pudessem para deixar Elizabeth muito feliz.

Jack e Wynn repassaram informações sobre o caso de Charles e a recuperação do policial. Henry, mesmo não sendo policial, foi convidado a ficar, pois amava Elizabeth. Além do mais, Henry era muito inteligente e um grande jogador, e isso poderia ajudar a armar a armadilha.

— Jack! Henry estava falando sério... eu sei que não sou mountie, como todo mundo nesta sala, mas você conhece minha história, você sabe que tive contato com policiais, Pinkertons e até algumas gangues, eu não era muito bom homem.

— O que você quer dizer, Henry? Bill disse sem paciência.

— Se tiver os três tipos envolvidos nessa trama, você terá que iscar cada um deles separadamente, uma isca diferente. Por exemplo: Charles, você poderia lançar a foto dele no jornal Rose, como um fugitivo, um homem milionário sendo procurado como fugitivo da polícia, isso prejudicaria sua imagem, além disso, as fofocas que a alta sociedade levantaria como poeira no chão. As ações da sua empresa cairão, você perderá sócios ou investidores, sua família sofrerá com o sobrenome ligado a um perigoso fugitivo.

— Entendi; você quer pegar o rato com um pedaço de queijo? Bill riu e falou.

— Sim... Imagine a Rosemary, ela adora uma boa história, ama Elizabeth e quer protegê-la... e acima de tudo quer justiça. Ela tem o dom da palavra e conhece os canais.

— Mas será que um simples jornal de uma cidade fronteiriça teria toda essa visualização? Teria esse efeito ou esse poder? Wynn perguntou sério.

Henry, Jack e Bill se entreolharam.

— Wynn! Preciso que você entenda o efeito das palavras de Rose. Ela pode colocar palavras que irão segurar e deixar Charles muito irritado e cometer erros, e assim podemos pegá-los nesta armadilha.

— O que você quer dizer, Henry? Quais são essas palavras e como ela pode nos ajudar?

— Rose pode lançar informações cruciais para Charles. Afinal, ela tem vocês como informantes. Ela poderá planejar e escrever um enredo que o provoque a agir, acho que ela está enganando a polícia. Henry explicou.

— Parece arriscado, mas se isso nos levar até Charles, estou disposto a seguir com o plano e falar com Iona.

— Eu sei que é arriscado; mas ela pode e vai fazer uma matéria, que vai chamar a atenção dos grandes jornais, pois terá o nome de Charles. Em questão de dias, a notícia estará circulando em todos os jornais do Canadá; só precisamos estar abertos e prontos para agir, quando Charles morder a isca.

— O que você acha que ele fará, Henry?

Ele olhou para baixo e depois para Jack e disse:

— Ele virá atrás de Elizabeth...

— Não vou deixar ele chegar até ela. Jack levantou-se com raiva.

— Jack! Eu conheço o seu sentimento e é o meu também. Mas escute... ele vai atrás dela de qualquer maneira, então é melhor você acionar a armadilha e ficar de olho nela e pegar esse homem, sem dar a ele a chance de encostar um dedo nela.

Bill suspirou e disse a Jack, que entendia o que Henry queria dizer. Foi neste momento que Bill falou:

— Jack! Temos outro problema, além de Elizabeth.

— O que é isso? Estou ficando cansado de todos esses problemas.

— Charlote.

— Minha mãe? Jack não poderia ter ficado mais surpreso.

— Rapaz... preciso conversar com você sobre uma coisa muito séria. É sobre sua mãe. Anos atrás, algo terrível quase aconteceu com ela, algo que preciso que você saiba.

— O que está acontecendo? Por favor, conte-me tudo.

— Sua mãe quase foi vítima de uma situação angustiante. Você era apenas um garoto, com apenas quinze anos... um homem, se é que você pode chamá-lo assim, ameaçou-a e tentou fazer coisas horríveis com ela. Cheguei a tempo e consegui resgatá-la das mãos dele, mas sinto que ela está em perigo novamente.

— Ela... Ele... Ele não fez o que eu acho que fez, fez? Jack não conseguia falar sem gaguejar.

— Não, Jack. Ele não conseguiu, mas como eu disse, foi por pouco; ele já estava com sua mãe nas mãos e algumas roupas dela já estavam rasgadas, ela estava com alguns hematomas, mas graças a Deus, senti que precisava vê-la e fui até sua casa, naquela hora você e seu irmão estavam juntos a fazenda do seu tio.

— Isto é inacreditável. Não posso admitir... como é que ela nunca me contou nada sobre isso? Jack estava pálido e Frankson o apoiou com as mãos em seus ombros.

— Ela escondeu isso de você e do Tom, para protegê-los, não para fazer vocês sofrerem. Mas naquela época vocês eram crianças, hoje não, vocês estão crescendo e além de ser filho você é um mountie, e precisam saber.

— Não acredito no que estou ouvindo. Só preciso de duas informações, Bill...

— Quem fez isso e foi punido? Jack estava tão sério como Bill jamais o vira.

Bill olhou para Wynn, que, ouvindo a história, sabia que havia mais nessa história e não gostou do que estava prestes a ouvir.

— Fiz de tudo para que ele fosse preso; mas o sobrenome dele era forte dentro da Polícia Montada, uma lista de ancestrais com glória, a central até usou os poderes do avô e do pai dele, que ainda estavam vivos na época, para cobrir resolvi o caso, e só consegui mandá-lo para lugares distantes e quase sem comunicação. Ele também foi responsável por minha saída como parceiro de seu pai. Foi um plano para pegar sua mãe, por isso recebi aquela punição ...

— Bill, você não é quem eu penso que é, é?

— Sim, Jack...

Jack deu um pulo gritando:

— Eu vou te matar, Hargraves...

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