Capítulo 53

2401 PALAVRAS

Nesta noite Bill estava mais do que convencido de que precisava sentar e ter uma conversa séria com Charlote. Ver a forma como Tom descreveu seu dia com Elizabeth, ouvir seu relato emocionado da forma com que ela, foi contando sua própria história, sua dor e como acabou levando as crianças a por si só enxergarem que todos precisam de uma segunda chance, foi incrível. Segundo Tom, em nenhum momento ela disse o que eles deveriam fazer ou como agir, a ela simplesmente durante a sua história, instigou a cada criança daquela sala, a olhar para si e reconhecer que cada um já teve seu erro e recebeu sua segunda chance.

Bill sempre amou esses meninos Thorton, saber que Tom estava tendo uma chance e que ele estava determinado a agarrá-la com unhas e dentes, deixava Bill muito feliz.

Ele estava seguindo em seu cavalo rumo à sua casa, onde aquela mulher que ele sempre amou o esperava. Ela era péssima na cozinha e tinha uma mania de colocar banha em tudo. Até hoje Bill não sabia como aquelas crianças haviam conseguido crescer com aquela comida, devem ter se alimentado de amor, sorriu Bill ao pensar. Mas ele seguia feliz para casa, era como se estivesse indo para sua família...

"Sua família. "

"... Era o que mais ele queria nesta vida. "

Hoje, ao ver aquele olhar de Jack, o mesmo olhar de desamparo que muitas vezes, ele havia presenciado, quando ele era menino de calças curtas, foi instinto, pegar e puxá-lo para seus braços. Bill faria qualquer coisa por Tom, Charlote e Jack e claro por sua linda filha Elizabeth. E foi assim que ele tomou uma decisão e chegando em casa iria conversar com charlote sobre nossos filhos...

Mas em outra residência naquele mesmo momento ...

Em outra casa geminada, acontecia algo parecido... uma conversa séria no sofá onde Elizabeth contava a Jack tudo o que havia acontecido durante seu período de aula. Ela queria que ele soubesse de sua boca; não queria que ele pensasse, que ela queria humilhar ou rebaixar seu irmão, mas somente queria mostrar como a vida é na realidade. Jack não contou que já sabia da história, pois estava percebendo o grande caráter de sua esposa, ao achar que precisava lhe dar um relatório sobre seu irmão. Ela dava muito valor e respeito a "seu irmão".

Jack a cada dia que passava conhecia um novo pedaço de Elizabeth e a cada momento se apaixonava muito.

— Jack, você acha que Rose e Lee, voltaram logo? Eu estou com saudades deles...

— Acho que sim, amor, agora que Lee fez as pazes com sua irmã, essas férias deles, logo chegara ao fim. Mas depois de todo medo que todos nós passamos com seu sequestro, eles e todos nós precisamos de férias. Além disso, tem só três dias que eles saíram.

Ela colocou as mãos na cabeça e fez uma cena teatral dramática, igual Rosemary, levando Jack a gargalhadas.

— Jack, acho que temos outro problema a resolver, já que Rose não está aqui.

— O que foi, Bella!

— É pastor Frank. Ele está indo embora para outra comunidade, onde surgiu vaga de pastor. Ele está meio perdido em seus sentimentos...

— Sentimentos? Do que você está falando, minha querida.

— Jack! Não é possível que você não tenha notado, que ele é apaixonado por Abigail.

— O quê? Quando foi isso?

Elizabeth ria...

— Jack! Como você pode ser um mountie tão bom e não perceber essas coisas? Ele se apaixonou por ela, assim que chegou aqui. E ela também é apaixonada por ele. Mas veio a história dele ser da gangue e ser um bandido e o medo dos dois em partilhar um amor e perder a amizade e eles não conseguem dar um passo para frente

— Por que ele vai embora? Jack ainda não acreditava...

"Como foi que ele não notou esse amor? " Pensou Jack.

"Se fosse sincero consigo mesmo, realmente eles sempre se cuidaram, eles estiveram ali um para o outro tanto nos bons, quanto nos maus momentos durante esse último ano, e pensando bem, Jack agora lembrava dos pequenos toques roubados entre eles. "

— O que você está pensando, Bella!

— Já que Rose não está aqui, precisamos uni-los, Jack; Frank está indo embora amanhã, porque acha que nunca terá chance com Abigail. Em contrapartida, ela está com medo, pois sendo viúva e com dois filhos adotivos, poderia ser um fardo e atrapalhar a vida dele como pastor e sua reputação. Eu já sei...

Jack viu aquele olhar que ele tanto conhecia, ela iria aprontar alguma coisa, seus olhos tinham o brilho diferente. Jack riu baixinho, precisava arrumar seu terno, porque se dependesse de Elizabeth, eles teriam um casamento logo...

Na casa de Bill...

Bill, após um belo banho, se sentia como novo. Há muitos anos ele não se cuidava como fazia ultimamente; agora seria a melhor hora do seu dia; desde que Charlote havia chegado em Hope Valle, eles começaram a tirar esse tempinho à noite, sentando nas cadeiras da varanda, olhando as estrelas e ali eles conversavam de tudo. Para Bill esses momentos com ela, eram esperados com muita expectativa.

— Oi Charlote!

— Oi Bill! Ela sorriu e todo o mundo dele clareou.

Eles conversaram sobre Tom, Elizabeth e ele relatou sobre o peso que Jack estava carregando nos ombros. Charlote nunca se imaginou conversando sobre seus filhos com Bill, ela fez planos de fazer isso com seu Tomas, mas ele se foi e durante todos esses anos, ela teve que luta sozinha por seus filhos. E hoje ela estava encantada ao ver Bill, falando sobre seus filhos e fazer planos para eles. Depois de muito tempo sozinha, charlote se sentiu como uma família novamente. Era como se ela não estivesse sozinha mais. Tom via aqueles dois conversando, ele sempre ficava longe, e hoje mais uma vez ele percebia algo ali.

"Ele estava imaginando coisa, ou Bill gostava de sua mãe? "

Tudo passou em sua mente, naquele momento, mas ele foi interrompido, quando ouviu Bill, falando com sua mãe numa voz sentimental;

— Charlote, eu amo seus filhos, desde o dia que eles nasceram. Foi a melhor coisa que me aconteceu, quando Tomas os colocou nos meus braços; Ele me pediu para amar esses meninos, mas ele nem precisava pedir, porque eles são irresistíveis. Eles têm seu charme e poder próprio.

— Obrigada Bill!

— Mas Charlote, você também é parte disso tudo. Hoje eu preciso te contar algumas coisas. Quando Tomas morreu, éramos todos amigos, eu havia participado da vida de vocês, desde nossa juventude quando estudávamos, e eu vi o namoro rápido e seu casamento, após um mês de namoro, mas eu sabia que era amor puro entre vocês. Vi os meninos nascerem e acompanhei toa a vida de vocês até a transferência. Você se tornou minha família. Mas veio minha punição, aquela transferência antes da morte de Tomas; quando eu descobri sobre sua morte, eu fiquei arrasado, mas precisava voltar para casa, para vocês, e ver como os meninos e você estavam perdidos, me cortaram o coração. Eu queria poder tirar aquela dor em seus olhos, mas eu não sabia como. E minha raiva foi enorme, quando cheguei e vi o antigo parceiro de Tomas, aquele Hargraves, insinuando e tentando forçar um relacionamento com você; aquilo me fez virar uma fera.

— Bill, e não fosse você me salvar aquele dia, em que ele me agarrou, eu nem imagino o quer teria acontecido. Eu tive tanto medo, eu estava sozinha desta vez; ao menos, quando o irmão de Tomas tentou me atacar e me violentar, eu sabia que Tomas estava vivo e que me salvaria. Mas quando Hargraves começou a tentar rasgar minhas roupas, o pavor me dominou, eu sabia que não tinha ninguém no mundo. Mas você apareceu, e me salvou... Charlote chorava há anos, ela guardava aquele fato só para ela. Havia feto Bill, prometer nunca contar a seus filhos. Era humilhante.

Bill abraçou Charlote, ele sabia a dor que aquilo havia provocado nela. E esse foi um dos motivos de nunca ter revelado seu amor. Ele não queria ser outro parceiro de Tomas a decepcioná-la.

Tom, que tudo ouvia, atrás da pilastra da varanda, ficou pálido e seu sangue congelou. Ele nunca gostou daquele policial Hargraves, mas ele nunca pensou que aquele homem fosse capaz de uma atrocidade daquela e com sua mãe. E ele tinha certeza que Jack não sabia sobre isso. Seu estomago dava voltas, ele estava enjoado com tudo aquilo que acabava de ouvir.

— Mas Charlote! Tem algo que você não sabe e que hoje eu vim para casa decidido a te contar. Eu me afastei de vocês, porque eu me apaixonei por você. No início eu me condenei por amar a mulher de um amigo de farda e nesta época o pai de Nora me procurou explicou que ela estava grávida e o que o pai da criança não quis assumir sua responsabilidade. Nossas famílias sempre foram amigos, e ele me pediu para casar com ela. Meu pai fazia muito gosto, ele queria me ver casado e foi assim que eu e Nora levamos nossa amizade a algo mais que virou o casamento. Além disso, eu precisava me afastar de você, não queria que me considerasse outro Hargraves em sua vida.

— Você me amava? Mas Bill...

— Charlote; eu descobri que não podemos mandar em nossos corações. Sim... me casei para fugir daquele amor, achei que com o tempo eu e Nora acabaríamos nos apaixonando. Sim, Charlote, nossos tivemos vida de marido e mulher, vida de casal, nosso filho nasceu e morreu quatro anos após poliomielite. Enquanto Peter estava vivo, nosso casamento ainda seguia, mas era por ele. Após seis meses de casados, passamos a dormir em quarto separados, e nunca mais tivemos mais nada, e depois da morte de Peter, dias após ela saiu e passei anos sem vê-la, pois ela voltou para o verdadeiro pai de Peter. Quando cheguei em Hope Valle, tive um interesse imediato por Abigail, além de você ela foi alguém que me chamou a atenção, começamos a sair, mas de uma hora para outra, Nora apareceu na cidade, ela havia acabado seu relacionamento com o homem e queria alguém para sustentá-la, assim que chegou ela contou a todos na cidade que éramos casados, mas ela esqueceu de dizer que a anos, havia me abandonado por outro homem e por isso o divórcio não havia sido assinado ainda. Eu e Abigail brigamos, levamos um bom tempo para voltarmos a nossa amizade, pois você deve imaginar o que houve em uma cidade pequena, quando uma viúva é acusada de andar com um homem casado.

— Eu imagino o que ela passou. E você ainda gosta dela?

— Sim, eu a amo muito Charlote... Ela é uma irmã par mim, além disso, ela é apaixonada por Frank e ele por ela, mas eles são duas cabeças ocas, e não conseguem resolver seus problemas. Ria Bill.

Charlote estava feliz, por ele não amar Abigail, mas não entendia porque isso a deixava tão feliz. Ela olhou para ele sem graça com as bochechas vermelhas, e Bill, vendo sua reação, foi levantando e de costa falou:

— Charlote, nada deve mudar entre nós. Mas eu precisava te contar sobre meu casamento e sobre meu amor por você. Ele esteve guardado em meu coração durante todos esses anos e assim continuará. Mas minha filha está com seu filho e considero os três como meus filhos, então eu não poderia mentir ou omitir algo para a mãe deles. E assim, ele deu boa noite e deixou ali uma Charlote pensativa sobre tudo aquilo.

Tom tinha muito em sua cabeça, ele não sabia o que fazer ou como falar com Jack, ele foi dormir pedindo a Deus para mostrar a ele o caminho certo. E assim ele adormeceu e sonhou com e Elizabeth, ela colhia flores no campo e um faixo de luz caia sobre ela.

Charlote, por sua vez, custou a dormir. Sua cabeça fervilhava com tantas informações. Ela não sabia como agir ou o que fazer em uma situação como aquela. Seus sonhos foram perturbadores, primeiro seu cunhado tentando violentá-la, e Tomas a salvando. Depois o riso maligno de Hargraves correndo atrás dela e rasgando suas roupas e Bill lhe salvando. Ela viu Tomas e Bill lado a lado durante toda a sua vida. Como era possível ele a amar e...

— "Claro que ele tinha que te amar. Você é uma mulher linda e muito especial Charlote."

— Tomas...

— Olá!

— Oi... Ele estava lindo. Mas havia uma luz diferente em Tomas. Hoje ele estava todo de branco e ele nunca usava roupas assim.

— Por que você está com essa roupa branca?

— Porque agora, eu mudei de plano... vamos dizer que fui promovido pelo Senhor do Céu. Lembra, quando dormimos juntos... aquele dia eu te avisei que seria a última vez, porque agora eu sou um protetor. Mas eles me deram a missão de proteger sua família.

— A nossa família, tomas!

— Sim, minha querida, mas no plano da terra é sua família. A missa de proteger Bill, você, Jack, Tom, Elizabeth e o bebê Thorton na hora certa.

— Bill? Bebê Thorton? Ela está grávida?

— Bill é sua família. Ele sempre foi e sempre será; sim o bebê virá, quando ninguém o esperar.

— Tomas, o Bill me falou... E ela abaixou a cabeça envergonhada.

— Que ele te ama? Que ele ama nossos filhos como se fossem dele?

— Sim.

— Charlote, enquanto eu estive vivo, ele só tinha amizade por você, nunca pense que me desrespeitou com isso; foi após minha saída, que ele começou a nutrir esse amor por você. Eu assisti a tudo, eu vi tudo que ele abandonou, quando se achou errado em estar amando a viúva do amigo. Mas Charlote, você é uma mulher irresistível, qualquer homem ficaria louco para te amar e ser amado por você.

— Mas Tomas...

— Chá... Eu não posse te dizer o que fazer; mas quero que você dê uma chance do seu coração se abrir para o amor. Reflita sobre seus sentimentos, como você e sente na sua presença e só aí você poderá decidir o que fazer.

— Mas os meninos...

— Não Charlote! Ninguém vai pensar nada de errado, ninguém vai julgar você. Agora é sua hora de viver e ser feliz. Seu coração é muito grande para ficar sem ninguém aí dentro.

Charlote olhou bem dentro dos olhos dele e então não viu mais nada, adormecendo completamente... Quando percebeu estava sol alto.

"Acho que tive um sonho", pensou ao se levantar.

"Mas o cheiro do perfume ainda estava no ar... Tomas..."

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