1495 PALAVRAS

Aquela tarde na escola. Elizabeth resolveu deixar as crianças livre, ela montou duas turmas e sentando em baixo da árvore fizeram brincadeiras para ver quem acertava mais. Ela estava feliz, seu marido era um homem maravilhoso, sua amiga Abigail e seu amigo Frank estavam juntos e logo logo iriam se casar, e se dependesse dela seria ainda mais cedo do que eles esperavam. Tom estava indo bem em sua nova jornada.

Agora precisava ajudar ele e seu marido a fazerem as pazes e também tinha que arrumar uma namorada para Frankison, seu primo tinha de experimentar o amor. E tinha Bill, o homem que se tornou tão importante em sua vida, um pai amoro e presente em todos os momentos de sua vida ali em Hope Valle, precisava ajudá-lo, agora que sabia do amor que ele nutria por sua sogra, lhe passava várias coisas em sua mente, ela iria juntá-los. E Elizabeth sorriu...

Tom, que estava com as crianças, ficou a olhar... Aquele sorriso era de alguém que iria aprontar alguma coisa.

No meio da tarde, uma surpresa chegou ali, montado em seus cavalos, em seus uniformes vermelhos, Frankison e Wynn, vieram participar da aula e brincar com as crianças. Eles deixaram sua sarja dentro da escola, e foram ao gramado onde com Tom organizaram as crianças e foram brincar de roubar bandeira.

As crianças gritavam e riam, e Elizabeth do seu lugar sentada para evitar se machucar, gritava ainda mais. Ela era uma protetora daquelas crianças, e Wynn notou que ela não conseguia se segurar, pois gritava ajudando os dois times.

Frankison ria igual criança. Há muitos anos Wynn, não via seu filho sorrir dessa forma. Estar naquela cidade, e ao lado de Beth estava lhe fazendo muito bem, não só a seu filho, mas a toda sua família. Sua esposa, Elizabeth Delayne, já estava até se sentindo melhor de sua saúde, e fazia planos para o futuro.

Elizabeth chamou seu Frankison e Wynn, para se refrescarem, ela tinha ali um jarro de barro que deixava a água geladinha.

Enquanto isso, Tom levava as crianças para se limparem nos fundos da escola.

Wynn retirou de seus alforjes, uma bolsa cheia de muffins que ele havia pedido a Abigail para fazer e serviu para seus filhos.

Um pensamento lhe correu a mente, quando ele olhou Frankison e Elizabeth, repartindo e dividindo seus muffins e rindo. Eles faziam tudo no mesmo momento, o mesmo ato; mexiam no cabelo juntos como se fossem combinados, e os dois tinham aquela forma de olhar de esgueira, quando queriam despistar algo. Wynn estava ali, mas sua mente parecia que iria enlouquecer, mas ele tinha certeza de que estava vendo a cópia feminina de seu filho. Eles eram iguais, tanto no físico quanto nos tipos de pensamentos e tinham as mesmas manias!

"O que estava acontecendo ali, meu Deus... eu estou ficando louco? " A cabeça de Wynn estava a mil por hora.

"Eu tenho certeza que estou vendo meu filho e minha filha, aqui sentados comigo. Senhor, me dê uma luz, me mostre o que está acontecendo, eu lhe imploro. " Wynn conversou em seu íntimo com Deus.

— Elizabeth, eu vou te perguntar algo, e quero que você seja totalmente sincera em sua resposta; mesmo que você não entenda, eu lhe imploro que me responda.

— Sim, senhor, tio Wynn!

— Você tem alguma marca de nascença?

Ela ficou toda vermelha, seu rosto parecia um pimentão, mas ela olhou em seus olhos e resolveu obedecer e ser o mais sincera possível. Se havia alguém em quem ela sempre confiou e amou foi tio Wynn.

— Sim senhor; eu tenho igual à tia Elizabeth; uma vez ela me disse que as mulheres da nossa família tinham, eu lembro que eu estava chorando porque Viola estava mexendo comigo devido à marca que era algo estranho, mas quando cresci ela tomou forma... ela tem um coraçãoooo.

Lágrimas rolaram na face de Wynn. Ele agradeceu e disse que havia se lembrado de algo urgente e ele precisava enviar ao batalhão ainda hoje, e se levantando rapidamente, foi até a sala de aula e pegou sua sarja e seguiu para seu cavalo.

— Pai... Aconteceu algo. Frankison chegou correndo.

— Não. Eu preciso ir, fique com sua ir... prima..., mas ele nem conseguia falar de emoção. Fique com a pequena Beth e a acompanhe até em casa. Ajude como se fosse sua irmã.

— Isso você nem precisa me pedir meu pai. Você tem certeza que está tudo bem?

— Tenho sim... Vá... Vá até as crianças. Faça o dia delas seja o melhor possível.

Wynn montou em seu cavalo e partiu em disparada para a cidade.

"Ele iria enlouquecer, não era possível. "

" Precisava falar com alguém". E assim ele foi direto para a delegacia, onde ao entrar deu de cara com Jack e Bill, que voltavam de suas rondas.

"O marido e o pai adotivo de sua pequena Beth, sua filha... Será que ele estava pensando demais?

"Willian Thatcher seria capaz de algo? "

"Ou será que a parteira errou e trocou as crianças? "

Bill e Jack se olharam e perceberam que algo havia acontecido com Wynn, o superintendente nunca havia aparecido dessa forma tão transtornado, além do que, ele estava pálido e parecia que havia visto um fantasma.

— Eu preciso te fazer uma pergunta, Jack.

— Claro, senhor!

— Me chame de Wynn, é pessoal e não profissional, nosso assunto.

— A marca de nascença de Elizabeth, em formato de coração, é na nádega direita?

Jack ficou todo sem jeito, falar de algo pessoal, do corpo de sua esposa e na frente de outros homens, não lhe parecia correto.

— Senhor! Eu...

— Por favor, Jack; aqui nesta sala só está o marido dela, e talvez os dois pais dela... nada vai sair daqui eu lhe impor.

— Sim, Wynn... é, sim, na nádega direita e ela me disse que só ela e sua esposa tem. Mais nenhuma das mulheres da família dela tem essa marca. Isso foi usado para deboche por suas irmãs, que a chamavam de gado marcado.

Wynn caiu sentado na cadeira que Bill, empurrou para ele, caso contrário o homem teria espatifado no chão. Ele olhou para Bill e para Jack e falou:

— Ela é minha filha... Ela é irmã gêmea de Frankison.

— Como? Perguntou Bill e Jack ao mesmo tempo.

— A família Thatcher, elas... as mulheres têm uma marca de nascença no mesmo lugar e sempre no formato de coração. A avó de Elizabeth tinha, minha esposa Elizabeth Delayne tem e Ágata, a irmã de minha esposa também tem. Somente as filhas nascidas de minha esposa ou de Agata teriam essa marca de nascença, pois elas são Thatcher originais da cabeça aos pés. No caso de Grace, ela veio de uma família e casou com Willian Thatcher, seus filhos nasceram de um homem Thatcher, por isso não tem a marca. Viola e Julie só teriam a marca se Grace fosse irmã da minha esposa; Wynn falava tão rápido que eles mal conseguiam acompanhar.

— Você está dizendo que as crianças foram trocadas no parto, talvez devido à correria de três partos e uma só parteira? Jack perguntou, mas já pensando em outras possibilidades.

Bill, como sempre um resmungão, foi falando, que não confiava em Willian Thatcher, e que achava que ali havia dedo dele.

— Não Jack. Eu não acho que teve erro e trocaram os bebês. Pois Grace ganhou sua filha horas antes de minha esposa, e em seu quarto. Horas depois nasceu Frankison, e somente quase uma hora depois nasceu nossa filha, pois tiveram de fazer manobras, pois a criança estava invertida, foi um parto difícil e sofrido para minha esposa Elizabeth. Antes de Frankison nascer, minha esposa disse que eles comentaram que o bebê de Grace havia nascido. Bill entendeu o que Wynn estava pensando e foi completando:

— Wynn, você está pensando o mesmo que eu?

Wynn, era muito inteligente, até por isso era superintende, ele estava juntando todas as informações rapidamente e chegavam nas mesmas conclusões.

— Sim, Bill; eu acho que Willian Thatcher trocou nossas filhas, após ver que a dele estava morta.

Os olhos de Wynn pareciam flechas de fogo, Bill também não parecia acreditar. Jack por sua vez estava incrédulo, não conseguia entender como uma pessoa poderia ser tão ruim, a ponto de roubar a filha de sua irmã.

Jack pensou... Pensou... e resolveu falar:

— Se isso aconteceu, então se explica muita coisa.

— O que, por exemplo? Bill questionou...

Jack começou a falar:

— Como um pai pode tratar a filha como mercadoria? Como um pai pode entregar sua filha a um homem como Charles Kinsegton III totalmente agressivo? E o principal, como um pai pode olhar para sua filha com olhos de homem, com desejo?

Wynn nada sabia sobre aquele assunto e ficou indignado.

"Quem aquele velho pensava que era? "

E Jack completou:

— Vocês podem me explicar se um pai de verdade agiria assim?

Bill e Wynn responderam ao mesmo tempo:

— Quando você não é o pai...

Eles combinaram de nada contar as mulheres, primeiro precisavam arrumar todas as provas.

Jack saiu rumo a sua casa, ele não queria mentir para sua esposa, mas no momento ele precisava omitir.