Capítulo 72

1518 PALAVRAS

Uma forte batida na porta foi ouvida, Henry e Frankison sabiam que as más notícias, geralmente chegavam tarde da noite.

Henry atendeu a porta e encontrou Ned suando por causa da corrida até sua casa, dizendo que tinha um telegrama para Wynn, mas que precisava ser entregue com urgência e em mãos.

Frankison, subiu as escadas correndo e bateu antes de abrir a porta e disse:

— Pai, um telegrama urgente para você e deve ser entregue em mão.

Wynn, ainda abraçado à esposa, olhou para o relógio de bolso e ficou preocupado com o fato de a notícia chegar tão tarde. Descendo as escadas correndo ele pegou o telegrama e agradeceu a Ned.Fechando a porta, leu o telegrama e imediatamente seu rosto endureceu, as sobrancelhas arquearam e foi esse detalhe que mostrou a Elizabeth Delayne que algo estava acontecendo e não era bom.

—Wynn, aconteceu alguma coisa?

Ele olhou para sua esposa, mil coisas passando pela sua cabeça, mil desculpas passando pela sua mente, mas ele não queria preocupá-la... mas também não queria quebrar sua promessa, porque minutos antes ele havia acabado de prometer a ela naquele quarto, que sempre a amaria e que eles compartilhariam todas as coisas nesta vida, boas ou ruins.

— Sentem-se, por favor.

Depois que todos se sentaram, ele lhes mostrou o telegrama de Bill.

Todos sabiam que Bill estaria lá no dia seguinte, pois seria o casamento de Frank e Abigail, e como juiz, ele precisava preparar os documentos da tutela do pequeno Lucas, para seus novos guardiões, que seria batizado no domingo, antes de Abigail partir para a lua de mel.

— Pai, se ele chega amanhã, por que não conversamos pessoalmente?

— Sim, por que precisava daquele telegrama?

Henrique continuou:

Wynn, desconfiava, mas não tinha provas; mas a esposa dele continuou falando:

— Você me pediu para verificar e fazer algumas perguntas à Beth. Eu já tinha algumas coisas para desvendar, mas hoje ela revelou outra coisa.

— O que foi, querida? Conte-me tudo, por favor.

— Outro dia na escola, antes daquele homem sequestrar a Beth, aconteceu uma conversa entre mim e a Charlote, era algo sobre a Charlote... eu avisei para a sogra dela, que a Beth não gostava daquele apelido...

— Que apelido, mãe?

— Lisa!

— Ela realmente odiava esse nome, quando era pequena. Disse Frankison.

— Sim... ao conversar com ela, Beth permitiu que Charlote a chamasse assim, e ainda disse que se sentiu bem quando ela falava, que o som de sua voz era algo agradável.

— Eu não entendo Elizabeth, o que você quer dizer?

— Wynn ...ela disse que não gostava, quando seu pai a chamava assim, que isso a deixava desconfortável, e que ele sempre fazia uma cara estranha para ela, ou analisava todo o seu corpo e sempre dizia vem aqui minha Lisa?

Henry levantou-se trêmulo e, passando as mãos pelos cabelos, falou:

— Você quer dizer que ele... E engasgou...

— Sim, Henrique... ela disse que ele parecia estranho. Realmente me dói dizer isso sobre meu próprio irmão. Mas, de acordo com Beth, ele parecia como um homem olha para uma mulher.

Frankison e Wynn, não tinham mais onde ficar bravos.

— Sente-se e ouça tudo, por favor. Ela disse.

— Tem mais, ainda tem mais coisa? Wynn disse. Vou matar esse homem que fez isso com minha filha.

Ela assentiu e seu rosto e pescoço estavam vermelhos de vergonha, Wynn conhecia essa mulher muito bem, sua esposa estava no meio de um dilema e era difícil falar...mas precisava.

— Fala querida, por favor...

— Você promete ouvir até o fim?

— Eu prometo.

— Willian e Charles passaram anos, se encontrando e planejando um casamento entre eles. A princípio ela disse que eles eram amigos, estudaram juntos a vida toda, afinal ele era apenas três anos mais velho que ela. Antes de ir para a faculdade, ela percebeu que seu pai sempre que estava no escritório com Charles, a chamava e mandava fechar a porta com chave. No começo ela era uma garotinha, por que tudo começou e ela era pouco mais que uma criança... e ele sempre lhe dava livros e dizia para ela ler em voz alta para eles. Mas os anos foram passando, e quando ela virou uma mocinha, ela começou a perceber que ficavam analisando seu corpo, pois Willian...mandava ela ficar na frente deles, andando enquanto ela lia ou às vezes...Elizabeth Delayne engasgou...

— O que mais, Elizabeth Delayne? Wynn perguntou, com o rosto vermelho.

Ela olhou nos olhos dele e falou sem respirar:

— Ele disse para ela se virar várias vezes, segundo ela os comentários entre eles eram baixos, ela nunca os ouvia, mas isso lhe dava arrepios, aqueles olhares maliciosos deles. Assim que teve idade para ir para a faculdade, ela se matriculou, mas Willian se recusou a pagar, pensando que isso a impediria e a menina ficaria em casa, mas Elizabeth era muito esperta e já havia feito vários planos, pois queria sair daquela casa rápido, porque ela estava com medo... Ela foi para a faculdade, estudava de manhã e fazia todo tipo de trabalho para se sustentar e pagar as taxas da faculdade; desde faxina nos quartos e em lojas, no refeitório, além de lavar roupas para as meninas de sua ala, em troca de comida e acomodação no campus da faculdade, e assim foi durante seus quatro anos de estudo lá. Nunca lhe faltava serviço ... ela passava a noite lavando roupas, pois todos queriam humilhar a herdeira Thatcher, pensando que seria um serviço humilhante; ela recebia baldes de roupas sujas todos os dias, mas eles não sabiam que Elizabeth preferia isso a ir para casa. Ela me mostrou hoje em seu quarto, um pode de creme ... segundo ela, a barra de sabão de soda cáustica, estava corroendo a pele de suas mãos, machucando-as e deixando-as sangue vivo, mas aquelas mulheres da faculdade só aceitavam suas que roupas fossem lavadas com aquele sabão, porque na verdade elas queriam machucar a Sophia. Quando, meses depois, suas mãos estavam muito machucadas, uma professora mais velha da faculdade a chamou, pois sabia de tudo sobre sua situação, e lhe deu este pote de creme medicinal. Ela também lutou contra sua família para conseguir seu diploma. Beth contou com a ajuda dessa professora e de outros profissionais, que acabaram pagando em dinheiro para ela lavasse suas roupa ou algum outro serviço. Willian e Grace fizeram de tudo para acabar com ela, ou tirar a vaga dela naquela faculdade, mas não conseguiram, porque suas notas eram sempre as mais altas de toda a turma, e como ela se destacava em tudo, estava protegida por isso e pela professora, que acabou se tornando uma amiga. Quando ela se formou, ela voltou para casa... mas naquele dia seu pai já havia combinado com Charles para ela passar a noite em sua casa. Quando ela entrou em seu quarto, as malas de Charles estavam no canto e seu guarda-roupa tinha portas abertas, onde já estavam penduradas várias roupas do homem. Ela desceu e questionou sua mãe. Eu Grace simplesmente disse que era hora dela se tornar uma mulher de verdade...

— O que? Os três homens gritaram.

— Ela fez duas malas, uma com livros e outra com roupas... correu até a faculdade e procurou a boa professora, e ela lhe mostrou a vaga aqui na Hope Valle. Essa boa mulher até lhe deu algum dinheiro, ela sabia que Elizabeth tinha uma pequena reserva, mas foi uma ajuda e ela disse para ela não abaixar a cabeça para ninguém, pois ela era mais forte e mais esperta que todos eles juntos. Ela a colocou no trem para Hope Valle. Na diligência entre o trem e Hope Valle, ela foi assaltada e ficou deitada no chão até a manhã seguinte, quando Jack voltou de uma missão e a resgatou. Ela perdeu tudo, os bandidos roubaram tudo .

— Sim, Wynn; eu lembro disso. Não posso contar muito, mas ela chegou aqui toda suja, só a roupa do corpo. Na época eu era terrível e contra tudo. As viúvas e mulheres da cidade, que contrataram um professor, três meses depois do desastre da mina, e aquelas crianças eram terríveis. Quando viram Elizabeth, a maioria das mães a mandaram embora porque ela não tinha o perfil que queriam.

— Como? Elizabeth Delayne perguntou surpresa.

Mas Henry continuou explicando:

— Linda, jovem, sem experiência, filha de milionários, pois a reconheceram pelo sobrenome Thatcher, ela nunca saberia lidar com os filhos dos mineiros de carvão. Ela deveria começar a escola naquele dia, mas ela estava atrasada por causa daquele assalto, e ninguém estava preocupado com ela ou com o que ela havia passado, além do frio, do medo, ela havia perdido tudo que tinha, desde livros, roupas e dinheiro. Mas Abigail se levantou e tomou as dores dela. E ela começou a colocar as outras mães em seus devidos lugares. Ela entrou no salão e, suja como estava, assumiu a sala, dispensando Florence e Molly, e começou a aula com tema sobre preconceito... ela conquistou as crianças com facilidade.

— Então ela veio para Hope Valle, fugindo de Willian e Charles? Por medo? Wynn perguntou.

Todos se entreolharam e sua esposa respondeu:

— Sim, Wynn.

Naquela noite todos foram para a cama, mas seus pensamentos estavam em Elizabeth... ela estaria protegida hoje e sempre.

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