Capítulo 13

2141 palavras


A tarde já começava a cair, então eles se levantaram e após mais um beijinho leve com promessa de uma vida inteira juntos, seguiram rumo à casa de Abgail, aonde Elizabeth iria se arrumar para o casamento. Quanto a Jack, Bill e Henry fizeram questão de arrumá-lo, os dois homens mais velhos disseram que um jovem como Jack não saberia nem lavar atrás de suas orelhas... E rindo o levaram para a casa de Henry.

Bill já tinha passado o uniforme de gala de Jack, ele não tinha uma ruga se quer. Jack reparou naquele momento o amor de Bill por ele, todos sabiam o quanto ser mountie era tão importante para Jack e Bill ao passar e arrumar seu uniforme demonstrou que ele tinha orgulho das escolhas de Jack.

Bill era um juiz carrancudo, considerados por muitos um homem honrado, mas que colocava medo em todos; Ele era amigo de seu pai, eles trabalhavam juntos como parceiros a maioria da vida, até que Bill na época foi punido por insubordinação e enviado a outro batalhão, no extremo do país, onde ele ficou sem contato com Tomas, pois a aldeia que Bill foi trabalhar não havia telefone ou telegrafo e até mesmo diligencia somente a cada sessenta dias, um lugar totalmente isolado, onde havia guerras entre índios e os novos colonizadores fazendeiros e Bill tinha ordens expressa para acabar ou contornar os conflitos da região.

Durante esse período seu pai, teve um novo parceiro, o tenente Hargraves, segundo sua mãe sempre contava. Seu pai Tomas Thorton nunca gostou desse parceiro Hargraves, ele era um homem estranho, era calculista, pensava muito sobre dinheiro, era um homem que mexia com as mulheres e ele começou a perceber traços de crueldade de Hargraves com seus prisioneiros. Tomas por várias vezes chegou a falar com seu superior, mas sempre vinha a mesma resposta...

 "TOMAS, VOCÊ NÃO PODE ESCOLHER SEUS PARCEIROS.HARGRAVES É ÓTIMO PROFISSIONAL, ELE É NETO DO CORONEL... ELE É DURO ÀS VEZES, MAS É SOMENTE A FORMA DE MOSTRAR QUE A POLÍCIA MANDA MAIS QUE A BANDIDAGEM".

E assim passavam se os meses, tomas estava infeliz no trabalh. Ele sempre se orgulhou de sua profissão e de sua equipe de trabalho e naquela época ele se sentia impotente.

Vários crimes quando estavam quase a resolver, principalmente quando envolvia tráfico de armas ou de grandes somas de dinheiro, de uma hora para outra, os bandidos sempre escapavam, era como se eles soubessem dos planos da polícia. Tomas já desconfiava de um informante dentro do Batalhão ou pior ainda em sua equipe. Mas do que nunca ele sentia a falta de seu amigo Bill.

Numa noite, Jack ouviu seu pai conversando com sua mãe e falando da grande diferença de quando Bill estava na equipe e foi quando Jack ouviu pela primeira vez que seu pai desconfiava de um informante. Ha meu pai, ele era um homem muito honesto, e quando colocava algo na cabeça, seguia em frente até achar o problema, e ele estava sim tentando descobrir algumas coisas, e uma delas era o paradeiro de Bill. Até ali não se sabia para onde ele havia sido escalado, mas em seus documentos na polícia constava em 'SEGREDO DE ESTADO'.

Certo dia, após vários desentendimentos em equipe, meu pai e sua turma foram atender um chamado de briga familiar, onde o filho atirou no pai e vários membros daquela família entraram em luta corporal e com uso de facas. Quando tudo acabaram, várias pessoas feridas, parecia tudo controlado, meu pai recebeu dois tiros no peito, levando a morte horas depois. Os mountie nunca souberam explicar quem atirou.

Teve um julgamento e Quebec filho mais novo daquele senhor envolvido na briga, foi julgado e condenado à prisão perpétua, aquele rapaz gritava o tempo todo que era inocente, mas Jack não conseguia nem pensar, e já tinha dez anos de sua prisão. Jack até hoje tinha problemas em pensar na morte de seu pai. Naquela época o tenente Hargraves se aproximando de sua mãe, nem ele, nem Jack gostavam de ver as investidas daquele homem sobre sua mãe. Charlote fugia dele a todo custo, ela tentava ser educada, pois sabia que o homem era o parceiro de seu falecido marido, e os mountie tinham como lema proteger a família de um mountie caído em combate, mas começou a ficar muito incomodada com suas insinuações;

Hargraves sempre dava ordens para Jack e Tom saírem de casa e irem ao mercado comprar alguma coisa, era uma longa caminhadas, outras vezes ele os mandava para o quarto dormir, e Hargraves nunca deixava margem para um não, ele estava tentando assumir a nossa família, ou melhor, eu descobri que aquele homem queria a minha mãe. Ele estava tentando fazer dela sua mulher, meu pai não tinha nem três meses de falecido e aquele homem ficava cada dia mais em cima de mamãe.

Charlote era uma mulher linda, em seus trinta anos, ela não parecia que já tinha dois filhos de treze e quinze anos, ela tinha um belo corpo e um cabelo negro que chamava atenção de todos. Como dizia meu pai, ela era um pitéu... sua deusa.

Hoje, enquanto se arrumava para seu casamento, Jack notou que sua mãe passou por muita coisa para fugir daquele homem. Jack precisava agradecer muito, quando ele e Tom foram a uma festa do dia do soldado, e eles conheceram um soldado, que conhecia seu pai e Byler era um antigo amigo de farda, e ele sabia como localizar Bill.

E logo que Bill recebeu a mensagem enviada via um caçador que retornava para aquela região, ele conseguiu uma dispensa de um mês alegando problemas familiares. Bill estava chocado com a morte de seu amigo Tomas, ele não tinha sido informado pelo quartel-general desse fato, e ao chegar ainda se deparou com seu sucessor Hargraves, fazendo de tudo para conquistar Charlote.Jack viu em Bill, um grande mentor nesta época, graças a ele conseguiram afastar Hargraves de sua família e foi Bill que ajudou Jack a realizar seu sonho e se tornar um mountie. A amizade deles foi enorme. 

Jack tinha por esse homem uma grande amizade. Nunca mais Jack viu Hargraves, soube que Bill usou suas influências e que ele foi postado nos territórios do norte em lugares bem distantes de tudo. Bill havia provado em juízo, que ele não havia feito nada de errado naquela época em que foi punido, e que em nenhum momento sequer houve insubordinação, mas nesse período Bill descobriu que a família de Hargraves, foi responsável pela saída de Bill daquele batalhão. Muito tempo depois Bill, descobriu mediante investigações que Hargraves queria o lugar de tomas, ele queria seu posto e principalmente sua esposa Charlote.

Hargraves estava louco por ela, um amor doentio e não estava disposto a deixá-la com tomas. Ainda pairava dúvidas sobre a morte de seu pai. Sua mãe foi a melhor em tudo, mas Bill foi o exemplo masculino que Jack e Tom precisava, mesmo quando Bill sumiu e se casou com Nora de uma hora para outra e que só manteve contato por cartas por anos após anos, até hoje Jack nunca havia entendido aquele casamento... Ai, Bill teve um menino, anos depois faleceu de uma doença grave e um tempo depois veio o fim do casamento de Bill com Nora. Jack só voltou a ver Bill, quando ele postado em Hope Valle, precisou de ajuda de um grande investigador e assim ele solicitou o melhor... Bill Avery.

Jack agora vestia sua jaqueta vermelha de mountie, seu sorriso com as lembranças da vida, era de saudade. Saudade de um tempo que não voltaria mais, de seu pai e de toda a felicidade que sua família poderia ter obtido naquela época, mas era um sorriso de agradecimento pelas boas amizades e por encontrar o amor de sua vida.

Além disso, havia Henry Gowen, quem imaginaria que ele estaria ajudando o mountie da cidade a se arrumar para o casamento. Isso parecia um conto de fadas, uma história de fantasia, o homem mal da cidade, aquele em que o dinheiro era mais importante do que tudo na vida, um homem que controlava uma cidade com suas normas e que foi o responsável por quarenta e sete mortes de mineiros em uma mina de carvão na cidade, um homem que tentou retirar as casas das viúvas, um tipo de pessoa que foi julgado e condenado e que cumpriu toda a sua pena, sem mudanças em sua vida, até que no dia de sua condicional onde deveria prestar serviço solidário a comunidade, ele foi obrigado a trabalhar com Elizabeth por quinze dias seguidos dentro da escola em horário integral. No terceiro dia dele por lá, todos já percebiam uma grande mudança nele. Jack colocou em sua mente, quando Henry entrasse naquele quarto, iria perguntar o que houve naqueles dias de escola, sua curiosidade estava ao nível máximo agora.

Quando estava arrumando o cabelo com gel perfumado que Elizabeth tanto amava, a porta se abriu e Henry entrou trazendo o coturno de Jack todo lustrada. Parecia um espelho. Jack agradeceu, pois, o serviço nunca foi executado tão perfeitamente.

— Henry posso te perguntar uma coisa?

Bill, que acabava de entrar com as medalhas de honra de Jack, sentou para ouvir a conversa, pois parecia que algo sério viria dali.

— Claro Jack... respondeu Henry.

— Quando você fez o serviço solidário na sua condicional, você ficou os primeiros dias na escola com Elizabeth, o que aconteceu para você mudar tão rapidamente?

— Jack, primeiro ela me recebeu em sala de aula, com todo respeito mesmo eu tendo aquele meu passado horrível, ela me apresentou as crianças como senhor Henry, como um homem culto que trouxe muitos benefícios a comunidade, mas que por um deslize fez algo que não devia, que eu estava ali para se redimir, mas que eu precisava de ajuda de todos os alunos e moradores da cidade. E ainda disse que eu tinha muito a ensiná-los.

— Olha Jack! Continuou Henry falando ...ela dava aula e sempre me colocava a par de tudo o que estava acontecendo ali; no segundo dia ela me fez até falar sobre determinado assunto na frente das crianças, explicando porque deveríamos estudar para ser um bom empregado e vencer na vida. Quando eu fui carregar lenha para o fogão da escola, ela e as crianças fizeram uma fila indiana e assim a madeira ia passando de mão em mão, ela somente dizia uma mão lava a outra e as duas juntas e unidas ficam bem mais limpas e ria...

— No terceiro dia, ela já tinha reparado que eu não levava comida, porque eu comia cedo no café e depois comia novamente no fim da tarde, eu estava sem dinheiro, afinal tinha chegado da prisão há alguns dias. No café, Abigail sempre me alimentava e bem. Naquele dia, eu chegando na escola, primeiro ela serviu biscoito a todos nós dizendo que Abgail havia enviado, e na hora do almoço ela me deu uma marmita. Era pão, legumes selados duros e um filé de frango queimado, eu e ela tínhamos o mesmo para comer em nossas marmitas, ela me deu um copo de suco de laranja natural dizendo que faria bem para minha saúde, e falou que tinha acordado de madrugada, para cozinhar para mim e ainda disse que não era uma comida boa como a de Abgail, porque ela ainda estava tentando aprender a cozinhar, mas que eu precisava de uma comida caseira e feita com amor para me recuperar das quedas da vida.

Bill tinha os olhos cheios de lágrimas, ele conhecia essa história, Elizabeth havia pedido a receita para ele, e explicou porque aquela refeição tinha que sair perfeita. Era a refeição para um homem se sentir especial e aceito pela comunidade.

— Entende agora Jack? Como não mudar meu eu, ao ter uma pessoa como ela lutando e se desafiando somente por minha causa?

— Eu sei o que é isso, Henry! Ela é incrível.

Jack mais uma vez sentiu seu peito cheio de amor por aquela mulher. Ela podia tirar água de pedra. Sua Bella era a pessoa mais incrível do mundo.

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NOTA DO AUTOR: No início tivemos alguns capítulos bem pequenos, mas com tantos pedidos de capítulos maiores começamos a postá-los em tamanho maior, essa história seria somente um breve pensamento, mas me pediram para torná-la uma história e lá fomos nós. Para quem acompanha já percebeu que já temos bandidos, mocinha, casamentos chegando, mas que já estamos dando dicas antes do casamento de algumas coisas que precisam ser solucionadas... Quanto ao casamento, tenham só mais um pouquinho de paciência porque como eu disse, enquanto se preparam para o casamento estamos te dando dicas e motivos para continuar a ler essa história. E sigam e marquem como sua história favorita, assim você poderá comunicar direto comigo sempre que mandar alguma mensagem como também saberá quando entrar novos capítulos. Um grande abraço...H.H.Shefter.

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