26| A Chuva

Amoresss, nesse capítulo vai ter o ponto de vista do Hugo! Então vem coisa por aí!❤❤🌈 boa leitura...

No dia seguinte, depois da sessão de cinema desastrosa e muito tóxica, eu acordei cedo. Fiz a rotina de sempre e desci para tomar meu café da manhã. Ao chegar lá, meu pai, minha mãe e meu padastro conversavam alegremente, como se fossem velhos e bons amigos. Eu estava na casa errada, só podia ser.

- É... - disse, olhando para às pessoas à minha frente. Eles não eram meus pais e nem o Petrus. - Quem são vocês? Eu acho que tô na casa errada. Meu pai não tá lendo jornal, e tá interagindo com o cara que ele provavelmente odeia.

- Não diz isso, Jason. O Petrus fica constrangido. - minha mãe falou, era como se aquilo a deixasse constrangida também.

- Mas é! - falei, sentado na cadeira e preparando meu café. Tinha panquecas, geleia de morango e outras coisas mais.

- Eu era um babaca! Desculpa, filho. Às vezes me sinto mal por ter sido tão idiota nos últimos tempos. - meu pai disse. É o quê? - Talvez o Hugo tenha me tornado um homem melhor.

Incrível como aquele assunto não me estressou.

- Como sempre. Eu amo o Hugo, e hoje vou falar com ele a respeito de nós, digo, de nossa amizade. - falei.

- Vou aproveitar e contar a novidade - minha mãe falou - Eu e o Petrus vamos nos casar!

Bati palmas, não sei porquê, mas eu quis. Minha mãe enfim ia entrar em seu segundo casamento, e ia ser um cara que à amava de verdade, e não era do Brasil ( o que ligeiramente ganha créditos )

- Gente, que massa! Sejam felizes! - meu pai disse.

- Obrigado, opá! Ora, estou muito feliz e quero comemorar em uma dessas ruazinhas do Brasil. Sabes que sempre quis me casar em uma praia?

- Aqui tem muitas, viu. - disse minha mãe, rindo que nem uma retardada.

Enfim a bendita hora de ir para a escola chegou, e eu tive que pedir um Uber, meu pai estava ocupado e não poderia me levar, o motorista estava de folga e minha mãe e Petrus iam sair para tomar um sorvete, nunca que eu iria atrapalhar o dia dos dois noivos.

Ao chegar na escola, avistei Hugo sentado em uma das mesas do refeitório, ele mexia em seu celular, ouvindo música, pois ele estava com um fone de ouvido. Era o momento certo, já que não íamos ter aula naquele momento.

Me aproximei lentamente dele e retirei seus fones de ouvido.

- Ah, caralho, tu vai ver... - sua expressão de irritado logo mudou ao me ver, para surpreso eu diria - Jason!? Ah, e aí? Como vai?

- Tô levando. E você? parece se estar muito distraído - falei, me sentando ao seu lado.

- Tô bem, eu acho. Tô vendo Stranger Things, já que minha mãe não deixa eu ver na TV por causa das crianças. Ela acha que o Steve tem um caso com o Billy. Bem que eu queria. - foi engraçado a forma que ele disse, estava com saudades daquele jeito afeminado dele.

- Mas ele é apaixonado pela Robin, ela é lésbica e o Billy, bom, ele morreu. - falei, só aí percebi a merda que fiz.

- Ah, obrigado pelo spoiler Jason, você sendo você - dei uma gargalhada - Você não tá mais bravo comigo?

- Eu percebi que não fazia mais sentido ficar daquela maneira, eu fiz por mim, pelo Erick e por nossa amizade e por minha relação com meu pai. E se bem que sem você do meu lado essa escola e a minha vida, não têm graça. - falei sendo sincero, colocando minha mão por cima da sua. - Hugo, eu te amo, você sabe disso mais que ninguém nessa merda.

- Eu fico tão feliz por isso, mana! E eu te amo mais ainda, estava com saudades de andarmos juntos, rir da cara do povo - rimos. - E aí, como vai o Erick? Vocês estão namorando? Vocês já transaram?

A história ia ser longa! Acabei contando tudo o que aconteceu desde que nós brigamos, sobre nossa primeira vez, sobre o Carlos e a história dele com o Erick.

- Uau... Quanta coisa aconteceu, isso devia ir pro Wattpad! - pronto, quando ele cisma com alguma coisa ele quer logo levar para o Wattpad - E o pequeno-homem-fofinho?

- Ele tá bem, eu acho. Dá última vez que vi ele, ele me salvou de um assassinato. Ele vive perguntando por você. - disse, e ele, como se fosse possível, se engasgou com o próprio ar - Caso você queira saber o nome dele, é Rômulo. Pelo que o Erick me diz, eles usam codinomes.

- Ah, é?

- Sim. O codinome dele é Foguinho. Mas o Erick me disse o nome dele verdadeiro, quando eu fui com com você naquele dia.

- A gente conversou muito aquele dia. Ele parece ser muito gente boa, para um bandido.

- Se depender dele vocês trocam alianças também, porque parece que ele é louquinho por você - eu disse, ele novamente se engasgou.

Hugo

O pequeno-homem-fofinho louco por mim? Jesus Cristo, isso é muito improvável!

A gente só se viu uma vez, não tinha como se de repente ele ficar apaixonado, se bem que eu sou muito lindo, e não me surpreendo muito se caso ele estivesse realmente apaixonado por mim.

- Qualé, Jason, não ferra! - falei, tentando mudar de assunto. O Rômulo me lembrava morro, e eu queria esquecer aquele dia. - Quer saber, eu acho que vou pro morro com você.

Era uma ideia idiota, mas eu queria conhecer o boy do Jason, meu cunhadinho milionário. Eu não queria ver o Rômulo, céus, isso nunca. Eu tinha meu namorado, e eu estava muito bem com ele obrigado.

- Que? Tá falando sério? - ele parecia não crer no que eu dizia, talvez porque eu sempre negava seus pedidos para ir ao morro.

- Tô com cara de quem tá brincando?

- Na verdade não. Só que você nunca quis ir pra lá... Ah, já saquei...

- Joson Navarro da Fonseca, tire esse pensamento idiota e presunçoso da sua cabeça! Não vou para ver o Rômulo, só quero conhecer o Erick, ok?

- Tá bom, não falo mais nada. Só não diz meu nome completo, pelo amor de Deus! - ele odiava o "da Fonseca" por isso eu chamava só para irritá-lo ou fazer ele parar de falar o que eu não queria ouvir. Bem prático.

Jason

Quando todas as aulas finalmente acabaram, fiquei esperando o Hugo no estacionamento, ouvindo Semeone To Stay, do Vancouver, e observando a movimentação dos carros e dos alunos.

Senti meus fones serem tirados de forma abrupta e quando olhei era ninguém menos que Luíz. Ai, meu Santo Agostinho

- Acho que você não preza pela sua vida - falei, em um tom de ameaça.

- Foi mal! É que eu te chamei e você não ouviu. - ele disse, e jogo ele mudou de assunto rapidamente - Olha só, voltou a falar com o Hugo, fico feliz por vocês!

- É, voltei.. E obrigado, acho. - disse, tentando mudar de assunto. - ...que porra é essa?!

- O que?

Senti minhas pernas tremerem ao ver o carro do Erick se aproximando do estacionamento. O que porra ele estava fazendo alí? E se alguém o reconhecesse?

Ele parou seu carro e saiu do mesmo, ele usava uma jaqueta de couro e um óculos escuro, ele estava lindo, e foi maravilhosa a forma que ele saiu do carro, pareceu cena de um filme americano.

Porém, ele ultrapassou a linha, e se algum policial o avistasse? Ia dá merda, com certeza. E se meu pai aparecesse do nada?

- Meu amor - falei, sorrindo de nervoso, me aproximando - O que está fazendo aqui? - fiz uma cara tipo: que porra você está fazendo aqui?

- Ele é seu namorado? - perguntou Luíz, mas apenas o ignorei.

- Bateu vontade e eu vim te ver. - ele disse, apenas. Bateu vontade e eu vim te ver? É sério isso, Eleven?

- Tudo bem. - falei, mas eu queria dizer poucas e boas para ele. - Esse é o Luíz.

- Aquele guri que tu saiu? Ele fez alguma coisa que não te agradou? Porque eu tô querendo matar alguém - disse Erick, assustando Luíz. Ele arregalou os olhos e engoliu seco.

- N-não f-iz nada. - ele gaguejou. Aquela cena estava muito engraçado, porém ele estava realmente assustado.

- Eu tô zoando, mano! - ele gargalhou

- Zoando, sei. - ele forçou um sorriso

- Tá bom, já chega dessa babaquice! Luíz, esse é o meu namorado. Único e insubstituível, então você já sabe.

- Soube que você tem uma queda por o Jason.

- Desnecessário, Erick, Para! - falei, mas ele não me deu ouvidos.

- Tenho sim, por quê?

- Você acha que tem chance?

- Sou mais eu. Não vejo nada demais em você, além de músculos e essa barba. Qualé, tu é um homem bomba?

- Tá me zoando, mané? Tu perdeu a noção do perigo? Jason, eu vou matar essa vacilão - disse Erick, irritado. Por que merdas o Luíz disse aquilo?

- Ei, vamo parar? Vocês não são mais crianças! E Erick, você não é assim! Cara, que porra você veio fazer aqui? Não foi me ver? Ou foi me vigiar? E Luíz, para de provocar. Vocês acabaram de se conhecer, isso não é uma espécie de triângulo amoroso. Luíz, sai daqui.

- O estacionamento é público! - ele disse

- Luíz, para de ser um merdinha insuportável e sai daqui - falei, partindo para a grosseria.

- Nunca mais fala com o merdinha insuportável aqui. Eu me enganei achando de você era mais... Mais educado - dito isso, ele apenas saiu, com seu semblante.

Ele estaria fazendo um favor? Estaria sim, se eu ainda tivesse ranço dele, mas eu não tinha mais. Porém eu tinha feita um merda em tratá-lo daquela forma pelo Erick. Juro que não gosto de dá uma de Anastásia Steele, mas o problema é que eu sempre dava ( sem querer, é claro )

- Que barraco é esse aqui? - perguntou Hugo, mas o Luíz apenas passou reto, esbarrando nele. - Ai, grosso.

Finalmente. Achei que os dois iam brigar alí mesmo, e não ia ser nada bom.

- Então você é o homem bomba? Digo, você é o Erick?

- Sou sim, e você deve ser o... Hugo. - disse Erick, sendo gentil

- O único. Você deve ser muito tolerante para aguentar o Jason, não é? - disse Hugo, rindo da minha cara de taxo.

- Ah, eu aguento, por mais que às vezes bata uma vontade de jogar ele lá no mar.

- Ah, é assim, Erick? Você não reclamou quando me beijou na praia. - fiz biquinho e fingi está bravo.

- Vocês se beijaram na praia?

- Sim. E Milagrosamente eu não morri com a radiação.

- É um complô contra mim? Porque se for eu vou me arrepender de ter apresentado vocês. - falei, me dirigindo rumo ao carro e abrindo a porta.

- Para de ser besta! - disse Hugo, correndo e entrando no carro.

Ri deles dois e entrei no carro, lá rolava uma música qualquer, que não me interessei muito, e cheirava a perfume caro.

- Acho que peguei pesado com o Luíz... - falei, e o Erick revirou os olhos.

- Que nada! Ele é que é mala! - disse Erick, ligando o carro, ele percebendo minha expressão, se calou. - Foi mal.

- Sem problemas.

- Só não se culpa, depois ele vem falar com você. - disse Erick, e o Hugo nos olhava como se ele fôssemos um casal exótico ou algo assim. Erick me beijou e seguiu com o carro.

- Meu pai! Não creio que tá rolando fanfic bem aqui na minha frente. - falou Hugo. Revirei os olhos.

Hugo

Ao chegar no morro, as pessoas olharam para nós, ou para o Erick, não sei. Só de pensar em encontrar com o Rômulo me causava ânsia, não de nojo, mas de nervosismo, não sabia porquê.

Ao chegar na frente da enorme casa do Erick, os seus capangas veio nos receber, me escondi atrás do Jason.

Como se ele fosse me defender, PUF!

- Você aqui? - ouvi aquela voz atrás de mim, era ele. - Quanto tempo...

- Ah, oi! Oi, Rômulo... Como você tá? Eu vim conhecer a casa do Erick. - disse, sorrindo.

- Tô bem. - ele disse, sorrindo. Confesso, fiquei todo derretido por dentro. - Achei que nunca mais ia pisar aqui novamente.

- Nunca diga nunca!

- Bom, migo, a gente tá indo! Conversem! - disse Jason, sorrindo presunçoso.

Como ele ousa? Eu não queria ficar, não com ele.

- Ok... Respira - falei a mim mesmo - Vamo dá uma volta?

Não aceita, não aceita, não aceita!

- Claro!

- Nossa, que pena! Eu realmente estava afim, mas deixa pra próxima.

- Eu disse sim, Hugo.

- Disse? Juro que entendi não - sorri forçadamente - Mas vamos! Vai ser muito divertido!

- É, vai sim. - ele gargalhou. Eu esperava que ele dissesse não, mas eu só quis ser educado e tenho que dá uma volta com ele.

Começamos a caminhar pelo morro, ele havia deixado sua arma, agora ele estava diferente, não sei como, mas ele parecia mais à vontade, parecia que aquela arma fazia ele ser o que não era.

- Você mora no rio há quanto tempo? - ele perguntou, olhando para os lados.

- 4 anos! Meus avós morreram no Piauí, aí minha mãe veio tentar a vida aqui. Aí ela conheceu o meu padastro, hoje somos uma família feliz. Eles aceitaram de boa minha sexualidade. - falei, sorrindo. - Eu acabei que contando minha vida inteira.

- Nem tanto. - ele disse, colocando as mãos no bolso e me encarando. - Você é bonito.

Engasguei com minha saliva, comecei a tossir e então eu parei.

- Ai meu Deus, minha asma! - falei

Ele arregalou os olhos e me segurou, ele começou a flexionar meu peito e me olhar preocupado. Seu rosto estava muito perto de mim, sua respiração ofegante, eu queria sair correndo, mas meu corpo, de alguma forma, me prendia ali.

Seus olhos se encontraram com os meus, ele sorriu de lado.

Um pingo.
Dois pingos.
Três pingos de água caíram no meu braço.

Olhei para o céu e vi as nuvens se transformarem em uma cor cinza. Os pingos ficaram fortes, meu corpo já estava molhado.

Nos olhamos novamente, e mesmo com a chuva eu queria permanecer alí, somente alí.

Nossos rostos se encostaram e eu senti sua pele úmida na minha, peguei na sua mão e então o olhei; aquele era o Rômulo, o verdadeiro Rômulo, o romântico, o gentil. Nossos lábios lentamente se encostaram e eu senti sua boca na minha, foi tão simples, tão inocente. Eu, ele, nós, naquele momento, éramos um só. Só nós, e a chuva.

Notas

Puta merdaaaaaaaaaaa meu coração aaaaaaaaa😭😍❤❤❤

Mano, que momento perfeito! Que lindo!

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