8
Não esqueça de votar.
Boa leitura.
Ato.7 O presente de Tsukuyomi
Tsukuyomi não estava com raiva de Susanoo, ele estava entediado e foi por isso que salvou a humana.
"Eu, Tsukuyomi no Mikoto, te concedo a minha proteção. Nenhum deus, semideus ou servo que aqui habitar te fará mal."
A lua estava vermelha ela via do quarto de Susanoo sem entender, com o peito apertado pelas possibilidades ruins. Os raios e lampejos no céu cada vez mais fortes a deixavam com medo, medo do escuro, da possível chuva e do ambiente ao seu redor onde a sensação da mais pura e completa solidão parecia prestes a engoli-la.
Tal reação provinha da insegurança e da sensação de que a qualquer momento poderia ser morta. Quando deu por si já estava tremendo, talvez fosse o frio devido às rajadas de vento intenso ou simplesmente a proteção ecoando no peito e resplandecendo através do tecido.
E então veio o sol, um clarão que afugentou a mais profunda escuridão e ofereceu a humana alguns segundos de conforto, afinal Amaterasu também não gostava dela.
O rasante rasgava o céu o partindo em dois conforme a luz Extinguia as sombras fazendo com que os raios parecessem meros clarões diante a omnifulgência do sol.
A cada passo dado pela deusa do sol, a claridade a acompanhava matando qualquer tipo de sombra e ao parar de frente para a humana, respirou fundo ao notar o peito reluzente do ser julgado como fraco e em um único movimento ergueu a mão direita, abanou na frente dela pois, sabia que se tocasse um dedo nela seria repelida.
Afinal de contas a proteção de Tsukuyomi também é uma bela maldição.
Amaterasu controlou a raiva que sentia por tudo que presenciou em sua curta descida aos planos terrenos de Susanoo, raios e poeira lunar explanavam pelo universo e tudo por causa da coisinha á sua frente. A deusa achava inadmissível os irmãos brigarem por causa de uma humana qualquer, um ser que poderia ser morto da forma mais ridícula possível.
-- Acorde de uma vez garota. -- Deixou que a palma iluminasse a face da humana que fechou os olhos mediante o incomodo e a cegueira momentânea, os olhos doíam profundamente até que conseguiu recuperar a visão e encarou ali a deusa do sol tão próxima que fez com que recuasse rapidamente batendo as costas na parede pelo receio.
-- Que patético. -- Amaterasu desprezou jogando os cabelos para o lado em seu brilho invejável.
-- O que você quer? -- Apesar de receosa, a humana não se encolheria mediante o medo por ter sido judiada tantas vezes e o tom de sua voz irritava ainda mais a poderosa deusa que se via empacada sem poder fazer nada a respeito. Amaterasu revirou os olhos antes de confrontar a verdade, se quisesse que Sn cooperasse teria de tratá-la com o mínimo de educação que ainda possuía.
Em respirar fundo, os fios negros se agitaram conforma o ser divino pairou no ar demonstrando sua grandiosidade enquanto um clarão resplandecente eclodia atrás de si.
-- Iremos até Susanoo imediatamente. -- Afirmou como se ordenasse e a humana arqueou a sobrancelha, como confiaria na deusa que já havia tentado matá-la? Não poderia.
Todos os traumas sofridos ainda estavam em seu corpo, não importa o quão forte e imponente fosse, ali ainda era apenas uma humana lidando contra deuses.
Amaterasu parece repercutir os pensamentos e a respiração pesou, a contragosto demonstrou a verdade por trás das suas intenções onde a pobre mulher pode ver espada e lança se cruzando e até mesmo foi capaz de sentir o vento gélido em seu corpo.
-- Susanoo... O que seu irmão está fazendo? -- A voz saiu em um sussurrou e a deusa percebeu que a pergunta era sincera, ainda assim sentiu raiva, raiva de um ser tão silencioso e fraco, um ser tão abrasivo que estava roubando a atenção de seus irmãos.
-- Não é óbvio? Ele está lutando, e antes que cometa um erro precisamos nos apressar.
A humana divagou, ela estava li contra vontade, não poderia sair e ainda assim tinha poder para algo? Esses deuses só poderiam estar brincando com a cara dela. O que Sn não entendia é que Susanoo detestava ser subestimado pelos próprios irmãos e para Amaterasu toda essa demora estava irritando, a deusa então sorriu comedida pelo que faria.
Tsukuyomi deixou claro que não poderiam encostar nela, mas não falou nada a respeito do poder...
Os feixes de luz subsequentes confundiram a bela humana que se revirava sendo arrasta pelo ar e pedindo desesperadamente por ajuda, para ela a vida havia chegado ao fim, seria engolida pelo sol e queimaria até a morte, porém, quando passou pela fresta cintilante de luz tudo o que sentiu foi um afago quente antes de ser atirada no chão fofo terroso e cinzento, os orbes demoraram a se acostumar com o brilho intenso ao redor apenas para ver a vasta imensidão escura e seus inúmeros pontos brilhantes, vagou com o olhar mais um pouco tentando compreender onde estava vendo pequenas crateras e fendas pelo chão distante onde alguns coelhos e cães parecia brilhar e pular e só quando notou o enorme templo opulento ao fundo que se deu conta de onde estava.
Nenhum ser humano, até então havia pisado na lua.
-- Estamos na lua? -- A pergunta retórica levou Amaterasu a revirar os olhos antes de responder sem vontade.
-- Olhe em volta esse é o reino de Tsukuyomi garota. Agora vamos andando.
Ela demorou a ficar de pé pela leveza do lugar, porém não se sentiu flutuar como imaginou que aconteceria, na verdade Sn não sabia, mas estava respirando um ar que não existia e coexistindo no mesmo espaço de um deus simplesmente pela proteção de Tsukuyomi, e agora observava todo o reino ao redor com extrema curiosidade e maravilhada, se antes havia achado o reino do sol e da terra belíssimo imagina a lua que sempre será uma incrível novidade.
-- O reino de Tsukuyomi, o deus da lua, parece uma extensão etérea e mística. -- Sussurrou maravilhada prestando atenção nos detalhes e sendo ignorada por Amaterasu que apenas caminhava.
O solo é feito de um pó lunar cintilante que brilha sob a luz da lua, criando uma aparência prateada e suave. Cada passo levanta pequenas nuvens de poeira brilhante, que flutuam no ar antes de se assentar novamente.
A direita grandes cavernas feitas de cristais translúcidos espalham-se pelo reino. Elas brilham com uma luz interna, refletindo a luz lunar em milhares de facetas, criando um espetáculo visual deslumbrante e ilusório.
No coração do reino, há um vasto lago cujas águas são tão calmas que parecem um espelho perfeito. Este lago reflete o céu estrelado e a lua, tornando difícil distinguir onde o céu termina e a terra começa há também afluentes, pequenos rios de luz líquida que serpenteiam pelo reino. Suas águas brilham com um azul prateado, iluminando o caminho para os viajantes noturnos agraciados, criando um espetáculo hipnotizante. Assim como as flores nocturnas que se acendem.
O reino em si é adornado com flores que florescem apenas à noite, emitindo uma luz suave e perfumada. Plantas como a dama-da-noite e flores lunares com pétalas prateadas criam um tapete de beleza etérea, quando despetalam e tocam o chão se desfazem em uma espécie de poeira lunar que aos poucos preenchem o ar de uma vitalidade visível pelas sensações e as criaturas mágicas, como coelhos lunares e pássaros de luz, habitam o reino. Eles se movem graciosamente, deixando rastros brilhante em seus caminhos.
Fora isso, o reino possui magníficos templos de mármore branco, esculpidos com detalhes intricados que retratam fases da lua e constelações. Esses templos são locais de adoração e meditação, onde os devotos se reúnem para honrar Tsukuyomi, e até mesmo os humanos tem um certo acesso a ele atraveś de sua réplica no plano terrestre, no local também hávárias pontes feitas de cristal que conectam diferentes partes do reino, reluzindo sob a luz da lua e oferecendo vistas panorâmicas da paisagem luna e ás vezes simplesmente fornecem uma passagem devido as crateras rochosas da lua.
E a mulher permanecia maravilhada com tudo ao seu redor, era de uma magestosidade tão intágivel que chegava a ser inacreditável e a cada andar e leveza dela Amaterasu s sentia ainda mais irritada quando pararam de frente para o palácio de Tsukuyomi ela travou de vez:
O palácio do deus da lua é uma estrutura majestosa, com torres altas e cúpulas brilhantes que parecem tocar o céu estrelado. Feito de um material que parece uma mistura de cristal e mármore, o palácio brilha com uma luz interna que pulsa em sincronia com a lua.
A cada novo passo dado agora dentro do ambiente a tirava do prumo, se é que teve algum desde que pisou naquele local.
Os grandes salões silenciosos do palácio são adornados com tapeçarias que retratam histórias da lua e das estrelas. O ar é preenchido com uma fragrância suave e uma música quase imperceptível que parece emanar das próprias paredes. Ambiente e Atmosfera e apesar disso tudo o reino de Tsukuyomi é envolto em um silêncio profundo e reverente. A única música que se ouve é o suave sussurro do vento lunar e o ocasional murmúrio dos rios de luz.
A mulher tamém observou que a iluminação do reino é suave e difusa, com a luz da lua banhando tudo em um brilho prateado. A escuridão nunca é completa, sempre há um brilho suave que ilumina o caminho e isso trzia uma atmosfera é de uma paz profunda, convidando todos os que entram a se acalmarem e refletirem.
-- Este parece ser um lugar para meditação, introspecção e comunhão com o divino. -- A humana ponderou levando Amaterasu a rir com pretenção.
-- Humana a única coisa que os deuses cultuam é a própria existência, não somos inferiores tãopouco precisamos de vocês então meça esses seus pensamentos estúpidos.
Sn fechou os olhos, por um momento desejou que Amaterasu sumisse apenas para continuar deslumbrada e ao ignorá-la continuaou a imaginar que Tsukuyomi, em seu reino, observa silenciosamente a Terra e seus habitantes.
Amaterasu não se importou indo na frente e em um momento apoiou ambas as mãos nas portas as abrindo com vontade e então o olhar da mulher pode cotemplar o brilho do aço que reluzia ao som de cada toque.
-- Irmãos... -- A voz de Amaterasu parecia silenciada pela troca intensa entre ambos, mesmo que Mikoto não estivesse usando nem um décimo de sua verdadeira habilidade e apesar de não entender nada a humana ficou confusa e até mesmo um pouco receosa em se aproximar.
Era possível sentir a densidade da atmosfera e apesar de conviver em ambientes hostis ela odiava violência principalmente quando desnecessária.
A espada de Susanoo abriu um corte no peito do irmão e ela piscou, ele assumiu uma postura de batalha tão séria que a fez tremer. O Deus não estava mais brincando.
-- Susanoo pare, você vai matá-lo. — Aa voz de Amaterasu chegou a tremer e pela primeira vez ela olhou para você. A humana indefesa cujo o olhar alarmado encontrava o suplicante da deusa.
Ela ponderou diversas vezes compreendendo a situação afinal Amaterasu no Mikoto, a deusa do sol que tanto afirmava odiá-la, estava ali com um olhar suplicante de ajuda e mesmo sem saber ao certo o que fazer a humana foi de encontro aos deuses.
Sn não fazia menor ideia de que não passava de uma isca, Amaterasu aproveitou a pequena distração de Susanoo para emitir o clarão do sol chegando ambos momentaneamente fazendo com que largassem as espadas e se concentrassem em proteger os olhos. Quando recuperaram o censo e aquela luz diminuiu o Deus espadachim pode ver a mulher humana de joelhos aos seus pés e o Deus da lua sorriu por ter a mesma visão.
-- Parece que sua escolha tomou uma providência irmão. — Tsukuyomi sugeriu levando Susanoo a ranger os dentes.
— Por que você não cala a boca antes que eu mude de ideia e atravesse o seu peito? Suzano bradou levando Tsukuyomi a gargalhar.
— Segure seu ciúme irmão eu não desejo essa humana como concubina, mas admito que se as relações de vocês não melhorarem, logo ela estará aqui.
Os olhos da mulher se fixaram nele.
— O que você quer dizer com isso? — Tsukuyomi sorriu ao se aproximar e Susanoo rapidamente a puxou para perto mantendo a mão sobre a cintura dela.
— Que se continuarem com tantos problemas logo-logo deixará de ser humana e pertencerá a mim.
A pobre mulher arregalou os olhos, desde que chegou ao Panteão japonês sua vida tem sido um inferno, mas, nem mesmo nos piores momentos ou delírios de dor desejou deixar de ser humana, para SN os deuses representavam a pior versão que qualquer ser vivo poderia ser.
— Eu não quero isso! -- Bradou sentindo as bochechas arderem de raiva por ser tão subjugada, já não bastava ter tido esse tratamento durante toda a vida na Terra?
O Deus da lua riu, para ele aquilo não passava de mais uma diversão estava tão acostumado ao silêncio que uma singela batalha e uma pequena rebeldia humana assemelhavam a uma festa. Ele contornou os corpos em flutuação pairando pelo ar inexistente como se fosse uma mera estrela e então assumiu a postura do Deus que verdadeiramente é e encarou a pequena mulher:
-- Se essa é a sua escolha, acho bom pararem de brigar e você irmãozinho procure um jeito melhor de domar essa humana. Vá para casa se deite com ela aumente a linhagem afinal de contas só assim eu terei certeza de que não teremos problemas, do contrário ela será uma bela aquisição.
O sorriso de Susanoo foi tão ácido que Tsukyomi se sentiu revigorado.
Finalmente o deus espadachim havia entendido o quanto o irmão brincava consigo e sabia que ele escondia mais, muito mais do que realmente afirmou.
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top