Capítulo 109
1843 PALAVRAS
O estrondo do tiro ressoou na sala de aula, cortando a atmosfera carregada de tensão. Willian, o arauto da traição, caiu, seu corpo se contorcendo sob o impacto da bala. Elizabeth emergiu das sombras, segurando a arma que havia mantido oculta em sua bota, revelando uma determinação que transcendeu o medo.
O olhar de Elizabeth encontrou o de seu pai, Will, cujo rosto exibia uma mistura de dor e surpresa. Ela se lançou em sua direção, deixando para trás a ameaça que Willian representava. A arma tremia em suas mãos, mas seus olhos refletiam uma coragem que havia nascido da necessidade de proteger aqueles que amava.
Willian jazia no chão, sua ameaça agora silenciada pela intervenção corajosa de Elizabeth. O cheiro de pólvora pairava no ar, enquanto o suspense dava lugar ao alívio, mas o preço do confronto ainda marcava o ambiente.
Elizabeth chegou ao lado de seu pai ferido, que estava ferido e sangrava muito, cujas mãos trêmulas encontraram as dela. Um abraço carregado de emoção selou o resgate na escuridão daquele início de manhã sombrio. O silêncio da sala de aula, foi quebrado apenas pelo som das lágrimas silenciosas que escapavam dos olhos de Elizabeth.
— Pai... por favor, não morra!
— Calma, meu anjo. Eu prometo que não vou morrer. Agora que tenho você ao meu lado, eu quero aproveitar muito ainda.
— Oh, pai... por favor não me deixe... eu amo você.eu amei você minha vida toda mesmo não sabendo que você era meu pai. Eu não sei viver sem você.
— Beth! Minha filha, olhe para mim. Calma, meu tesouro. Papai, está aqui e não vou a lugar nenhum...
...
...
Jack Thorton, estava na frente da delegacia, absorto em pensamentos, quando o som distante de um tiro perfurou o ar...
Seu coração acelerou, e instintivamente, ele agarrou sua arma e pulando em seu cavalo Sargent, cavalgou em direção do som...
" Escola..." "Elizabeth, meu Deus a proteja por favor"... Jack estava desesperado.
A corrida até a escola parecia uma eternidade, cada segundo carregado de ansiedade e temor. O relinchar impetuoso de Sargent ecoava nas ruas vazias, enquanto Jack se esforçava para alcançar o local onde sua esposa e sogro enfrentavam a escuridão daquele início de manhã. Ainda não era sete horas da manhã, e o sol ainda demoraria para levantar... Elizabeth sempre chegava horas mais cedo para esquentar bem a sala para as crianças não sentirem frio.
Ele desmontou do cavalo com uma mistura de determinação e angústia, os olhos varrendo a cena em busca de sinais de Elizabeth e Wynn. Ao chegar, a visão de sangue no chão da escola congelou o sangue nas veias de Jack. O medo tornou-se palpável, e seu coração martelava em seu peito;
A luz do sol daquele início de manhã lançava sombras que dançavam na sala vazia. Cauteloso, Jack avançou... a respiração presa na garganta. O silêncio era ensurdecedor, e cada passo parecia ecoar na sala de aula transformada em um campo de batalha.
Ao alcançar o local do confronto, Jack encontrou Elizabeth e Wynn, abraçados em meio à tragédia. O alívio inundou sua expressão, mas a visão do sangue derramado e das roupas rasgada de sua esposa, fez com que seu estômago se revirasse. A família, unida pelo trauma e ele via que ali havia uma história dolorosa e todos iriam precisar enfrentar a tarefa de curar as feridas físicas e emocionais.
Jack abraçou Elizabeth com força, sua respiração irregular refletindo o turbilhão de emoções que o consumiam.
O olhar de Jack percorreu o corpo marcado de Elizabeth, sua raiva fervendo como lava prestes a entrar em erupção. As roupas rasgadas, o corpete desajustado, as marcas visíveis no rosto e nos braços dela eram como cicatrizes que contavam a história de um confronto feroz. A visão despertou uma fúria profunda em Jack, um vulcão de indignação prestes a explodir.
O coração de Jack batia em compasso com a raiva que pulsava em suas veias. Ele se aproximou de Elizabeth com determinação, afastando-a gentilmente da visão do homem que ousara tocar sua amada.
A sarja vermelha que ele tirou do ombro revelou-se não apenas um manto, mas um escudo protetor para resguardar a dignidade de Elizabeth.
Enquanto vestia cuidadosamente a sarja em volta dela, os dedos de Jack traçavam um caminho de ternura, uma promessa silenciosa de que ele estava ali para curar as feridas, tanto visíveis quanto invisíveis.
A raiva queimava em seus olhos, mas era temperada por um amor inabalável que transcendia as marcas deixadas pela violência.
— Eu vou cuidar de você, minha vida, sussurrou Jack, a voz carregada de um compromisso inquebrável.
Elizabeth, envolta na sarja vermelha que agora simbolizava não só proteção, mas também a força do amor, encontrou nos olhos de Jack um refúgio seguro.
A sala de aula, testemunha silenciosa da batalha recente, tornou-se um cenário de cura, onde o poder do amor eclipsava a escuridão que a precedera.
A sarja vermelha, agora uma bandeira de resistência e renovação, envolvia Elizabeth como um abraço reconfortante.
Jack, com a determinação de um leão protetor, guiou Willian até as frias grades da prisão de sua delegacia. Cada clique da fechadura era um eco de justiça sendo feita, mas o coração de Jack ainda pesava com as feridas em sua esposa, deixada por essa violência. Após prender Willian, ele voltou a escola e buscou sua família de carroça.
Seus olhos se voltaram para Elizabeth e Wynn, a quem ele guiou cuidadosamente para o exterior da escola, onde a luz da manhã começava a raia.
Chegando a enfermaria, Dr Carson, uma presença compassiva em meio ao caos, recebeu Elizabeth e Wynn. Enquanto Wynn passava pela cirurgia para reparar os danos causados pela brutalidade de Willian, Jack esperava ansiosamente notícias, seu coração oscilando entre a preocupação por sua esposa e por seu sogro.
Wynn, deitado na cama da enfermaria, sentia cada ponto como uma costura que unia não apenas sua pele, mas também os fragmentos de seu coração.
Elizabeth, insistiu e ficou ao lado de seu pai durante todo o procedimento cirúrgico, sua mão pequena parecia minúscula dentro da mão de seu pai. As lagrimas escorriam em seu rosto, suas mãos tremiam mostrando o pavor que ela havia acabado de passar.
Wynn, olhava para sua pequena Beth, e a visão daqueles dedos em seu pescoço, e a marca do tapa em seu rosto, só faziam sua raiva aumentar. Aquela visão daquele homem imoral em cima de sua filha, suas roupas rasgadas e seus gritos de pavor, era algo que ele nunca esqueceria. E agora, ela estava ali, preocupada com ele, ao invés de se preocupar consigo mesmo.
— Eu amo você, minha filha. Uma lagrima escorreu em seus olhos.
— Pai... Eu também amo você. Eu fiquei possessa de raiva, quando vi que ele havia te ferido. Não me deixe, meu pai, eu preciso de você... Elizabeth deitou a cabeça em seu ombro, dizendo baixinho:
— Não me abandone de novo, por favor...
Ouvi aquilo doeu muito em Wynn, ele sabia que esse abandono não havia sido sua culpa, mas saber que sua filha ainda tinha cicatrizes, lhe doeu muito. E tudo foi culpa de Willian Thatcher.
— Beth, minha filha. Eu nunca mais vou me afastar de você...
...
...
Enquanto isso, Elizabeth Delayne, uma figura de força silenciosa, seu coração apertado pela incerteza, cada passo que ela dava era uma jornada pela esperança e pelo amor. Henry, não conseguiu segurar aquela mulher, quando a notícia havia chegado em sua casa. Ela não iria deixar nada acontecer com seu amado marido e sua filha, recém encontrada.
Ela tinha nos olhos, o medo da perda e tinha a fúria contra seu irmão. E foi assim que a passos largos, que Elizabeth Delayne, invadiu a enfermaria, e encontrou seu marido e sua filha com a cabeça em seu ombro conversando. Ela olhou, olhou de novo, de um para o outro, precisava respirar fundo...
"Willian, você vai pagar por todo esse sofrimento. " Elizabeth Delayne, apertou seus olhos ao pensar.
Ela caminhou até eles, e ficou sabendo de toda a história.
Olhar para sua filha e notar suas rasgadas, lhe doíam o coração. Ela abraçou sua filha e ali as duas derramaram todas as lagrimas, todas as suas dores. Elas não precisavam e palavras, mas eles precisavam lavar suas almas e curar todas as feridas.
Jack chegou com sua câmera fotográfica, precisava tirar fotos de sua esposa para a perícia e Carson precisava avaliar seus ferimentos. Após explicar tudo para ela, eles foram para uma sala, onde Jack tirou as fotos, pois elas seriam usadas no processo contra Willian. Ele viu as marcas em seu pescoço, seus braços cheios de hematomas, a marca do tapa em seu rosto; ao tirar a sarja vermelha de frente de seu corpo, Jack notou os arranhões no seu colo, perto de seu peito, próximo ao espartilho já desfiado e rasgado, mostrando visivelmente que ela lutou com Willian para que ele não retirasse o espartilho. Sua saia rasgada mostrava partes de sua perna que também tinha hematomas e arranhões até a coxa. Jack terminou seu trabalho de foto, o quão para ele foi o trabalho mais difícil feito em toda a sua vida, pois em todo o momento ele teve de se controlar para não chorar ou praguejar contra aquele absurdo. Carson também estava como ele, ver sua amiga passando aquilo lhe doía muito.
Carson diagnosticou com hematomas, mas sem nada grave ou quebrado. Graças a Deus, Wynn chegou a tempo, de impedir que ela fosse violada.
Jack não resistiu, lagrimas escorriam em sua face. Carson passou por ele e tocou apertando seu ombro e saiu da sala também com lagrimas nos olhos. Ele sabia que aquele momento deveria ser só do casal, além disso, ele precisava ir à delegacia verificar o ferido.
Elizabeth percebeu a tensão em seu marido e chegando perto o abraçou. Eles precisavam de apoio um do outro.
...
...
Minutos depois, Bill chegou correndo acompanhado de Charlote.
Eles interromperam a lua de mel ao receber a notícia do terror que havia ocorrido na escola. O compromisso com a justiça falou mais alto, e ele correu à cidade, jurando trazer a luz do julgamento sobre aqueles que haviam cometido atos tão hediondos. Charlote, também queria e precisava estar ali, seus filhos precisavam de apoio e amor em um momento como aquele.
Bill, o juiz que dedicou sua vida à busca da justiça, ficou horrorizado ao testemunhar o ato brutal de Willian. A imagem de Elizabeth, que ele havia criado como sua própria filha adotiva, machucada e traumatizada, penetrava sua alma como uma lâmina afiada. A compreensão de que alguém tão próximo poderia causar tamanho sofrimento era uma ferida que transcendia a justiça legal.
Caminhando até Elizabeth, Bill abraçou-a com a ternura de um pai. Seus braços eram um refúgio seguro, uma âncora para acalmar o choro dela. Palavras de consolo não eram suficientes diante do horror que ela havia enfrentado, então Bill permaneceu em silêncio, oferecendo apenas a presença reconfortante de alguém que a amava como uma filha.
O ambiente da enfermaria se tornou um refúgio onde as emoções se desdobravam como um drama doloroso. Elizabeth, acolhida nos braços de Bill, desabafava as lágrimas que haviam sido contidas. Cada soluço era um eco da dor que ela suportara, mas também um passo em direção à cura sob a sombra protetora de Bill.
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