4

Não esqueça de votar.
Pré revisado, boa leitura.

Aparentemente, sem aliados

Sn lutava para permanecer consciente em sua liteira celestial, ao qual nem percebeu que foi posta, com sua visão turva e seu corpo fraco após a misteriosa agressão que sofrera. Ela não sabia quem ou o que a atacara, mas sentia que precisava encontrar um meio de fugir antes que fosse tarde demais.

-- Deus, que dor. -- Apoiou as mãos na cabeça e ao tirar sentiu molhado, o forte odor de ferro fez com que ela se assustasse, o coração disparou imaginando o pior e correu os dedos pela própria pele em busca da lesão, porém não havia nada, apenas estava suja e úmida e ainda grogue pelo efeito anterior.

Se levantando ela arranhou a porta ao tentar abri-la e se deparar com um precipício, a respiração ficou desregulada achando que a liteira cairia dali e sem pensar duas vezes se atirou pela pequena portinhola rolando pelo chão de grama até que o corpo fosse de encontro a uma árvore de tronco largo onde ofegou ao sentir o baque no lado direito da costela, o vestido estava sujo e um pouco rasgado, o sangue havia manchado parte das vestes tal como o cabelo ainda estava úmido e liteira parada.

Ela tentou se levantar, atordoada, mas cada movimento parecia causar mais dor. Quando conseguiu, com muito esforço, sentar-se apoiada no tronco duro da árvore, tentando revigorar-se e clarear sua mente confusa, como se tentasse refazer os passos antes de ser posta na carruagem.

Aos poucos, a visão turva começou a se dissipar, permitindo-a ver melhor o seu entorno. Em uma clareira tranquila, rodeada por árvores altas e frondosas, ela estava. O cheiro fresco da natureza impregnava o ar e o som suave do vento soprando nas folhas das árvores era reconfortante.

-- Mas que raios? Onde estou?

Apesar da beleza do lugar, Sn sabia que não podia ficar ali por muito tempo. Entedia que precisava encontrar uma maneira de sobreviver e descobrir o que tinha acontecido. Com cuidado, ela tentou se levantar novamente, ignorando a dor que pulsava em seu corpo e com passos hesitantes, começou a explorar a clareira, procurando por qualquer sinal de ajuda ou uma saída.

A mulher sentia em seus ossos que ainda estava em perigo, mas, também sabia que não podia desistir, afinal de contas ninguém tem direito de tomar a sua vida sem motivo algum.

Com determinação, ela continuou sua busca, esperando encontrar um refúgio que fosse, onde pudesse pensar em uma solução e até mesmo encontrar a resposta para os eventos misteriosos que a haviam levado até ali.

E enquanto se forçava a seguir em frente, independente da dor, não percebeu a deusa de longos fios rubros e com um olhar de fúria que estava disposta a fazer do local o seu último destino.


Ato 4. A perspicácia de Inari

Susanoo adentrou seu reino, as nuvens tempestuosas refletindo seu tumulto interno. Ele sabia que precisava acalmar-se antes que sua ira desencadeasse outra catástrofe e dessa vez destruísse o palácio recém-reconstruído, mas a preocupação com Sn continuava a assombrá-lo, faziam horas desde que retornou ao panteão para buscá-la e foi informado por Inari do desaparecimento da própria noiva, obviamente se sentiu culpado e acima de tudo a raiva pareceu lhe consumir, mas a deusa do arroz o obrigou a partir do contrário a situação se tornaria uma calamidade da qual não precisavam no momento.

Agora, enquanto caminhava pelos vastos campos e montanhas de seu reino, Susanoo tentava desesperadamente encontrar uma solução para o desaparecimento de Sn. Ele sabia que não poderia ignorar o ocorrido; sua honra como deus e sua responsabilidade como noivo exigiam que ele agisse de imediato.

No entanto, também entendia que não poderia agir precipitadamente. Ele precisava compreender completamente a situação antes de agir impulsivamente. Suspeitava que o desaparecimento dela estivesse relacionado às tensões entre os deuses do panteão japonês, então se recordou do sorriso e dos fios ruivo enquanto a deusa valsava pelo curto palco enquanto a música tocava e então a frase que culminaria nas próximas ações de Susano.

Eu me recuso, você não vai terminar comigo e se tentar me substituir não haverá perdão Mikoto!


O sorriso macabro na face de Susanoo não foi nada comparado ao tremor na terra que agora desmoronava em direção a um dos reinos celestiais, pelo menos dessa vez não era o seu.

[...]

Ayame voava rapidamente pelos céus, seguindo o rastro deixado por Sn. A raposa celestial estava determinada a encontrar a humana antes que fosse tarde demais. Seus olhos brilhavam com o vislumbre de proteger os fracos e os desesperados, e ela não descansaria até cumprir a ordem de sua mestra.

Enquanto isso, Inari observava silenciosamente, seu coração pesado com a preocupação pela humana e pelas consequências que seu desaparecimento poderia acarretar. Ela sabia que o destino de Sn não estava nas mãos dos deuses e sim entre deusas que agiriam pela mais pura vingança, e rezava para que encontrassem uma solução. Apesar da preocupação ser em prol do próprio benefício, não negaria que poder salvar uma vida humana lhe agradava demais.

Seus olhos pareceram se acender ao notar os buchichos pelo panteão e resolver visitar a única que poderia ter olhos amplos o suficiente para vislumbrar todos os reinos existentes de uma única vez.

Amaterasu residia em um magnífico palácio celestial, localizado no centro do reino dos deuses, um local que irradiava luz e silêncio. O palácio era uma obra-prima da arquitetura divina, com torres altas e reluzentes que brilhavam como o sol ao longo do dia. As paredes eram adornadas com intrincados relevos de ouro e prata, retratando cenas da história dos deuses e dos feitos de Amaterasu.

Ao entrar no local, os visitantes eram recebidos por corredores amplos e suntuosos, decorados com tapeçarias finamente tecidas e lustres cintilantes. O chão era revestido com mármore polido, refletindo a luz que entrava pelas janelas altas e decoradas com vitrais coloridos.

O salão principal do palácio era ainda mais impressionante, com um teto abobadado que se erguia até o céu. No centro do salão, havia um trono dourado, onde Amaterasu se sentava com majestade. Ao redor do trono, havia pilares esculpidos com símbolos sagrados e estátuas de divindades menores, todas elas prestando homenagem à grande deusa do sol.

Além do salão principal, o palácio de Amaterasu também abrigava uma série de outros aposentos, incluindo salas de audiência, salões de banquetes e jardins exuberantes. Cada espaço era mais impressionante que o anterior, refletindo a grandeza e o poder da deusa.

No entanto, apesar de toda a sua magnificência, o palácio de Amaterasu também era um lugar de solidão e isolamento. A deusa do sol vivia ali sozinha, cercada apenas por seus servos e seguidores mais leais, um lembrete silencioso da solidão da deusa que ali reinava, sendo esse por escolha, temor ou pela personalidade que ela sustenta.

Inari caminhou com determinação pelos corredores do palácio solar, dispensou a apresentação padrão e abriu por ela mesma as portas até estar diante de Amaterasu, a imponente deusa do sol. Ela respirou fundo, preparando-se para a conversa que estava por vir.

-- Amaterasu, precisamos conversar -- disse Inari com seriedade, sua voz ecoando pelo salão.

A deusa do sol ergueu os olhos para encarar Inari, desfazendo as inúmeras projeções de telas ao seu redor e uma expressão de desdém cruzou seu rosto.

-- O que é tão importante a ponto de interromper meus afazeres, Inari? -- questionou Amaterasu, sua voz carregada de impaciência.

Inari ignorou a falta de cordialidade de Amaterasu e prosseguiu com determinação.

-- É sobre a humana, Sn. Ela desapareceu e está em perigo. Precisamos encontrá-la antes que seja tarde demais -- explicou, sua voz carregada de preocupação e melosidade.

Amaterasu revirou os olhos, claramente irritada com a insistência de Inari, na cabeça da deusa do sol ela era tão culpada quanto Susanoo e sinceramente, achava mesmo que ela não sabia do sumiço da humana?

-- E por que eu deveria me importar com uma simples humana? -- retrucou Amaterasu, sua voz fria e indiferente. -- Ela não tem importância para mim ou para o panteão.

Inari suspirou, frustrada com a falta de compaixão de Amaterasu, na cabeça da deusa do arroz ela deveria pensar além e não apenas pela raiva bruta que sentia pelas ações do irmão mais velho, uma vez que todos sofreriam pelo mal causado a Sn.

-- Você não vai ajudá-la? Como pode agir de forma tão indiferente com alguém que pertencerá a sua família? -- questionou Inari, sua voz carregada de desaprovação.

Amaterasu bufou, claramente irritada com a insistência de Inari, só de ouvir o nome da humana sentia raiva.

-- Não se meta nos assuntos dos outros, Inari! E essa humana imunda jamais fará parte da minha família! -- Respondeu Amaterasu com a voz carregada de desprezo.

Inari respirou fundo, tentando manter a calma diante da atitude de Amaterasu.

-- Faça como quiser, mas não acha estranho o fato dele ter dispensado duas deusas por uma humana? Se eu fosse você, nem que fosse pela mera curiosidade, observaria melhor e quem sabe até se surpreende. Por hora, eu vou indo. É muito cansativo lidar com você, Amaterasu -- Inari afirmou em desaprovação e sem esperar por uma resposta de Amaterasu, se virou e saiu do salão, determinada a encontrar Sn e garantir sua segurança. Ela sabia que após aflorar a curiosidade de Amaterasu, ela não, não resistiria e agiria movida pelo desejo mais comum que habitava na humanidade.

O palácio de Amaterasu se não tiverem conseguido imaginar:

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top