Capítulo 103

1672 PALAVRAS

Na curva da solidão, onde a escuridão se entrelaçava com o uivo aterrorizante do corvo, Frankison, Lek e Mack, avançavam com cautela. Os urubus emparelhavam sobre as carcaças humanas, uma cena macabra que marcava a trilha pedregulhosa e estreita.

Os cavalos inquietos avançavam com barulho de seus cascos ecoando contra a paredes. O medo pairava no ar, e as sombras conspiravam enquanto o trio avançava com as armas firmes em mãos, Frankison liderou o grupo, com a intensão de encontrar Edward e a jovem gravida naquela noite sinistra. O desconhecido espreitava a cada curva, tornando a busca ainda mais desafiadora. A jornada era uma verdadeira revelação sombria a medida que os três homens avançavam pela trilha obscura, perseguindo a esperança perdida naquela escuridão.

A medida que Frankison, Lek e Mack avançavam mais fundo no valor horrível dentro da curva da solidão, o cenário de morte, se desdobrava diante deles. A trilha sinuosa era testemunha de assaltos e chacinas frequentes, onde o perigo se manifestava a cada curva. O eco das histórias sangrentas ressoava nas paredes rochosas, alertando os aventureiros de que estavam em um território onde a vida valia muito pouco.

Os urubus continuaram a par sobre as carcaças, testemunhas silenciosas das tragédias que se desenrolaram naquele lugar maldito. Os cavalos, agora ainda mais nervosos, relinchavam em antecipação do perigo iminente. Frankison, Lek, e Mack trocaram olhares sérios, conscientes de que uma jornada foi longa de ser fácil.

O uivo do coiote ecoou pela colina, cortando o silêncio da madrugada e enviando arrepios pela espinha dos três mountie. Era um aviso natural de que o vale da morte estava atento, e o perigo rondava a todo instante. Cada som se transformava em sugestão ameaçadora, amplificando a sensação de que o mal estava à espreita em cada sombra.

No entanto, moveu - se pela determinação de encontrar Edward e a jovem gravida, e por isso os três rapazes, estavam enfrentando o desconhecido com muita coragem.

As árvores retorcidas ocultavam segredos sombrios e a escuridão, aliada aos murmúrios do vento, conspirava para desencorajar qualquer alma menos resiliente.

A medida que eles avançavam naquela trilha assombrada na curva da solidão, o sinistro barulho da morte ecoava na noite escura, criando uma trilha sonora macabra. No entanto, ao virarem uma curva íngreme, avistaram ao longe uma pequena luz tremeluzindo, revelando a presença de uma fogueira.

Com muita cautela, Frankison liderou o grupo e o seguiram na direção daquela luz, armas nas mãos, prontos para enfrentar qualquer ameaça que pudesse surgir da escuridão. O crepitar da fogueira tornou-se mais audível, um farou de esperança em meio a paisagem sinistra.

Ao se aproximar da fogueira, os mountie descobriram um modesto acampamento com uma única carroça; envolta pela dança das chamas, encontravam –se Edward e uma jovem grávida, ambos visivelmente cansados e exaustos pela jornada permeada pela tensão do medo daquele local sombrio.

Frankison, Lek, Mack, olharam uns para os outros, a surpresa e o problema marcando seus rostos ao verem o amigo que tanto procuravam. Edward traz o olhar, os olhos revendo uma mistura de exaustão e gratidão ao ver seus companheiros mountie.

A jovem gravida, envolta em um manto que mal escondia a fragilidade de maternidade iminente. Seus olhos refletiam um cansaço, mas também havia uma dor, uma enorme dor, que mostrava o quanto lhe doía em sua alma e em seu coração tudo o que havia sofrido nas mãos de Charles Kensigton III.

Frankison, incapaz de conter a emoção, correu e deu um abraço caloroso em Edward. Naquele gesto, os anos desapareceram, levando-os de volta a última vez que se viram como crianças aos doze anos; A amizade entre eles, criada na inocência desde a infância, resistiu ao teste do tempo e se revelou mais forte do que nunca.

O abraço transcendeu as palavras, contando histórias de aventuras compartilhadas, de desafios superados e de uma conexão que o tempo não desfez. Frankison e Edward trocaram olhares cheios de significado, como se cada ruga e cicatriz em seus rostos contassem uma parte da jornada percorreram separados.

Não era apenas uma reunião de velhos amigos, mas uma redescoberta daquela amizade especial que compartilhamos na juventude. Mesmo diante das adversidades da curva da solidão, o reencontro trouxe um raio de luz, uma lembrança de que por mais escuro que fosse a morte, a amizade podia iluminar até os cantos mais sombrios... os outros observaram silenciosamente, respeitando o momento íntimo entre Frankison e Edward. As brasas da fogueira refletiam nos olhos marejados dos amigos de longa data, como se o passado e o presente se entrelaçassem nessa troca de afeto. Com aquele abraço, renovaram –se não apenas os laços de amizade, mas a determinação de enfrentar juntos o que quer que o valo da morte ainda reservasse e juntos lutariam contra Charles.

Frankison, com um sorriso amplo no rosto, falou:

— Edward! Cara, você cresceu muito... olha só para você!

Edward, com seu toque de humor, rindo, respondeu:

— Ah! Frankison... cresci tanto que às vezes me questionei se a comida da mamãe, me esticou uns centímetros a mais. Mas parece que você andou ganhando algumas rugas extras desde a última vez que nos vimos.

— E agora, ganhei muitas, meu amigo... você não imagina o que é ter uma irmã tão bonita, quanto Elizabeth.

— Ainda bem, que ela não puxou você. Se ela tivesse essa sua cara feia, ou esse seu gênero ruim, ela estaria perdida.

Lek e Mack, racharam de rir, eles não conseguiram se segurar.

— Edward; minha irmã é minha cópia, seu louco...

— Desculpa Frankison, disse Mack. Eu tenho que discordar.

— Eu também... disse Lek. Ela é muito mais bonita, com aqueles olhos de um azul tão profundo como o mar e aquele jeito meigo.

Mack completou:

— Edward, eu não te conheço há muito tempo... mas quando você ver Elizabeth, você vai ser como nós, todos os bobos que não conseguem dizer um não a ela.

Edward, riu e sabia muito bem do que eles estavam falando, pois há anos ele e Frankison estiveram a sua mercê... Ele explicou seu vínculo com Elizabeth, e assim os dois mountie descobriram que a muito tempo ele já era privilegiado com a amizade dela.

Malyn foi apresentada a todos, e juntos comeram alguns lanches. Eles riram muito de algumas passagens da vida deles e Malyn acabou se interessando em conhecer essa Elizabeth, pois ver o amor e o carinho com que esses quatro homens falavam dela, só fazia sua curiosidade aumentar.

Malyn, foi deitar na única tenda que ali estava montada, pois suas últimas forças estavam no fim.

Os homens iriam revezar para descansar, assim evitariam ser pego em alguma emboscada.

Frankison e Edward ficaram no primeiro turno.

— Edward, eu preciso te agradecer por tudo o que você fez por minha irmã.

— Frankison, eu gostaria de ter feito mais.

— Você não sabe o que sinto em saber o que ela esteve passando por tanto problema sozinha.

— Eu não conseguia ver aquela menina toda marcada, e depois sua luta na faculdade. Ela nunca soube mais por vezes, eu deixei dinheiro com a dona da cantina, ela trabalhava lá, mas eu que paguei seu salário.

— O quê? Me conta isso? Frankison questionou surpreso.

Edward contou tudo, e foi explicando que quando foi visitá-la na faculdade, notou algo de errado com ela. Ele esperou quinze dias e voltou, mas antes procurou informações sobre sua situação e seus estudos. Ela já estava a mais de seis meses na faculdade, foi quando descobri que seus pais se recusaram a custear seus estudos, moradia ou alimentação, uma forma de forçá-la a voltar para casa. Ela só almoçava para economizar dinheiro, e estava fazendo de tudo por alguns centavos. Todas as alunas daquele lugar, queriam aproveitar dela, lhe jogavam tarefas mais humilhantes para que a princesa dos Thatcher fosse diminuída. Ela lavou desde banheiros da faculdade e dos quartos, e pelo que fiquei sabendo, as alunas faziam questão de sujar e deixar o local insuportável para que ela de joelhos tivesse de lavar o local com as próprias mãos, ela valou roupas íntimas de todas elas, e pelo que fiquei sabendo lençol após os casais terem relações, acho que você me entende o quão humilhante isso deve ter sido, eles fizeram de tudo para diminuir ou para constranger nossa Elizabeth.

— Frankison, tinha lagrimas escorrendo em sua face, a cada dia ele conhecia mais uma batalha que sua irmã precisou travar e vencer.

— Eu deveria estar com ela, Edward.eu não me perdoo por isso.

Frankison contou a ele o que eles descobriram e Edward estava vermelho de raiva. Ele parecia um cachorro raivoso, só faltava a espuma na boca, e quando ele ficou sabendo que Willian Thatcher tentou violentá-la nos estábulos... ele ficou maluco, suas mãos apertaram tanto ao se fechar como se fosse socar alguém, que os nódulos de seus dedos ficaram totalmente brancos.

— Eu não posso diferir essa história, Frankison. Esse homem é louco.

— Eu sei, Edward. E nós não permitiremos que ele faça nenhum mal a Beth.

Lek e Mack, chegaram para assumir seu horário, e acabaram escutando parte da história, e acabou contando que eles ouviram Charles falar dela, enquanto estava na jaula cadeia, e que eles não gostaram do tom de deboche e nem do que ele andou falando sobre ela. Mesmo sem conhecê-la, achamos que um homem deve respeitar uma mulher acima de qualquer coisa.

— O que foi, que aquele pilantra falou de minha irmã? Frankison perguntou com raiva.

Lek, sem jeito, e com as bochechas vermelhas, contou que ele ria da situação que ela havia passado em suas mãos, e em alto e bom som, ele debochava e ria contando como ela tinha pele sedosa e macia. Que seu corpo tinha curvas e tudo cabia nas mãos dele certinho, que tinha umas pernas longas e torneadas, e ele por pouco não pegou aquilo que a anos ele corria atrás.

Frankison precisou ser acalmado por Edward, porque ele estava fervendo de raiva.

O dia começava a clarear, e Frankison junto com Edward preferiram seguir viagem sem descansar, quanto antes chegassem em Hope Valle, seria melhor.

Edward olhou para a barraca o qual Malyn saia, e olhando em seus olhos sorriu ao pensar...

"Irei te proteger com toda a minha vida, você será feliz... eu prometo..."

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